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Tese Celso Revista PDF

124 Pages·2014·3 MB·Portuguese
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Celso de Moraes Vergne A TRAMA DA BESTA: a construção cotidiana do genocídio do negro no Rio de Janeiro Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em em Psicologia da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Psicologia. Orientadora: Profa. Junia de Vilhena Rio de Janeiro Março de 2014 Celso de Moraes Vergne A TRAMA DA BESTA: a construção cotidiana do genocídio do negro no Rio de Janeiro Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Psicologia Clínica) da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Profa. Junia de Vilhena Orientadora Departamento de Psicologia - PUC-Rio Profa. Maria Helena Rodrigues Navas Zamora Departamento de Psicologia - PUC-Rio Profa. Sonia Maria Giacomini Departamento de Sociologia - PUC-Rio Prof. Adair Leonardo Rocha Departamento de Comunicação - PUC-Rio Profa. Ana Cleide Guedes Moreira Departamento de Psicologia Social e Escolar - UFPA Profa. Denise Berruezo Portinari Coordenadora Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro de Teologia e Ciências Humanas – PUC-Rio Rio de Janeiro, 28 de março de 2014 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e da orientadora. Celso de Moraes Vergne Graduou-se em psicologia na Universidade Federal Fluminense - UFF, em 2000. Antes da graduação e desde então tem trabalhando junto a grupos historicamente marginalizados, que vivem nas favelas, periferias do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, onde também reside. Hoje atua como Psicólogo na rede de Saúde Mental, em um município desta região e na Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Ficha Catalográfica Vergne, Celso de Moraes A trama da besta: a construção cotidiana do genocídio do negro no Rio de Janeiro / Celso de Moraes Vergne; orientadora: Junia de Vilhena. – 2013. 124 f.: il. (color.); 30 cm Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Psicologia, 2013. Inclui bibliografia 1. Psicologia – Teses. 2. Racismo. 3. Genocídio. 4. Cotidiano. 5. Construção de Sujeito. 6. Produção de Subjetividade. 7. Narcisismo. 8. Psicanálise. I. Vilhena, Junia de. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Psicologia. III. Título. CDD: 150 Às muitas pessoas que tem sofrido pelo medo e pelo silencio de uma sociedade que se alimenta da morte. Agradecimentos À minha Orientadora, Profª Junia de Vilhena, pela compreensão e direção a todo o momento, pois sem ela não teria chegado até aqui. À PUC-Rio, pela bolsa concedida pela Vice-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, sem a qual este trabalho não poderia ser realizado. À minha esposa, Sandra Gurgel, por ter se apaixonado por este louco autor. A João Cândido, meu filho, que veio a este mundo no começo desta tese, para trazer sorriso e carinho para tantas pessoas. À Profª Maria Helena Zamora pela direção de ideias e amizade desde os tempos de graduação. A Marina Lobo Artigas, pela confiança no compartilhar de vida, que me mostraram a riqueza das vidas esquecidas desta cidade. A Roberta Federico, pelo apoio e troca de ideias quando esta tese ainda estava no nascimento do projeto. Às minhas amigas Andris Cardoso e Joyce de Paula, pela amizade e apoio nos momentos de tempestade. A Carina Pacheco pela amizade e compreensão nas ausências no trabalho, nas últimas semanas de escrita desta tese. A minha família que, mesmo em meio às confusões do cotidiano, me permitiram ver que a vida pode ser melhor e mais justa para todos. Resumo Vergne, Celso de Moraes; Vilhena, Junia de. A Trama da Besta: a construção cotidiana do genocídio do negro no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2014. 124p. Tese de Doutorado - Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. A história brasileira remete a insistentes acontecimentos, fatos e propostas de nação que evidenciam a rejeição da população negra, apesar de sua incorporação como pessoa subalterna. Há a existência de teorias que poderiam entrar em conflito, mas que se harmonizam na vivência cultural brasileira: assim existem posições teóricas que apontam para a eliminação do negro pela mistura, que convivem com as propostas eugênicas de purificação racial, como concordavam personalidades públicas como Monteiro Lobato e Roquete Pinto. No caso do Rio de Janeiro temos ainda convivido com práticas de extermínio que permanecem ainda nos dias de hoje, em especial nos bairros pobres da capital, favelas e Baixada Fluminense. No entanto a prática do extermínio é apenas o limite extremo de uma rejeição social e de um consentimento na eliminação de negros e pobres. Ao consentimento da eliminação relaciono a prática de genocídio consentido e realimentado no cotidiano das relações dos habitantes da metrópole. A morte é o resultado final das