ebook img

O lugar da teoria literária PDF

440 Pages·04.68 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview O lugar da teoria literária

O LUGAR DA TEORIA LITERÁRIA o-lugar-da-teoria-literaria.indd 1 21/03/16 14:11 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA UNIVERSIDADE DO ExTREmO SUL CATARINA CATARINENSE Reitora Reitor Roselane Neckel Gildo Volpato Vice-Reitora Pró-Reitora de Ensino de Graduação Lúcia Helena Martins Pacheco Maria Aparecida Melo Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Luciane Bisognin Ceretta Pró-Reitora de Administração e Finanças Kátia Aurora Dalla Líbera Sorato EDITORA DA UFSC EDIUNESC Diretor Executivo Conselho Editorial Fábio Lopes da Silva Dimas de Oliveira Estevam (Presidente) Conselho Editorial Alex Sander da Silva Fábio Lopes da Silva (Presidente) Álvaro José Back Ana Lice Brancher Fabiane Ferraz Andréa Vieira Zanella Marco Antonio da Silva Andreia Guerini Melissa Watanabe Clélia Maria Lima de Mello e Campigotto Nilzo Ivo Ladwig João Luiz Dornelles Bastos Oscar Rubem Klegues Montedo Luiz Alberto Gómez Reginaldo de Souza Vieira Marilda Aparecida de Oliveira Effting Ricardo Luiz de Bittencourt Vidalcir Ortigara Willians Cassiano Longen Editora da UFSC Ediunesc Campus Universitário – Trindade Av. Universitária, 1105 – Bairro Caixa Postal 476 Universitário 88010-970 – Florianópolis-SC Caixa Postal 3167 Fones: (48) 3721-9408, 3721-9605 e 88806-000 – Criciúma – SC 3721-9686 Fone: (48) 3431-2500 [email protected] Fax: +55 (48) 3431-2750 www.editora.ufsc.br o-lugar-da-teoria-literaria.indd 2 21/03/16 14:11 André Cechinel (Organização) O LUGAR DA TEORIA LITERÁRIA 2016 o-lugar-da-teoria-literaria.indd 3 21/03/16 14:11 © 2016 Dos autores Coordenação editorial: Paulo Roberto da Silva Capa: Leonardo Gomes da Silva Editoração: Carla da Silva Flor Revisão: Heloisa Hübbe de Miranda Ficha Catalográfica (Catalogação na publicação pela Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina) L951 O lugar da teoria literária / Organização, André Cechinel. – Florianó- polis : EdUFSC ; Criciúma : Ediunesc, 2016. 441 p. : il. Inclui bibliografia. 1. Literatura – História e crítica – Teoria, etc. 2. Literatura – Estudo e ensino. I. Cechinel, André. CDU: 82.0 ISBN 978-85-328-0752-6 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio ou forma sem prévia permissão por escrito da Editora da UFSC. Impresso no Brasil o-lugar-da-teoria-literaria.indd 4 21/03/16 14:11 Sumário Apresentação .......................................................................................................7 André Cechinel I Fim da Teoria ....................................................................11 1 – O que aconteceu com a Teoria? ..............................................................13 Fabio Akcelrud Durão 2 – Sobre a estranha morte da Teoria (com tê maiúsculo) ........................29 Sérgio Luiz Prado Bellei 3 – Os fins da teoria ........................................................................................57 Peter Barry II Estado da teoria ...............................................................81 4 – Teoria literária hoje ..................................................................................83 Jonathan Culler 5 – Teoria e software: reflexões sobre a divisão de trabalho nas Letras ontem e hoje ................................................................................101 Márcio Seligmann-Silva 6 – Sem a imagem, a vida seria impossível: um trajeto sobre a recente produção de Luiz Costa Lima .................................................113 Aline Magalhães Pinto 7 – Crise ou drástica mudança? Análise de um caso ...............................145 Luiz Costa Lima o-lugar-da-teoria-literaria.indd 5 21/03/16 14:11 III Lugares da teoria ......................................................... 159 8 – Lugares da (teoria da) literatura: desafios ...........................................161 Ivete Walty 9 – Da teoria como resposta: a modernidade crítica e o (ter) lugar da teoria literária ..................................................................179 Nabil Araújo 10 – Teorizar é metaforizar ............................................................................217 Eneida Maria de Souza IV Literatura pós-Teoria ................................................... 