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Philodendron Schott (Araceae): morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima - Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil PDF

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Philodendron Schott (Araceae): morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima - Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil Marcus Alberto Nadruz Coelho^ RESUMO O presente trabalho trata da morfologia e do estudo taxonômico das espécies do gênero Philodendron Schott, ocorrentes na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Distrito de Macaé de Cima,MunicípiodeNovaFriburgo,EstadodoRiodeJaneiro,Brasil. Foramestudadas 10espécies, a saber: P. altomacaense Nadruz et Mayo, P. appendicidatum Nadruz et Mayo, P. edmundoi Barroso, P. eximium Schott, Pfragile Nadruz et Mayo, P. hatschbachii Nadruz et Mayo, P. ochrostemon Schott, P. omatum Schott, P. propinquum Schott e P. roseopetiolatum Nadruz et Mayo sendo 3 endêmicas da área estudada - P. altomacaense, P.fragile e P. roseopetiolatum. As espécies P. eximium, P. imperiale, P. dolosum e P. ornatiim foram lectotipificadas e P. ambiguum é reduzido a sinônimo de P. propinquum. O tratamento taxonômico dado às espécies dogêneroemapreçoinclui ilustrações,descrições,distribuiçãogeográfica, umachavedicotômica paraidentificaçãodasespécies,comentáriosacercadamorfologiaesobre seus ambientes naturais eclassificaçãodacategoriaconservacionistapeloscritériosdaInternationalUnionforConservation of Nature and Natural Resources (lUCN). Palavras Chaves: Araceae/Philodendron/Taxonomia/Rio de Janeiro ABSTRACT This study consists of morphological and taxonomic treatment of the species ofthe genus Philodendron Schott which occur in the Ecological Reserve ofMacaé de Cima, Macaé de Cima District, Municipality ofNova Friburgo, Rio de Janeiro State, Brazil. Ten species were studied: Philodendron altomacaense Nadruz et Mayo, P. appendiculatum Nadruz et Mayo, P. edmundoi Barroso, P. eximium Schott, P.fragile Nadruz et Mayo, P. hatschbachii Nadruz et Mayo, P ochrostemon Schott, P. omatum Schott, P propinquum Schott and P. roseopetiolatum Nadruz et Mayo. Ofwhich three ofthese species are endemic to the study area, as far as presently know - P. altomacaense, Pfragile and P roseopetiolatum. The species names P. eximium, P. imperiale, P. dolosum and P omatum are lectotypified and P ambiguum is reduced to the synonymy ofP propinquum.Thetaxonomictreatmentincludesillustrations,descriptions,geographicaldistribution, adichotomouskeyforidentificationofthespecies,commentaryonthemorphologyofthespecies, ontheirnaturalhabitats,andoftheirconservationstatusaccordingtothecriteriaoftheInternational Union for Conservation of Nature and Natural Resources (lUCN). Keywords: Araceae/Philodendron/Taxonomy/Rio de Janeiro 'Parte da Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação (Botânica) do Museu NacionalAJniversidadeFederaldoRiodeJaneiro. ^PesquisadorTitularIIIdoInstitutodePesquisasJardimBotânicodoRiodeJaneiro-RuaPachecoLeão915,Jardim. Botânico, RiodeJaneiro,RJ,CEP22460.030 SciELO/JBRJ 22 Coelho, M.A.N. INTRODUÇÃO O foliar comprida. subgênero Philodendron, A família Araceae compreende cerca de com 10 seções e 11 subseções, compreende a 105gêneroseaproximadamente3300espécies maioria das espécies no gênero. Pode ser de herbáceas e trepadeiras (Grayum 1990, caracterizado pela morfologia do caule, que é Mayoetal. 1997).SegundoBogner&Nicolson compostodeunidadessimpodiaisdeumaúnica (1991) as Araceae são divididas em 9 folha,edainflorescênciaemqueazonaestéril, subfamílias:Gymnostachydoideae,Pothoideae, entre as zonas masculina e feminina, é mais Monsteroideae, Calloideae, Lasioideae, curtaqueazonamasculina.Asespéciesdesses Philodendroideae,Colocasioideae,Aroideaee dois últimos subgêneros são, na sua maioria, A Pistioideae. subfamflia Philodendroideae hemi-epífítas, epífitas e poucas são adaptadas inclui a tribo Philodendreae aqual pertence o a situações expostas. gênero Philodendron Schott. A famíliapossui Tanto para taxonomistas como ampla distribuição e é predominantemente horticultores, a circunscrição e identificação tropical, cercade 10% dos gêneros estendem- das espécies do gênero Philodendron se às zonas temperadas do norte. Está constitui-se em um grande problema pela representada no Brasil por 30 gêneros, entre ausência de uma revisão geral mais recente os quais Philodendron