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Use Of Home range By A Group Of Leontopithecus Chrysopygus, Teodoro Sampaio, Sao Paulo PDF

6 Pages·1999·2.2 MB·English
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Preview Use Of Home range By A Group Of Leontopithecus Chrysopygus, Teodoro Sampaio, Sao Paulo

USODA AREA-DE-VIDA PORUM GRUPODELEONTOPITHECUS CHRYSOPYGUS,TEODOROSAMPAIO,SÃOPAULO(PRIMATES, CALLITHRICIDAE) Ana Luísa K. M. Albernaz ' Maria S. S. Ike-Ywana ' Cory T. de Carvalho ' ABSTRACT USE OF HOME-RANGE BY A GROUP OF LEONTOPITHECUS CHRYSOPYGUS, TEODORO SAMPAIO, SÃO PAULO. The daily movements ofone group oftamarins Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823)wasobservedin23occasions,moreintensivelybetweenOctober 1986toJanuary 1987,inthe MorrodoDiaboStatePark,SãoPaulo,Brazil.Theáreaofactivities,timespentindifferenthabitats,resources (plantmatterandanimalprey)andnightrefugesorcoverarestudied.Thetotaláreautilizedbythegroupduring thisperiod,estimatedasáreacoveredbyali superimposeddailyrouteswas 134hectares. KEYWORDS. Black-liontamarin,Leontopithecuschrysopygus,home-rangeuse, Brazil. INTRODUÇÃO O mico-leão ou sauim-preto, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), esteve ausente nas coletas oficiais dos Museus por 65 anos e até foi considerado extinto por CoimbraF°(1970a); reencontradoem 1970,umgrupofoidetectadoem 1973naReserva Florestal,hojeParqueEstadualMorrodoDiabo(PEMD)emTeodoroSampaio,sudoeste doEstadodeSãoPaulo,Brasil(CoimbraF°, 1970b). Suadistribuiçãogeográficarecente estárestritaaTeodoroSampaio(Pontal),Gália,LençóisPaulistaeoutraspequenasáreas florestadasnoEstado,entreosriosTiêteeàdireitadobaixorioParanapanema,eprincipais afluentes (Vieira, 1955;CoimbraF°, 1970a;CoimbraF°& Mittermeier, 1973). As poucas informações acerca de seus hábitos foram obtidas na captura de sete indivíduosretiradosdosocosdeárvoresnolestedareserva,paracriaçãoemcativeirono Rio de Janeiro (Coimbra F°, 1976). O presente estudo, ao lado de outros trabalhosjá publicados(Carvalhoetai.,1989;Carvalho&Carvalho, 1989),fazpartedastentativas de se obter maiores informações sobre a bionomia da espécie em vida livre, antes do desmateprogramadoparaáreade inundaçãodoreservatóriodeRosana. 1.HortoFlorestal.InstitutoFlorestal.SecretariadoMeioAmbiente.CaixaPostal26,CEP18780-00(1.Mandurí,SP,Brasil. Iheringia,Sér.Zool.,PortoAlegre, (86): 39-44,4jun 1999 40 Albernaz;Ike-Yawana&Carvalho Osauim-pretoalimenta-sedeinsetos,frutas,gomaenéctar,comoofazemalguns outroscalitriquídeos(Pelzeln, 1883;Sussman&Kinzey, 1984;Jolly, 1985).Adistribui- çãotemporaleincertadetaisrecursos nutricionais,emperíodoscurtos,deveinfluenciar normalmenteseuuso,bemcomootempodespendidopelossauinsnosdiferenteshabitats, itineráriosedeslocamentosdiários(Dates, 1986).Objetivou-seexaminarainfluênciados várioscomponentesalimentaresaproveitadoscomopartedesuadieta,nostrajetos/diae ospadrõesdecomportamentoutilizadospelogrupo,duranteosdeslocamentoseparadas nasárvores. MATERIALEMÉTODOS OestudofoirealizadonoParqueEstadualMorrodoDiabo(PEMD)22°35'Se52°15'W(antesReserva