2 3 4 À guisa de apresentação O presente volume enfeixa um conjunto de artigos da médium Yvonne do Amaral Pereira, publicados no mensário Reformador entre os anos 60 e 80. São substanciosas peças, sob múltiplos aspectos valiosas, pois se estruturam, em sua concepção, num excelente e sempre atual conteúdo doutrinário, na inequívoca inspiração dos Espíritos superiores e na experiência da própria médium, seja do ponto de vista da prática do Espiritismo, seja do ponto de vista do seu conhecimento da vida e da alma humana. Não temos aqui meros exercícios lítero-doutrinários, de eficácia restrita, limitada no tempo e no espaço e, portanto, descartáveis, o que, aliás, não justificaria a sua publicação. Trata-se, muito ao contrário, de lições permanentes, de validade duradoura e – afirmamo-lo sem qualquer hesitação – oportuníssimas, indispensáveis mesmo no presente momento do Movimento Espírita, quando os critérios seguros que o fizeram forte e respeitado no passado já vão sendo esquecidos, negligenciados, substituídos por práticas e conceitos duvidosos, por princípios estranhos à própria Doutrina e, o que é mais lamentável, por atitudes distantes da ética que deve primar entre os adeptos do Consolador prometido por Jesus. As peças concebidas pela abençoada e inspirada pena de Yvonne A. Pereira resgatam esses critérios, apontam-nos como o norte ideal para os trabalhos dos espíritas, porque a fidelidade a eles foi o sustentáculo da médium em sua longa carreira de servidora da magna Causa da restauração do Cristianismo. Ao leitor também convém saber que a matéria aqui reapresentada apareceu no Reformador sob o pseudônimo Frederico Francisco, como sentida homenagem da médium ao genial compositor polonês Frédéric 5 François Chopin, a quem ela se sentiu estreitamente unida por laços afetivos do passado. A quem quiser se inteirar do grau de afeição que ambos – Yvonne e Chopin – nutriam, um pelo outro, sugerimos a leitura do capítulo Frederico Chopin na Espiritualidade, do livro Devassando o invisível, escrito por ela sob a inspiração de seus Guias Espirituais. Que o leitor bem aproveite o precioso conteúdo da presente obra, transferindo suas lições para a conduta diária, para a prática da celeste Doutrina que Yvonne A. Pereira tanto amou e respeitou. A Editora Rio de Janeiro (RJ), 14 de julho de 1997. 6 Sumário À guisa de apresentação Dados biográficos de Yvonne A. Pereira para a Federação Espírita Brasileira A vitória sobre a morte A verdade mediúnica A grande doutrina dos fortes O estranho mundo dos suicidas Aos jovens espíritas Incompreensão Mediunidade e doutrina O grande compromisso O melhor remédio No tempo das mesas Preces especiais Tormentos voluntários Detalhes Destino e livre-arbítrio Sonhos... Um pouco de raciocínio A força do exemplo O grande esquecido Blasfêmia O livro que faltava Panorama Os espinhos da mediunidade Necessidade de sublimação 7 Os segredos do túmulo Convite ao estudo Um estranho caso de obsessão Também os pequeninos... Emmanuel Swedenborg Obsessão Ontem como hoje Psicografia e caridade Convite ao estudo Página dolorosa Depois do calvário 8 Dados biográficos de Yvonne A. Pereira para a Federação Espírita 1 Brasileira 1 – Filiação Nasci a 24 de dezembro de 1906, após um baile na residência de minha avó materna, num sítio nos arredores da Vila de Santa Teresa, município de Valença, Estado do Rio de Janeiro, hoje cidade de Rio das Flores. Meus pais eram o então pequeno negociante Manoel José Pereira (filho) e sua esposa Elizabeth do Amaral Pereira. Tive como avós paternos o ourives Manoel José Pereira e Isabel Guimarães Pereira, e maternos, o Capitão-Médico do Exército, veterano da guerra do Paraguai, Brás Cupertino do Amaral e Francelina Glória do Amaral, ambos da sociedade do Rio de Janeiro, ao tempo do Império. Por linha paterna, certamente que descendo de judeus portugueses, como eram todos os portugueses para aqui emigrados há mais de um século, pois meus tetravôs, portugueses de nascimento, assim como meu bisavô, judeus batizados e cristianizados em Portugal, emigraram para o Brasil fugindo às perseguições religiosas ainda lá existentes no seu tempo, não obstante já se terem convertido ao Catolicismo por essa época; e também descendo de índios brasileiros da tribo Goitacás, pois que minha bisavó paterna era índia Goitacás, encontrada perdida nas matas do Norte do Estado do Rio com idade de 5 anos presumíveis, durante uma caçada 9 promovida por meu tetravô, rico fazendeiro português no Brasil, o qual, mais tarde, casou-a com o seu próprio filho, isto é, meu bisavô. Tive cinco irmãos mais moços do que eu e um mais velho, filho do primeiro matrimônio de minha mãe. 10
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