com, que o tratamento de Krause (1913). Os aproximadamente, 155 espécies (Mayo et al. conhecimentos taxonômicos das espécies 1994). brasileirasdequesedispõepermanecemainda O gênero neotropical Philodendron superficiais, somando-se as poucas coletas e Schott é um dos mais importantes na família, escassas informações de campo. não somente em ternios de representatividade A maioria dos espécimes exibe uma com 350-400 espécies formalmente grande variedade morfológica, resultando em reconhecidas, sendo o segundo maior depois maiordificuldadenoconhecimentodo gênero de Anthurium Schott, mas também pela sua anívelespecífico, devidoaoreduzidonúmero , importância para a floricultura, como planta de coleções nos herbários. Até mesmo as ornamental,pelabelezadesuafolhagem. Suas espéciesmaiscomunssãopoucorepresentadas espécies estão subordinadas a 3 subgêneros nosherbáriose,damaioriadascoleções,faltam bemdistintosemmorfologiafloralevegetativa, anotações de campo adequadas nas etiquetas anatomia floral e distribuição geográfica, a ou de dados complementares como, p.ex., saber: Meconostigrna (Schott) Engler, fotografias, sendo, por esse motivo, de valor Pteromischum (Schott) Mayo e Philodendron taxonomicamentemuitolimitado.Trabalhosde (Mayo, 1986b). O subgênero Meconostigrna, campo intensivo, em épocas adequadas, são com 15 espécies, é largamente distribuído no necessários para o correto entendimento da sul do Brasil, mas estende-se ao norte pela taxonomia de Philodendron. Bacia Amazônica. Suas espécies são Sendo principalmente um grupo da adaptadas a ambientes abertos e o subgênero floresta tropical, podendo ocorrer em uma é caracterizado pela longa zona estéril do variação de outros habitats incluindo brejos, espádice. O subgênero Pteromischum, afloramentos rochosos e até em regiões semi- estimado em 75 espécies, ocorre em toda a áridas, Philodendron tem sua mais rica região neotropical incluindo México e as diversidade em algumas das regiões Antilhas, sendo que o seu maior centro de botanicamente muito pouco conhecidas da distribuição está nas planícies da América América Tropical, tal como o Choco da Central e noroeste da América do Sul. O Colômbia, Peru subandino. Equador e a parte subgênero caracteriza-se pela morfologia do ocidentaldaPlanícieAmazônica(Mayo, 1991). caule (composto de unidades simpodiais de Muitos novos taxa certamente esperam ser muitas folhas), lâmina foliarsimples e bainha descobertosoureconhecidosformalmente.No Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 PhilodendronSchott(Araceae):morfologiaetaxonomiadasespéciesdaReservaEcológicade MacaédeCima-NovaFriburgo, RiodeJaneiro, Brasil 23 presenteéimpossíveldeterminarcomprecisão Serra de São João e a sudeste a Serra do a verdadeira dimensão específica do gênero. Taquaruçu (Fig. 1) (Lima et Guedes-Bruni, Sua área de distribuição é essencialmente 1997). neotropical, indo do México Central até O Município de Nova Friburgo faz parte ArgentinaincluindoasAntilhas(Mayo, 1989). da região sudeste brasileira onde possui uma A escolha da Reserva Ecológica de notável diversidade climática, caracteriza-se MacaédeCimaparaosestudoscomogênero, pelo predomínio do clima subquente. O se deve ao fato de ser a área um dos poucos principal determinante desta série de remanescentes de vegetação primáriade Mata variedades climáticas é aorografiadesta área, Atlântica, possuindo uma grande diversidade tanto no que se refere à temperatura quanto à de lianas, epífitas e hemi-epífitas das quais precipitação (Nimer, 1989). fazem parte o gênero Philodendron. Em As temperaturas médias anuais do consequência dos trabalhos realizados por MunicípiodeNovaFriburgo,duranteoperíodo cientistasdoJardimBotânicodoRiodeJaneiro de 1961 e 1990, variaram com a mínima de desde 1987, relativos ao Programa Mata 13.8°C e a máxima de 24.3°C. Fevereiro Atlântica, existe facilidade de infra-estrutura apresentou-se como mês mais quente com na área. Foram encontrados, até agora, 10 temperatura média de 27.6°C e julho como espécies para o gênero ocorrentes na área. mêsmaisfriocomtemperaturamédiade9.5°C. Atualmente,pelafaltadeespecialistasna A precipitação total anual é de 1246.3mm, a família, no Brasil, torna-se necessário um evaporação total anual é de 605.3mm e a estudo deste grupo, com a finalidade de umidade relativa anual é de 80% (Depto. melhorar o conhecimento das espécies, tanto Nacional de Meteorologia, 1992). do ponto de vista morfológico como