1 A CONSTRUÇÃO VERBAL MARCADORA DISCURSIVA VLoc : UMA ANÁLISE MD FUNCIONAL CENTRADA NO USO Ana Cláudia Machado Teixeira NITERÓI 2015 2 A CONSTRUÇÃO VERBAL MARCADORA DISCURSIVA VLoc : UMA ANÁLISE MD CENTRADA NO USO Ana Cláudia Machado Teixeira Tese submetida ao programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Estudos de Linguagem. Orientadora: Profa. Dra. Mariangela Rios de Oliveira Coorientador: Prof. Dr. Eduardo Kenedy Nunes Areas NITERÓI 2015 3 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá T266 Teixeira, Ana Cláudia Machado. A construção verbal marcadora discursiva VLocmd: uma análise centrada no uso / Ana Cláudia Machado Teixeira. – 2015. 297 f. Orientadora: Mariangela Rios de Oliveira. Coorientador: Eduardo Kenedy. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Letras, 2015. Bibliografia: f. 290-297. 1. Análise linguística. 2. Língua portuguesa. 3. Verbo. 4. Advérbio. 5. Gramática. I. Oliveira, Mariangela Rios de. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Letras. III. Título. CDD 410 1. 371.010981 4 Ana Cláudia Machado Teixeira A CONSTRUÇÃO VERBAL MARCADORA DISCURSIVA VLoc : UMA ANÁLISE MD CENTRADA NO USO Orientadora: Profa. Dra. Mariangela Rios de Oliveira Coorientador: Prof. Dr. Eduardo Kenedy Tese submetida ao programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Estudos de Linguagem. Aprovada por: _________________________________________________ Presidente, Profa. Doutora Mariangela Rios de Oliveira _________________________________________________ Coorientador, Prof. Doutor Eduardo Kenedy Nunes Areas – UFF _________________________________________________ Prof. Doutor Tiago Timponi Torrent –UFJF _________________________________________________ Profa. Doutora Lilian Vieira Ferrari – UFRJ _________________________________________________ Profa. Doutora Marcia dos Santos Machado Vieira – UFRJ _______________________________________________ Prof. Doutor Marcos Luiz Wiedemer –UERJ/FFP 5 AGRADECIMENTOS Ao Mais Alto, pelo crédito, confiança e amor. Aos de Lá, que me despertam aqui. Aos meus pais, sem os quais não seria possível esta existência. Ao meu filho, meu querido Bruno, pela parceria, doação e amor, um Amor que não se mede... Ao meu amado Rogério Teixeira por tudo... A lista é grande, não cabe aqui. Ao Ozzy por ter se apresentado e apresentado para mim os desdobramentos do amor. À Mariangela, impressionante acadêmica, exuberante personalidade, por tudo o que isso representa na minha trajetória. A minha orientadora, Mariangela Rios de Oliveira e ao meu coorientador, Eduardo Kenedy, pela competência, doação e, em especial, pela paciência com meus limites. À amiga, Rossana Alves da Rocha, irmã de alma, pela presença constante na minha trajetória, inicialmente acadêmica, e por todas as trocas inestimáveis. À querida Ana Beatriz Arena, oceanos infinitos da conexão peixes-caranguejo, pela força amiga de sempre. À querida Milena Torres de Aguiar e ao professor-colega-exemplo Ivo da Costa do Rosário pela presença em minha vida. Aos queridos amigos do D&G, Alexsandra Ferreira da Silva, Éder Nicolau Alves Venâncio, Flavia Saboya da Luz Rosa, Geisa Nejaim Jordão, José Marcos Barros Devillart, Jovana Maurício, Monique Borges e Tharlles Lopes, pela alegria de estarem em meu caminho e pela participação valiosa em diversas circunstâncias dessa trajetória. À Yo e à Cida, pelo carinho, delicadeza e grande competência. À Flora e ao Céu que cruzaram meu caminho e me apresentaram a TAI, modificando-me por completo. 