Paramhansa Yogananda Uma Trilogia do Amor Divino Sri Durga Mata (Ma Durga) Joan Wight Publications Beverly Hills, California Copyright © 1992 Joan Wight Material previamente registrado em 1978 e em 1992. Todos os direitos deste livro estão reservados. Exceto para citações em resenhas literárias, nenhuma parte de A Paramhansa Yogananda Trilogy of Divine Love pode ser reproduzida, em qualquer forma, sem permissão da editora: Joan Wight, Post Offi- ce Box 17582, Beverly Hills, California, 90209, USA. Primeira edição. Primeira impressão em 1992/1993 Composição/layout de página por William Yanes/WYSIWYG Publishers, Santa Monica, California Impresso nos EUA por Griffin Printing, Glendale, CA Library of Congress Catalog Card Number: 93-060050 ISBN o-9635838-o-8 Uma Trilogia do Amor Divino 2 DEDICATÓRIA Este livro é amorosamente dedicado ao nosso Guru, Paramhansa Yogananda, com a silenciosa prece de que trará um novo despertar dos seus ensinamentos nos corações e mentes de seus discípulos, uma prece que cresceu sempre em amor e intensidade no coração de Sri Durga Mata nos mais de 65 anos de serviço a seu Guru e ao principal discípulo dele, Rajasi Janakananda. Este livro é dedicado também a Sri Durga Mata por nós, suas crianças, que durante anos amorosa- mente a conhecemos simplesmente por “Ma”. Pelos últimos 35 dos seus 65 anos de serviço, ela devo- tou sua vida a extensivos aconselhamentos pessoais e condução de meditações em grupo e aulas a res- peito dos ensinamentos de Paramhansa Yogananda e de Patânjali. – A editora Uma Trilogia do Amor Divino 3 IN MEMORIAM Sri Durga Mata 1903-1993 Minha intenção era publicar a autobiografia de Durga Ma na primeira semana de janeiro. Eu já havia sido informada que sua saúde estava piorando, e minha maior esperança era a de que ela fosse ver terminado o produto final antes de sua morte. Seis queridas e lindas almas (as crianças de Ma) tra- balharam dia e noite para tornar este sonho realidade, mas “o homem propõe e Deus dispõe”. Meu tipógrafo, um jovem amável e compassivo, tinha uma cópia manuscrita do livro de Ma, com a bela aparência que apenas a tipografia e o desenho das letras podem providenciar. Eu fui capaz, por meio de seus esforços, de mostrar a Ma quão bonito o seu livro seria. Enquanto ela estava de cama, ergui o livro para que ela pudesse vê-lo. Um grande e bonito sorriso brilhou em sua face e seus olhos luziram de aprovação. Minha promessa final para Ma seria de que o livro estaria pronto e à venda ao redor de março ou abril deste ano. Ela sorriu aprovando, e aproximadamente às 8h15min da manhã de sábado, 16 de janeiro de 1993, no início das celebrações em Mt. Washington, Sede Internacional da Self-Realization Fellowship, pelo centenário de Paramhansa Yogananda, nossa amada Ma entrou em Ma- hasamadhi, a saída final e consciente de um iogue de seu corpo. Ela deixou este mundo para acompa- nhar seu Amado Guru e outros discípulos que já haviam partido antes. Eu consegui permissão para vê-la uma vez pela manhã, ao redor das 10 horas, e outra vez no início da noite, com seu corpo deita- do em sua cama, no quarto. Sua pele estava macia, bonita e tão radiante quanto estava pela manhã quando a vi pela primeira vez. De início sua boca estava levemente aberta. Fui informada mais tarde que, após eu haver deixado o local, sua boca se fechou, formando um lindo e amoroso sorriso. Seus olhos estavam abertos, e muito embora sua expressão fosse alheia, estavam claros e refulgiam com a profundidade e a beleza condizentes com a imagem que todos que a conheciam faziam dela. Para on- de nos movêssemos no quarto seus olhos pareciam nos seguir, como podem testemunhar as monjas que foram prestar suas últimas homenagens. Suas cinzas foram depositadas numa cripta sem identificação, no cemitério Forest Lawn, em Glen- dale, Califórnia, juntamente com outras irmãs que faleceram no serviço à Self-Realization Fellowship, na sala Slumber Room, próxima ao lugar de descanso final de Paramhansa Yoganandaji. Já