Provavelmente,jáquenãosedispõedosdados taxonômico, fornecer dados ecológicos para climatológicos da área, a Reserva Ecológica contribuir com o conhecimento da flora da de Macaé de Cima apresenta-se mais úmida Mata Atlânticae conhecermelhoros recursos com temperatura mais baixaqueaencontrada nativosdeplantasornamentaisbrasileiras,com na cidade de Nova Friburgo. vistas a sua utilização em paisagismo. O substrato rochoso é constituído essencialmente de rochas intrusivas e l. Descrição da área metamórficas Pré-Cambrianas, que afloram Criada pelo decreto número 156, de 03 extensamente na maior parte da área. Suas dejaneirode 1990, daPrefeituraMunicipalde rochas são gnaisse e milonito nas Unidades NovaFriburgo,aReservaEcológicadeMacaé Desengano, São Fidélis e Santo Eduardo, de Cima, situada no Município de Nova granitóidesdeestruturahomófanae fluidal na Friburgo, RJ, possui uma superfície de 7103 PedraBicudaeFaraó,eDepósitosAluvionares ha, com latitudes de 22°21’S / 22°28’S e numapequenaregião do RioMacaé. Os solos W longitudede42°37’ /42°35’W,etemcomo da região são do tipo Cambissolo Alico “A” afluentes os Rios das Flores e Macaé. Seus moderado e proeminente. A geomorfologia pontosculminantessãoaPedradoFaraó(1719 compreende faixas de dobramento m.s.m), a Pedra de São Caetano (1657m.s.m) remobilizado, modelado de dissecação e a Pedra Bicuda (1499m.s.m). É limitada ao diferencial, sendoque adissecação émarcada sul pelo Município de Silva Jardim e a oeste por controle estrutural, definido apenas pela pelo Município de Cachoeira de Macacu, variável aprofundamento da drenagem possuindo como referências orográficas a (Oliveira et al., 1983; Lima et Guedes-Bruni Serra de Macaé de Cima ao norte, ao sul a 1997). Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ 13 14 24 Coelho. M.A. N. Figura 1 -MapadaReservaEcológicade MacaédeCima- Fonte: ProgramaMataAtlântica/JBRJ 2. Vegetação abundância ali encontradas de famílias OMunicípiodeNovaFriburgo,ondeestá exclusivamente arbustivo/herbáceas como situada a Reserva Ecológica Macaé de Cima, Orchidaceae, Araceae, Bromeliaceae e pertence àSerrado Mar, econsequentemente, Piperaceae (Lima et Guedes Bruni, 1994). suavegetação secaracterizapelaMataPluvial Na área da Reserva as espécies arbóreas Tropical Costeira (Hueck, 1972). Esta mata representam 51% das fanerógamas até agora deve sua existência à grande umidade do ar, inventariadas,distribuídasem58famílias,onde trazida pelos ventos marítimos, com altas Melastomataceae, Rubiaceae e Leguminosae precipitações 1700a2000mm)etemperaturas possuem o maior número de espécies. As ( (médias anuais de 23° a 25°C).' epífitascorrespondema 17%dototal,com 145 Na área da ReservaEcológica de Macaé espécies até agora conhecidas, onde 64 delas de Cima foram inventariados 1011 táxons de pertencemas monocotiledôneas. Esse número fanerógamos, sendo que esse grupo é apresenta-se baixo Já que o inventário deste composto quase que exclusivamente de grupo é incompleto na área (Lima et Guedes Angiospermas, já que apenas duas espécies Bruni, 1994). são Gimnospermas. O interior da mata caracteriza-se pela Analisando a distribuição das espécies presença de 2 estratos arbóreos: O estrato pelo tipo de hábito, constatou-se que 31% são inferiorque apresenta arbustos e árvores com herbáceo/arbustivas ,e 18% trepadeiras, alturas entre 2 e 12m e tem entre seus demonstrando a importância das plantas não representantes exemplares de Mollinedia arbóreas na riqueza de espécies da flora de micrantha (Monimiaceae), Psychotria Macaé de Cima. Esses dados podem ser velloziana (Rubiaceae), Hedyosmum comprovados através da diversidade e brasiliensis (Chloranthaceae) e Cordia Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 PhilodendronSchott(Araceae):morfologiaetaxonomiadasespéciesdaReservaEcológicade Macaéde Cima •NovaFriburgo, RiodeJaneiro, Brasil 25 ecalycidata (Boraginaceae), entre outros. O appendiculatiim e P. edmundoi) para a estrato intermediário é formado por árvores Reserva, sendo que, com o decorrer das com alturas entre 12 e 20m, tendo como expedições à área, principalmente com a espécies características, entre outras, Eiiterpe implantação do Programa Mata Atlântica em edulis (Palmae), Mollinedia gilgiana, M. 1987,essenúmerocresceupara 10,mostrando salicifolia (Monimiaceae), Myrceugenia a riqueza da família e a importância da scutellata (Myrtaceae). Sobrepondo-se às continuidade e intensificação de coletas para