Coleção Espírito Crítico O TUPI E O ALAÚDE http://groups-beta.google.com/group/digitalsource Coleção Espírito Crítico Conselho editorial: Alfredo Bosi Antônio Cândido Augusto Massi Davi Arrigucci Jr. Flora Süssekind Gilda de Mello e Souza Roberto Schwarz Gilda de Mello e Souza Gilda de Mello e Souza O TUPI E O ALAÚDE Uma interpretação de Macunaíma Livraria Duas Cidades Ltda. Rua Bento Freitas, 158 Centro CEP 01220-000 São Paulo-SP Brasil Tel/Fax (11) 3331-5134 www.duascidades.com.br [email protected] Editora 34 Ltda. Rua Hungria, 592 Jardim Europa CEP 01455-000 São Paulo - SP Brasil Tel/Fax (11) 3816-6777 www.editora34.com.br Copyright © Duas Cidades/Editora 34, 2003 O tupi e o alaúde © Gilda de Mello e Souza, 1979 A fotocópia de qualquer folha deste livro é ilegal e configura uma apropriação indevida dos direitos intelectuais e patrimoniais do autor. Agradecimentos a Carlos Augusto de Andrade Camargo e ao IEB-USP (Fundo Mário de Andrade), pelas reproduções da capa e das páginas 6, 8, 30 e 58 desta edição. Agradecimentos também a Waldemar Torres, pela cessão do exemplar de Macunaíma do qual foi extraída a reprodução da página 86. Capa, projeto gráfico e editoração eletrônica: Bracher & Malta Produção Gráfica Revisão: Mara Valles, Cide Piquet, Augusto Massi 2* Edição - 2003 Catalogação na Fonte do Departamento Nacional do Livro (Fundação Biblioteca Nacional, RJ, Brasil) Souza, Gilda de Mello e, 1919- S696t O tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma I Gilda de Mello e Souza. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2003. 96 p. (Coleção Espírito Crítico) ISBN 85-7326-276-1 1. Andrade, Mário de, 1893-1945. 2. Macunaíma - Crítica e interpretação. I. Título. II. Série. CDD - 869.930904 Índice I ................................................... .... . 9 II .................................................. ... ... 31 III .................................................. ...... 59 Bibliografia sobre Macunaíma . . .... 87 Sobre a autora ........................... ..... 92 "Sou um tupi tangendo um alaúde!" "O trovador", Paulicéia desvairada (1922) "Me sinto só branco agora, sem ar neste ar-livre da América! Me sinto só branco, só branco em minha alma crivada de raças!" "Improviso do mal da América", Remate de males (1930) "Nós somos também civilização européia [...]." O banquete (1943) No alto, páginas iniciais dos manuscritos de Macunaíma de 1926 e 1927. Acima, um dos bilhetes onde Mário anotava idéias a serem incorporadas ao texto, e a capa da primeira edição do livro, publicada em julho de 1928. I Escrito em seis dias de trabalho ininterrupto, durante umas férias de fim de ano, em dezembro de 1926; corrigido e aumentado em janeiro de 1927; publicado em 1928 — Macunaíma logo se transformou no livro mais importante do nacionalismo modernista brasileiro. A impressão fulminante de obra-prima, que os companheiros de Mário de Andrade tiveram na época ao tomar contato pela primeira vez com o manuscrito, permanece até hoje, cinqüenta anos depois da sua publicação. Com o passar do tempo, as experiências de linguagem e a utilização satírica dos achados obscenos talvez tenham perdido a virulência; mas em compensação, à medida que os estudos sobre o livro vão se aprofundando, começam a vir à tona a segurança impecável de sua construção e a maestria no aproveitamento da cultura popular, que tece o pano de fundo colorido da aventura do herói brasileiro. No início, Mário de Andrade resistiu em reconhecer a face verdadeira de sua criação e tomou apenas como "um jeito pensativo e gozado de descansar umas férias" a violenta explosão que na verdade arrematava um período fecundo de estudo e de dúvidas sobre a cultura brasileira. Mas aos poucos foi obrigado a aceitar que de fato semeara o texto com uma infinidade de intenções, referências figuradas, símbolos e que tudo isso definia [Página 9] os elementos de uma psicologia própria, de uma cultura