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Reseña de "Para além do falo: uma crítica a Lacan do ponto de vista da mulher" de Teresa Brennan,(Org.) PDF

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Teresa Brennan Para Além do Falo uma crítica a Lacan do ponto de vista da mulher Tradução de ALICE XAVIER http://groups.google.com.br/group/digitalsource CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. P237 Para além do fato: uma crítica a Lacan do ponto de vista da mulher/ Teresa Brennan (org.). tradução Alice Xavier. - Rio de Janeiro; Record. Rosa dos Tempos, 1997. (Coleção Gênero; v. 4) Tradução de: Between feminism & psychoanalysis ISBN 85-01-04859-3 1. Psicanálise e feminismo - Congressos. 2. Teoria feminista - Congressos. 3. Mulheres - Psicologia - Ensaios. I. Brennan, Teresa, 1952-II. Série. CDD- 616 8917 97-1473 CDU- 159.964.2 Titulo original inglês BETWEEN FEMINISM & PSYCHOANALYSIS Copyright da coletânea © 1989 Teresa Brennan Copyright de cada artigo © 1989 respectivos autores Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil adquiridos pela EDITORA ROSA DOS TEMPOS Um selo da DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 - Rio de Janeiro, RJ -20921-380 - Tel.; (021) 585-2000 que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil ISBN 85-01-04859-3 PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 Rio de Janeiro, RJ - 20922-970 Sumário* Prefácio 7 Introdução 9 Teresa Brennan P P : A história até o presente RIMEIRA ARTE 1 Andando para trás ou para a frente 43 Jane Gallop 2 Doida ainda, depois desses anos todos 61 Rachel Bowlby S P : A história enquadrada num contexto EGUNDA ARTE institucional 3 A política da impenetrabilidade 91 Lisa Jardine 4 Notas para uma análise 103 Alice Jardine T P : Por outro simbólico (1): a coisa essencial ERCEIRA ARTE 5 A política da diferença ontológica 123 Rosi Braidotti 6 Releitura de Irigaray 145 Margaret Whitford 7 O gesto na psicanálise 171 Luce Irigaray Q P ; Por outro simbólico (2): para além do falo UARTA ARTE 8 Crítica feminista inteiramente pós-moderna 189 Elizabeth Wright 9 "O 'simbólico' deles existe, detém poder — nós, as semeadoras da desordem, o conhecemos bem demais" 205 Morag Shiach 10 Eco e Narciso 225 Naomi Segal QUINTA P : Diferença sexual (1): razão e revolução ARTE 11 Pensamento patriarcal e a pulsão de conhecimento 253 Toril Moi 12 Feminismo e desconstrução, de novo: negociando com o masculinismo inconfesso 277 Gayatri Chakravorty Spivak S P : Diferença sexual (2): o psíquico no social EXTA ARTE 13 Para dar um corte 305 Joan Copjec 14 A servidão feminina 333 Parveen Adams Notas sobre as colaboradoras 359 * A Numeração de páginas do Sumário corresponde ao original impresso. PS: As páginas estão numeradas de acordo com o documento original, indicando sempre o final de cada uma, entre colchetes. Prefácio Para além do falo tem por base uma série de quinze seminários realizados na Universidade de Cambridge, no King's College e na Faculdade de Ciências Sociais e Políticas, entre janeiro e julho de 1987. A série foi organizada numa tentativa de explorar os debates freqüentemente intensos que surgiram em torno da psicanálise, especialmente a do tipo lacaniano, e o feminismo. As mulheres que apresentaram os seminários estão identificadas com posições teóricas distintas, e às vezes opostas, nesses debates. Majoritariamente, os debates dizem respeito ao essencialismo, ao tipo de lei simbólica que a cultura requer, à diferença sexual, ao grau de patriarcalismo inerente do conhecimento e à prática e uso político da psicanálise para o feminismo. Os debates-chave da série também estruturam esse livro. Meus primeiros agradecimentos vão para as mulheres, protagonistas principais dos debates, vindas da Índia, dos Estados Unidos, da França e de outros pontos da Inglaterra, muitas vezes interrompendo suas próprias programações intensivas para comparecer. Até onde os debates sobre psicanálise e feminismo têm um ponto de partida comum, este ponto é a preocupação do feminismo com a transformação social: uma questão política, nominalmente apropriada para docentes de ciências sociais e políticas. Mas as colaboradoras são principalmente teóricas de literatura; somente duas dentre elas têm antecedentes nas ciências sociais. E o público é oriundo não só da sociologia e da política como ainda de línguas modernas e medievais, do inglês, dos estudos clássicos e assim por diante, cobrindo todo o espectro disciplinar. O alcance interdisciplinar e o apelo do feminismo estão estabelecidos; evidentemente, quando o feminismo está ligado à psicanálise, não estão limitados [pág. 7] Não seria possível agradecer a todas as mulheres e a todos os homens que a cada quinzena compareceram para ouvir, questionar, argumentar e ampliar. Os nomes seguintes são mencionados apenas em razão de suas perguntas abalizadas, e em especial por variadas ações práticas e úteis: Malcolm