DADOS DE ODINRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe eLivros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo. Sobre nós: O eLivros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: eLivros. Como posso contribuir? 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No entanto, para garantir a privacidade dos pacientes, ao longo do livro, nomes, datas e detalhes pessoais foram alterados para se a manter a confidencialidade dos temas tratados. Em determinada ocasião, uma personagem fictícia foi utilizada. Diretor Editorial e de Arte: Julio César Batista Produção Editorial: Carlos Renato Preparação: Juliana Queiroz Revisão: Richard Sanches Arte da capa: Carlos Renato Editoração Eletrônica: Vivian Kaori Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) McCarthy, Matt O que os médicos não contam : entre a razão e o coração, as confissões de um jovem médico / Matt McCarthy; tradução Flávio Ricardo Vassoler. -- São Paulo : nVersos, 2016. Título original: The real doctor will see you shortly: a physician’s first year. ISBN 978-85-8444-111-2 1. Estudantes de Medicina - Nova York (Estado) - Nova York - Biografia 2. Internos e residentes (Medicina) - Nova York (Estado) - Nova York - Biografia 3. McCarthy, Matt I. Título. 16-08729 CDD-610.92 Índices para catálogo sistemático: 1. Médicos : Biografia 610.92 a 1 edição – 2016 Esta obra contempla o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Impresso no Brasil Printed in Brazil nVersos Editora Av. Paulista, 949, 18º andar 1311-917 – São Paulo – SP Tel.: 11 3382-3000 www.nversos.com.br [email protected] Para Heather PRÓLOGO Tudo começou com uma casca de banana. Após anos de estudos tranquilos em livrarias, laboratórios e salas de aula da Escola de Medicina de Harvard, finalmente, no verão de 2006, fiz a drástica mudança para a vida hospitalar. O terceiro ano do curso de Medicina marca uma despedida surpreendente das ilusões acadêmicas em termos de grupos de estudos e de aprovação/reprovação em exames. Estava transtornado de ansiedade. Eu mal conseguia dormir. Não tinha certeza sobre como lidaria com críticas destrutivas, já que eu era famoso por ser muito “sensível”. Minha primeira atribuição foi em cirurgia, um trabalho árduo de três meses, com 120 horas de trabalho semanal, no Hospital Geral de Massachusetts, que foi projetado para identificar os verdadeiros futuros cirurgiões em nossa classe de aproximadamente 165 alunos. No primeiro dia, eu fui designado para a equipe do raquítico Axel, um cirurgião residente do quinto ano que tinha olhos penetrantes, com olheiras, e um pomo-de-adão inusitado que fazia meus olhos saltarem enquanto ele falava. Axel bem que poderia ser descrito como um membro dos mortos-vivos: ele havia trocado a melhor parte da juventude por aulas de treinamento cirúrgico e não tinha certeza de ter feito uma troca justa. Pouco depois de ser apresentado a Axel, na cafeteria, ele me mostrou uma casca de banana, depois a partiu em duas e disse: “Você não botará as mãos em nenhum dos meus pacientes até que tenha suturado devidamente essa casca de banana”. Axel enfiou a mão no bolso traseiro da calça, me entregou uma agulha e linha e disse: “Vá achar algum lugar para fazer isso e, por favor, pare de ranger os dentes”. No começo, eu não sabia o que fazer; com certeza, nenhum dos outros estudantes de medicina tinha recebido essa tarefa, e eu não conhecia tão bem assim o lugar que chamávamos de o “Maior Hospital do Homem” para encontrar alguém que pudesse me ajudar. Eu segurei a casca com cuidado, como se ela fosse um pássaro ferido, e comecei a vagar pelos longos corredores, espreitando as salas a esmo. Por fim, voltei à sala onde o dia havia começado – a biblioteca cirúrgica –, onde um assistente administrativo nos havia dado uma dúzia de folders com um uma lista das expectativas do trabalho. Não havia qualquer menção a cascas de bananas. Enquanto eu inspecionava a sala, repleta de retratos de homens que eu deveria conhecer (mas não conhecia), lembrei-me de algo que um professor frustrado havia dito recentemente: “Quando um paciente está tendo um ataque cardíaco, o instinto de um estudante de Harvard é sair correndo não para o lado do paciente, mas para a biblioteca, para ler mais sobre a natureza da dor peitoral. Nunca faça isso”. E no entanto, ali estava eu, cercado de livros, em vez de pacientes. Peguei um livro da estante e comecei a folheá-las. O que meus colegas de classe estariam fazendo naquele momento? Aprendendo a fazer esterilização cirúrgica? Auxiliando uma apendicectomia? Removendo vesículas biliares? Isso é o que eu esperava estar fazendo: cirurgia de verdade, e não me metendo com frutas. Será mesmo que aquilo tudo estava à minha espera? Eu olhei para a casca de banana e suspirei. Provavelmente, eu poderia remendar a casca com alguns