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Tomás de Aquino e Paulo Freire PDF

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******ebook converter DEMO Watermarks******* ******ebook converter DEMO Watermarks******* ÍNDICE Prefácio Homenagem mais que merecida Razão deste livro Parte I - Visão global 1. Releitura criativa da história 2. Prioridades e desafios Parte II - Tomás de aquino Diante da crise cultural, política e religiosa da cristandade 3. Tomás de Aquino 4. Contexto histórico das universidades nascentes Parte III - Paulo Freire: Filosofia da educação integral e método pedagógico libertador 5. Pioneiro de uma educação integral, criativa e libertadora 6. Opções e posições de Paulo Freire Parte IV - Tomás de Aquino e Paulo Freire 7. Tomás e Paulo 8. Recepção parcial e seletiva do legado inovador Parte V - Sonhos e projetos de renovação libertadora pela educação 9. Sonhos e projetos de Tomás de Aquino e Paulo Freire 10. Conclusão Bibliografia Coleção Dialogar Ficha Catalográfica Notas ******ebook converter DEMO Watermarks******* PREFÁCIO O livro de Frei Carlos começa com um título lindo e provocante, porque realista e poético ao mesmo tempo. Valoriza o que impregna e caracteriza o “si próprio” do autor e da sua longeva vida: a verdade histórica, a inteligência, a maestria no fazer, o amor pela educação humanista e o respeito pela historicidade. Digo isso não apenas pela leitura deste livro. Conheci o autor quando eu tinha quinze anos de idade, e ele, tendo “aterrissado” no Recife dos anos cinquenta, foi convidado por meus pais, Aluízio e Genove Araújo, para ser o capelão e professor de religião (católica, obviamente) do educandário de propriedade deles, o Colégio Oswaldo Cruz. Entrou para a história do Colégio depois de Paulo Freire ter ido para o SESI. Não se cruzaram por lá, um não sabia do outro. Padre Josaphat não se demorou no Recife. Progressista demais, a ordem religiosa da qual então fazia parte o removia para lá e para cá, na tentativa de que esquecesse que educação se faz com dedicação, cuidado, inteligência, maestria e amor, segundo os ditames dos contextos da realidade social, para tornar meninos e meninas felizes, curiosos e orientados no sentido de se engajarem na luta por um mundo melhor. Assim, não deveriam permanecer parados no tempo, apenas no mundo, mas com o mundo. Ao contrário, “os outros” acreditavam que educação se faz para a fé, para a obediência, para a perpetuação-permanência das seculares crenças religiosas e sociais. Para a não mudança. Os anos se passaram e quis o “destino” – quis Deus? – que Paulo e frei Carlos se encontrassem fisicamente num dos momentos mais bonitos e da maior ebulição intelectual e social da história do Brasil. Estiveram juntos na luta por um país de todos e todas. Paulo, trabalhando no Programa Nacional de Alfabetização, do governo Goulart, formando monitores/as para a ******ebook converter DEMO Watermarks******* alfabetização, fazendo conferência e dando entrevistas pelo país todo sobre cultura e educação; e frei Carlos no comando do jornal Brasil Urgente, de comunicação político-social-crítica, das Perdizes, em São Paulo, “incendiando” o Brasil. Infelizmente foram ambos destroçados pelo golpe civil-militar que nodoou o nosso país e feriu profundamente o nosso povo em 1964. Separados, só se encontrando na Suíça, nos anos 70, Paulo em Genebra, e frei Carlos em Friburgo, caminharam juntos, cada um a seu modo, no sonho de uma educação para a tolerância, para o respeito, para a justiça, para a solidariedade e para a humanização de todos e todas, independentemente de classe social, gênero e local de nascimento. Educação pela conscientização de todos e todas, para que pudessem se saber na condição de sujeitos da história, e não apenas de objeto, e dela se apropriarem. Neste livro, frei Carlos estudou as posições, as doutrinas e as sugestões de São Tomás de Aquino e de Paulo Freire para a existência de seres humanos como sujeitos éticos, sérios e felizes. O leitor certamente ficará curioso em saber e refletir sobre questões nas quais eles coincidiram, tangenciaram-se e se antagonizaram. Convido o leitor e a leitora a fazerem a sua busca, sem nenhuma ajuda minha. Deixarei o leitor e a leitora se envolverem nessa leitura instigante: como comparar dois homens que viveram separados por milênios, por formação e culturas tão diferentes, porém estando, em pleno século XXI, unidos pelas suas propostas de uma educação para o cumprimento da vocação ontológica dos seres humanos? Como viúva e conhecedora do corpo, da alma e da inteligência de Paulo, e sobretudo porque pouco conhecedora das ideias e obras do santo dominicano, eu mesma, repito, vou fugir dessa tarefa que os leitores terão de fazer com o livro, com o autor, com sua curiosidade epistemológica. Vou me ater a dizer algumas poucas palavras sobre o homem a quem amei profunda e verdadeiramente. Conhecendo-me desde adolescente, o autor se refere a mim várias vezes neste livro, exatamente sobre essa minha virtude de ******ebook converter DEMO Watermarks******* saber amar; de ser solidária com o meu parceiro de alegrias e dores, de buscas do saber e de sua socialização para o bem comum; de ser companheira verdadeira. Na verdade, era-me, e é- me ainda hoje fácil amar Paulo. Sua presença irradiava o bem, a valorização e a crença no outro/a, o bom humor, a aceitação das fraquezas alheias (e das próprias), a capacidade de escutar para aprender, a necessidade da convivência, do toque e de admirar a beleza do mundo com quem amava! De todos os reconhecimentos que frei Carlos fez de mim como mulher de Paulo, um deles o recebi com emoção e homenagem extrema. É uma transcrição neste livro de um trecho da biografia de Paulo que eu escrevi, rememorando-o depois de morto: Ouso transcrever aqui a sentença, poética e quase mística, com que Ana Maria Araújo Freire, ao ver que Paulo tinha partido, o canonizou, contemplando seu rosto inanimado: “Cara mansa, quase sorrindo, parecia que via Deus. Ao Deus que ele tanto serviu como bom cristão. Como o educador ético e político. Como o educador dos oprimidos e das oprimidas. Como o teólogo da libertação”.