Bowie, Ann Caesar, Stephen Coles, Silvana Dean, Ben K. Fred- Mensah, Helena Gaunt, Helen Gibson, Anthony Giddens, Simon Goldhill, David Good, Felicia Gordon, Sarah Greaves, Elizabeth Guild, Stephen Heath, John Henderson, Pam Hirsch, Sarah Kay, Michael Moriarty, Christopher Prendergast, Suzanne Raitt, Morag Shiach, Naomi Segai, Patricia Touton-Victor, Janet Todd, Phyllis Tralka, Cathy Urwin, Margaret Whitford e Alison Young. Agradecimentos especiais a Elizabeth Guild que, durante a estada de Luce Irigaray em Cambridge, atuou assiduamente como intérprete, além de traduzir-lhe o artigo. Cathy Urwin também apresentou nesta série um ensaio, que infelizmente não estava disponível para publicação aqui. A série foi principalmente apoiada pelo King's College e pela Faculdade de Ciências Sociais e Políticas; apoio adicional foi proporcionado pela Delegação Cultural Francesa em Cambridge, e por Clare Hall. O evento foi concebido em discussões com Jennifer Jarman e Ingrid Scheibler, que me ajudaram a organizá-lo, e cujo entusiasmo, empenho e talento o transformaram numa aventura e num prazer. Sem elas os seminários não teriam ocorrido, nem, conseqüentemente, este livro. Na produção do livro propriamente, agradecimentos a Janice Price, da Routledge, por sua excelente assessoria e constante encorajamento ao longo do projeto; a Lisa Jardine, por me proporcionar o contexto institucional para realizá-lo; e a Susan James. Também estou agradecida a Anne Marie Goetz, e tenho uma imensa dívida com Kwok Wei Leng, pela permanente discussão teórica, pela assistência na preparação dos originais, pelas cuidadosas observações sobre as obras de Freud e por muito mais. TMB [pág. 8] Introdução Teresa Brennan Esta introdução e, até certo ponto, este livro, se preocupam com quatro questões estagnadas no pensamento psicanalítico, feminista, e com a maneira de ultrapassá-las. As questões são: o estatuto do "simbólico" lacaniano, a diferença e o conhecimento sexuais, a influência do essencialismo sobre a política feminista e a relação entre a realidade psíquica e o social. Se essa introdução tivesse uma tese, seria a de que a reflexão sobre essas questões atingiu nos últimos tempos um impasse, por terem sido ignorados seus contextos político ou psicanalítico. Ao mesmo tempo, resíduos dos contextos iniciais sobrevivem em clichês e frases feitas, que tornam ainda mais difícil repensar as questões. Ao traçar alguns dos antecedentes das questões, é possível ver onde a problemática política e a psicanalítica foram embaralhadas, na escritura feminista. Naturalmente, qualquer conceito de oposição entre psicanálise e política deve ser qualificado: a psicanálise é uma entidade inteiramente política. A questão aqui é de contexto e de ênfase. Se os processos psíquicos forem enfatizados, conforme o são no contexto de uma teoria lacaniana do simbólico, essa ênfase contextual necessita ser levada em consideração, antes que uma crítica política possa ser elaborada plenamente, antes que a política possa figurar num modo produtivo, levando em conta as questões psíquicas, em vez de fechar os olhos a elas. Com essas questões em vista, a primeira seção apresenta um breve sumário da teoria lacaniana do simbólico, algumas respostas feministas a ela e a questão afim da diferença sexual. Mas, embora as preocupações psíquicas específicas do simbólico possam ter sido atenuadas em uma parte dos textos feministas, as questões políticas podem ter sido mitigadas (e profundamente confundidas com as questões psíquicas) [pág. 9] nas críticas recentes ao essencialismo. Este e as respectivas asserções de realidade psíquica e social são discutidos no segundo segmento. Embora postulando a visão de que os contextos político e psicanalítico ficaram improdutivamente enredados, as duas primeiras seções são também expositivas, na intenção de fornecer alguns antecedentes às questões discutidas neste livro. A terceira seção é mais reflexiva. Ela reflete sobre a função psíquica das frases feitas, dos estereótipos e dos credos que contribuem para o pensamento estancado e estagnado, e que, uma após outra, se repetem nas análises feministas.1 Meu argumento é o de que tais estereótipos reconciliam identificações conflitivas com o feminismo, a psicanálise e o mundo acadêmico. Elas também oferecem garantias naquilo que Gayatri Spivak chama de "disputa pela legitimação, na casa da teoria",2 e alivia a ansiedade social do ego quanto à "expulsão da horda".3 Eu tinha a intenção de escrever um artigo separado sobre este tema. Mas, à medida que fui trabalhando simultaneamente no artigo e na introdução, eles se tornaram entrelaçados: o argumento do artigo baseou-se cada vez mais nas colaborações para esta coletânea. No final, transformei o artigo em um terceiro segmento da presente introdução. Caso a leitora assim prefira, poderá deixar de lado esta seção, sem que tal afete o sentido da introdução, e voltar-se para