6 EPÍGRAFE Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça. Carlos Drummond de Andrade Só o que está morto não muda! Clarice Lispector 7 SUMÁRIO Introdução 12 1. Revisão da literatura 18 1.1 Estrutura argumental do predicado transitivo circunstancial 18 1.1.1 Verbo 26 1.1.2 Locativo 31 1.2 Marcadores Discursivos 45 2. Linguística Funcional Centrada no Uso 51 2.1 Quadro de trabalho 52 2.1.1 Gramática de construções 53 2.1.2 Fatores da arquitetura das construções 60 2.1.2.1Esquematicidade 61 2.1.2.2 Produtividade 62 2.1.2.3 Composicionalidade 63 2.2 Uma visão construcional da mudança 65 2.2.1 Mecanismos de mudança linguística 91 2.2.1.1 Neoanálise 91 2.2.1.2 Analogização 92 2.2.2 Tipos de mudanças linguísticas 93 2.2.2.1 Mudanças construcionais 95 2.2.2.2 Construcionalização 96 2.2.2.3 Relação entre mudanças construcionais e construcionalização 98 2.3 Co(n)texto: definição, tipos e correlações 99 3. Metodologia 120 3.1 A constituição dos corpora 120 3.1.1 Corpora diacrônicos 129 3.1.2 Corpora sincrônicos 130 3.1.3 Mecanismos de busca utilizados 130 3.2. Procedimentos de análise 132 3.2.1 Modelo de construção: base de análise 132 3.2.2 Sistematização das microconstruções nos níveis de esquematicidade 135 3.2.3 Fatores de análise dos micropassos da mudança: tipos de contextos 138 4. A hierarquia construcional da construção VLoc 141 MD 4.1De predicado a marcador: micropassos da mudança linguística 145 4.1.1 Contextos Fontes 147 4.1.2 Contextos Atípicos 166 4.1.3 Contextos Críticos 179 4.1.4 Contextos Isolados 193 8 4.2 Tipologia funcional dos marcadores discursivos VLoc 216 MD 4.2.1 Vem cá 224 4.2.2 Vá lá 226 4.2.3 Vamos lá 229 4.2.4 Espera aí e Espera lá 235 4.2.5 Está aí 242 4.2.6 Escuta aqui 244 4.2.7 Olha aí, Olha aqui e Olha lá 247 4.2.8 Vê lá 257 5 Desenho Experimental 262 5.1 Experimento 1: escolha de paráfrase 264 5.1.1 Variáveis e condições 265 5.1.2 Participantes 265 5.1.3 Materiais 265 5.1.4 Procedimentos 267 5.1.5 Resultados 267 5.2 Experimento 2: escala de aceitabilidade 269 5.2.1 Variáveis e condições 270 5.2.2 Participantes 271 5.2.3 Materiais 271 5.2.4 Procedimentos 273 5.2.5 Resultados 273 5.3 Experimento 3: seleção de segmentação 276 5.3.1 Variáveis e condições 277 5.3.2 Participantes 277 5.3.3 Materiais 278 5.3.4 Procedimentos 279 5.3.5 Resultados 280 5.4 Discussão dos resultados dos experimentos em conjunto 281 6. Considerações finais e encaminhamentos 286 Referências bibliográficas 290 9 Relação de figuras, quadros e tabelas Figura 1 Construção, segundo Croft (2001: 18) 56 Figura 2 Frequência Type e Token: inovação e convenção 63 Figura 3 Família de construção VLoc 81 MD Quadro 01 Classificação dos verbos segundo Martellota (2004), apresentada parcialmente 27 Quadro 02 Diferentes acepções dos verbos olhar e ver 28 Quadro 03 Dêiticos do português, reproduzido de Batoréo (2000: 438) 42 Quadro 04 Uso dos afixoides na VLoc 43 MD Quadro 05 Níveis de esquematicidade, segundo Croft & Cruse (2004) 57 Quadro 06 Níveis de esquematicidade VLoc 58 MD Quadro 07 Subtipos de injunção veiculados pela VLoc 114 MD Quadro 08 Constructos apresentados na seção 4.1, por tipo de contexto e século 123 Quadro 09 Total de ocorrências da combinação espera lá no CP 125 Quadro 10 Fatores de análise construcional, desenvolvidos a partir do modelo de Croft (2001) 134 Quadro 11 Distribuição da macroconstrução Vloc em níveis de esquematicidade 136 MD Quadro 12 Tipologia dos contextos