Enquanto Bruno de Carvalho esteve à frente do Sporting, o clube conquistou mais de 450 títulos nacionais e regionais e 7 títulos europeus, em 33 modalidades – 2018 foi mesmo o ano com mais títulos nacionais e europeus da história de um clube em Portugal. Promoveu a reativação de modalidades como o hóquei em patins, o voleibol ou o futebol feminino – todas elas vitoriosas. Com Bruno de Carvalho, o Sporting aumentou o seu ecletismo, passando de 35 para 55 modalidades, e teve a maior representação de sempre em Jogos Olímpicos. Conseguiu títulos em modalidades como o andebol, o atletismo, o bilhar, a canoagem, o futebol, o futebol de praia, o futsal, a ginástica, o goalball, o golfe, o hóquei em patins, o judo, o karaté, a natação, o padel, o pool, o râguebi, o remo, o ténis de mesa, o tiro com arco e o tiro à bala, os trampolins, o voleibol e até nos chamados eSports e no paintball. Apostou, a nível nacional e internacional, no desporto adaptado. No futebol, conseguiu as três maiores vendas de jogadores da história do clube e a maior venda de sempre de um jogador português por um clube nacional. Criou o congresso internacional «The Future of Football», encabeçou a luta pela verdade desportiva, propondo a regulamentação da atividade dos fundos e a implementação do VAR, bateu-se pelo reconhecimento de Peyroteo como maior goleador nacional e dos 22 títulos do Sporting. Levou a cabo a primeira fase da Cidade Sporting (3 novos campos, pavilhão e rotunda) e o muito desejado Pavilhão João Rocha. Abriu a Loja Verde da Baixa de Lisboa, unificou a curva sul, criou o Sócio Num Minuto e aumentou exponencialmente o número de sócios do clube. Conseguiu o melhor contrato de direitos desportivos da história. Teve sempre resultados financeiros positivos, tanto no clube, como na SAD e implementou a importante restruturação financeira do Sporting. Bruno de Carvalho (1972) é licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Gestão e mestre em Gestão do Desporto – Gestão de Organizações Desportivas pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Tem, desde 2007, o Curso de Treinador de Futebol UEFA – Nível II, na Federação Portuguesa de Futebol. De 1994 a 2013 dedicou-se à gestão de empresas. Em 2009, fundou a Fundação de Solidariedade Social Aragão Pinto, da qual foi Presidente, e que tem como missão o apoio, desenvolvimento e integração social de crianças e jovens carenciados e deficientes. Entre 2008 e 2011, foi Vice-Presidente da Associação de Patinagem do Sporting. Foi Presidente do Sporting Clube de Portugal e da respetiva SAD de 2013 a 2018. É titular de 12 014 ações no capital social da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD. Luís Aguilar (1982) começou por estudar Antropologia, mas foi através do jornalismo que desenvolveu os seus primeiros trabalhos e o gosto pelos livros. É autor de mais de uma dezena de obras, entre as quais se destacam a biografia de Paulo Futre, El Portugués (parte I, 2011, e parte II, 2012), Jogada Ilegal (2013), Mourinho Rockstar (2014), Aposta Suja (2015), FIFA Nostra (2016) e este Sem Filtro (2019), publicado pela Contraponto. Ao longo do seu percurso, tem colaborado com diversos órgãos de comunicação social nacionais e internacionais. Atualmente, é comentador desportivo na TVI e TVI24 e colunista do Record, Sábado e Playboy. Título: Sem Filtro – As Histórias dos Bastidores da Minha Presidência 1.ª edição em papel: fevereiro de 2019 Autor: Bruno de Carvalho com Luís Aguilar Revisão: Luísa Pinho Design da capa: Rui Rodrigues Fotografia da capa: Mário Santos © 2019, Bruno de Carvalho e Contraponto [Todos os direitos para publicação desta obra reservados por Contraponto.] Contraponto Editores é uma chancela de Bertrand Editora. Contraponto. Rua Prof. Jorge da Silva Horta, n.