Os graus da humildade e da soberba S. Bernardo de Claraval Os graus da humildade e da soberba Edição bilíngüe Tradução: Carlos Nougué Os graus da humildade e da soberba, São Bernardo de Claraval © Editora Concreta, 2016 Título original: De Gradibus Humilitatis et Superbiae Tractatus Texto latino: Documenta Catholica Omnia, S. Bernardus Claraevallensis Abbas, in Migne, Patrologia Latina, MPL 182. Foi também consultada a edição crítica de Jean Leclercq em Editiones Cisterciensis (1957). Os direitos desta edição pertencem à Editora Concreta Rua Barão do Gravataí, 342, portaria – Bairro Menino Deus – CEP: 90050-330 Porto Alegre – RS – Telefone: (51) 9916-1877 – e-mail: [email protected] Editor: Renan Martins dos Santos Coordenador editorial: Sidney Silveira Tradução: Carlos Nougué Revisão: José Renato Lima Capa & Diagramação: Hugo de Santa Cruz Ficha Catalográfica Claraval, S. Bernardo de, 1090-1153 C5912o Os graus da humildade e da soberba [livro eletrônico] / trad. de Carlos Nougué, coord. de Sidney Silveira. – Porto Alegre, RS: Concreta, 2016. 104p. :p&b ; 16 x 23cm ISBN 978-85-68962-22-0 1. Teologia. 2. Filosofia. 3. Filosofia medieval. 4. Cristianismo. 5. Catolicismo. 6. Espiri- tualidade. I. Título. CDD-230.2 Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer meio. www.editoraconcreta.com.br COLEÇÃO ESCOL ÁSTICA Foram características marcantes do período escolástico a elevação da dialética a um cume jamais superado – antes ou depois, na história da filosofia –, o notável apuro na definição de termos e conceitos, a clareza expositiva na apresentação das teses, o extremo rigor lógico nas demonstrações, o caráter sistêmico das obras, a classificação das ciências a partir de um viés metafísico e, por fim, a existência duma abóboda teológica que demarcava a latitude e a longitude dos problemas esmiuçados pela ra- zão humana, os quais abarcavam todos os hemisférios da ordem do ser: da materia prima a Deus. O leitor familiarizado com textos de grandes autores escolásticos, como Santo Tomás de Aquino, Duns Scot, Santo Alberto Magno e outros, estranha ao deparar com obras de períodos posteriores, pois identifica perdas de cunho metodológico que transformaram a filosofia num enorme mosaico de idéias esparzidas a esmo, nos piores casos, ou concatenadas a partir de princípios dúbios, nos melhores. A confissão de Edmund Husserl ao discípulo Eugen Fink de que, se pudesse, voltaria no tempo para recomeçar o seu edifício feno- menológico serve como sombrio dístico do período moderno e pós-moderno: o apartamento entre filosofia e sabedoria – entendida como arquitetura em ordem ao conhecimento das coisas mais elevadas – acabou por gerar inúmeras obras malogradas, mesmo quando nelas havia insights brilhantes. Constatamos isto em Descartes, Malebranche, Espinoza, Kant, Hegel, Schopenhauer, Nietzsche, Husserl, Heiddegger, Ortega y Gasset, Wittgens- tein, Sartre, Xavier Zubiri e vários outros autores importantes cujos princípios filosóficos geraram aporias insanáveis, verdadeiros becos sem saída. Na prática, o filosofar que se foi cristalizando a partir do humanismo renas- centista está para a Escolástica assim como a música dodecafônica, de caráter atonal, está para as polifonias sacras. Em suma, o nobre intuito de harmonizar diferentes tipos de conhecimento foi, aos poucos, dando lugar à assunção da desarmonia como algo inescapável. As conseqüências desta atitude intelectual fragmentária e subjetivista, seja para a religião, seja para a moral, seja para a política, seja para as artes, seja para o direito, foram historicamente funestas, mas não é o caso de enumerá-las neste breve texto. Neste ponto, vale advertir que a Coleção Escolástica, trazida à luz pela editora Concreta em edições bilíngües acuradas, não pretende exacerbar um anacrônico confronto entre o pensar medieval e tudo o que se lhe seguiu. O propósito maior deste projeto é o de apresentar ao público brasileiro obras filosóficas e teológicas pouco difundidas entre nós, não obstante conheçam edições críticas na grande maioria das línguas vernáculas. Tal lacuna começa a ser preenchida por iniciati- vas como esta, cujo vetor pode ser traduzido pela máxima