FlorestaldeTeodoroSampaio)emáreapróximaàgrandecurvaeângulomaiordobaixoParanapanema.junto àcorredeiradoPedregulho(Carvalho&Carvalho, 1989:mapa 1). Ogrupooraestudado(B)eogrupo(A)citadoporCarvalhoetai. (1989)correspondem,respectiva- mente,aosgrupos8e9registradospoi"Carvalho&Carvalho(1989:714,tab.1).Ogrupo(B)foiacompanhado entreoutubrode 1986ajaneirode 1987comrádio-emissores("rádio-tranckingsystem")ounão. Nadeterminaçãodasáreas-de-vidaenafaltadedadosmaiscompletos,foramutilizadosnogrupo(A), simplesmenteocos-dormitóriomaisexternosdaárea,comopontosexternosdeuso;nogrupo(B),oslimites passaramaserárvores mais distantes, usadas durante osdeslocamentos nas rotas/dia, cumulativamente, no períodoecomqualqueruso(fruteiras,goma,pontosdeencontroeocos-abrigo).Nãofoiutilizadoosistemade quadradosnemamesmaescalanasdiversasampliaçõesoureduçõesdosmapas. Paracomprovarseosrecursosalimentaresafetam,ounão,asrotasdiárias,ogrupofoiseguido23vezes, damanhãànoitede8a9h/dia,eositineráriosmarcadoscomfita-plásticanumerada(paraconstatarotipode alimentoutilizado,sualocalização,duraçãodacatação,deslocamentos,rumo,distânciaspercorridasetempo gastoentreabrigos).Asrotas/diaforamdepoismedidas,pontoporponto,comfitamétricaebússola,transcritas posteriormenteaosmapas,quemostravamoposicionamentoedireçãodosdeslocamentosezonasutilizadas. Osextremosserviramcomobasedecálculoemformadepolígono,contendoospontosnosquaisogrupofoi observado,seguindoumprogramadoInstitutoFlorestal (Mico/CPD.IF/MSSY).Constam,ainda,doregistro computadorizado(fig.2),aspectosdosdeslocamentosenúmerodevezesoupontosondeosanimaisforamvistos comendoinsetos.frutasougoma,ondebebemeosabrigosemtroncosdeárvores. Paraestimarautilizaçãodosdiferentesmacro-habitatsnaregião,amatafoidivididaemflorestabem- drenadaeseca,dapartealágavelduranteperíodosdoano("brejão")e da"macega"comarvoretasemsolo brancoemaisarenosonasbaixadas(fig. 1).Foramplotadosnomapadaárea(fig.2),501 pontoscolhidosao acaso,pelométodoconhecidoeutilizadocomoinstantâneoou"scansampling"(Altmann,1974),feitosacada 20minutosdeintervalo;dessemodo.estabeleceu-seumafrequênciaouproporçãoestatísticadeusoestimada pelo"Ftest"(Sokal&Rohlf, 1981;Rohlf&Sokal. 1981)que,provavelmente,correspondeacadatipode ambienteou habitat utilizado. RESULTADOSEDISCUSSÃO Durante o período de estudo, o grupo utilizou aproximadamente 134 ha da área florestadadoparqueeumafaixadaáreadesapropriada(fig.2).Apenastrechospequenos desuaárea-de-vidasesobrepunhamadogrupo(A),queutilizavabemmaisamargemdo rio(fig.2,ocoscomnúmerosromanos).Ogrupo(B)usavatambém,commaiorfrequência, aáreaflorestadabemdrenada(73%),o"brejão"(25%)easecundáriaou"macega"(2%). Ogrupodespendeu56% dotemponazonabem-drenada(N=773) e 39% nos"brejões" ena"macega", ondeosinsetossãomais abundantes. Ossauinscoletaminsetoseoutras presas,principalfontedeproteínas,emtodososlugaresdesuaárea-de-vida,masasfrutas são basicamente colhidas apenas na floresta bem-drenada; a goma predominava nos trechosmaisúmidos. Observaram-setambémamplasregiõesdematasemuso. Iheringia,Sér.Zool.,PortoAlegre, (86): 39-44.4jun 1999 Usodaárea-de-vidaporumgrupodeLeontopithecuschrysopygus... 