° 1 1500-499 Lisboa [email protected] Tel. 217 626 000 ISBN: 978-989-666-225-7 INTRODUÇÃO Está na hora de todos saberem o que se passou durante os cinco anos e meio em que fui presidente do Sporting Clube de Portugal. Este é um livro que revela muitos episódios inéditos sobre esse período da minha vida. Sem filtro. Lembro aqueles que me acompanharam neste trajeto, mas também todos os outros que fizeram oposição interna e não descansaram enquanto não nos viram fora do clube. Esta é uma história sobre todos eles. E sobre jogadores. E sobre treinadores. Sobre os rivais e os bastidores, nada bonitos, do futebol português. E sobre os ataques à Academia. Uma história com muitas traições e deslealdades. Mas também com muito amor. O meu amor pelo Sporting. Tudo começou em 1978, quando eu tinha apenas seis anos. O meu pai levou-me ao antigo Estádio José Alvalade e eu apaixonei-me pela primeira vez. Regresso muitas vezes a esse momento. Em todas elas, continuo a sentir o coração a bater acelerado. Volto a ter aquela alegria da criança que ainda vive dentro de mim. Foi ali, naquele momento, que descobri o meu sonho: ser presidente do Sporting. Os anos foram passando e preparei-me para alcançar esse objetivo. Vivi o clube de todas as formas: como adepto e sócio, no estádio e nos pavilhões. Criei a Fundação Aragão Pinto, formei-me em gestão, fiz o mestrado em gestão de organizações desportivas e tirei o curso de treinador. Passos importantes no meu crescimento e no apurar do meu sentido de responsabilidade. Em 2011, formei uma equipa e candidatei-me à presidência pela primeira vez. Com estranheza e muito pesar, não foi ali que pudemos dar o primeiro passo em direção àquela que seria a nossa missão: gerir com transparência e sucesso o clube e devolvê-lo aos sportinguistas. Resilientes, não baixámos armas. Mas tivemos de esperar e assistir à pior situação financeira e desportiva na história do nosso clube. Em 2013, recandidatámo-nos e iniciámos a nobre missão que os sócios nos confiaram. Durante a nossa liderança, fomos capazes de transformar o Sporting. Em 2018, quando nos afastaram, deixámos um clube muito mais forte do que aquele que encontrámos. Revitalizámos o Sporting. Trabalhámos na sua recuperação económica, financeira e desportiva, pagando dívidas e salários em atraso, readquirindo passes de jogadores e devolvendo aos sportinguistas as modalidades que fazem parte do seu ADN. Construímos património, tornámos o clube mais eclético e aumentámos exponencialmente o número de associados. Também lutámos sempre por um futebol português mais verdadeiro e transparente. Em todas as frentes: Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Federação Portuguesa de Futebol, Assembleia da República, FIFA e UEFA. Voltámos a recuperar o respeito internacional e devolvemos aos sócios e adeptos o orgulho em ser sportinguista. Vibrámos todos juntos. A obra que eu e a minha administração executámos, em conjunto com muitos sportinguistas que acreditaram em nós, foi tão vasta e estruturante que é impossível escondê-la ou escamoteá-la, por mais que alguns tentem fazê-lo. Neste livro, porém, falo ao caro leitor em nome individual. Da minha experiência pessoal. Sem esconder nada sobre um período em que travei imensas batalhas e mexi com muitos interesses financeiros. Interesses perigosos. Desde o início do meu mandato, percebi que existiam duas possibilidades: juntar-me a esses interesses, ou juntar-me aos sócios do Sporting. Escolhi os sócios. Escolhi a defesa intransigente do que era melhor para o clube. Esses poderes, contudo, não iriam ficar de braços cruzados. Acredito que subestimei a capacidade de manipulação de alguma comunicação social e daqueles que a comandavam. Fui demasiado voluntarioso e pouco precavido. E houve quem se aproveitasse disso para transformar o meu sonho de criança num pesadelo de adulto. Um pesadelo que ainda não acabou. Mas enquanto aguardamos pelo final dessa história, está na hora de lhe contar alguns dos momentos mais marcantes que vivi enquanto presidente do Sporting Clube de Portugal. Sem filtro. Sempre sem filtro. Venha comigo. 