UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO NA ADOLESCÊNCIA: RELAÇÃO ENTRE AUTOEFICÁCIA SOCIAL E PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS Catarina Araújo Carreto MESTRADO INTEGRADO EM PSICOLOGIA (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde/ Núcleo de Psicoterapia Cognitiva-Comportamental e Integrativa) 2012 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO NA ADOLESCÊNCIA: RELAÇÃO ENTRE AUTOEFICÁCIA SOCIAL E PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS Catarina Araújo Carreto Dissertação, orientada pela Prof. Doutora Maria Isabel Real Fernandes De Sá MESTRADO INTEGRADO EM PSICOLOGIA (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde/ Núcleo de Psicoterapia Cognitiva-Comportamental e Integrativa) 2012 AGRADECIMENTOS No fim de uma longa jornada repleta de surpresas, desafios, obstáculos e aprendizagens, não posso deixar de agradecer a todos aqueles que me apoiaram e motivaram, pois sem eles decerto não teria percorrido este árduo e espinhoso caminho. As minhas primeiras palavras de agradecimento vão sentidamente para os meus pais e irmãos. Sem o vosso amor, carinho, apoio e confiança esta conquista não seria possível. Ao meu pai, Joaquim, agradeço a constante confiança nas minhas capacidades, o mimo e as suas palavras de incentivo, preocupação e conforto. Obrigado por nunca teres duvidado de que seria capaz de ultrapassar este último desafio. À minha mãe, Ana, por cuidar de mim aquando dos meus momentos de mau humor ou cansaço, pelo seu carinho, orgulho e confiança que sempre depositou em mim. Por fim, aos meus queridos irmãos, David e Diana, obrigado pelos momentos de riso, de afeto, de reflexão e pelas palavras de incentivo e apoio incondicional. Expresso o meu sincero agradecimento à Professora Doutora Maria Isabel de Sá pela sua preciosa orientação ao longo deste processo de construção, apoio genuíno e disponibilidade constante. Agradeço ainda a sua paciência e palavras de incentivo, os ensinamentos científicos e conhecimentos estatísticos, as críticas, questões e sugestões que me ajudaram a criar um trabalho do qual me orgulho. A concretização de uma ambição pessoal esconde os apoios, sugestões, comentários ou críticas vindas das pessoas que mais valorizamos. Deste modo, gostaria de agradecer aos meus amigos Nadine Navalho, Elsa Conde e Ana Isabel Silva companheiras ao longo de um curso pelos preciosos momentos de discussão de ideias, de partilha, de motivação e as preciosas gargalhadas. Ao Rafael Fernandes, Catarina Inácio, Sara Santos e David Conceição, amigos de longa data, obrigado por terem percorrido comigo este longo caminho, pelas longas conversas, pelo seu apoio incondicional e pelos momentos de descontração que tão preciosos e inspiradores foram para a elaboração desta dissertação e para o meu bem-estar emocional. Ao Nuno Henriques pela sua minuciosa revisão e correção, agradeço o seu apoio incondicional, paciência e boa vontade. i Devo um especial agradecimento à Joana Cunha, Rafael Fernandes e Nadine Navalho pela sua preciosa colaboração na procura da amostra da presente investigação e a todos os que, pacientemente, colaboraram no preenchimento dos questionários. Agradeço saudosamente ao meu melhor amigo Luís, que apesar de já não estar entre nós, me ensinou que os obstáculos são apenas oportunidades para nos desafiar e nos superar. Ao longo desta árdua tarefa foram as nossas memórias e a lembrança das suas palavras que me incentivaram a prosseguir quando me sentia perdida ou desmotivada. Com ele aprendi que não existem tarefas impossíveis desde que acredite que é possível. Desafiei-me e superei-me, este é o fruto do meu esforço que lhe dedico. Deixo ainda um especial agradecimento ao meu namorado Diogo, obrigado pelo seu apoio, pela sua paciência infinita, pela sua compreensão nas minhas longas ausências, pelo amor e carinho que me devota, pelas vezes em que amparou as minhas lágrimas de frustração e pelos momentos em que me fez acreditar em mim e me fez sorrir. Obrigado por teres iluminado esta caminhada. O meu sincero agradecimento a todos os meus amigos e família que apesar de não serem nomeados, sabem que contribuíram para a presente conquista, se o meu trabalho é hoje digno de menção é com toda certeza um fruto conjunto do meu esforço e do vosso precioso apoio. Gostaria ainda de expressar o meu agradecimento à Dra. Diana Almeida e ao Dr. Gonçalo Pereira pela sua preciosa colaboração na recolha da amostra da presente investigação. Agradeço também aos meus companheiros ao longo deste desafio, Andreia Cunha e Pedro Junot, pelos momentos de descontração, pela sua preciosa companhia ao longo das duras horas a enfrentar o nosso maior receio, o SPSS, e por terem aceitado partilhar a amostra das suas investigações. ii RESUMO O processo de socialização na adolescência coloca diversos desafios sociais e emocionais ao adolescente, o que torna pertinente compreender a forma como os adolescentes percecionam a sua capacidade para enfrentar e lidar com situações sociais e a sua influência no estabelecimento de relacionamentos interpessoais e ajustamento psicológico. O desenvolvimento de relacionamentos interpessoais adaptativos pode ser influenciado pela perceção que o adolescente tem da sua própria capacidade para interagir com o outro, autoeficácia social (Bandura, 1997), ou pela forma como se perceciona a si, aos outros e ao mundo, esquemas ou modelos internos (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1979/1982), conteúdo cognitivo acessível através dos pensamentos automáticos. Inserida nesta problemática, o presente estudo exploratório pretende analisar de que forma a relação entre os pensamentos automáticos negativos e positivos, e a perceção de autoeficácia social podem influenciar o ajustamento psicológico durante a adolescência. O presente estudo analisa esta relação numa amostra não-clínica de adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Para este fim foi necessário estudar a adequação linguística e as qualidades psicométricas das medidas psicológicas de perceção autoeficácia social (S-EFF) e de pensamentos automáticos negativos e positivos (CATS-N/P). Considerou-se ainda necessário o estudo das qualidades psicométricas da medida de ajustamento psicológico, questionário de capacidades e dificuldades para adolescentes (SDQ), devido à pouca acessibilidade de estudos empíricos que analisem a estrutura fatorial do instrumento na adaptação para a língua portuguesa. Os resultados encontrados suportam o pressuposto da existência de uma relação entre os pensamentos automáticos e a perceção de autoeficácia social. A confirmação do pressuposto permite retirar conclusões quanto à sua influência no comportamento do adolescente. Limitações, sugestões para futuras investigações e implicações do presente estudo no processo de intervenção psicoterapêutica são discutidas. Palavras-chave: Adolescência, Perceção de Autoeficácia Social, Pensamento Automáticos Negativos e Positivos, Ajustamento Psicológico. iii ABSTRACT The process of