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Paulo Alexandre Marcelino Malafaia Gabriel Marcel e a morte de Deus PDF

324 Pages·2017·2.64 MB·Portuguese
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Paulo Alexandre Marcelino Malafaia Gabriel Marcel e a morte de Deus Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação do Departamento de Filosofia da PUC-Rio como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Filosofia. Orientador: Prof. Edgar de Brito Lyra Netto Co-Orientadora: Profª. Maria Luísa Portocarrero Ferreira da Silva Volume I Rio de Janeiro Dezembro de 2017 Paulo Alexandre Marcelino Malafaia Gabriel Marcel e a morte De Deus Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Filosofia pelo Programa de Pós- graduação do Departamento de Filosofia do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada Prof. Edgar de Brito Lyra Netto Orientador Departamento de Filosofia - PUC-Rio Profª. Maria Luísa Portocarrero Ferreira da Silva Co-Orientadora Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação - Universidade de Coimbra Prof. Paulo César Duque Estrada Departamento de Filosofia - PUC-Rio Prof. Edgard José Jorge Filho Departamento de Filosofia – PUC-Rio Prof. Alexandre Marques Cabral Departamento de Filosofia – UERJ Prof. Claudinei Aparecido de Freitas da Silva Departamento de Filosofia – UNIOESTE Profª. Monah Winograd Coordenadora Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas – PUC-Rio Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2017. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador. Paulo Alexandre Marcelino Malafaia Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2002); e Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Tem atuado há mais de uma década em diversas Instituições de Ensino Superior e de Ensino Médio no Estado do Rio de Janeiro como professor de Filosofia. Destacadamente, leciona desde 2005 no Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro. Tem se dedicado tanto a pesquisas referentes à Filosofia Medieval e sua relação com a Teologia, a Filosofia da Religião e ao Ensino de Filosofia, assim como pesquisa leituras contemporâneas da própria experiência religiosa. Ficha Catalográfica Malafaia, Paulo Alexandre Marcelino Gabriel Marcel e a morte de Deus / Paulo Alexandre Marcelino Malafaia ; orientador: Edgar de Brito Lyra Netto ; co-orientadora: Maria Luísa Portocarrero Ferreira da Silva. – 2017. 2 v. : il. color. ; 30 cm Tese (doutorado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, 2017. Inclui bibliografia 1. Filosofia – Teses. 2. Friedrich Nietzsche. 3. Gabriel Marcel. 4. Morte de Deus. 5. Transcendência. 6. Relação eu-tu. I. Lyra Netto, Edgar de Brito. II. Silva, Maria Luísa Portocarrero Ferreira da. III. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Filosofia. IV. Título. CDD: 100 Agora eu só o vejo nos seus olhos porque eu não posso vê-lo mais; e o verdejar escondem os escolhos, escondem também os meus ais. Para Isabel e seu avô (in memorian). Agradecimentos É um clichê ao estilo “Xou da Xuxa” agradecer aos orientadores, à Banca e à agência de fomento. Mas no meu caso sou realmente muito grato. A CAPES possibilitou minha pesquisa junto à Universidade de Coimbra. Aos professores da Banca, cada um por motivos diversos, muito além da participação na avaliação de meu texto, tenho muito a agradecer. Ao professor e amigo Claudinei, pela enorme ajuda bibliográfica a respeito dos textos de e sobre Marcel, e pelo imenso incentivo acadêmico para acolher e publicar alguns textos que já são frutos desta tese. Ao meu grande amigo Alexandre, por me apoiar mesmo antes do ingresso no Doutorado e por abrir horizontes na minha compreensão de mundo, além da participação nas etapas formais da conclusão desta pesquisa. Ao professor Edgar José, cuja reflexão contribuiu para germinar minhas inquietudes sobre o tema da tecnocracia e, ainda, para consolidar o trabalho aqui apresentado quando ele era (apenas) um projeto. Ao professor Paulo, pelo enorme empenho em possibilitar minha investigação em Coimbra. Quanto aos meus orientadores, minha gratidão extrapola, com ainda mais excessos, as linhas que se seguem. Professora Maria Luísa, muito obrigado por todos os documentos feitos e refeitos por conta da burocracia envolvida no processo de concessão da bolsa. Muito obrigado pela acolhida generosa na Universidade de Coimbra. Muito obrigado pela leitura crítico-reflexiva de meu texto e pelas perguntas em nossos diálogos de orientação. Professor Edgar Lyra, ao tentar escrever o quanto lhe sou grato simplesmente não consigo saber por onde começar porque a lista de auxílio e contribuições é gigantesca. Enumerá-los cronologicamente, organizar segundo certos afetos, nada disso daria conta… Talvez o menos incerto que eu possa escrever aqui é: Obrigado por tua presença! Constante, acolhedora, generosa, amiga, crítica. Tudo isso a um só tempo; e mesmo assim não só tudo isso. Obrigado, professor! Esses agradecimentos dão conta do mais imediato que os passos institucionais me fizeram seguir. E, ainda bem, em todos esses casos há uma aura de singularidade nas relações estabelecidas que só aumenta minha gratidão. Mas eu sou grato acadêmica e pessoalmente a bem mais gente. E não posso deixar de