copas, emergemexemplaresdeBedschmiedia constataradiversidadedogruponafloralocal. rigida (Lauraceae), Myriocarpusfrondosiis (Leguminosae), Croton organensis MATERIAL E MÉTODOS (Euphorbiaceae) e Ocotea porosa Para o estudo taxonômico das espécies (Lauraceae), esta última com um de seus do gênero Philodendron ocorrentes na exemplares alcançando a altura de 38m. A Reserva Ecológica de Macaé de Cima, foi mata é rica em epífitas e grupos de realizado um levantamento bibliográfico e samambaias. A grande umidade doarpermite utilizados espécimes de coleções vivas e odesenvolvimentodeplantasdeváriasfamílias, herborizadas,inclusiveostiposefotosdetipos e as mais representativas são Orchidaceae, e pranchas depositados nos principais Araceae, Bromeliaceae e Polypodiaceae herbários do Estado do Rio de Janeiro e nos (Programa Mata Atlântica, 1990). herbários do Royal Botanic Gardens Kew e O estrato superior da mata é Natural History Museum (Londres, caracterizada como típica mata úmida de Inglaterra), cujas siglas encontram-se citadas neblina que, na Reserva, está entre 1200 e no texto segundo o Index Herbariorum 1400m de altitude. As árvores apresentam-se (Holmgren etal., 1981). comtroncosbaixosedeformadosedensamente O trabalho de campo foi realizado com cobertos por musgos. A cobertura vegetal intensivascoletasdematerialbotânicodurante toma a forma de uma mata arbustiva de 6 a 19 excursões à área entre os anos de 1992 e 8m de altura. As famílias mais importantes 1994. Essas coletas foram realizadas nas deste tipo de vegetação são Myrtaceae, seguintes localidades: estrada que atravessa o Melastomataceae, Compositae arbóreas e Sítio Sophronites; área do Sítio Sophronites; arbustivas,inúmerasepífitas,principalmenteas Pedra Bicuda; caminho para a Serra dos bromélias, orquídeas, líquensepteridófitas. Pirineus; estrada principal que corta a Existem lugares em que as matas Reserva; estrada para o Cassino; Fazenda primitivas foram destruídas pela ocupação Ouro Verde e Sítio Fazenda Velha. O Sítio humana, formando uma vegetação secundária Bacchus foi também visitado, apesar de estar densacom exemplares de Rubiaceae, Palmae, fora da Reserva, encontra-se muito próximo Flacourtiaceae e Melastomataceae, entre da mesma, apresentando uma vegetação bem outras. preservada. A Reserva Ecológicade Macaé de Cima As espécies foram observadas em seus possui,atéomomento,24espéciesendêmicas, habitats naturais e confeccionou-se fotos para demonstrando a singularidade da flora local a ilustração de detalhes das folhas e caracterizando a área como reduto de inflorescências, e desenhos a nanquim para a diversidadeeendemismodoecossistemaMata esquematização das estruturas reprodutivas Atlântica (Programa Mata Atlântica, 1990). comauxíliodemicroscópioestereoscópico.Os Através de levantamento nos herbários caracteres de coloraçãodas partes vegetativas do Estado do Rio de Janeiro, foram e da inflorescência foram utilizados na chave encontradas 3 espécies do gênero deidentificaçãotendoemvistaqueosmesmos Philodendron {P. altomacaense, P. sãoimportantesparaataxonomiadasespécies Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ 26 HISTO^RICO DO GE„NEROCoelho, M.A. N. e se perdem após o processo de secagem do Philodendron Schott material. A história do gênero Philodendron A técnicadecoletaeherborizaçãoseguiu iniciou-secomaprimeiradescriçãopublicada, o descrito por Croat (1985). Todo o material em 1829, apresentada numa forma muito coletado encontra-se depositado no herbário abreviada em um jornal vienense, pouco do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB); conhecido, chamado “Wiener Zeitschrift für As medidas das partes vegetativas e Kunst, Literatur, Theater und Mode” (Mayo florais foram tomadas apenas dos materiais 1990a). Schott, em seu artigo, preocupou-se coletados na Reserva Ecológica de Macaé de com a separação de dois novos gêneros de Cima. As medidas do diâmetro do pecíolo, Araceae, Philodendron e Syngonium, do, até pedúnculo e zonas da inflorescência foram aqui, heterogêneo Caladium. obtidas das regiões medianas desses órgãos. Embora,aparentementetrivialàprimeira Asmedidasdoóvuloinclui ofunículo. vista, o novo conceito genérico de Schott Nadescrição da morfologiafoliar, usou- marcou, talvez, o mais importante avanço se a nomenclaturaproposta por Steam (1993) histórico na sistemática da família Araceae. e, para as lâminas cordiformes e sagitadas, a Pouco tempo depois, em 1832, sintetizou