socialization in adolescence presents several social and emotional challenges to the adolescent, therefore it becomes relevant understanding the way adolescents perceive their own capability to confront and cope with social situations and its influence in establishing interpersonal and psychological adjustment. The development of adaptive interpersonal relationships may be influenced by the adolescent’s perception of his own ability to interact with others, social self-efficacy (Bandura, 1997), or by the way he perceives himself, the others and the world, schemas or internal models (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1979/1982), accessible cognitive content through the automatic thoughts. In this issue, the present exploratory study intends to examine the way in which the relation between the positive and negative automatic thoughts and the perception of social self-efficacy may influence the psychological adjustment during adolescence. This study analyzes this relation in a non-clinical adolescent sample, aged between 12 and 18 years. For this purpose it was necessary to study the linguistic adequacy and the psychometric properties of the psychological measures of perceived social self-efficacy (S-EFF) and positive and negative automatic thoughts (CATS-N/P). We judged necessary to study the psychometric properties of the measure psychological adjustment, the strengths and difficulties questionnaire for adolescents (SDQ), due to the poor accessibility of empirical studies that examine its factor structure in the Portuguese adaptation. The obtained results support the hypothesis of a relationship between the automatic thoughts and the perception of social self-efficacy. The confirmation of this hypothesis allows us to draw conclusions on its influence in the adolescent’s behavior. Limitations, suggestions for future investigations, and implications of this study on the process of psychotherapeutic intervention are discussed. Keywords: Adolescence, Perception of Social Self-Efficacy, Positive and Negative Automatic Thoughts, Psychological Adjustment. iv ÍNDICE Resumo ........................................................................................................................... iii Abstract ........................................................................................................................... iv Introdução ........................................................................................................................ 1 Revisão de Literatura ...................................................................................................... 4 Desenvolvimento e Ajustamento psicológico .......................................................... 4 Fundamentos cognitivos e Atribuição de significado ............................................. 7 Organização da estrutura cognitiva ..................................................................... 9 Crenças de Autoeficácia .................................................................................... 11 Perceção de autoeficácia social ................................................................ 13 Desenvolvimento das crenças de autoeficácia social ............................... 16 Perceção de autoeficácia social no ajustamento psicológico ................... 17 Pensamentos Automáticos e Ajustamento Psicológico ......................................... 19 Método ............................................................................................................................ 23 Objetivos de Investigação ...................................................................................... 23 Participantes ........................................................................................................... 24 Medidas Psicológicas ............................................................................................. 25 Procedimento de Aplicação.................................................................................... 29 Procedimento Estatístico ........................................................................................ 30 Resultados ...................................................................................................................... 32 Estudo das qualidades psicométricas dos instrumentos de medida psicológica .... 32 Análise das relações encontradas entre as variáveis em estudo ............................. 41 Análise Multivariada da Variância (MANOVA) ................................................... 44 Discussão e Conclusão ................................................................................................... 48 Limitações do estudo e Futuras investigações ...................................................... 60 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 62 v ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Mapa conceptual ............................................................................................. 23 vi ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Caracterização da amostra .............................................................................. 25 Tabela 2. Análise fatorial exploratória da escala S-EFF ................................................ 34 Tabela 3. Média, desvio-padrão, consistência interna e intercorrelações das subescalas da escala S-EFF (n = 406) .............................................................................................. 35 Tabela 4. Análise fatorial exploratória da escala CATS-N/P ......................................... 36 Tabela 5. Média, desvio-padrão, consistência interna e intercorrelações das subescalas da escala CATS-N/P (n = 369) ........................................................................................ 38 Tabela 6. Análise fatorial exploratória do questionário SDQ ........................................ 40 Tabela 7. Análise descritiva, consistência interna e intercorrelações do questionário SDQ (n = 408) ................................................................................................................. 41 Tabela 8. Correlações entre as subescalas da escala S-EFF e CATS-N/P (n = 362) ...... 42 Tabela 9. Correlações entre as subescalas da escala S-EFF e SDQ (n = 400) ............... 43 Tabela 10. Correlações entre as subescalas da escala CATS-N/P e SDQ (n = 365) ...... 44 Tabela 11. Análise das diferenças entre os grupos etários e o sexo nas subescalas da S-EFF ............................................................................................................................... 45 Tabela 12. Análise das diferenças entre os grupos etários e o sexo nas subescalas da CATS-N/P ................................................................................................................... 47 vii ÍNDICE DE ANEXOS Anexo A. Protocolo de Aplicação e Instrumentos de Medida Psicológica Anexo B. Consentimento Informado para Encarregados de Educação viii
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