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Os EUA e a Nova Ordem Mundial - Um Debate Entre Olavo de Carvalho e Alexandre Dugin PDF

134 Pages·2012·1.13 MB·portuguese
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Os EUA e a Nova Ordem Mundial Um debate entre Alexandre Dugin e Olavo de Carvalho SUMÁRIO Capa Folha de rosto Apresentação do debate e seus debatedores Sobre Alexandre Dugin Sobre Olavo de Carvalho a) Teoria do metacapitalismo b) Interpretação do marxismo como cultura c) Teoria da Mentalidade Revolucionária Primeira parte - O papel dos Estados Unidos na Nova Ordem Mundial A transição global e seus inimigos A Ordem Mundial questionada A Nova Ordem a partir do ponto de vista Norte-Americano Historicamente Politicamente Ideologicamente Economicamente A Ordem Mundial de um ponto de vista não americano Três projetos de poder global em disputa Segunda Parte - Réplicas e Tréplicas O Ocidente contra o resto O individualismo e o holismo Três projetos globais A validez da geopolítica clássica A heresia da “sociedade aberta” e os crimes americanos A natureza deste debate e minha posição pessoal § 1. Nossas missões respectivas neste debate § 2. Da argumentação à fofoca pura e simples § 3. O Consórcio § 4. Por que o Consórcio deseja o socialismo § 5. De que lado estou § 6. Individualismo e coletivismo § 7. O sentimento de solidariedade comunitária nos EUA § 8. Maldades comparadas § 9. Geopolítica e História § 10. O verdadeiro agente histórico por trás do eurasismo O Ocidente e seu duplo Alguns esclarecimentos De uma definição não se pode jamais deduzir que a coisa definida existe O que é que o Prof. Carvalho odeia? O Prof. Carvalho culpa o Oriente e ama o Ocidente A Conspirologia – Versão Olavo de Carvalho A guerra eurasiana contra o Consórcio O que é que o Sr. Carvalho ama? Contra o bolchevismo de direita (ou o tradicionalismo de esquerda) Introdução 1. Desapontamento 2. Ataques 3. Surpresa 4. Insulto e revide 5. Delícia 6. Tudo é política? 7. Vontade de poder 8. Eurasismo e comunismo 9. Contagem de cadáveres 10. Dugin contra Dugin 11. O dever de escolher 12. Armas 13. Dugin contra Dugin (2) 14. A diferença entre nós 15. A diferença entre nós (2) 16. Aspas anestésicas 17. Questão de estilo 18. Minha opinião estúpida 19. Julgamento por adivinhação 20. A realidade foi inventada na Idade Média 21. Realidade e conceito 22. Racismo intelectual 23. Relativismo absoluto e relativo 24. Relativismo absoluto e relativo (2) 25. Sujeito e objeto 26. Essência lógica 27. Existência e prova 28. Jogo de cena 29. Ah, como sou odiento! 30. Ressentimento 31. Colocando palavras na minha boca 32. Ah, como sou odiento! (2) 33. Guénon e o Ocidente 34. O mundo às avessas 35. As Sete Torres do Diabo 36. Assimetria 37. Teoria da Conspiração 38. Teoria da Conspiração (2) 39. Ideologia da livre competição? 40. Interesse nacional americano? 41. Fabricando a unidade 42. Colocando palavras na minha boca (2) 43. Colocando palavras na minha boca (3) 44. Colocando palavras na minha boca (4) 45. Igreja Ocidental ou Católica? 46. Igreja Católica e direita Americana 47. Amor aos fortes 48. Utopias comparadas 49. Cristianismo e “sociedade orgânica” 50. Sincretismo 51. Protestantismo e individualismo 52. Judeus 53. Judeus (2) 54. Judeus (3) 55. Amor aos fortes (2) 56. Multiculturalismo 57. Espírito guerreiro 58. Revolta e pós-modernismo 59. A salvação pela destruição 60. Nem um peido Terceira parte - Conclusões Contra o mundo Pós-Moderno Alexandre Dugin e a guerra dos continentes Sobre os autores Créditos APRESENTAÇÃO DO DEBATE E SEUS DEBATEDORES Giuliano Morais e Ricardo Almeida Organizadores e mediadores do debate A idéia de promover este debate surgiu durante uma discussão sobre isso a que se tem chamado de Nova Ordem Mundial (NOM). O tema nos aparecia como objeto de um interesse intelectual urgente, tendo em vista o estado de avançada aplicação dessa ordem no mundo. E se pouco tínhamos que discordar quanto a existência do fenômeno, percebíamos claramente algumas divergências entre linhas de interpretação da NOM, por parte de seus estudiosos. Entre essas divergências, havia uma especial. Conhecíamos o pensamento de Alexandre Dugin e Olavo de Carvalho, julgando o trabalho de ambos de elevada importância no panorama das idéias contemporâneas em matéria política. Parecia-nos que a oposição entre eles como intérpretes do mesmo fenômeno era particularmente aguçada. Assim, surgiu a idéia de reuni-los em debate, de