agradecê-los aqui. * * * Dona Vanda e a toda equipe da biblioteca da Faculdade Jesuíta (FAJE), assim como a comunidade jesuíta que reside no complexo da Faculdade, sobretudo o padre MacDowell. Por me fazerem experimentar verdadeira Páscoa através da acolhida fraterna, apoio acadêmico, hospedagem, hospitalidade enquanto recolhia material bibliográfico na Instituição. De muitas formas, minha pesquisa reflete esta minha passagem por aí. A Dona Edna, pelo permanente auxílio acadêmico, mas também pelas conversas amigáveis na secretaria. A Dona Eugénia, pela confiança, sorriso, incentivo e esperança – inclusive a respeito do Brasil. Aos “Embaralhados”. Sobretudo Na Morena e Rafa foram verdadeiros estímulos intelectuais. A Germano, Lethicia e Luiz Maurício pelas consultas greco-platônicas. A Daniel, Lígia, Marcela e Marcelo por me lembrarem constantemente de não separar reflexão e amizade. Marcelo, em especial, pela ajuda transatlântica com os textos. A Balbino, pela acolhida acadêmica e fraterna em Coimbra. A bióloga-filósofa Gláucia, pela escuta e questionamento críticos das ideias que tentei desenvolver na tese. A Dona Juliana, cidadã do mundo radicada em Coimbra, pela acolhida fraterna, apoio, cappuccinos, conversas, digitalização e violão. A José Beato, pela crítica e companhia intelectual em torno às reflexões de Marcel. Aos “Agostinianos Boladões” (Alessandro, Ângelo e Tales) pela amizade, dicas e leitura crítica da primeira parte do texto. A Genival, pelo apoio psico-afetivo-intelectual na reta final. A Leo e Thaiza, pelo incentivo ao julgarem que minha tese era bonita e pela dica crítica sobre uma antropologia filosófica mais moderada. A Anamar, Bernardo, Diego e Pablo por me ouvirem (sem deboche) a respeito da subjacente reflexão sobre a relação entre consciência e experiência que se encontra nesta tese, num momento em que (é bem provável) minha própria “experiência de consciência” colocava em xeque certos padrões... A Pedro, pela leitura (junto com Diego) da primeira parte da tese, mas também pela acolhida intelectual de minhas inquietudes, pelo questionamento crítico, pelo incentivo ao desenvolvimento do malafaísmo, pelo exemplo de ouvir-discordar- respeitar que se nutre numa profundidade tão grande que me convence da existência real do binômio amizade-amor. Carlos, pelos projetos filosófico-musicais. Joathas, pela parceria mesmo quando estamos ausentes um ao outro. A Viviane, pela ajuda e reflexão francófona e por me ensinar, com Maya, a ser sinal de comunhão e do eterno. A todos os alunos do Colégio Pedro II que me encontraram na sala de aula, coordenação ou chefia – vocês são o que há de melhor nesse colégio. De muitas formas, foram vocês muito responsáveis por esse itinerário trilhado. A todos os Professores do Departamento de Filosofia do Colégio Pedro II por segurarem a barra e as pontas em minha ausência. Agradeço em especial aos colegas do campus São Cristóvão III. Novamente, a Bernardo, Diego, Germano, Pablo, Pedro, Leo e Luiz Maurício. Sois bem mais do que eu coloquei aqui sobre a ajuda acadêmica. Sois testemunhas de minha experiência de mistério decorrente do “tu”. Amo-vos! * * * Falta ainda agradecer aqueles que, mesmo sem ter diretamente oferecido contribuição acadêmica, existindo e sendo quem são muito fizeram por mim. Isabel, coraçãozinho, amor da minha vida. Vóve, Lu, Alexandre, prima Cláudia, Cauã e Seu Vitor – amor e família fisicamente presente. Vôve – amor ainda mais presente. Dani – teria eu chegado aqui sem ti? Resumo Malafaia, Paulo Alexandre Marcelino; Lyra, Edgar de Brito. Gabriel Marcel e a morte de Deus. Rio de Janeiro, 2017. 324 p. Tese de Doutorado - Departamento de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Esta tese é uma reflexão sobre a possibilidade de um discurso sobre a religiosidade a partir da morte de Deus. Procurei escavar interpretações a respeito da sentença “Deus está morto!”, presente nos aforismos 125 e 343, de A gaia ciência, de Friedrich Nietzsche (1844-1900) e confrontei-as com as ressonâncias desta proclamação na obra do filósofo francês Gabriel Marcel (1889-1973). Sobre os sentidos interpretativos da assertiva nietzschiana, apresento três aspectos fundamentais do Deus assassinado, nomeadamente: (a) o Deus metafísico; (b) o Deus moral; (c) o Deus cristão. Os textos de Marcel analisados na tese apontam a acolhida e a ressignificação do vaticínio nietzschiano. Nessa acolhida, as noções de “drama”, “situação”, “universal concreto”, “transcendência” e “intersubjetividade” mereceram especial cuidado investigativo. Esta última, calcada na “relação eu-tu”, constitui-se como verdadeira condição de possibilidade de abertura ao outro enquanto mistério. A partir deste confronto, procurei oferecer uma síntese própria que não é nem nietzschianismo, nem marcelianismo. Uma vez que não se segue como necessário de nossa situação histórica, marcada pelo deicídio, a ilegitimidade da religião, perseverei em repensá-la, ainda que sob aspectos e configurações não usuais. Disto seguiu-se uma reinterpretação de aspectos vários, situados entre metafísica e religiosidade, bem como entre moralidade e religiosidade, o que levou a reflexão sobre alguns desdobramentos éticos e sócio-políticos aí envolvidos. Palavras-chaves Friedrich Nietzsche; Gabriel Marcel; morte de Deus; transcendência; “relação eu-tu”; metafísica. Abstract Malafaia, Paulo Alexandre Marcelino; Lyra, Edgar de Brito (Advisor). Gabriel Marcel and the death of God. Rio de Janeiro, 2017. 