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O mundo de Anne Frank: Lá fora, a guerra PDF

142 Pages·2015·3.64 MB·Portuguese
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Janny van der Molen Lá fora, a guerra O mundo de Anne Frank Ilustrações de Martijn van der Linden Tradução de Alexandra de Vries SUMÁRIO Para pular o Sumário, clique aqui. Brincadeira Uma vida repleta de alegria Família Fugindo dos nazistas Guerra Bombardeio no aeroporto Schiphol Normas Proibido para judeus Medo O esconderijo secreto Diário O grande sonho de Anne Sobrevivência Perseverança Paixão Beijos no sótão Traição Nazistas no Anexo Secreto Horror A morte de Anne O que aconteceu depois Álbum de família Esclarecimento Bibliografia Citações Créditos A Autora Brincadeira No dia 12 de junho de 1929, nasceu uma menina na cidade alemã de Frankfurt. Seu nome era Annelies Marie Frank, mas as pessoas a chamavam de Anne. Era a segunda filha de Otto e Edith Frank, e sua irmã se chamava Margot. Os Frank eram de origem abastada, e o pai de Anne trabalhava em um banco de propriedade de sua família. Otto Frank tinha muito orgulho de seu país. Tanto que, na Primeira Guerra Mundial (de 1914 a 1918), ele lutou pela Alemanha. Mas seus sentimentos pelo país mudaram durante a infância de Anne. A Alemanha estava passando por graves problemas, com muito desemprego e pobreza. Na época, havia um político que dizia que tudo aquilo era culpa dos judeus. O nome desse homem era Adolf Hitler. Queria uma Alemanha grande e poderosa, e mais e mais pessoas começaram a concordar com ele. Nas eleições, votaram em seu partido político. Os seguidores de Hitler eram chamados de nazistas. Os pais de Anne eram judeus. A mãe frequentava a sinagoga, mas o pai, não. Eles se sentiam muito à vontade entre pessoas de outras religiões e até com quem não tinha religião alguma, mas passaram a ser vistos como inimigos só por serem judeus. Em 1933, quando Adolf Hitler, com o apoio de muitos alemães, foi eleito líder do governo, os pais de Anne decidiram se mudar para a Holanda. Não queriam mais morar em um país onde eram odiados por serem de origem judaica. Além disso, os negócios no banco da família não andavam bem. Anne tinha quatro anos quando sua família se mudou para Amsterdã. Ela logo se adaptou. Foram morar em um bom apartamento. No bairro, havia outras crianças judias que também tinham vindo da Alemanha. Anne e Margot aprenderam rapidamente a falar holandês e não demorou muito para começarem a se sentir holandesas também. Uma vida repleta de alegria – Nunca vou conseguir! – Com o rosto vermelho por causa do esforço, Anne tentava fazer seu bambolê rolar pela rua. – Esse troço só cai! – Desanimada, olhou para a amiga Sanne, que conseguia fazer o bambolê rolar ao longo da calçada sem problemas. – Como você consegue fazer isso? – Assim, ó. É só colocar em pé e dar um empurrão. Anne pegou o bambolê e fez exatamente como Sanne falou. Deu certo! O bambolê saiu rolando pela calçada... mas depois de alguns segundos caiu de novo. – Chega! Não aguento mais! – resmungou Anne. – Vou andar de patinete. Era uma delícia brincar na praça Merwede, onde Anne morava. De vez em quando, sua mãe olhava pela janela do apartamento, mas sabia que não havia muito perigo. Como não era uma rua principal, ali só passavam bicicletas e os carros dos moradores da vizinhança. A calçada e a rua ficavam praticamente vazias. Além disso, o bairro ficava nos limites da cidade. Depois de alguns quarteirões, já dava para ver vacas pastando. A área ainda parecia um canteiro de obras. Perto da casa de Anne, havia um grande areal, onde a menina passava horas brincando. Foi assim que Anne cresceu: em um lar maravilhoso, em uma rua agradável e com amigas queridas, frequentando uma ótima escola. – Psiu, psiu! Era um dia de semana qualquer na praça Merwede. Ainda era cedo e estava até um pouco escuro. Mamãe entrou no quarto de Anne e Margot. – Anne, Hannah está esperando lá embaixo. Dá para ouvi-la assobiando – disse. Anne sabia que estava na hora de ir à escola. Largou o livro que estava lendo, pegou o casaco do cabideiro, vestiu-o correndo e se preparou para descer. – Espere – disse mamãe, severa. – É inverno, você precisa colocar