houve casos de devotos que testemunharam haver visto Ma fora de seu corpo, mesmo antes de saberem que ela havia falecido, e estou certa de que, com o passar do tempo, haverá muitos outros testemunhos de ajuda e bênçãos sendo sentidos por muitos discípulos de vários lugares. Nas palavras daquele belo cântico, “One thousand Vedas do declare, Divine Mother’s everywhere” (“Mil Vedas dizem, claramente: a Mãe Divina é onipresente”). Abençoa a todas essas belas e devotadas almas que, de forma tão amável e altruísta, dedicaram seu tempo, energia e todo o seu ser para completar esse empreendimento divino. Obrigado, amada Ma, pelos muitos anos de treinamento que deste a esta alma e pelo tempo que me permitiste servir-te, e por todos aqueles que tiveram o benefício do teu darshan. No amor do Mes- tre, nós nos encontraremos novamente. – Jai Guru, Jai Ma Uma Trilogia do Amor Divino 4 PREFÁCIO Sri Durga Mata dedicou mais de 65 anos de sua vida em amoroso serviço e obediência a seu Gu- ru. É com humildade e gratidão que nós, seus filhos, aproveitamos esta oportunidade, o centésimo aniversário do nascimento de Paramhansa Yogananda, para apresentar o livro dela aos discípulos de todo o mundo. Esperamos sinceramente que você, leitor, receba a mesma inspiração, conselho e ale- gria espiritual que tivemos ao imprimir o livro. A presente obra é uma jornada espiritual com Durga Ma, seu Guru e principal discípulo, Rajasi Janakananda. A vida de Durga Ma não terminou quando o Mestre e Rajasi deixaram este mundo, muito embora ela pensasse que também partiria. Ao invés disso, sua vida tomou novo rumo e, durante os últimos 35 anos, ela se tornou mãe, amiga, psicóloga e confidente para muitos discípulos do Mestre. Durante muitos anos, seu telefone ficava ocupado dia e noite, atendendo àqueles que precisavam de ajuda físi- ca, mental e espiritual. Ela nunca negou um pedido sincero de ajuda, independentemente de raça, reli- gião ou gênero. Seu amor e perdão estavam sempre lá, tudo o que precisávamos fazer era pedir. Ela dizia freqüentemente: “Não importa quantas vezes você caia, desde que se levante e comece nova- mente”. Ma dizia: “Ele sempre me manda pessoas de vontade forte, os rebeldes, aqueles que ninguém consegue dar jeito”. Eu também era um desses rebeldes que Ma, após muitos anos, conseguiu domar. Além do aconselhamento pessoal e coletivo, Ma se tornou mestre em diferentes formas de arte. Ela utilizava com grande destreza técnicas de pintura a óleo e acrílica, sendo que desta última ela gos- tava mais. Com o passar dos anos, compôs e escreveu muitas músicas. Algumas aparecem neste livro. Esculpiu belas estátuas dos Mestres, de Rajasi (a que se encontra agora com Marjorie BenVau), do Mestre e da Amada Mãe, Sri Ananda Moyi Ma. Os escritos de Ma não têm comparação em beleza e sincera devoção ao Mestre. Ma jamais gostou de costurar, pois considerava entediante e que consumia muito tempo, mas ela se disciplinou e tornou-se excelente costureira. Ninguém pode dizer nada contra as habilidades de Ma na cozinha. Ela poderia pegar a pior comi- da e com um toque cá, outro toque lá (seu toque francês), transformava-a numa delícia para o paladar. Agora, no apagar das luzes, quando sua vida está se esvaindo, uma criança está aqui chorando mais uma vez, clamando pelos ternos e amorosos braços de sua mãe, para abraçá-la e protegê-la. Ela prometeu que, juntamente com o Mestre, estará sempre pronta para nos ajudar. Tudo o que precisa- mos fazer é chamar: “Ma, Ma”, e ela estará ali para nos ajudar, aliviar, e algumas vezes nos disciplinar e admoestar, conduzindo-nos de volta ao lar. Eu te amo, minha Ma, agora e para sempre. Tu és minha, eu sou tua. – Joan Wight Los Angeles 17 de dezembro de 1992 Uma Trilogia do Amor Divino 5 “Freqüentemente louvamos os santos mortos e perseguimos os vivos.” – Autor desconhecido Uma Trilogia do Amor Divino 6 NOTAS DA EDITORA A palavra Mestre nestas páginas refere-se a Paramhansa Yogananda, a menos que esteja expressa- mente