225 11 – Rastros Autorais da Teoria: o caso Bartleby ........................................227 André Cechinel 12 – Kakfa, Rulfo, Beckett: retorno ao mito ................................................241 Eduardo Subirats 13 – Literatura digital, uma experiência possível .......................................261 Cristiano de Sales V Poesia, corpo, psicanálise ............................................. 273 14 – A identidade da poesia e as teorias do poético ...................................275 Maria da Glória Bordini 15 – Algumas questões sobre corpo e literatura .........................................293 Alckmar Luiz dos Santos 16 – Algumas questões sobre a voz e(m) performance na Literatura ......319 Dalva de Souza Lobo 17 – Literatura e psicanálise: escrita e teoria como práticas da destituição ................................................................................................353 Flavia Trocoli VI Literatura e ensino ....................................................... 371 18 – Há lugar para a teoria da literatura na sala de aula? .........................373 Alamir Aquino Corrêa 19 – A Teoria da Literatura nos bancos escolares ......................................395 Regina Zilberman 20 – O que fica do que passa: considerações sobre o estudo e o ensino da literatura .................................................................................419 Paulo Franchetti Sobre os autores .............................................................................................435 o-lugar-da-teoria-literaria.indd 6 21/03/16 14:11 Apresentação “Teoria literária”, “teoria (literária)” ou simplesmente “Teoria”, com “T” maiúsculo, conforme sinaliza, entre outros, a Norton Anthology of Theory and Criticism? Ou estaríamos vivenciando, então, uma condição “pós-Teórica”, a célebre “teoria depois da Teoria”, debatida à exaustão por livros como Reading After Theory (2002), de Valentine Cunningham, The Future of Theory (2002), de Jean-michel Rabaté, e After Theory (2003), de Terry Eagleton? Ora, se, por um lado, os desdobramentos recentes da teoria literária (permanece a incerteza em torno da nomenclatura) indicam certa vitalidade do campo – cabe citar, por exemplo, os “estudos animais”, a “ecocrítica”, os “estudos pós-humanos”, os novos rumos tomados pela “narratologia” etc., desenvolvimentos discutidos por Jonathan Culler em capítulo presente neste volume –, é bem verdade que, por outro lado, as antologias ou reader’s guides não raro agora incluem seções sobre os duros golpes desferidos contra a Teoria nas últimas décadas do século xx. O livro Beginning Theory: An Introduction to Literary and Cultural Theory (2009), de Peter Barry, por exemplo, ao recontar a história da teoria literária em dez eventos, estabelece um movimento progressivo que culmina com episódios que, segundo o autor, antecipam os sintomas do que seria o inevitável declínio do império teórico: entre outros, a revelação dos escritos antissemitas que Paul de man redigiu durante os anos de 1939- 1943; o famoso “escândalo Sokal”, em que um artigo repleto de clichês pós- modernos conquista as páginas de um importante periódico acadêmico da Duke University, o Social Text; por fim, a publicação dos ensaios em o-lugar-da-teoria-literaria.indd 7 21/03/16 14:11 que Jean Baudrillard defende a improvável tese de que “A Guerra do Golfo nunca aconteceu”. Já o livro Theory’s empire, editado por Daphne Patai e Will H. Corral e publicado em 2005, parte para um embate ainda mais direto contra os supostos detratores da literatura: a antologia do dissenso surge, segundo os organizadores, “num momento em que as discussões teóricas sobre literatura não apenas tornaram-se estagnantes, como livros e artigos são publicados em defesa dos próprios impasses teóricos que conduziram a essa imobilidade” (PATAI; CORRAL, 2005, p. 1). Haveria nas operações da Teoria, portanto, um gesto circular e autorregulador, capaz tão somente de reafirmar de um ponto de vista teórico as condições produtoras de determinados impasses. No Brasil, paralelamente a essas questões, o debate aproxima-se também das condições de pesquisa em teoria literária – e em Letras, de modo geral – num país que reserva às chamadas “humanidades” um lugar marginal. Por aqui – talvez ainda, por sorte, sem os mesmos resultados alcançados em outros