PRÁTICAS DE TÉCNICA VOCAL E RESPIRATÓRIA APLICADAS AO CANTO CORAL NAS ESCOLAS DO 1º CICLO DO E.B. Um estudo sobre os efeitos da técnica vocal e respiratória como (um dos) factor(es) de valorização “do canto em conjunto” em contexto de sala de aula. José Carlos Bago d’Uva Professor Orientador: Prof. Doutor José Carlos Godinho Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico 2010 PRÁTICAS DE TÉCNICA VOCAL E RESPIRATÓRIA APLICADAS AO CANTO CORAL NAS ESCOLAS DO 1º CICLO DO E.B. Um estudo sobre os efeitos da técnica vocal e respiratória como (um dos) factor(es) de valorização “do canto em conjunto” em contexto de sala de aula. José Carlos Bago d’Uva Professor Orientador: Prof. Doutor José Carlos Godinho Relatório final de estágio submetido como parte dos requisitos para a obtenção do Grau de Mestre em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico 2010 1 “Um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade; é preciso ensinar o mundo inteiro a cantar.” Heitor Villa-Lobos 2 AGRADECIMENTOS A todo o corpo docente da ESE de Setúbal que ministrou este mestrado, pela sua competência e acção motivadora, de modo particular ao Prof. Doutor Augusto Pinheiro que, através da reflexão sobre as ideias, a partir da qualidade comunicativa promovida, me levou “a pensar nas palavras”…. Recordo que, nas primeiras sessões, ao escutar o Prof. Augusto Pinheiro, no diálogo que este estabelecia connosco, ficava a pensar que por de trás de cada termo ou palavra aplicada no nosso discurso havia uma ideia implícita, embora por vezes oculta. Isto despoletava o “raciocínio frásico” inerente à linguagem empregue neste contexto, a construção de ideias renovadas, a aplicação do discurso reflexivo, em suma, o conhecimento ia adquirindo um sentido prático. Também à Profª Doutora Ana Maria Pessoa pela sua grande “bagagem bibliográfica” que muito me incentivou à pesquisa e à leitura. De um modo especial ao meu Orientador de estágio, Prof. Doutor José Carlos Godinho, que no exímio exercício do seu desempenho de pedagogo nunca deixou ocultar a imagem de excelente ser humano que se nos revelou ser. Ao meu filho, pela condescendência e compreensão manifestada nos momentos inusitados de maior ausência paternal, e pelas suas palavras de encorajamento nas fases mais difíceis deste percurso, esperando ter-lhe retribuído com o meu exemplo de persistência e empenho perante as responsabilidades e os desafios, desejando que esse modelo se repercuta também no seu progresso escolar e pessoal. E ainda… Vários foram as personalidades a quem acedi na busca de informação e material documental de maior rigor científico e sistémico na área do canto coral infantil. Saliento os Professores Vianey da Cruz, Ana Leonor Pereira e Maria Clara Correia. Contudo, não podia deixar de demonstrar o meu reconhecimento pelo considerável trabalho de Ivo Reis Miranda, presidente da Associação de Coros da Área de Lisboa, que desde há alguns anos vem traduzindo, compilando e editando um numero significativo de artigos e textos publicados em revistas estrangeiras da especialidade e, graças a isso, me possibilitou o recurso a esse manancial bibliográfico que tão útil se me tornou para a fundamentação deste trabalho investigativo. Obrigado! 3 RESUMO Este trabalho apresenta como tema aglutinador as «práticas de técnica vocal e respiratória (PRATEVOR) aplicadas ao canto coral nas escolas do 1º ciclo do E.B.». Tendo como contexto de aplicação a especificidade curricular do 1º ciclo do E.B. na Região Autónoma da Madeira, este estudo desenvolve-se a partir do questionamento sobre os efeitos da técnica vocal e respiratória adaptada às crianças em contexto escolar, como factor de valorização do canto em conjunto exercido a partir da sala de aula, no ensino generalista. Outras variáveis serão despoletadas pela pesquisa, também como condicionantes a considerar, perspectivando, na sua complementaridade, a qualidade do canto coral escolar. Neste âmbito, foi realizado um projecto educativo onde alunos do 4º ano, no decurso de 1 período lectivo, montaram e apresentaram publicamente um