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Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional Programa de Pós-Graduação em PDF

408 Pages·2012·1.89 MB·English
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Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social A Máquina do Mundo Variações sobre o Politeísmo em Coletivos Afro-Brasileiros Edgar Rodrigues Barbosa Neto 2012 A Máquina do Mundo Variações sobre o Politeísmo em Coletivos Afro-Brasileiros Edgar Rodrigues Barbosa Neto Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Antropologia Social. Orientador: Marcio Goldman Rio de Janeiro, fevereiro de 2012 ii A Máquina do Mundo Variações sobre o Politeísmo em Coletivos Afro-Brasileiros Edgar Rodrigues Barbosa Neto Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Antropologia Socia l. Aprovada por: __________________________ Marcio Goldman, Doutor, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN) (orientador) __________________________ Eduardo Viveiros de Castro, Doutor, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN) __________________________ Carmen Opipari, Doutora, École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) __________________________ Tânia Stolze Lima, Doutora, Universidade Federal Fluminense (UFF) __________________________ Vânia Zikán Cardoso, Doutora, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rio de Janeiro, fevereiro de 2012 iii BARBOSA NETO, Edgar Rodrigues A máquina do mundo: variações sobre o politeísmo em coletivos afro-brasileiros / Edgar Rodrigues Barbosa Neto. Rio de Janeiro, PPGAS – MN/UFRJ, 2012. 408 f. Tese de doutorado – Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGAS – Museu Nacional 1. Religiões Afro-Brasileiras. 2. Antropologia Social. 3. Politeísmo. 4. Tese. I. Goldman, Marcio. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional. III. Título Rio de Janeiro, fevereiro de 2012 iv Dedico este trabalho àquelas pessoas que o tornaram possível, permitindo, com muita generosidade, que eu conhecesse as „pequenas máquinas‟ cheias de deuses que compõem as suas vidas: Pai Luis da Oyá, Pai Mano de Oxalá e Mãe Michele da Oxum, Mãe Rita da Molambo v Agradecimentos Manoel de Barros, em célebre verso de seu Livro sobre nada, escreveu que não sai de dentro de si nem para pescar. Quanto a mim, que saio por muitas razões, concluí esta tese depois de um recolhimento do qual só consegui sair algumas vezes, e não para pescar, infelizmente. Antes disso, quando as saídas se acumulavam umas sobre as outras, e a rua, como dizia Pai Luis, era a minha segunda casa, reuni enormes dívidas, e com estes agradecimentos, à maneira dos sacrifícios destinados aos deuses, começo, muito vagarosamente, a pagar algumas delas. Agradeço inicialmente a Marcio Goldman, orientador da tese, por sua imensa criatividade, generosidade e a cuidadosa atenção que dispensou a esta pesquisa desde o seu começo. Esta tese é também um testemunho de admiração pelo seu trabalho e pela sua capacidade de inspirar tantas pesquisas. Com o mesmo espírito, agradeço a Eduardo Viveiros de Castro, em cujas aulas, textos e livros, sempre encontrei a mais profunda demonstração da potência imaginativa que anima a antropologia no que ela tem de mais fascinante. Tânia Stolze Lima me ouviu falar em algumas reuniões dos encontros de Sexta na Quinta e me ajudou muitíssimo com as suas observações. O seu trabalho sobre o perspectivismo indígena é uma fonte de estímulo fundamental para muito daquilo que se segue. Agradeço a Carmen Opipari, Vânia Cardoso, Olívia Gomes da Cunha e José Carlos dos Anjos por terem aceitado compor a banca, os dois últimos como suplentes. Agradeço