seu de Mayo p.p. (1991). As denominações trabalho em um novo sistema da família referentes a inflorescência e infrutescência publicado no “Meletemata Botanica”. Neste foram baseadas em Mayo (1986 b). trabalho ele também apresentou o primeiro As categorias de ameaçadas ou sobre o esquema infragenérico para o gênero risco de extinção, foram baseadas em Carauta Philodendron, que foi baseado (1989). exclusivamentenoscaracteresflorais,eincluiu Os dados referentes à floração, duas “secções” monoespecíficas frutificação e observações ecológicas foram (Meconostigma e Sphincterostigma), obtidos das espécies durante a realização dos caracterizadas pela estrutura do estigma que, trabalhosdecampoedasetiquetasdeherbário mais tarde, foram reunidas por Engler dentro daquelas ocorrentes na Reserva. do subgênero Meconostigma. No total, Os dados referentes a distribuição das somente 10 espécies de Philodendron são espécies no Brasil foram obtidos através de mencionadas, e isto durou até 24 anos mais bibliografiae etiquetas de herbário. tardequandoelepublicouumtratamentomais Para as fotografias usou-se máquina completo (Schott 1856). Canon AE-1 Program, tanto para fotos em Endlicher, em 1837, publicou um papéisquantodiapositivos. tratamento de Philodendron que foi baseado Segue, abaixo, a lista dos herbários exatamente no “Meletemata...” de Schott BM visitados para exame dos materiais: - (1856), diferindo somente na inclusão de uma Natural History Museum, Londres, Inglaterra; descrição detalhada do gênero. Outra grande FCAB - Herbário Friburguensis, Nova contribuição para a sistemática das aráceas GUA Friburgo, RJ; - Herbário “Alberto nesse período foi o tratamento dado a família Castellanos”, Rio de Janeiro, RJ; HB - por Blume em 1837. Ele não fez, entretanto, Herbarium Bradeanum, Rio de Janeiro, RJ; K nenhum tratamento com Philodendron. - Royal Botanic Gardens, Kew, Londres, Quatro anos mais tarde, Kunth, em 1841, Inglaterra; R - Herbário do Museu Nacional, publicouaprimeiraclassificaçãodogêneroque Rio de Janeiro, RJ; RB - Herbário de Jardim tratoudasespéciesindividualmente. Seustaxa Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, infragenéricos e seus caracteres diagnósticos RBR RJ; - Herbário da Universidade Federal permaneceram inalterados, em relação ao Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí, RJ. tratamento do “Meletemata...” de Schott Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ cm 13 14 PhilodendronSchott(Araceae):morfologiaetaxonomiadasespéciesdaReservaEcológicade MacaédeCima-NovaFriburgo, RiodeJaneiro. Brasil 27 (1856).Emboraeletenhaincluídoespéciesque espécies em sua publicação e o número de foram, mais tarde, transferidas para outro espécies reconhecidas caiu para 116 do total gênero, o relato de Kunth (1841) foi uma de 135 dado porSchott em 1860. importantecontribuiçãoemqueelesumarizou, Em 1879 Engler publicou um segundo completamente, a literatura prévia, publicou tratamento do gênero em sua monografia de novas espécies e combinações e enquadrou Araceae para o “Prodromus” de Alphonse de no gênero Philodendron as espécies que, Candolle. Esse tratamento difere do anterior mais tarde, seriam reconhecidas para o apenas pela adição de um pouco mais de subgênero Pteromischum. espécies, elevando o total para mais de 120 A primeira revisão completa de Schott (Mayo 1990a). Sua terceira revisão foi (1856), a nível de espécie, foi publicada em publicada 20anos mais tarde (Engler 1899), e seu “Synopsis Aroidearum”, um trabalho é, essencialmente, a classificação usada hoje. planejado para cobrir a família toda, mas que Muitas novas espécies foram descritas, não continuou além do primeiro volume. Na especialmente provenientes da Colômbia, época, muito mais espécies de Philodendron EquadoreAméricaCentral,ondeaexploração foram descritas das coleções enviadas para a botânicaestava mais ativa. Como resultado, o Europa, em números sempre crescentes, dos número total reconhecido tinha crescido para trópicos do Novo Mundo. No “Synopsis...” 