1. «RENOVO OU VOU-ME EMBORA!» A situação estava descontrolada. «Não tenho cabeça para fazer o jogo. Preciso de saber já se renovo ou então na segunda-feira vou-me embora.» Foi assim que Jorge Jesus se dirigiu a mim, em pleno estádio do Braga, cerca de 15 minutos antes do último jogo da época 2015/2016. Ainda podíamos ser campeões, caso vencêssemos o nosso desafio e o Benfica não ganhasse ao Nacional, mas o Jorge achou que aquele seria o momento certo para negociar a sua renovação, apesar de ainda ter mais uma época de contrato com um salário anual bruto de 5 milhões de euros. Fiquei estupefacto com aquela atitude e não o escondi: «Jorge, mas vamos falar nisso agora? O jogo está quase a começar.» «Pois, mas não estou com cabeça», insistia. «Têm de falar já com o meu agente. Preciso de receber um telefonema dele a dizer que está tudo bem. Ou então segunda-feira vou para outro lado porque tenho clubes interessados. O Porto diz que paga o valor para eu sair e vou- me embora.» Perguntei-lhe o que queria, mas ele continuava a responder num tom desesperado: «Não, eu não falo de valores. Isso é com o meu agente. Mas tenho de saber já.» Saio dali a correr para o estacionamento, porque fiquei enervado com aquilo tudo e queria fumar um cigarro. É nesse momento que ligo a Costa Aguiar, o empresário do Jorge: «Então, mas o que é que ele quer?», perguntei. Do outro lado vem a resposta: «O homem não está bem. Quer 8 milhões, precisa de 8 milhões, têm de ser 8 milhões.» E não saía daquilo. Parecia um disco riscado a falar da verba que Jesus exigia. «Se não tiver os 8 milhões, ele vai-se embora, porque diz que tem outras ofertas.» «E tem mesmo?», voltei a questionar. «Não sei, não faço ideia, mas o homem já me ligou. E, olhe, está a ligar outra vez. Eu não sei, o presidente é que sabe, o presidente é que escolhe, mas ele está a insistir, a insistir. Olhe, presidente, faça o que achar melhor.» Acabei por dizer que sim, porque o jogo estava quase a começar e porque o meu treinador me tinha dito que não tinha condições para orientar a equipa num jogo que podia ser decisivo. E foi aqui, com a possibilidade de sermos campeões, que me senti de mãos atadas com toda aquela chantagem. E, sinceramente, a época tinha corrido muito bem. Seria um desastre para o Sporting ficar sem ele naquela altura. Os sócios não iriam perdoar-me. Voltei a subir ao estádio, entrei no balneário e o Jorge já estava a fazer o abraço de equipa (ao qual também me juntei), mas completamente calmo, como se nada tivesse acontecido. Sem drama nenhum. Pela reação dele, percebi que o agente já lhe tinha ligado a dizer que eu aceitava as condições impostas daquela forma completamente inusitada. Fizemos o jogo, ganhámos 4-0 ao Braga, não fomos campeões porque o Benfica também venceu e regressámos a Lisboa. É assim que se dá o início da renovação com Jorge Jesus. Através de uma atitude desesperada, a pouco tempo de começar um jogo que poderia ser decisivo. Também é bom lembrar que nesta altura eu não tinha qualquer contacto com Pinto da Costa, presidente do FC do Porto, de quem mais tarde fiquei amigo. Ou seja: não havia hipótese de confirmar se o que o Jorge dizia era verdade. E ele sabia