também a Otávio Velho, que participou das duas bancas de qualificação. A CAPES, a FAPERJ e a FINEP por terem financiado uma parte da minha pesquisa de campo. Agradeço igualmente ao PPGAS, à sua coordenação e ao corpo de funcionários pela solicitude sempre demonstrada. Cecília Mello, Clara Flaksman, Gabriel Banaggia, Maria da Consolação Lucinda, Marina Vanzolini Figueiredo, Paula de Siqueira Lopes, têm sido, em momentos diferentes dos últimos anos, interlocutores estimulantes e grandes amigos. As várias conversas com Marina são também como uma aposta em um trabalho conjunto. Julia Sauma, com a mesma generosidade de sempre, revisou a tradução do resumo. vi Os lá de casa, os que integram, ou integraram, a „frente avançada da República dos Pampas‟, cúmplices incondicionais de bares e idéias, Cleyton Gerhardt, Letícia Ferreira, Liandra Caldasso, Laura Senna, e também aquelas, Graziele Dainese e Zina Benavides, que se aculturaram no devido tempo para obter a redenção. Agradeço em especial a Grazi, companheira de muitos momentos, amiga que admiro muito, por tudo aquilo que trocamos durante os últimos anos, e com quem tenho aprendido demais. Esta tese tem muito de nossas conversas. Na mesma jurisdição noturna, por todos os momentos bons, Eliane Oliveira, Fernanda Delvalhas Piccolo, Graciela Garcia, Janaína Simões, João Pinto, Naila Takahashi, Rita Pereira, Rosane de Oliveira, Valter de Oliveira. Por tudo e um pouco mais, as amigas de muitas horas, Dalila Müller, Dalila Hallal, Graça Nogueira, Graça Ramos, Renata Brauner Ferreira, Tânia Garcia. Agradeço também a Urania Sperling, por ter se dedicado, com muito empenho, à coordenação do colegiado quando a maioria de nós se ausentou. A Glaucia e à pequena Ana Laura, por terem sido, em tantos momentos, uma das minhas principais linhas de fuga. Suka Cortes me acompanhou durante a última fase da escrita deste trabalho, ajudando-me com idéias, e, sobretudo, apoiando-me com a sua presença e com a sua atenção. Adhemar Lourenço Junior, Edivânia e Lúcio Ferreira, Loredana Ribeiro, Rejane Jardim, Noris Leal e Carlos Ferreira, Rosane Rupert, Rosângela e Marquinhos, amigos e companheiros com quem tenho compartilhado momentos prazerosos e criativos. A minha querida amiga Leticia Mazzucchi Ferreira por tudo o que me ensinou durante o tempo em que trabalhamos lado a lado. A grande amiga Flávia Rieth, com quem tudo começou, há anos que não se contam mais. Este trabalho é como a lembrança de um tempo bom. A Maria Helena Santana, por nossas saudosas e instigantes conversas lá do início, e por ter me apresentado Josiane Maciel Carvalho Silva. vii Agradeço muito especialmente a Josi. Se não fosse por sua presença, a idéia deste trabalho talvez nunca me ocorresse. Gostaria que ela o lesse como testemunho de minha gratidão e de uma aventura que, durante anos, vivemos juntos. Meu amigo Alexandre Schiavoni, queridíssimo Valdir, lá no começo de 2006, leu atentamente o projeto original e fez sugestões que mantive comigo durante todos os anos que se seguiram. A Marília Kosby, Carla Ávila, Bianca Oliveira, Mario Maia, cujos trabalhos me forneceram valiosíssimas informações etnográficas, me ajudando a compor uma parte desse complexo e fascinante mundo afro-brasileiro. Tenho compartilhado tantas coisas com Carla e Marília que já nem sei mais o tanto que tem de cada uma delas no meu trabalho. Muito, certamente. Aos grandes amigos, cúmplices de tudo, „aqueles para quem a gente não precisa se explicar‟, Augusto Amaral, Ana de Sousa, Camilo Barbosa, Camila Hein, Pablo Albernaz. Eles são diretamente responsáveis por muitas das idéias que se seguem. Junto com eles, Jonas Klug, Renata