167 espécies. foram descritas 99 espécies, um aumento três A revisão de Krause (1913), publicada vezes maior que o relato de Kunth (1841). A na grande série de monografias de Engler classificação de Schott é aqui completamente entitulada“Das Pfianzenreich”, mudou pouco diferentedotratamentode 1832,quetinhasido a classificação de 1899 de Engler, mas A baseadonoscaracteresflorais. classificação adicionou muitas novas espécies, alcançando fmal foi publicada no “Prodromus Systematis ogêneroumtotalde222.Suamaisimportante Aroidearum” (Schott, 1860). Esse tratamento característicaéograndenúmerodeilustrações não difere em caráter essencial do relato no texto, tornando-o mais prático do que anterior, aumentando somente o número de qualquer revisão até então realizada. Essa foi espécies. Independentemente do publicado, o aúltimatentativaparaumtratamentocompleto autor deixou um incomparável arquivo de do gênero Philodendrotu Os fundamentos da ilustrações que, desde então, tem sido muito classificação têm permanecido os mesmos usado por importantes estudiosos da família desdeorelatodeSchottem 1856, istoé,cerca (Schott, 1984). Consiste de cerca de 4400 de 20 grupos de espécies são conhecidos pela ilustraçõesalápiseaquarela,incluindomuitas combinação de alguns poucos caracteres. espécies de Philodendron (208 ilustrações), Desde a revisão do “Pfianzenreich...” de que são uma referência essencial na Krause (1913), nenhum outroesforçofoi feito interpretação dos táxons descritos por Schott. para sintetizar sistematicamente dados dentro As ilustrações coloridas foram feitas usando de uma nova classificação para o gênero. plantas cultivadas no Jardim Imperial do Entretanto, muitos estudos têm sidoefetuados Palácio de Schoenbrunn, Viena, e estão entre e um grande número de informações têm se asmaisbelasilustraçõesbotânicasconhecidas. acumulado desde aquela época. A primeira classificação de Engler do Levantamentos de espécies de muitos países gênero Philodendron foi publicada no neotropicais têm sido feitos, geralmente, no tratamento das Aráceas que foi escrito para a contexto de uma“flora” regional ou nacional. “Flora Brasiliensis”, em 1878, onde ele Acima de 135 novas espécies foram descritas apresentou uma sinopse completa do gênero naliteraturataxonômicadesde 1920,elevando anexada ao relato detalhado das espécies o total para quase 400, embora esse número brasileiras. Ele descreveu poucas novas leve emcontao número das espécies que têm Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ 28 Coelho, M.A. N. caído em sinonímiadesde aquela data. a maioria das espécies sejam hemi-epífitas Nos últimos anosverificou-seum rápido lianescentes,variam grandemente em estatura crescimento de interesse pelo gênero. Mayo e no comprimento dos internos. Plantas (1986b, 1988, 1989, 1990a e 1991) fez um terrestres e rizomatosas rupícolas ocorrem detalhadoestudodaanatomiadainflorescência, neste subgênero, esteúltimo sendo comum na revisou o subgênero Meconostigma, seção Baursia. confirmou o subgênero Pliilodendron como 1.2, Morfologia do caule um táxon bem definido e propôs uma nova Os caules jovens são monopodiais em nomenclatura infragenérica para o gênero. todosossubgêneros,eproduzemumasucessão Grayum (Jardim Botânico do Missouri) vem de folhas alternadas com bainhas bem estudando o subgênero Ptewmischum eCroat desenvolvidas, cada uma subtendendo um (Jardim Botânico do Missouri) está revisando simples botão axilar primário (Fig. 2a.). Na as espécies da América Central (apud Mayo, maioria das espécies, após um número 1990a). indeterminado de folhas, a transição para Delonge,amaisimportantecontribuição crescimento simpodial monofilo ocorre. Cada para o moderno conhecimento do gênero tem unidade do simpódio consiste de um profilo, sidofeitaporG.S. Bunting(1975, 1980, 1984, uma folha normal com uma bainha muito 1986, 1987e 1988),peloseuinteresseespecial reduzidaeumainflorescênciaterminalabortada em Philodendron por mais de 20 anos. Seu (Fig. 2.b.). O crescimento, então, continua trabalho envolve muitos aspectos, incluindo através de um meristema axilar primário, na nomenclatura, cultivo de espécies, anatomia axiladoprofilo, que começa acrescerdesde a vegetativa,bemcomotaxonomia.Novosdados sua formação no meristema apical Um sobre muitos outros aspectos da biologia de (crescimento siléptico). broto secundário Philodendron foram publicados no curso de ou adventício também se forma na mesma levantamentos gerais da família nas áreas de axila,masesteficadormente,esódesenvolve- etnobotânica, citologia, palinologia, química, se se houver dano no ápice do caule O morfologia, venação foliar, anatomiavascular (crescimento proléptico). caule da planta e floral (Mayo, 1986b). adultaéassimumsimpódio,compostodeuma série de unidades simpodiais, cada uma RESULTADOS E DISCUSSÃO constando de umramo da unidade anterior. O ramo de