rejeições vividas pela população negra, muitas vezes também reprodutora e consentidora destas eliminações. Este trabalho, a partir de uma análise de bricolagem da metrópole, a partir de cenas capturadas do cotidiano, busca apresentar os impasses do cotidiano, entre o desejo e o afeto, que nos constituem como sujeitos, que acabam por dar sustentação à prática de genocídio negro em um clima de suposta harmonia racial. Palavras chave Racismo; genocídio; cotidiano; construção de sujeito; produção de subjetividade; narcisismo; psicanálise. Abstract Vergne, Celso de Moraes; Vilhena, Junia de (advisor). The plot of the beast: the daily construction of the genocide of black people in Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2014. 124p. Doctoral thesis - Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Brazilian history refers to persistent nation events, facts and proposals that evidence rejection to the black population, in spite of their incorporation as subordinate person. There are theories that could enter into conflict, but that harmonize in Brazilian cultural experience; thus there are theoretical positions that point to the elimination of negroes by mixing, which cohabit with eugenic proposals of racial purification, accepted by public personalities such as Monteiro Lobato and Roquete Pinto. In Rio de Janeiro, for instance, we have always cohabited with extermination practices that remain until the present times, especially in needy neighborhoods of the capital, in slums and at the Baixada Fluminense. However, the practice of extermination is only the extreme limit of a social rejection and of a consent to the elimination of negroes and paupers. I relate the practice of consented and refed genocide in day to day relations of inhabitants of the metropolis to the consent of elimination. Death is the final outcome of rejections lived by the negro population, often also reproducer and complaisant to these eliminations. This work, as of a bricolage analysis of the metropolis, as of scenes captured from the daily life, seeks presenting the deadlocks of daily life, between desire and affection, which constitute us as subjects, who end up supporting the practice of negro genocide in an atmosphere of supposed racial harmony. Keywords Racism; genocide; every day; construction of the subject; production of subjectivity; narcissism; psychoanalysis. Sumário 1. Introdução 11 2. Entrando nos territórios da produção da morte 15 2.1. Controle e Ordem 26 2.2. Porque falar de genocídio? 31 3. Os invisíveis rostos negros da história brasileira 43 3.1. A fé tem cor? 63 3.2. O negro como lugar do mal 65 3.3. A Normalidade da Escravidão 68 4. A Metodologia: Pesando a fumaça que se espalha no ar. 74 Andando nas ruas, olhando nos olhos, escutando a alegria e a dor das cores. 5. Transitando nos territórios de produção da morte 84 5.1. A Desvalorização pela Imagem 85 5.2. Na Baixada 90 5.3. Cenas da produção cotidiana da morte 99 6. Conclusão 110 7. Referências Bibliográficas 118 Lista de Figuras Figura 1 - “O inferno”, pintura portuguesa de autor anônimo de 1540 43 Figura 2 - A Redenção de Cam, quadro de Modesto Brocos, 1895. 48 Figura 3 - Pichações de símbolos nazistas na UERJ em janeiro de 2010 53 Figura 4 - Tabela com percentual de uniões por cor/raça, CENSO 2010 58 Figura 5 - Santinho de oração a São Miguel Arcanjo 67 Figura 6 - Fantasias de demônios negros do “Cãos de Jacobina” 68 Figura 7 - Cartilha do Ministério Público sobre funcionamento da Justiça 85 Figura 8 - Continuação da Cartilha sobre a Justiça 86 Figura 9 - Curso Delegacia Legal, 2008 86 Figura10 - Publicidade do Curso de Inglês You Move (Lázaro Ramos) 88 Figura 11 - Publicidade do You Move (Lázaro Ramos e Taís Araújo) 88 Figura12 - Curso WiseUp (Rodrigo Santoro) 88 Figura 13 - Site da ONG Terra dos Homens 89 Figura 14 - Central do Brasil na década de 50 92 Figura 15 - Primeira página do Jornal Extra, de 16 de abril de 2009 93 Figura 16 - Aumento dos Homicídios na Baixada Fluminense - O Dia 94 Figura 17 - Jornal Meia Hora nas operações da polícia 96 Figura 18 - Imagens da desumanização dos judeus pelo nazismo 97 Figura 19 - O Empata-porta da Supervia 97 Figura 20 - Santinhos Católicos 98 Figura 21 - Paróquia Santíssima Trindade em Nilópolis 98 Figura 22 - Pais de santo louros 100 Figura 23 - Evangelho da Prosperidade 101 Figura 24 - Jovem preso com tranca de bicicleta 103 Figura 25 - Execução na Capa do Jornal Extra 105 Figura 26 - Mortes no Morro do Juramento 106 Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. Evangelho segundo Lucas l. capítulo 6, versículos 41 e 42

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Aldous Huxley profeciava em Admirável Mundo Novo, em 1932, que .. Hoje, apesar da não proibição de capoeiras ou de candomblés, pelas forças.
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