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Poder Colonial e Literatura PDF

303 Pages·2005·0.8 MB·Portuguese
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R C F V egina élia ortuna do ale Poder Colonial e Literatura: as veredas da colonização portuguesa na ficção de Castro Soromenho e Orlando da Costa (Edição revisada) Universidade de São Paulo São Paulo — 2004 Universidade de São Paulo FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas Poder Colonial e Literatura: as veredas da colonização portuguesa na ficção de Castro Soromenho e Orlando da Costa Tese de doutorado apresentada à Comissão Julgadora da Universidade de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do Título de Doutor em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Moreira Henriques Serrano SÃO PAULO 2004 II C J omissão ulgadora Prof. Dr. Carlos Moreira Henriques Serrano Orientador III Dedico este trabalho ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de toda as eras, e agora, e por todos os séculos. Epístola de Judas 1:25 IV Agradecimentos À Mary Baker Eddy, autora de Ciência e Saúde com a chave das Escrituras, meu livro de cabeceira. À dedicação do meu orientador Professor Doutor Carlos Moreira Henriques Serrano. Ao escritor e amigo Orlando da Costa pelas sugestões. À Professora Doutora Tania Celestino Macêdo e ao Professor Doutor Rubens Pereira dos Santos, pelos pareceres na Banca de Qualificação. Às colegas e amigas dos Estudos Comparados, pelas trocas de idéias e alegre convivência durante os eventos acadêmicos, Maria Márcia Matos Pinto, Sílvia Helena Trevisan Miguel e Raquel Silva. Às amigas Teresinha Mesquita e Miranda e Geanete Giuliani Detizio pela compreensão e apoio. À minha mãe Jandira pelo incentivo, e às minhas irmãs Stela e Celeste pela paciência. Aos pensadores(as) constantes na Bibliografia, fios entrelaçados que formam o tecido desta pesquisa. V Resumo Este trabalho versa sobre os romances A Chaga (1970), do autor angolano Fernando Monteiro de Castro Soromenho, nascido na Vila de Chinde (Zambézia – Moçambique), e O Último Olhar de Manú Miranda (2000), do autor goês Orlando da Costa, nascido em Lourenço Marques, hoje Maputo (Moçambique). A nossa proposta de análise comparada parte do pressuposto de que essas duas criações literárias do passado histórico recente, de Angola (Camaxilo) e Goa (Margão) — na situação de ex-colônias portuguesas — apontam a perspectivas confluentes, conforme a visão crítica da história que aqui se tentou estabelecer. Buscamos levar em consideração a imprescindível relação dialética que mantêm entre si arte e sociedade. Constata-se a identificação desses respectivos romances com os pressupostos indicados por poéticas distintas, como o Neo-Realismo e o Realismo Maravilhoso. VI Abstract This work presents analyses of the novels A Chaga (1970), by the Angolan author Fernando Monteiro de Castro Soromenho, born in Vila de Chinde (Zambezia, Mozambique), and O Último Olhar de Manú Miranda (2000), by the Goan writer Orlando da Costa, born in Lourenço Marques — currently Maputo (Mozambique). Our proposal for a comparative analysis derives from the presupposition that these two literary creations of the recent historical past of both Angola (Camaxilo) and Goa (Margão), when taken in their contexts of ex-Portuguese colonies, points to confluent perspectives, in accordance with the critical view of history we have attempted to establish. For we tried to take into account the indispensable dialectic relationship that art and society keep between one another. Nevertheless, the identification of the two respective novels as Neo-Realism and Marvelous Realism was evidenced by their distinct poetic pressupositions. VII Sumário RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO................................................................................................................... 2 CAPÍTULO 1 ⎯ Considerações Teórico-Metodológicas................................................................ 22 1.1 A Literatura Comparada: um caminho para o outro....................................... 52 1.2 O Conceito de Poética.................................................................................... 68 CAPÍTULO 2 ⎯ Contexto Histórico: pressupostos para uma abordagem da ficção de AC....... 75 2.1 As Vinculações Pragmáticas do Neo-Realismo com AC...............................109 CAPÍTULO 3 ⎯ A Reconstrução Histórica a partir da Ficção......................................................151 3.1 Os Instantâneos Históricos na Ficção de OUOMM........................................162 3.2 A Poética do Romance OUOMM...................................................................198 3.3 As Vinculações Pragmáticas do Realismo Maravilhoso com OUOMM........216 CONCLUSÃO....................................................................................................................259 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................265 ANEXOS..................................................................................................................278 — Anexo 1 — Entrevista com Castro Soromenho......................................................279 — Anexo 2 — Entrevista com Orlando Costa...........................................................283 VIII I NTRODUÇÃO I ntrodução A presente pesquisa tem como objetivo delinear as paralelas e tangentes verificadas no estudo das obras de Fernando Monteiro de Castro Soromenho, A Chaga (1970), e de Orlando da Costa, O Último Olhar de Manú Miranda (2000), referidas neste trabalho, respectivamente, pelas siglas AC e OUOMM. A idéia de um estudo comparativo envolvendo os escritores Orlando da Costa e Castro Soromenho surgiu como resultado da apreciação crítica consignada pelo pesquisador português Álvaro Salema a respeito desses dois romancistas: O que Castro Soromenho reconstruiu ⎯ melhor: ressuscitou ⎯ sobre a terra e a humanidade africanas, mostra-se Orlando da Costa capaz de o recriar sobre a terra e a humanidade industânicas. Por isso este romance em língua portuguesa, mas gerado num mundo diferente, constitui inesperada e primaveril anunciação.1 Baseando-nos, portanto, na afirmação supra, e com vistas a uma melhor compreensão dos citados escritores, iniciamos nosso trabalho. 1 SALEMA, Álvaro. Diário de Lisboa. Crítica a “O Signo da Ira”, primeiro romance do escritor, publicado em 1961 (data aproximada, segundo informação de Orlando da Costa, em carta que nos foi enviada em 20/9/98). 2

Description:
De 1930 a 1945, o mundo colonial português atravessa um período de .. incitam o capitalismo a expandir-se em busca de novos mercados e de 1992:10) a arca da aliança — descrita no Antigo Testamento (Êxodo, 37: 1-4) autêntico libelo, escrito por Arundhati Roy, que é uma escritora.
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