prolongamento (a próxima unidade) 1. Considerações Morfológicas desenvolve-senaaxiladasegundafolhaabaixo 1.1. Hábito da espata (esta folha no subgên. As espécies do gênero Philodendron, Philodendron é o profilo). ocorrentes na Reserva Ecológica de Macaé Após um indeterminado número de tais de Cima, exibem hábitos hemi-epífitos unidadessimpodiais,aplantapodeproduziruma lianescentes, terrestresrizomatososerupícolas ou mais inflorescências, dependendo de um rastejantes. número de fatores tais como iluminação, AsespéciesdosubgêneroPteromischum tamanho ou vigor. Quando em floração, o parecem ser exclusivamente hemi-epífitas meristemaapical,daúltimaunidadesimpodial, lianescentes,istoé,elassãoconectadasaosolo desenvolve-se inteiramente formando uma porraízesalimentadorasemboraamaiorparte inflorescência, e a bainhada folha, peloque é do seu caule desenvolve-se anexado aos subtendida, é nonnalmente maiorque aquelas troncos de árvores por raízes grampiformes e dasfolhasemunidadessimpodiaisprecedentes frequentementesereproduz, vegetativamente, (Fig. 2.C.). Em muitas espécies uma série de por ramos flageliformes. unidades simpodiais florais podem resultar No subgênero Philodendron, ainda que depois do desenvolvimento da primeira Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ cm 13 14 PhilodendronSchott(Araceae):morfologiaetaxonomiadasespéciesdaReservaEcológicade Macaéde Cima-NovaFriburgo, RiodeJaneiro, Brasil 29 inflorescênciaterminal.Osimpódiofloraldifere principal fontede alongamento docauledeste do vegetativopelo que cada unidadeconsiste, subgênero. somente de um profilo seguido por uma O simpódio floral varia um tanto nesse inflorescência (Fig. 2,d.). Cada unidade do subgênero e requer mais investigação (Mayo, simpódiofloraldesenvolve-senaaxiladoprofilo 1986b).Asinflorescênciaspodemsersolitárias daunidadeíinterior.Unidadessimpodiaisflorais ou podem formar um simpódio com até pelo sucessivas são formadas na axila ou de uma menos 1 1 inflore.scências. Este normalmente folha normal segunda unidade simpodial segueaseqüênciadescritaanteriormente (Fig. ( floral) ou do profilo da unidade simpodial 2.d.) precedente (3, 4, 5... unidades simpodiais A posição das escamas intravaginais florais) (Fig. 2.d.). (tricomas multicelulares escamiformes A arquitetura do sistema caulinar no encontrados na região axilar do profilo ou da subgênero Pteromischum é diferente do folha monopodial ou abaixo destes) também padrão exatamente descrito acima no qual os demonstra uma diferença no padrão de ramosdafloraçãonãosãounidadessimpodiais alongamentonosdoissubgêneros.Nosubgên. monofilos mas “simpódios pleiofilos”, isto é, Philodendron as escamas são sempre cada ramo da floração tem um número encontradas imediatamente acima das indeterminado de folhas normais antes da cicatrizesdoprofilonosintemós maduros.Em inflorescência terminal. As folhas normais todas as espécies do subgên. Meconostigma sempre têm bainhas bem desenvolvidas, isto com intemós apreciáveis, as escamas, quando é, são homólogas com as folhas jovens do presentes, são encontradas imediatamente padrão de crescimento normal de abaixo do profilo e freqüentemente ao redor Philodendron subgên. Philodendron e das cicatrizes das folhas normais. Meconostigma (Fig. 3.b.). 1.3. Ramos flageliformes Nas espécies brasileiras somente uma Em algumas espécies de Philodendron inflorescênciaterminalsimpleséproduzidanos ocorre umaforma modificada de crescimento ramos floridos do subgên. Pteromischum. do caule, chamadoramos flageliformes. É um Ocasionalmente,entretanto,umsimpódiofloral eixo que possui a função de deslocar, de duas inflorescências pode ser observado. rapidamente, a posição do meristema apical Na revisão do subgênero Pteromischum, noespaço. Isto representaumaestratégiapara Grayum(1996)estabeleceumanovaseçãoque exploraçãodoespaçonascondiçõesecológicas se caracteriza pela presença de simpódios limitantes. A característica de um ramo floraisde2oumaisinflorescências,otrabalho flageliforme, não considerando as já está em fase de publicação impossibilitando mencionada, inclui morfologia do broto maiores dados a respeito do assunto. A monopodial,areduçãodasfolhasparacatafilos segundaunidadesimpodialfloralsurgenaaxila ou, ao menos, parafolhas com lâminas muito da última folha normal como em simpódios reduzidaseodesenvolvimentodeintemósfinos florais nos outros subgêneros (Fig. 3.b.). e longos. Todas as espécies do subgênero 1.4. Raízes A