324 p. Tese de Doutorado - Departamento de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. The present work sets forth a discussion on the possibility of a religious speech following the death of God. It was in my interest to dig for interpretations concerning Friederich Nietzsche’s (1844-1900) statement found in The Gay Science’s 125th and 343th aforisms – “God is dead!” – and to compare them to its echoes in Gabriel Marcel’s (1889-1973) works. Upon the interpretative meanings to Nietzsche’s statement, I present three fundamental aspects to the murdered God, namely: (a) the metaphysical God, (b) the moral God and (c) the christian God. The Marcelian texts analyzed here point out both the reception and ressignifications of Nietzsche’s prediction. In this reception, the notions of “drama”, “situation”, “concrete universe”, “transcendence” and “intersubjectivity” deserved a very careful analysis. The latter, based on the “I-thou relationship”, became a real condition for an opening towards the others as some sort of mystery. From this confrontation, I tried to offer my own synthesis that is neither akin to Nietzscheism or Marcelism. Since the ilegitimacy of religion is not a necessary fact on our days, branded by the experience of this deicide, I strived to rethink it, albeit by non usual aspects and configurations. From that followed a reinterpretation of several aspects, situated between metaphysics and religiosity, as well as between morality and religiosity, which lead to the reflexion on some of the ethical and social-political developments that lie within the discussion. Keywords Friedrich Nietzsche; Gabriel Marcel; death of God; transcendence; “I-thou relationship”; metaphysics. Sumário Advertência inicial .................................................................................... 14 I Considerações sobre o deicídio a partir dos aforismos 125 e 343 de A gaia ciência ........................................................................................... 27 A. Da ambientação do aforismo: seu estilo, seus personagens e seu cenário ..................................................................................................... 27 B. Uma primeira aproximação ao Deus assassinado ............................... 49 C. Uma segunda aproximação ao Deus assassinado .............................. 55 D. Uma terceira aproximação ao Deus assassinado ................................ 63 E. Considerações sobre as três aproximações a respeito do Deus assassinado ............................................................................................. 69 II Gabriel Marcel e a morte de Deus ........................................................ 75 A. A filosofia como drama; Ou: a condição humana contemporânea como drama ............................................................................................. 75 § 1 – Aproximação inicial ao tema do drama ........................................... 75 § 2 – “Existencialidade” dramática da condição humana ........................ 78 § 3 – O caso particular do texto O homem problemático ........................ 87 B. Sobre a noção de situação ................................................................ 106 § 1 – Situação fundamental e situações limites ..................................... 111 § 2 – Historicidade e permeabilidade da situação ................................. 123 C. A singularidade ou a concretude individual humana .......................... 128 § 1 – Aproximação inicial à tensão entre ontologia e singularidade ....... 128 § 2 – Nova apreciação de O homem problemático ................................ 130 § 3 – Les hommes contre l’humain (HCH) ............................................. 141 D. Exigência de transcendência, exigência ontológica e transmutação da ontologia ............................................................................................ 188 § 1 – Le monde cassé e Posições e aproximações concretas do mistério ontológico ................................................................................. 188 § 2 – Le monde cassé, exigência de transcendência e exigência ontológica em O mistério do ser ............................................................. 200 § 3 – “O ser diante do pensamento interrogativo” .................................. 226 III Dois “textos nietzschianos” e Considerações finais ........................... 235 A. O homem diante da morte de Deus e “Nosso ponto de interrogação” .......................................................................................... 235 B. Considerações finais .......................................................................... 249 IV. Apêndices – Estudos ........................................................................ 282

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Nietzsche parecia estar bem ciente de que esta cosmovisão . derivada de certa compreensão moral do mundo herdada da cosmovisão judaico-.
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