modo que a própria contraposição dialética dos textos exigisse uma formulação cristalina, de cada um deles, sobre a pergunta-eixo acerca do papel dos EUA na NOM: quais são os fatores e atores históricos, políticos, ideológicos e econômicos que definem atualmente a dinâmica e a configuração do poder no mundo e qual a posição dos Estados Unidos da América nisso que é conhecido como Nova Ordem Mundial? Encontrando-se os autores em países diferentes, um nos EUA e outro na Rússia, e nós, os organizadores, no Brasil, um debate presencial seria quase impossível, já que não dispúnhamos dos recursos necessários para organizar esse tipo de evento. A solução encontrada foi a realização de um debate online, por escrito, em que cada debatedor apresentaria sua resposta à pergunta inicial, uma réplica, uma tréplica e uma conclusão. A solução se revelou acertada, tendo o site1 que hospedou o debate sido acessado por 200 mil pessoas de mais de trinta países. Depois de contatados os debatedores e acertado os detalhes, o debate teve início no dia 4 de março de 2011 e foi encerrado no dia 31 de julho do mesmo ano, quando os autores publicaram suas conclusões. De início, cada um dos debatedores deveria enviar um texto introdutório com limite de 24 mil caracteres, que seriam publicados simultaneamente. Depois se seguiria uma rodada de respostas alternadas, iniciada com o comentário do Prof. Alexandre Dugin ao artigo do Prof. Olavo de Carvalho. A partir daí, as réplicas apareceriam na ordem Carvalho-Dugin-Carvalho. Nessa fase das réplicas não houve delimitação de espaço, mas estabeleceu-se a título de sugestão o número de 120 mil caracteres. Finalmente, as conclusões foram publicadas simultaneamente com 18 mil caracteres de limite-máximo. A estrutura inicial foi mantida, com exceção dos limites de caracteres, que mais de uma vez foram extrapolados. Os textos foram inicialmente publicados em inglês e logo em seguida traduzidos para o português, graças ao notável trabalho de duas pessoas a quem somos gratos: Alessandro Cota, quem traduziu os textos de Olavo de Carvalho, e Giuliano Morais, responsável pela tradução das inintervenções de Alexandre Dugin. Os dois autores, como veremos, são filósofos experientes e com vasta lista de publicações sobre o tema debatido. Por essa razão, preparamos uma breve introdução ao pensamento de cada um dos debatedores, sem pretender, contudo, apresentar uma visão integral e sistematizada de suas idéias, o que não caberia nos limites dessa introdução. Os perfis sintéticos que seguem permitem apenas obter uma visão sinóptica sobre alguns aspectos relevantes para o tema em discussão. 1 Todo o debate está disponível, em inglês e português, no site The USA and The New World Order, que pode ser acessado em http://debateolavodugin.blogspot.com.br. SOBRE ALEXANDRE DUGIN Alexandre Dugin nasceu em 7 de janeiro de 1962 em Moscou dentro de uma família de militares. Seu pai era oficial da KGB e sua mãe médica. No começo dos anos 80, sendo um dissidente do regime comunista – que estava então em plena decadência –, entrou em contato com pequenos grupos tradicionalistas e com círculos político-literários de Moscou, onde participavam, por exemplo, o romancista Iuri Mamliv, o poeta Evgueni Golovine e o islamista Gueidar Jamal. É também nessa época que descobriu os escritos de Évola, Guénon e Coomaraswamy, além de outros autores correlatos. Após a desintegração do sistema soviético, no começo dos anos 90, criou a Associação Arctogaya, o Centro de Estudos Metaestratégicos e depois as revistas Milyi Angel e Elementy, que existiram até 1998-99 respectivamente. Suas idéias foram influenciadas, a partir dos anos 80, pela “Nova Direita” européia e principalmente por Alain Benoist, que ainda hoje é considerado por Dugin um dos melhores intelectuais franceses da atualidade. Recentemente, seus interesses giram em torno da filosofia de Martin Heidegger, da sociologia de Marcel Mauss, Pitirim Sorokin e, sobretudo, de Gilbert Durand; também se interessa pela antropologia de Georges Dumézil e de Claude Levy-Strauss. O autor tem ainda textos escritos na área de economia sobre as idéias de Friedrich List, Schumpeter e Brodel, entre outros. Dugin fala pelo menos 9 idiomas, é líder do Movimento Eurasiano Internacional e diretor do Centro de Pesquisas Conservadoras da Faculdade de Sociologia da Universidade Estatal de Moscou. Poucas de suas referências intelectuais fazem parte das discussões acadêmicas