A narrativa chega a ser vertiginosa e toma de assalto o leitor, aliciando-o e também o deliciando. É um desfile de tipos representativos de uma sociedade decadente e medíocre marcada pelo provincianismo mais exacerbado.
Tudo é observado através da ótica privilegiada do jornal “ Folharal” , que tudo sabe e que de tudo se informa, revolvendo o lixo moral da cidade, na sua face mais constrangedora e escatológica. O jornal será talvez o personagem central do romance, e por intermédio dele o escritor resgata todo um estilo de jornalismo interiorano, pomposo e pernóstico, cuja matéria-prima editorial é a própria sordidez buscada nos necrotérios, nas alcovas adúlteras, nas rodas de bar, no pormenor mais canalha, na maledicência compulsiva de uma classe média possuída de rancores e ressentimentos.