auto-de-Natal, constituído por 12 temas cantados polifonicamente, aplicando competências adquiridas e desenvolvidas através do treino regular das PRATEVOR nas aulas. Paralelamente foi desenvolvido um projecto de investigação constituído por 2 estudos comparativos do tipo Investigação-Acção. Ao longo de 4 fases processuais, foram realizados diferentes questionários envolvendo especialistas em canto infantil, professores de canto coral escolar e alunos. Consubstanciado numa vasta revisão da literatura, enriquecida por uma justificada incursão histórica sobre o tema, os resultados do estudo apontam para diversas conclusões que, pela sua previsível aplicabilidade em contexto educativo, pretende-se que constituam indicadores que possam contribuir para a melhoraria da prática musical cantada, reflectida e reconstruída a partir da escola actual. 4 INDICE Agradecimentos ............................................................................................. 3 Resumo ......................................................................................................... 4 Índice do Relatório ......................................................................................... 5 Lista de abreviaturas ..................................................................................... 7 Lista de Quadros ........................................................................................... 8 Lista de Figuras .............................................................................................. 9 Lista de apêndices ........................................................................................ 10 Lista dos anexos (em CD) ............................................................................ 11 1. Introdução ................................................................................................... 13 2. Projecto Educativo ..................................................................................... 19 2.1. Enquadramento teórico e contextualização do projecto educativo ............ 19 2.1.1. – Perspectiva histórica do canto coral na escola ............................ 19 2.1.2. – Enquadramento curricular ........................................................... 20 2.1.3. – A pedagogia do Canto Coral ........................................................ 22 2.1.4. – Fisiologia no canto infantil e a prática técnico-vocal.................... 23 2.1.5. – Perspectiva sócio-educativa do canto coral ................................. 25 2.1.6. – O Canto Coral numa perspectiva educacional futura ................... 28 2.2. Descrição e planificação do projecto educativo ......................................... 29 2.2.1. - Enquadramento curricular e programação das aulas .................... 29 2.2.2. - Caracterização .............................................................................. 30 2.2.3. - Organização do trabalho com os alunos ...................................... 32 2.2.4. - Conteúdos e metodologias aplicadas ........................................... 33 2.2.5. - A apresentação pública do Projecto ............................................. 35 2.2.6. - Como foram as crianças avaliadas .............................................. 36 2.3. Avaliação do projecto educativo ................................................................ 38 5 3. Projecto de Investigação ........................................................................... 40 3.1. Enquadramento da problemática e da questão investigativa .................... 40 3.2. Metodologia de investigação ..................................................................... 43 3.3. Apresentação e discussão dos resultados da investigação ...................... 48 Variável 1: (Aplicação das PRATEVOR) ................................................... 49 Outras variáveis que influenciam a qualidade dos coros escolares .......... 54 4. Conclusões ................................................................................................. 60 4.1. Dados conclusivos .................................................................................... 