disso. Sobretudo ali, naquele momento, a poucos minutos de se iniciar o jogo. É importante salientar que até aqui não havia qualquer negociação para renovarmos. Nunca tinha ouvido falar nos valores que ele queria. Ao contrário do que li logo que anunciámos a renovação, não existiam até então conversas nesse sentido, muito menos há dois meses, como se disse. Nada! A certa altura, ele dá-me o toque, dizendo que tinha essa vontade, mas a época estava a decorrer e era um assunto que eu só queria abordar no final da temporada, se fosse mesmo necessário. A contratação do Jorge já tinha constituído um salto muito grande em matéria salarial se comparada com as dos nossos treinadores anteriores (Leonardo Jardim e Marco Silva). Foi como sair de valores da distrital para números da Liga dos Campeões. Por isso, as contas teriam de ser muito bem pensadas antes de uma eventual renovação. Noutro momento, também com o campeonato a decorrer, sou abordado pelo ex- banqueiro José Maria Ricciardi, que parecia trazer um recado de Jorge Jesus. Melhor: trazia o recado e supostamente o dinheiro para a renovação. Eles eram muito amigos e almoçavam juntos várias vezes. Dessa vez, provavelmente depois de um dos referidos almoços, Ricciardi liga-me e diz: «Temos de renovar com o Jorge. É um grande treinador e não podemos perdê-lo para outro clube», disse. Ao que eu respondo: «Pois, isso é tudo muito bonito, mas renovar com ele custa muito dinheiro. Para isso precisava de 15 milhões. Você arranja-me os 15 milhões?» «Claro que arranjo 15 milhões», disse ele como se estivesse a falar de 15 euros. Aquilo era apenas conversa e eu precisava de uma garantia mais forte. «Pois, sabe, eu estou aqui há três anos e você, até hoje, deu zero ao Sporting. Acha que amanhã consegue passar em Alvalade e dizer isso à restante administração?» «Claro que passo lá. Vou, vou. Pode contar comigo.» No dia seguinte disse o mesmo à frente de toda a gente. «Eu arranjo os 15 milhões. Não se preocupem. Está feito.» É evidente que esse dinheiro nunca apareceu. Ainda falámos umas vezes e a conversa era sempre a mesma: «Então, Ricciardi, os 15 milhões?» «Eu arranjo, eu arranjo. De certeza absoluta. Eu arranjo.» Até hoje… Aquilo foi tão ridículo que, a certa altura, o controller financeiro da SAD do Sporting tinha lá uma folha de cálculo em Excel com a previsão de entrada dos 15 milhões e eu disse-lhe: «Ouve lá, isso é para eu me rir. Só pode. Já se viu que o homem não vai arranjar 15 milhões. Nem 15 nem nada.» Depois daquele episódio em Braga, avançámos para a renovação com o Jorge por mais três anos (até 2019), mas sem qualquer ajuda de Ricciardi ou de outros Ricciardis desta vida. Apenas com os nossos recursos, que eram fruto da gestão rigorosa que fizemos desde 2013, quando entrámos no Sporting. Os valores que ele exigiu para continuar representaram mais um esforço gigantesco da nossa parte, mas a primeira época tinha corrido bem, quase fomos campeões, e sentimos que aquele era o homem certo para nos dar o título. Não gostei daquela chantagem antes do jogo. Caiu-me mal. Causou-me uma péssima impressão. Nem sei se é muito comum no futebol. Pelo menos, nunca me tinha acontecido com nenhum outro treinador. E talvez fosse um sinal daquilo que o Jorge verdadeiramente era. Mas eu não quis deitar tudo abaixo logo ali, porque a equipa jogava bem, tinha bons resultados e até àquele momento a nossa relação tinha fluido naturalmente, de forma muito direta e cordial. Foi assim desde o primeiro momento, no verão anterior, quando o contratámos. LIMPINHO, LIMPINHO E PALERMA Jorge Jesus esteve seis anos no Benfica e tinha ganho os dois últimos campeonatos. No final da temporada 2014/15, estava