a descrição dos artigos nas páginas 27-36. Do simbólico à diferença sexual No que já foi uma abordagem eficaz, e agora se tornou um clichê exegético, o debate feminista é freqüentemente vazado em termos da diferença entre as perspectivas anglo-americana e francesa. O feminismo francês supostamente se baseia na insistência no fato de as mulheres serem diferentes, e serem um desafio para o pensamento falologocêntrico e as estruturas patriarcais da linguagem. Sua contrapartida anglo-americana se caracteriza pela insistência no fato de que as mulheres são iguais, e por sua preocupação com o mundo real.4 No entanto, essa divisão é oclusiva. Ela 1 O uso do termo estereótipo tem de evocar Barthes e, de fato, sua análise de figuras estereotípicas na seção sobre "Retorno ao simbólico", na p. 9; estou justapondo "estereótipo" e "clichê" aqui para indicar o sentido específico de estereótipo que tenho em mente (Barthes tinha mais de um). 2 Gayatri C. Spivak, no presente volume. As referências aos colaboradores aludem a seus artigos veiculados neste, exceto quando indicado o contrário. 3 Sigmund Freud, Inhibitions, Symptons and Anxiety, em The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud (doravante SE), ed. James Strachey, trad. James Stracehey e outros, 24 vols. (Londres: Hogarth Press e The Institute of Psychoanalysis, 1978), 20, p. 139. 4 Isso não é para sugerir que a distinção anglo-americano/francês tenha sido introduzida sem atenuantes. Aqueles que a introduziram são normalmente cuidadosos em acentuar que as preocupações anglo- americanas também estão presentes na França, e vice-versa. Para uma descrição representativa e influente da distinção, ver as introduções. Feita esta ressalva, quero qualificar o termo "britânico". Não é nem um pouco mais exato que os termos "americano" e "francês", quando se trata de identificar uma posição teórica feminista distintiva. Para começar, muito do que é "britânico" vem da Noruega, Nova Zelândia e esconde substanciais diferenças entre o "anglo" e o "americano", e também o francês, na questão do simbólico lacaniano. [pág. 10] Essas diferenças são suficientemente singelas, se refletirmos sobre as diferentes posições que emergiram, principal mas não exclusivamente, na Grã-Bretanha, por um lado, e na França e Estados Unidos, por outro, em torno de Lacan e sua leitura de Freud.5 Em termos muito gerais, uma delas, associada a feministas britânicas, e especialmente a Juliet MitchelI, tem defendido Lacan e Freud. A segunda, associada a obra de teóricas e psicanalistas francesas (Luce Irigaray principalmente, Hélène Cixous, e outras), tem tentado achar caminhos para contornar a dominância masculina, implicada na lei do "simbólico" de Lacan. Diante disto, o projeto granjeou mais simpatia nos Estados Unidos, onde tem se desdobrado criativamente, do que na Inglaterra.6 A questão é que o desafio a Lacan freqüentemente é lido como sendo, ou é reduzido a, um desafio às estruturas patriarcais e ao falologocentrismo, o que naturalmente, em parte, ele é. Mas a teoria de Lacan não contempla só a ordem patriarcal da língua. Ela cobre também a organização psíquica; é um argumento de que o simbólico é a condição da sanidade. Deveria ser evidente que este aspecto da teoria lacaniana também recebeu a atenção dos feminismos franceses da diferença, principalmente da parte de Luce Irigaray. Ademais, é somente ao levar-se em conta esse aspecto da teoria lacaniana que adquire algum sentido a defesa dele feita pelo feminismo britânico. Para Mitchell o problema das tentativas de cortar por baixo o simbólico é que sem uma lei simbólica os seres humanos não podem funcionar. Sucintamente, e eu desdobrarei esta definição dentro de um momento, o simbólico coloca os seres humanos em relação uns com os outros e lhes dá um sentido do lugar que ocupam no mundo deles e a capacidade de falar e ser compreendidos pelos outros. O simbólico o faz possibilitando-lhes distinguirem-se uns dos outros, e pelo estabelecimento de uma relação com a língua. Fora da lei simbólica, o que há é a psicose. outras partes do mundo. Segundo, escritores dos Estados Unidos, principalmente Shoshana Felman, também levam relativamente a sério a lei lacaniana. 5 Essas diferenças também estão refletidas numa disputa entre algumas feministas inglesas e americanas em torno de uma apropriação específica da psicanálise pelo feminismo, exemplificada por The Reproduction of Mothering [Psicanálise da maternidade, Editora Rosa dos Tempos, 1990], de Nancy Chodorow, porém não restrita a essa obra. Essa apropriação da psicanálise não é representada neste livro, mas um pouco da disputa a que levou é discutida na próxima seção. 6 The Daughter's Seduction, de Jane Gallop (Londres: Macmillan, 1982), é um exemplo. Outros nomes que me acorrem à mente aqui são Naomi Schor, Peggy Kamuf, Nancy Miller e Susan Suleiman.

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