envolvidos na mudança linguística, 138 segundo Diewald (2002) Quadro 13 Fatores de análise para cada tipo de contexto: nível geral 139 Quadro 14 Frequência token do constructo espera lá no CP 205 Quadro 15 Frequência do marcador espera lá nas 15 primeiras páginas do Google 206 Quadro 16 Distribuição das mesoconstruções daVLoc 217 MD Quadro 17 Elo de correspondência simbólica de vem cá 225 Quadro 18 Propriedades da forma e sentido do marcador contestativo-indagativo vem cá 226 Quadro 19 Elo de correspondência simbólica do marcador de concessão vá lá 228 Quadro 20 Propriedades da forma e sentido do marcador de concessão vá lá 228 Quadro 21 Elo de correspondência simbólica do marcador de mudança de turno/tópico vamos 232 lá Quadro 22 Elo de correspondência simbólica do marcador de exortação vamos lá 233 Quadro 23 Propriedades da forma e sentido do marcador de mudança de turno/tópico vamos 233 lá Quadro 24 Propriedades da forma e sentido do marcador de exortação vamos lá 234 Quadro 25 Elo de correspondência simbólica do marcador interruptivo-opinativo (es)per(a) 239 aí Quadro 26 Elo de correspondência simbólica do marcador interjetivo-opinativo (es)pera lá 239 Quadro 27 Propriedades da forma e sentido do marcador interruptivo-opinativo (es)per(a) aí 240 Quadro 28 Propriedades da forma e sentido do marcador interjetivo-opinativo (es)pera lá 241 Quadro 29 Elo de correspondência simbólica do marcador de constatação (es)t(a) aí 243 Quadro 30 Propriedades da forma e sentido do marcador de constatação (es)t(a) aí 243 Quadro 31 Elo de correspondência simbólica do marcador repreensivo-impositivo escuta 246 aqui Quadro 32 Propriedades da forma e sentido do marcador de repreensivo-impositivo escuta 246 aqui Quadro 33 Elo de correspondência simbólica do marcador repreensivo-provocativo olha aí 252 Quadro 34 Elo de correspondência simbólica do marcador repreensivo-asseverativo olha aqui 253 Quadro 35 Elo de correspondência simbólica do marcador repreensivo-advertido olha lá 253 10 Quadro 36 Propriedades da forma e sentido do marcador de repreensivo-provocativo olha aí 254 Quadro 37 Propriedades da forma e sentido do marcador de repreensivo-asseverativo olha 255 aqui Quadro 38 Propriedades da forma e sentido do marcador de repreensivo-advertivo olha lá 256 Quadro 39 Elo de correspondência simbólica do marcador repreensivo-preventivo vê lá 259 Quadro 40 Propriedades da forma e sentido do marcador de repreensivo-preventivo vê lá 260 Quadro 41 Descrição das sentenças do experimento 1 265 Quadro 42 Descrição das sentenças do experimento 2 271 Quadro 43 Descrição das sentenças do experimento 3 278 Tabela 01 Número de acepções dos verbos escutar, olhar e ver nos dicionários 28 Michaelis e Priberam Tabela 02 Distribuição do número de palavras do site “corpus do português”, por século, 122 origem e gênero Tabela 03 Distribuição dos dados do site corpus do português a partir das combinações 122 pesquisadas Tabela 04 Constructos no CP distribuídos por tipo de contexto 142 Tabela 05 Perfil dos participantes do experimento 1 265 Tabela 06 Resultado da sentença aceitável no experimento 1 268 Tabela 07 Perfil dos participantes do experimento 2 271 Tabela 08 Resultado da sentença aceitável no experimento 2 274 Tabela 09 Perfil dos participantes do experimento 3 277 Tabela 10 Resultado da sentença aceitável no experimento 3 281 Tabela 11 Resumo comparativo por marcador e experimento 283
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