Requião e Sérgio Pereira tiveram a paciência e a gentileza de me ouvir naqueles momentos, certamente inúmeros, em que precisei contar o que estava fazendo. Paulo Luz e Drica, queridos amigos que conheci lá na época do Governo da Frente Popular, foram interlocutores fundamentais em momentos específicos. Paulo, com seu jeito simples e generoso, e sua intransigente inteligência, sempre me inspirou. Este trabalho tem muito dele. No último ano, já durante a escrita da tese, meu amigo Francisco Pereira Neto, (o Kiko) tornou-se um interlocutor constante, atento, sempre oferecendo sugestões e críticas inteligentes. Com muita admiração e carinho, agradeço a meu grande amigo e compadre Marcos Borges da Silveira, com quem conversei inúmeras vezes sobre o trabalho, e com quem sempre pude contar. Junto com ele, Elisângela e Gabriela. Diferentes pessoas, em momentos também muito diferentes, leram partes deste trabalho ou então me escutaram falar sobre ele: Ana Carneiro Cerqueira, Beatriz Matos, Bianca Arruda Soares, Bruno Marques, Indira Caballero, Jose Antonio Kelly, Julia viii Sauma, Kleyton Rattes, Luciana França, Luis Felipe Benites, Marta Cioccari, Oiara Bonilla, Orlando Calheiros, Rogério Brites, Salvador Schavelzon, Thiago Niemeyer, Virna Plastino. Mais recentemente, pela reaproximação com antigos colegas do NER, Ari Pedro Oro, Bernardo Lewgoy, Carlos Steil, e também pela aproximação com outros recém chegados, Emerson Giumbelli, pude recolher impressões sobre alguns dos argumentos desta tese. Carlos Steil, que orientou a minha dissertação de mestrado, étambém um amigo sempre presente. Daniel de Bem, Elaine Guimarães, Rodrigo Toniol, colegas e amigos recentes, também eles do NER, com quem troquei, já na reta final, algumas idéias. Ao povo da religião, cuja sabedoria tem me ajudado a ver as coisas de outra maneira: Ademir do Ogum, Andréia da Iansã, Angélica da Iemanjá, Assis do Bará, Cacá do Bará, Claudio do Ogum, Dedé, Denise do Xangô, Fabiano do Xangô, Gérson do Xangô, Hugo do Xangô, Iuri do Xangô, Jean do Odé, Lediane da Obá, Lucas do Oxalá, Marcelo do Bará, Marcelo do Oxalá, Marcelo da Oxum, Marcos da Iansã, Márcia da Oxum, Márcio da Iemanjá, Marta do Ogum, Mateus do Odé, Nara do Xapanã, Pablo do Xangô, Paola da Iansã (in memoriam), Paula do Ogum, Rodrigo do Ogum, Teresinha, Théo da Iemanjá, Tio Caio, Vagner da Oxum, Vera da Iansã, Walesca da Oxum. A Marcia Lima, que me ajudou com uma informação muito importante sobre o material etnográfico. Aos amigos de Santa Vitória do Palmar, que me acolheram, com muita hospitalidade, em sua casa: Pai Luis do Oxalá e Vera da Oxum, Jonathan do Bará, Renato e Carol. Aos queridíssimos Jacson e Eva, a Chai, à pequena Sofia e ao seu irmão, que também é um pouco meu, Jhonatan. Ao meu grande amigo Diego da Oxum, parceiro de momentos excelentes. Ao lado dele, a sua família: Luis, Vera, Cristiano, Michele, Luca, Mateus e Patrick. Isabella Mozzillo revisou o texto com a minúcia de sempre, mas fez infinitamente mais do que isso. Ela me deu a perspectiva mais profunda de que na vida, de fato, tudo começa com um sim. Sim, sempre. ix Aos meus pais, Floriano e Odette, que em um momento especialmente difícil de minha vida, me deram apoio incondicional para que pudesse terminar com tranqüilidade esta tese. E também à Tita, ao Aldo, ao Marcelo, à Pocha, ao Fernando, à Margarete, à Lú, ao Rodrigo e à recentemente chegada Maria Carolina, o lado menor da família, por todos os nossos bons momentos. A todos os orixás, exus, caboclos, pretos-velhos, ciganos, eguns com os quais conversei e graças a quem pude escrever este trabalho. Agô! x

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