4\ Arotadiáriaeosdeslocamentosvariavamemtornode 1271 m,comalteraçõesde até363,5mparamaisoumenosnocomprimento(N=23)eamaioriadosdias(N=18)foi despendidano"brejão"enaáreabem-drenada.Ogrupocomiadiariamentefrutos,desde oiníciodosestudos, até21 denovembrode 1986.Atéofimdasobservações,nãoforam vistoscomendofrutos. Umjovemnasceuem26denovembrode 1986e,mesmoassim,nãohouvediferença significativaentreasdistânciaspercorridasanteseapósonascimentodofilhote(F0.05 [1,19]=2,72 [4,38]; 0,25>P>0,10). Isto sugereque, nemaépocade frutificação nem a presença dojovem influenciavam nas distâncias percorridas/dia. Talvez a frutificação possadeterminaradireçãodasrotas/dia,masoutrasnecessidadesorgânicaseasegurança do grupo, estabelecem as distâncias a serem percorridas, os objetivos e a direção da procura, expondo-osmenosatéchegaremaosabrigos. O grupo usou a áreade transição entre a mata bem-drenada e a floresta alágavel, muito mais que o outro habitat em manchas ("macega"). Nove ocos-dormitório foram vistosnoperíodoacimaecincooutros, antesdacolocaçãoderádio-transmissores; nove deleslocalizados naáreaflorestadaseca,emárvoresvivas;umdelesatéfoiusadopordoze vezesconsecutivas,oquenãoémuitocomumpostoque,difilcilmente,dormemnomesmo lugarmaisdeumanoite.Algunsocossãousadoscommaiorfrequênciadevido,talvez,à proximidadedeárvoresemfrutificação, ouporacomodaremmelhorogrupo. A área usada pelo grupo (B), durante o período, foi estimada em 134 hectares (=133,40)ouseja,duasoutrêsvezesmaiorqueasgrandesáreas-de-vidaregistradaspara outroscalitriquídeos;atémesmopelogrupo(A),seuvizinho,com63,83ha,masavaliados pormétodosdiversos. Tambémconstamnomapacomputadorizado,onúmerodevezes e usodospontos cobertospelasrotas. Épossívelmesmoqueestaespécie desauimnecessitedeáreasmaioresqueasoutras para obter determinados tipos ou quantidades de nutrientes para sobreviver, ou talvez simplismentepornãoexistiremvizinhos, vistoserconsideradoogrupo(A) aparentado, recém-apartado,vivendonafaixajuntoàmargemdorio.Ofatonãoimpedequedefendam suas áreas com o comportamento típico: vocalizações, expressões faciais, inquietação, arrepiados e um vai-e-vemnosgalhos. Oslaçosdeparentesco aparecemnasfrequentes trocas de indivíduos entre os grupos (ou subgrupos incipientes). Daíapossibilidade de ocuparemáreasbemmaioresdoqueprecisariam,casoexistissemoutrosnão-aparentados naredondeza. Azonadetransiçãoentreasflorestasbem-drenadaeo"brejão"foiusadacommaior frequência,provalvelmenteporqueserviadeesconderijoealimentoparainsetosgrandes mané-magro,treme-tremeoubichopau,Proscopiidae),abundantesnaocasião,servindo ( comoalimentofartoparaossauinse,nooutrohabitat,diferentesrecursoscomoestudados eoutraspresas.Naáreadetransição,ossauinspodempassarrapidamentedeumparaoutro ambienteeteralimentaçãovariadanummesmodia,semmaioresgastos(custo/benefício). Contudo, o uso frequente da áreaflorestadabem-drenadae sua "fruteiras" (árvores em frutificação) incluídas nas rotas/dia, pode estar ligado, em parte ou inteiramente, à