um Mütze. – Muts, mamãe. Gorro em holandês é muts, não Mütze. E não está tão frio – retrucou Anne. Ela já tinha oito anos e se sentia perfeitamente capaz de decidir se precisava colocar um gorro ou não. – Coloque o gorro – disse mamãe, e Anne percebeu pelo seu olhar que era melhor obedecer. Em seguida, desceu a escada correndo. – Cuidado, o chão pode estar escorregadio, vá com calma! – gritou mamãe. Mas Anne já não ouvia. Tinha muita pressa. Ela queria compartilhar uma novidade com a amiga Hannah (a quem sempre chamava de Hanneli) e não podia esperar para contar. – Hanneli, Hanneli! Vou viajar! Com meu pai! Só nos dois! Não é maravilhoso? Vamos para a Suíça, visitar a minha avó na Basileia. Minha tia Leni e o tio Erich também moram lá, e os meus primos Bernd e Stephan, é claro. Vai ser o aniversário da minha Omi, eu sempre chamo a minha avó de Omi, e tem também o Stephan e... Hannah começou a rir. – O que foi? – perguntou Anne, surpresa. – Você está falando tão depressa que quase não consigo acompanhar. – Mas estou tão feliz! Bernd é ótimo em patinação no gelo, e Omi conta histórias maravilhosas e... – Estou muito feliz por você, Anne. De verdade! Quando viajam? – Em algumas semanas. Mal posso esperar – comemorou. Em seguida, disse: – Olha só, lá vão Kitty e Ietje. Vamos dar um susto nelas? Hannah riu da amiga. Anne adorava pregar peças nas pessoas. Colocou o dedo sobre a boca em sinal de “faça silêncio” e se aproximou das amigas sem fazer barulho. Quando chegou perto, cutucou as duas nas costas e gritou: – Bú! – Ai! – reagiu Kitty. Ietje deu até um pulinho de susto. Anne caiu na gargalhada. – Sua peste! – disse Kitty. Mas mesmo assim começou a rir. Depois de algumas semanas, finalmente chegou o grande dia: Anne e o pai embarcaram no trem para a Basileia. – Já chegamos? – perguntava Anne toda hora. Ela sabia a resposta porque, quinze minutos antes, o pai tinha dito que não estavam nem na metade do caminho. Nossa... A Suíça era longe. Assim que chegaram, Anne esqueceu imediatamente a longa viagem e se divertiu brincando com Bernd. Teve que se acostumar de novo a falar em alemão com a família. Em casa quase não se falava mais alemão, já que papai e mamãe tentavam usar o holandês o máximo possível. – Tive uma ideia divertida – sussurrou Anne no ouvido de Bernd uma tarde. Bernd e Anne tinham ido visitar a vovó Frank junto com tia Leni, tio Erich e o pai de Anne. – Vamos entrar às escondidas no quarto da Omi, e você vai vestir as roupas dela. Bernd lançou um olhar travesso para Anne. – E depois? – Aí você finge que é a Omi. Bernd sorriu. Tinha gostado da brincadeira. Juntos eles entraram no quarto, de fininho, e Bernd escolheu um lindo vestido. Anne quase engasgou de rir. – Um chapéu! – exclamou ela. – Deve ter um chapéu para combinar! Bernd foi procurar um chapéu. Depois precisou procurar os sapatos. – O salto mais alto que você achar – disse Anne, dando risadas. Bernd pegou um par de sapatos pretos de salto alto. – Esses aí! Bernd desfilou pelo quarto, fazendo de conta que era a Omi. Postura erguida, queixo para cima, nariz empinado, um ar de orgulho... Igualzinho à Omi! Era muito engraçado mesmo. Bernd imitava a avó muito bem! – Você devia ser ator! – Anne riu, e Bernd fez uma respeitosa reverência à empolgada plateia. – Obrigado, senhora. Muito obrigado. As férias foram maravilhosas, mas acabaram depressa demais. Chegara a hora de voltar para casa. Papai tinha que retornar ao trabalho, e Anne, à escola. Já em casa, olhou para uma foto de Bernd. – Eu volto, Bernd – sussurrou para a foto. – Você ainda tem que me ensinar a patinar no gelo! Felizmente, também havia vários meninos legais na escola para ela brincar. – Quem subir a escada primeiro ganha! Anne começou a correr em direção à livraria Blankevoort e virou a esquina na praça Merwede. Dois meninos corriam atrás dela.

Description:
Brincadeiras, amigas queridas, lar acolhedor e uma família carinhosa. Assim era o mundo da jovem Annelies Marie Frank, antes da perseguição nazista. Milhões de jovens e adultos leram (e ainda leem) o seu famoso diário, mas poucos conhecem as histórias da infância alegre e os detalhes de sua c
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