em fim de contrato e começam a ouvir-se rumores de que não iria renovar. E Marco Silva também não ficava no Sporting. Isso já eu tinha decidido há muito tempo. Sobre o Marco falarei depois, mas há um ponto que quero esclarecer de uma vez por todas: ao contrário do que muitos disseram e escreveram nessa altura, o contacto com Jorge Jesus tem lugar após a época desportiva estar terminada. Ou seja, já depois da final da Taça de Portugal em que derrotámos o Braga no Jamor e ganhámos o troféu com Marco Silva a treinador. Que isto fique bem claro. Com ou sem Jesus, não havia Marco. Essa decisão estava tomada e ele próprio sabia que não iria continuar. Por outro lado, a possibilidade de contratar o Jorge aparece-nos através de Costa Aguiar, o tal empresário que trabalhava com ele. Um dia, ele liga-me e pergunta-me se o Sporting estaria interessado no Jorge. Seria um investimento alto, mas pelo seu passado de conquistas poderia ser uma solução muito interessante. Eu disse que sim e combinámos reunir no dia seguinte à hora de jantar. O encontro decorreu na casa de uma ex-cunhada minha, ali para os lados do Estoril. Curiosamente, ela é benfiquista e acabou por ser na casa dela que o treinador do clube que ela apoia começou a mudar-se para o Sporting. O empresário levou Jorge Jesus… e muito marisco. Tínhamos de falar, tínhamos de comer. Para ser franco, não sou muito fã de fazer negócios à mesa, mas daquela vez calhou ser assim. E logo para começar havia um ponto que eu precisava de esclarecer. Ainda não me tinha esquecido de umas palavras do Jorge, na época 2012/13, quando era treinador do Benfica. Fomos jogar à Luz para o campeonato e perdemos 2-0 num jogo com uma arbitragem horrível. No final, ele disse aquela famosa frase em que se referiu ao triunfo da sua equipa como «limpinho, limpinho». Aquilo tinha-me ficado atravessado. Fui direto ao assunto. Em resposta, ele lembrou-me que, mais tarde, noutro momento, eu lhe tinha chamado palerma. Era verdade. E depois completou: «Sendo assim, está 1 a 1 e por isso não há qualquer problema. Ficamos empatados e começamos do zero.» Achei piada ao argumento e essa parte ficou resolvida. Enquanto jantávamos, a minha cunhada tinha-nos feito o favor de sair de casa e de ir passear com os miúdos, para nos deixar à vontade. Não demorou muito para estarmos em sintonia sobre aquilo que ambos queríamos para o Sporting. A determinada altura, fiz-lhe uma pergunta sobre o gesto técnico. Passo a explicar. Na época de Marco Silva, eram visíveis as dificuldades de cruzamento dos jogadores do Sporting. Muitas jogadas de perigo perdiam-se por causa disso. Certo dia, estava a ver um treino nosso e assisti a um exercício de centros para a área. A dada altura, percebi que, realmente, tal como dizem os entendidos, aquilo que acontece nos treinos é o espelho do que se vai passar nos jogos. Os jogadores andavam ali há 20 minutos e não saía um cruzamento bem feito. Iam todos para fora. Chamo Marco Silva e faço-lhe uma pergunta: «Eu sou um curioso destas coisas e só gostava de saber o intuito deste exercício, uma vez que não há nenhuma bola que entre. Existe a possibilidade de cruzamentos ao primeiro poste, ao segundo, à entrada da área, mas aqui não vejo nada disso e não consigo perceber muito bem o que é que se passa. Não seria melhor dizer-lhes como e para onde devem centrar e depois fazer o exercício?» A isto, Marco Silva responde que não está ali «para ensinar o gesto técnico aos jogadores». «Não são crianças, são profissionais. Não ensino o gesto técnico, só ensino o técnico-tático.» Nesse momento, chamo Nélson, o nosso treinador de guarda-redes. «Nélson, estás despedido do Sporting.» Ele ficou muito atarantado.