ou políticas vigentes no Brasil. Além disso, suas obras de cunho mais filosófico ou metafísico não estão disponíveis em línguas ocidentais, o que pode levar a conclusões simplistas sobre seu trabalho. Por isso tudo, contentar-nos- emos apenas em situá-lo dentro do presente debate, apresentando muito brevemente alguns outros aspectos, tais como suas dimensões espirituais, sua geopolítica, a importância da ideologia do Nacional Bolchevismo na formação do chamado Eurasianismo e, por fim, um curtíssimo esboço sobre sua concepção geral no que concerne à chamada Nova Ordem Mundial. O primeiro fato que o público brasileiro deve ter em mente é a posição de Dugin como um pensador universal: pelo amplo escopo de seu pensamento e também pelas influências diversas que nele se condensaram. Porém, ele é, sobretudo, um intelectual russo, nacionalista, cujo pensamento não se separa das paisagens, da história, da memória tradicional e religiosa desse país. Poderíamos inclusive dizer que, sob certo aspecto, sua posição política é uma articulação da problemática política russa contemporânea, ou seja, é uma proposta de síntese superativa das duas posições vigentes da Rússia pós-comunista, que são respectivamente a tendência liberalista e pró-americana, por um lado, e a tendência conservadora comunista por outro. A sua militância na “super-ideologia” do Nacional Bolchevismo – ideologia que remonta a pensadores do calibre de Ernst Niekische e Ernst Jünger, os quais apontavam para uma convergência político-estratégica entre a Rússia e a Alemanha na primeira guerra mundial –, apesar de pertencer formalmente ao passado de Dugin (1993-1998), ainda se faz presente doutrinalmente no pensamento duginiano. Esta presença vigora na medida em que os eixos traçados pelo Nacional Bolchevismo constituem seu alicerce teórico e a gênese da síntese conceitual e política que lhe é peculiar, da idéia mesma de “revolução conservadora”. Nesta esteira, o filósofo russo vê a reflexão sobre a teoria de Karl Popper – com sua distinção entre sociedades abertas e sociedades não-abertas – como um instrumento afiado que nos dá a conhecer um fato importantíssimo, pois revela a unidade metafísica profunda de regimes aparentemente diversos: o comunismo, o fascismo e o conservadorismo centralista. Dessa forma, é-nos revelada a genealogia dos inimigos da sociedade aberta através de uma linha histórica que remonta a Platão e Heráclito, tendo como representantes mais recentes Schlegel, Schelling, Hegel, Marx e Spengler. Ao conectar o Nacional Bolchevismo a esse critério popperiano consegue-se alcançar a identidade profunda muito além da mera contingência da aliança política ocasional; essa unidade se dá no eixo onto-histórico, no qual todas essas doutrinas, movimentos e filosofias convergem, com a conseqüente rejeição da chamada sociedade aberta pelo que ela representa essencialmente: o triunfo do individualismo e do subjetivismo. A proposta, portanto, consiste em reunir política e estrategicamente toda doutrina ou tendência histórica relevante que teve o “absoluto” e o “objetivo” como núcleo em detrimento do indivíduo. Consciente das divergências ao longo da História entre as diversas doutrinas que são aí catalogadas como “absolutistas”, o Nacional Bolchevismo “tem por meta purificar as doutrinas históricas dos nacionalistas e dos comunistas dos resíduos de preconceitos heterogêneos provenientes das confusões como elementos subjetivos”.2 O objetivismo – essa constante que representa a negação do indivíduo pela afirmação da idéia impessoal do absoluto – é a mesma instância metafísica fixa e imutável reproduzida pela fórmula não-dualista hindu “O Atman é Brahman”, que poderia ser traduzida por “O Espírito é o Absoluto”, ou seja, a realidade absoluta não é o indivíduo, mas a Idéia impessoal suprema. E, ainda que isso se manifeste apenas intencionalmente ou esquematicamente em muitas das doutrinas objetivistas, essa fórmula metafísica é basilar na síntese duginiana, pois confere unidade doutrinal e histórica à ação política sob cuja égide se deve combater os males do chamado “Reino da Quantidade” suplantando os seus múltiplos aspectos – individualismo, kantismo, cartesianismo, liberalismo entre outros –, concretizando a “realização perfeita da maior das revoluções, continental e universal. É o retorno dos anjos, a ressurreição dos heróis, a revolta do coração contra a ditadura da razão”.3

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