proximidade deocos onde poderiamse abrigar, senecessário, nafugaouparadormir. Otempodespendidonosdiferentesambientesenosdeslocamentos,percorrendoas rotas/dia, vai dependernaturalmentedosuprimentodealimentosofertadosnaocasiãoe dasnecessidadesorgânicas,alémdaexperiênciadogrupoemsomareficiênciaeproteção deseuscomponentescomadivisãodostrabalhosdiários. Háainda,naregiãoflorestada, lheringia,Sér.Zoo!..PortoAlegre, (86): 39-44.4jun 1999 42 Albernaz;Ike-Yawana&Carvalho Fig. 1. TrechodolevantamentoaerofotogramétricoCESP/TERRA-FOTO (ReservatóriodeRosana, 1986) de LeontopithecuschrysopigusnoParqueEstadualMorrodoDiabo,TeodoroSampaio,SP,antesdodesmate,em outubrode1986ajaneirode1987.Trilhas,linhastracejadas;ocos-abrigos:círculosvazadosseguidospornúmeros romanos;cotadedesapropriação,linha/ponto;estradadeserviçoselimitesdoalagamento,linha-cheia;contato dosgrupos,zonastracejadas;áreasnãoutilizadaspelogrupo(B),manchascomcruzes. Coordenadasdomapa CESP/TERRA-FOTOdoReservatóriodeRosana,SP:linha7492500=22°35'latitudeS. Iheringia.Sér.Zool.„PortoAlegre, (86): 39-44,4jun 1999 Usodaárea-de-vidaporumgrupodeLeontopithecuschrysopygus.. 43 IIIII JH33331f023 IIIIIIIII 2232222IH7613320* LEGENDA IIi 1:«7 I I FRUTOS ABRIGOS <? ] 1 GOMA Ü 743*0.0 7***0.0 7»3«U.O 7*6*0.0 7*7.0.0 7*t*0.0 T*9»0.0 7*0*0.0 711*0.0 752*0.0 733*0.0 71**0.0 733*0.0 Fig.2.Área-de-vidadogrupo(B)deLeontopithecaschrysopygusnoParqueEstadualMorrodoDiabo,Teodoro Sampaio,SP,emoutubrode 1986ajaneirode 1987,comasrotaspercorridas,afrequênciadeusocomnúmeros inseridosnossímbolos.Números 1-9,frequênciade 1-9; *,frequênciaentre 10a 15;#,frequênciaacimade 15;zonasembrancoentrerotas,áreasnãousadasnoperíodo;cruzeta1936,marconosolodacota262oulinha dedesapropiação. Iheringia,Sér.Zool.,PortoAlegre, (86): 39-44,4jun 1999 44 Albernaz;Ike-Yawana&Carvalho amplaszonasemmeiodaárea-de-vidaque,emboradeaspectofisionómicosemelhante, nãoforam usadas naocasião, talvezporfaltade atrativos noperíodo. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS Altamnn,J. 1974. Observationalstudyofbehavior: samplingmethods. Behavior. Leiden.49: 227-267. Carvalho,CT.;Albernaz,A.L.K.M.&Lucca,C,A.T.de. 1989. Aspectosdabionomiadomico-leãopreto (L. chrysopygus). Mammalia.Callithricidae. RevtaInst. Flor., SãoPaulo, 1(1): 67-83. Carvalho, C. T. & Carvalho, C. F. 1989. A organização social dos sauís-pretos, (Leontopithecus chrysopygusMikan),nareservaemTeodoroSampaio,SãoPaulo (PrimatesCallithricidae). Revtabras. Zool.,Curitiba 6(4): 707-717. CoimbraFilho,A.F. 1970a. Consideraçõesgeraisesituaçãoatualdosmicos-leões,Leontideuschrysomelas (Kuhl, 1820)eL. chn'sopygus(Mik., 1823)(Callithricidae,Primates). Revtabras.Biol.,RiodeJaneiro, 30(4):249-268. . 1970b. AcercaderedescobertadeL.chrysopygus(Mik., 1823)eapontamentossobresuaecologia. Revta bras.Biol.. RiodeJaneiro, 30(4): 609-615. . 1976. L. r. chrysopygus(Mikan. 1823). o mico-leãodoEstadode S. Paulo (Callithrichidae. Primates). Silv.,SãoPaulo(10): 1-36. Coimbra Filho. A. F. & Mittermeier. R. A. 1973. 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