indicando outra pessoa. Paramhansa Yogananda é um grande iogue e avatar que chegou na América em 1920, para divulgar a luz da Kriya Yoga e os ensinamentos da Auto-realização. Ele ensinou e treinou discípulos neste país por mais de 30 anos, antes de seu falecimento. Sri Durga Mata é uma das principais discípulas de Paramhansa Yogananda e serviu como secretá- ria e membro do Conselho de Diretores da Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society por mais de 50 anos, até sua aposentadoria em 1986. Ela escreveu estes livros em 1958 e 1959. Desde então, al- guns dos nomes de pessoas mencionados nos capítulos sofreram alterações, pois vários receberam os votos de sannyasi (renunciante) ou foram renomeados por Sri Daya Mata, presidente da Self-Realization Fellowship. Os nomes originais dessas pessoas na época em que o livro foi escrito são usados nesta edi- ção. Rajasi é o nome utilizado em todo este texto para designar James J. Lynn, o principal discípulo de Paramhansa Yogananda. Ao conceder os votos para Rajasi, Paramhansaji lhe conferiu, originalmente, o título de Rajarsi Janakananda, que ainda é utilizado pela Self-Realization Fellowship. Logo após essa no- meação, o Mestre descobriu a sutil diferença entre os significados de Rajasi e Rajarsi, e o renomeou como Rajasi Janakananda. Sri Durga Mata estava com o Mestre quando ele explicou a diferença entre os dois nomes, e ela anotou as palavras do Mestre: “Rajarsi significa ‘rei santo’, mas sem o ‘r’ significa ‘Rei dos Santos’, o que faz uma grande diferença para mim, pois é o que eu sinto que ele é”. Sri Durga Mata disse que alguns indianos criticam a forma de soletrar o nome Rajasi sem o ‘r’, mas era assim que o Mestre queria. Mataji nestas páginas refere-se a Ananda Mata, porque é o nome que o Mestre deu a Virginia Wright, irmã de Sri Daya Mata e membro do Conselho de Diretores da SRF/YSS. Na época em que o livro foi escrito, ela era conhecida oficialmente por Mataji. Seu nome foi posteriormente modificado por Sri Daya Mata para Ananda Mata. Mataji não deve ser confundida com Sri Ananda Moyi Ma, que costuma ser chamada de Mataji por seus discípulos, ou com a irmã de Mahavatar Babaji, Mataji, con- forme mencionado na Autobiografia de um Iogue. O Mestre chamava Sri Durga Mata de “Ma Durga”, desde a primeira vez que ele a viu na Sede Central da SRF, em 1929, quando ela se mudou para Mount Washington. Eles haviam se encontrado pela primeira vez dois anos antes, em Michigan, o estado natal dela. Ele também se referia a ela pelo apelido: “Duj”. O próprio Mestre escolheu os nomes de três das irmãs da ordem: Irmã Gyanamata, Ma Durga e Mataji. Outras renunciantes mulheres só foram conhecidas pela alcunha de irmã após ha- verem recebido os votos de sannyasi. Nos anos de 1960, a presidente da SRF/YSS, Irmã Daya, como era conhecida na época, após haver retornado da Índia onde observou certos costumes, resolveu mu- dar o título de “Irmã” para “Mata”, no seu próprio nome e nos nomes das outras irmãs que tinham conhecido o Mestre enquanto ele estava no corpo. Na época em que este livro foi escrito, essas mu- danças ainda não haviam ocorrido. Em todo este volume, Sri Durga Mata se refere com freqüência a seus colegas renunciantes por seus primeiros nomes. Isso não significa de maneira alguma qualquer desrespeito; pelo contrário, indi- ca a familiaridade que os discípulos mais íntimos desfrutavam uns com os outros. O leitor pode perceber que os três livros contêm certas histórias em comum, com algumas varia- ções. Preferimos mantê-las em sua forma original, ao invés de compilar ou apagar algumas partes. O- riginalmente estava planejado publicarmos estes livros separadamente, na forma que Sri Durga Mata os escreveu. Entretanto, foi necessário compilar os três livros em um só, por medidas econômicas e de tempo. Uma Trilogia do Amor Divino 7 Carta para Sri Durga Mata de Paramhansa Yogananda 24 de junho de 1936 Bombaim, Índia. Querida Durga, Eu não sei dizer se já fiquei