[1] Frei Carlos, muito obrigada, sinto-me verdadeiramente honrada com este livro, sobretudo por ter posto Paulo Freire, meu marido, ao lado, no mesmo nível de admiração – seria pretensão minha dizer que acima, sem com isso ter cometido o senhor nenhum pecado – do seu tão venerado São Tomas de Aquino! Ana Maria Araújo Freire (Nita) São Paulo, 24 de fevereiro de 2015. ******ebook converter DEMO Watermarks******* HOMENAGEM MAIS QUE MERECIDA Este livro é especialmente dedicado aos educadores e educadoras. É uma homenagem a todos que aí vivem lutando e labutando para realizar o sonho de Paulo Freire e as aspirações vividas e esboçadas por Tomás de Aquino: “resgatar o mundo pela educação”. Por um imperativo do coração, permitam-me priorizar as professoras. Foram as primeiras que me pegaram pela mão e prepararam para um dia encontrar Tomás de Aquino e Paulo Freire. Os nomes encantam, esbanjando delicadeza e felicidade. Uma se chamava Feliciana. Outra, Benigna. E outra, Celeste. Com elas, aprendíamos que nosso país já passou por uns maus pedaços de história. Todo mundo tinha escravo. E a desigualdade enfeava tudo em toda parte. Tudo falho ou minguado. O trabalho, o salário, o cuidado com a saúde, o pão, a roupa, a casa. E coitadas das regiões largadas do Nordeste e das pessoas humildes do sertão. “Mas agora, – retomavam essas mestras com muito carinho e algum entusiasmo –, agora, meninas e meninos queridos, vocês vão crescendo em uma pátria que está se educando. Está progredindo na civilização e em tudo”. E, deixando desabrochar aquele incansável sorriso delas, sentenciavam apontando para os gestos de gentilezas que nos ensinavam: “É por isso que as meninas se assentam junto com os meninos, sem diferença de cor nem de fortuna”. Que beleza, a igualdade, o amor, a ternura, a dedicação para fazer todos e todas felizes. Obrigado, Dona Feliciana, Dona Benigna, Dona Celeste. As senhoras rebateram em nós o machismo hereditário. E se afanavam em nos introduzir no reino do social, na história, na esperança e na militância da justiça e da paz. E como esquecer aquela que está colaborando neste livro, a secretária, a “afilhada” de Paulo Freire, a qual estava ao seu lado quando ele partiu para alfabetizar os anjos, como se diz lá no ******ebook converter DEMO Watermarks******* Pernambuco. É a Professora Lílian Contreira, uma afetuosa e muito competente discípula de Paulo Freire e bastante fã de Tomás de Aquino. Ela merece enfeixar o prólogo da gratidão, da amizade e da esperança — inaugurando este livro de conversa e aprendizagem com os dois pioneiros da inteligência e mestres do estudo integral e libertador. ******ebook converter DEMO Watermarks******* RAZÃO DESTE LIVRO Dialogar com quem questiona os rumos da história A ideia deste livro acompanha caprichosamente o autor desde umas tantas dezenas de anos. Certas ideias, de início desprovidas da clareza, que em vão Descartes lhes prescreve, surgem assim, no claro-escuro, imitando o verde elã escondido que faz nascer a relva e desabrochar as rosas. E não se cansam de dar sinais de sua presença em ocasiões de decidir do que entra no computador e partirá depois em busca de um público amigo. A bem dizer, não se impõem. Mas, com jeito, dão de crescer, de ocupar e mobiliar espaço, contando com a discreta conivência dos neurônios, mestres em adivinhar os toques do coração. Não dá mesmo para resistir. O jeito é escrever o livro. Ele já se anunciava como projeto discreto em um escrito de 1999: Como seria interessante confrontar Tomás de Aquino e Paulo Freire. A doutrina medieval do primeiro é uma visão original e criativa, fundada em uma metafísica do conhecimento, fiel à grande tradição filosófica e atenta à observação do dinamismo da inteligência. Paulo Freire redescobre e até inventa simplesmente uma pedagogia integral e dinâmica, enraizada no contexto latino-americano, mas abrindo-se a um universalismo concreto e aos problemas da realização da liberdade e cidadania para a humanidade nesta era da globalização. Estão aí dois mestres, separados no tempo e no espaço. Mas balizam e iluminam os nossos caminhos rumo à Nova Era do Espírito.[1] Uma vez esse conjunto de temas investigado e analisado na vida, nas atividades, nos escritos dos dois mestres, percebe-se que os campos se alargam, pois eles reclamam ser reconhecidos como empenhados em renovar o mundo, em promover a educação integral e libertadora. Será, então, preciso que suas mensagens, seus projetos, seus ideais e seus sonhos sejam confrontados com as tendências, opções e posições similares, que avançam com o ******ebook converter DEMO Watermarks*******

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