escolástica bonum est diffusivum sui (o bem difunde-se por si mesmo). Ocorre que esta espécie de bens, para ser difundida, precisa ser plantada no solo fértil dos livros bem editados. No mundo ocidental contemporâneo, plasmado de maneira decisiva na lon- gínqua dúvida cartesiana, assim como nos ceticismos de todos os tipos e matizes que se lhe seguiram; mundo no qual as certezas são apresentadas como uma es- pécie de acinte ou ingenuidade epistemológica; mundo que se despoja de suas raízes cristãs para dar um salto civilizacional no escuro; mundo, por fim, desfigu- rado pelas abissais angústias alimentadas por filosofias caducas de nascença; em tal mundo, não nos custa afirmar com ênfase entusiástica o quanto este projeto foi concebido sem nenhum sentimento ambivalente. Ao contrário, moveu-nos a certeza absoluta de que apresentar o Absoluto é um bálsamo para a desventurada terra dos relativismos. Vários autores do período serão agraciados na Coleção Escolástica com edições bilíngües: Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, Santo Anselmo de Cantuária, Santo Alberto Magno, Alexandre de Hales, Roberto Grossetes- te, Duns Scot, Guilherme de Auvergne e outros da mesma altitude filosófica. Em síntese, a Escolástica é uma verdadeira coleção de gênios. Procurare- mos demonstrar isto apresentando-os em edições cujo principal cuidado será o de não lhes desfigurar o pensamento. Que os leitores brasileiros tirem o melhor proveito possível deste tesouro. Sidney Silveira Coordenador da Coleção Escolástica Agradecimentos aos colaboradores Através de campanha no website da Concreta para financiar a produção de Os graus da humildade e da soberba, 359 pessoas fizeram sua parte para que este livro se tornasse realidade, um gesto pelo qual lhes seremos eternamente gratos. A seguir, listamos aquelas que colaboraram para ter seus nomes divul- gados nesta seção: Abner Schmuller André Bender Granemann Adalberto de Queiroz Andre Couto Adilene Adratt André Luiz Vaz Bez Adriano Dal Molin de Oliveira André Ortlieb Quinto Alderson Rogério Coelho Andrei Ben-Hur Alex Quintas de Souza Anisia Mendes da Silva Alexandre Cegalla Antonio Carlos Correia de Araújo Jr. Alexandre Ferreira Antonio Paulo de Moraes Leme Alexandre Serpentino Augusto Carlos Pola Jr. Allan Rocha Silva Bernardo Augusto Sperandio Filho Allan Victor Almeida Marandola Bruno Leal Ana Nely Castello Branco Sanches Bruno Vallini Anderson Mello de Carvalho Caio Cardoso Alves Caio Graco da Silva Purita Ferreira Gabriela Marotta Vidigal Carlos Alexander de Souza Castro Gedson Alves de Souza Carlos Jesus de Abreu Pereira Filho Genésio Saraiva Cesar Augusto Cavazzola Jr. Gilson Bezerra Jr. Cesar Romulo Silveira Neto Gio Fabiano Voltolini Jr. Cláudia Makia Giuliano Araújo Lucas de Carvalho Cristiano Nunes Laureano Gracian Pereira Cristina Garabini Grazielli Pozzi Menegardo Dafni Firmino Cavalcante Guilherme Batista Afonso Ferreira Daian Gobbi Guilherme Ferreira Araújo Daniel Do Vale Dantas Gustavo Alves Sousa David Ricardo Damasceno Gustavo de Araújo Deisson Diedrich Hellyandro Ferraz Diego Gonçalves de Araújo Hermano Zanotta Diogo Fontana Higo Felipe Douglas Valdivino de Lima Hilário Marivaldo da Silva Eddie Martins Trevizano Iago Rodrigo O. do Nascimento Sauer Ederson Oliveira Ivan da Cunha Eduardo Moreira dos Santos Janaina Maria Fabricio Eduardo Fernandes Jefferson Bombachim Ribeiro Eduardo Cardoso de Moraes João Victor Farias Eduardo da Silva Gomes Johann Alves Eduardo dos Santos Silveira Jorge Barbosa Elaine Santos Jorge Geraldo de Quadros Jr. Emílio Silva José Antonio Donizetti da Silva Esther Kulkamp Eyng Prete Julio Prático Evandro Ferreira Krishnamurti Andrade Evandro Cássio Maraschin Leandro Casare Everaldo Wanderlei Uavniczak Leonardo Ferreira Boaski Everton Piuco Soares Leonardo Henrique Silva Fabio Dias Leonardo Santanna Maues Fábio Renato Mazzo Reis Liseane Selleti Felipe Leite Massarenti Lucas Fonseca Fortunato Baia Lucas Lacerda Francisco Caetano Bernardes Luiz Claudio Ribeiro da Silva Gabriel Melati Luiza Maria Souza Magalhaes Gabriel Henrique Knüpfer Marcelo Guizzo Gabriel Warken Marcelo Assiz Ricci Gabriel Zavitoski Marcelo Marques de Oliveira