tão satisfeito com alguém quanto estou com São Lynn. Entre meus discípulos homens, o Sr. Lynn tem o primeiro lugar no céu e em meu coração. Entre as discípulas, você terá o primeiro lugar no céu juntamente com a Irmã (Gyanamata). O seu comportamento e tra- balho me vêm agradando muito e fico me perguntando como alguém sem instrução conseguiu se tor- nar tão proficiente em tudo. Comigo aconteceu a mesma coisa, eu li muito pouco, mas escrevi muito. Isto é para deixar você lisonjeada? – não – mas digo isto porque brota de meu íntimo, devido à mara- vilhosa cooperação que você me tem dado. “Medite e dedique-se a Deus!” E dê o melhor de si interi- ormente e para os outros, – Paramhansa Yogananda Uma Trilogia do Amor Divino 8 Carta para Sri Durga Mata do Dr. M. W. Lewis Querida Durga, Primeiro, gostaria de dizer que nós a amamos muito. Quando o Mestre pediu para você cuidar do meu tornozelo, anos atrás, senti a presença da Mãe Divina em você naquela época. E agora novamen- te, nas coisas maravilhosas que você tem feito para nós. Eu sempre pensei em você com grande reve- rência, pois sei dos muitos sacrifícios que tem feito em obediência aos desejos do Mestre. E isso tem sido uma inspiração para mim. Também não posso esquecer os sacrifícios que você fez pelo Mestre, naqueles dias lá no início. E como você construiu as igrejas e, é claro, o eremitério e outros projetos. Mas haver colocado a Self- Realization Fellowship em uma base sólida foi sua maior vitória. Sei que foi uma tarefa muito difícil, mas você conseguiu, e isto é o que importa. Você prestou um serviço inestimável para seus irmãos e irmãs pelo mundo afora. Tenho uma sugestão – que você descanse um pouco de seus afazeres, que certamente estão em ordem – você tem feito tanto. Mais uma vez, Durga, obrigado por jogar óleo em águas turbulentas, por sua atitude, nascida do Amor Divino que está em você. Se houver qualquer coisa que eu possa fazer, você sabe, tudo o que precisa fazer é pedir. Como o Mestre me disse, um pouco antes de nos deixar, “Doutor, assim como nós começamos no Amor Divino – assim vamos terminar”. Meu mais profundo amor para você, Durga. – Dr. M. W. Lewis Uma Trilogia do Amor Divino 9 Carta de Irmão Sarolananda1 7 de junho de 1960 Encinitas Amada e Reverenda Irmã Durga: Por um longo tempo venho sentindo que lhe devo uma mensagem de gratidão, amor e encoraja- mento. Pela muita bondade, aconselhamento espiritual e ajuda que você me tem dado. Mas até agora eu não sabia como chegar até você sem causar embaraço ou ainda mais problemas. Se não fosse pelo seu aconselhamento e bondade, e também de Rajasi e do Dr. Lewis e Mama Lewis (e o Mestre por detrás de todos) eu não sei o que teria feito. Mas, agora, uma tremenda força me arrebata e eu sei que posso permanecer inabalável em meio ao estrondo dos mundos em colisão. Minha única ambição é servir de maneira humilde e levar o amor de Deus e do Mestre, esperança e encorajamento para quem eu puder. Meu coração está com você, pois sei que você não tem tido uma vida fácil. Mas você pode se confortar com o fato de que é entre aquelas almas puras e verdadeiras, que se prontificam a sofrer in- compreensões e perseguição, que Deus faz os Seus santos e os envolve em Seu Amor. Se não fosse por seus longos anos de serviço fiel e devotado para Rajasi e o Mestre, a SRF talvez não estivesse com a condição financeira estável de que agora desfruta. Eu a saúdo, envio o meu amor e lhe digo que nós somos um. Um em Deus, no amor do Mestre, de Rajasi & do Dr., e no amor de todos aqueles que amam a Deus. Que você possa receber a força para perseverar, e que seu coração seja repleto até transbordar do Seu amor e compaixão incomparáveis. No amor e serviço Dele, – Bro. Sarolananda 1 Irmão Sarolananda ajudou Sri Durga Mata a servir Rajasi nos últimos dias deste. Já faleceu e não deve ser confundido com qualquer outra pessoa que tenha o mesmo nome. Uma Trilogia do Amor Divino 10
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