Philodendron têm crescimento simpodial raiz primária ou radícula é de curta monofiloemcaulesadultos.Osintemósdeuma duração nas Araceae, e raízes adventícias unidadesimpodialdiferememcomprimentoO subseqüentes desenvolvem-se do caule. interno entre o profilo e a folha normal é Dimorfismo ocorre em raízes de extremamentereduzido,enquantoohipopódio, Philodendron, ou seja, dois tipos são isto é, o internó entre o profilo da primeira apresentados: raízes curtas grampiformes em unidadeeoprofilodasegunda,éalongado(Fig. forma de cabeleira adesiva, geralmente 2.b. e 2.C.). O internó hipopodial constitui a estendendo-se em ângulo reto ao caule Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 30 Coelho. M.A. N. prendendo a planta à superfície trepadora; e formas de lâminas encontradas são lobadas, raízeslongasalimentadorasquedescemaosolo pinatifidas, trifidas, pedatisectas, pinatisectas comafinalidadedeabsorveráguaenutrientes. e trisectas. As raízes alimentadoras atingem grandes Philodendron não é, de modo algum, o comprimento devido às posições altas das único gênero das aráceas a exibir folhas dos plantas no andar superior das florestas. Uma tipos acima mencionadas. Estes tipos vez no interior de solo úmido e escuro ou de diversificados são encontrados em muitos fissuraselasseramificamformandoumadensa outrosgêneros,parecendo,conseqüentemente, rede. Raízes aéreas desse tipo são que a transição entre essas formas é extremamente flexíveis e fortes. provavelmente fundamentada em mudanças 1.5. Folhas relativamente triviais do padrão de ontogenia Dependendodaposiçãodafolhanoramo, foliar. pode-se ter uma das seguintes formas: 1.6. Inflorescência Folha normal: isto é, a folha de uma Dentro do gênero Philodendron existe planta adulta com lâmina plenamente uma grande variação de morfologia da desenvolvida; inflorescência. Oscaracteres comunsde todas •Catafilo: folha em que a lâmina falta, as inflorescências de Philodendron são: o restando apenas a parte correspondente a pedúnculo quase sempre relativamente curto, bainhapeciolar; espata ereta em completa floração e •Profilo: aprimeirafolhadeumramo,em persistente até o amadurecimento do fruto, Philodendwn o profilo tem a forma de um normalmente diferenciada numa parte catafilo. convoluta inferior - o tubo - e uma parte As folhas em Philodendron são superior, mais ou menos expandida - o limbo formadas por pecíolo, bainha e lâmina (Fig. ou lâmina. A parte apical da espata abre 3.a.). O pecíolo possui caráter taxonômico largamente na antese e então se fecha em muito importante; sua forma, em corte tomo do espádice posteriomrente. O espádice transversal, varia de cilíndrico até aplanado é monóico com flores unissexuais faltando comalas,passandoporaplanadoacanaliculado perigônio.Asfloresfemininasdispostasnabase na face superior. Pode ser provido de e as masculinas na parte superior, geralmente protuberâncias como verrugas e estrias, até são separadaspor uma zona de flores estéreis cobertoporpêlos filiformes. masculinas (estaminodiais). Raramente existe Abainhavariagrandemente,dependendo umazonadefloresmasculinasestéreistambém do subgênero. Em Pteromischum possui o no ápice (Fig. 3.c.). Há secreção de resina na mesmo comprimento do pecíolo ou quase, inflorescência durante a antese. podendo ser expandida ou fechada. Em No início da antese o limbo da espata Philodendron e Meconostigma a bainha não distende-se acima de uma constrição central, ultrapassa a metade do comprimento do eotubodilata-selevementenamaturidadepara pecíolo,chegandoaserinsignificanteemalguns formar uma distinta cavidade ao redor das casos e apresenta-se sempre fechada. florespistiladas.Ograudeconstriçãonajunção A lâmina foliar em Philodendron exibe entre tubo e limbo varia consideravelmente. uma larga variedade na forma. As simples No subgênero Pteromischum a constrição da linear-lanceolada a ovada, elíptica e obovada espata é fraca ou falta, mas no subgên. são comuns no subgênero Philodendron e no Philodendron pode ser muitò bem marcada. subgênero Pteromischum. As formas de E possível que a cor interna da espata lâminamaiscomunssãoascordadas,sagitadas tenha uma função de atuação na polinização, e hastadas, e ocorrem em ambos os subgên. sendo assim, deve haver uma relação íntima Philodendron e Meconostigma. Outras para a estrutura e funcionamento do espádice Rodriguésia 51(78/79): 21-68. 2000 SciELO/JBRJ cm 13 14

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