60 4.2. Limitações do estudo ................................................................................ 65 4.3. Implicações educativas ............................................................................. 66 5. Referências bibliográficas ......................................................................... 71 6. Apêndices ................................................................................................... 78 6 LISTA DE ABREVIATURAS A.E.C.…………………………...… Actividades de Enriquecimento Curricular D.R.A.E. ………………………..… Direcção Regional Administração Educativa E.B. ............................................. Ensino Básico E.M.D. ………………………….... Expressão Musical e Dramática G.C.E.A. …………………….…… Gabinete Coordenador Educação Artística M.A.C.C. ………………………… Modalidade Artística de Canto Coral PCE’s ……………………….…… Projectos Curriculares de Escola PCT’s ……………………………. Projectos Curriculares de Turma PRATEVOR …………………….. Praticas de técnica vocal e respiratória R.A.M. …………………….……… Região Autónoma da Madeira S.R.E.C. …………………….…… Secretaria Regional Educação e Cultura U.D. …………………………….… Unidade didáctica 7 LISTA DE QUADROS - Quadro I - Indicadores aprovados pelos especialistas (p.48) - Quadro II – Indice de aplicação das PRATEVOR <-> Qualidade (p.50) - Quadro III - Indicadores de «qualidade» (especialistas vs. alunos) – (p.57) - Quadro IV - Ferramentas educativo-musicais para o ensino do canto coral- (p.92) - Quadro V – Média de «qualidade» atribuída a cada grupo (p.93) - Quadro VI – Frequência de aplicação das PRATEVOR nas aulas (p.94) - Quadro VII – Médias atribuídas a cada grupo (Grau de dificuldade de repertório e Performance) – (p.95) - Quadro VIII – Parâmetros mais cotados e com maior peso na «Performance» (em cada coro) – (p.96) - Quadro IX – Grelha de avaliação para “análise de conteúdo” da gravação áudio: (Estudo comparativo – «Grau dificuldade do repertório») – (p.97) - Quadro X – Parâmetros mais cotados e com maior peso na «dificuldade de repertório» (p.98) - Quadro XI – Resultados do questionário efectuado na fase 3; (diversas variáveis a ter em conta na aferição de dados conclusivos) – (p.99) - Quadro XII – Variáveis consideradas para o estudo (resultados) – (p.100) - Quadro XIII – Planificações do Projecto Educativo – «Fichas de programações das aulas» (nota: assinalada com fundo de cor, a aplicação progressiva das PRATEVOR) – (pp.80-91) 8 LISTA DE FIGURAS - Figura 1 - Pirâmide atitudinal na aprendizagem do canto em conjunto (p.27) - Figura 2 – Gráfico da avaliação dos grupos sujeitos ao estudo (p.49) - Figura 3 – Gráfico de outras variáveis que influenciam a qualidade – 1: (alunos com ouvido musical; acústica da sala; prof. modelo vocal; gesto de regência) - (p.54) - Figura 4 – Gráfico de outras variáveis que influenciam a qualidade – 2: (regime semi-privado/ público) – (p.55) - Figura 5 – Gráfico de outras variáveis que influenciam a qualidade – 3: (frequência por opção/ f. por obrigatoriedade) – (p.56) - Figura 6 – Gráfico da opinião dos alunos sobre a evolução da qualidade do coro (p.58) - Figura 7 – Gráfico das PRATEVOR desenvolvidas nas aulas, que justificam a evolução qualitativa registada – opinião dos alunos (p.58) - Figura 8 - Grupo de alunos (coro) do Externato Princesa Dona Maria Amélia com quem foi desenvolvido o projecto educativo (p.79) - Figura 9 – (doc.1/ anexo11-cd) - Folheto do II encontro de Coros da Madeira - Figura 10 - Foto do 1º Encontro de Coros Infantis e Juvenis da Madeira (anexo12-cd) - Figura 11 – (doc.2/ anexos13-cd) – Panfleto e programa do III Encontro Regional de Coros Infantis e Juvenis da Madeira (1998) - Figura 12 – (doc.3+4/ anexos14-cd) - Programa da 6ª edição do Encontro Regional da Modalidade de Canto Coral/2010 - Figura 13 – (doc.5/ anexo15-cd) - Artigo do Diário de Notícias – Madeira - Figura 14 – (doc.6/ anexo16-cd) - Artigo do Jornal da Madeira - Figura 15 – (doc.7/ anexo17-cd) - Artigo exemplificativo de outros projectos de coros escolares desenvolvidos no âmbito nacional 9
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