países –, buscamos nos aproximar do universo da literatura administrada, do management acadêmico que automatiza as pesquisas em nome de um produtivismo inofensivo. Em texto intitulado “A pesquisa como desejo de vazio”, Raúl Antelo chama a atenção para o processo de expansão inflacionária que toca alguns departamentos de teoria literária: “[...] sempre me questiono acerca da destinação efetiva desses jovens pesquisadores maciçamente recrutados. Haverá instituições para absorvê-los ou seu cotidiano será só frustração, entregues que estão à mais cruel disputa por um posto ao sol?” (ANTELO, 2012, p. 21). Prevalecem, nesse contexto, as produções esquemáticas, os repetitivos artigos “x em y”, “[...] sendo x um gênero ou uma corrente de pensamento A dada e sendo y um autor ou uma obra específica” (ANTELO, 2012, p. 22). RI Á Luiz Costa Lima, por sua vez, no livro Frestras: a teorização em um país R E T periférico, acrescenta a este uma série de outros problemas, constatados LI A em tom de incredulidade: alunos pouco qualificados, condições salariais RI O E precárias, a pobreza de nossas bibliotecas etc. – “tudo isso nos leva a pensar T DA que é a própria sociedade brasileira que desqualifica a relevância da questão R A intelectual” (LImA, 2013, p. 475). Como deixar de associar essas questões G U L aos problemas que se referem especificamente à teoria literária e ao seu O lugar na universidade? Logo no início do capítulo intitulado “O que aconteceu com a teoria?”, 8 que integra este volume, o professor da Unicamp Fabio Akcelrud Durão o-lugar-da-teoria-literaria.indd 8 21/03/16 14:11 (p. 13) observa que “a controvérsia em torno da morte ou fim da Teoria ainda é nova; de fato, é um dos primeiros filhos legítimos do século xxI”. Ora, o objetivo do livro O lugar da teoria literária é justamente debater os impasses que pairam sobre a teoria literária e o lugar ocupado pela disciplina hoje na universidade, mas também seu impacto sobre o ensino de literatura na escola. Eis o que foi proposto na ementa enviada aos autores que aceitaram o desafio de participar deste livro: Em 2003, a partir de uma conferência organizada em torno de nomes como Jacques Derrida, Frank Kermode, Toril moi e Christopher Norris, michael Payne e John Schad publicam o livro life. after. theory, cujo intuito é, em linhas gerais, “discutir se a coruja de minerva, o pássaro da teoria, foi finalmente abatida, se ela está desgastada como um albatroz morto, ou se então se lança a um último voo, tardio e glorioso”. Ora, mais que um tratado sobre a chamada crise da teoria, o livro pode ser visto como sintoma de um problema que, ao longo da última década, foi repetidas vezes diagnosticado [...]. No Brasil, também voltada ao problema particular da “teorização em um país periférico”, como indica o subtítulo de um dos livros recentes de Luiz Costa Lima, a questão da crise da teoria não deixou de preocupar teóricos como Eneida maria de Souza, Leyla Perrone-moisés e o próprio Luiz Costa Lima, apenas para citar alguns exemplos. Inserido nessa discussão, o presente livro, intitulado O lugar da teoria literária, propõe-se a reunir trabalhos que problematizem justamente o espaço ocupado pela teoria literária como disciplina acadêmica num momento dominado pelo discurso da suposta crise da teoria. Todos os vinte capítulos que compõem O lugar da teoria literária são, em suma, possibilidades de respostas às questões apresentadas pela ementa acima ou que dela decorrem. Gostaria de agradecer a todos os autores o gentil retorno que deram à proposta desde o primeiro contato. Agradeço, ainda, à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) O Ã e ao Grupo de Pesquisa Littera (Unesc), pela concessão de parte dos Ç A T recursos que possibilitaram a publicação do volume, bem como à Editora N E S da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC), na figura de seu E R P diretor executivo, Fábio Luiz Lopes da Silva, que acolheu a ideia inicial com A entusiasmo e conduziu a execução do livro com dedicação. Por fim, sou grato à Editora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Ediunesc), 9 o-lugar-da-teoria-literaria.indd 9 21/03/16 14:11 que também recebeu o projeto com interesse e aceitou a parceria com a EdUFSC. Sobre a disposição dos capítulos, a partir de uma sugestão inicial feita por Fabio Durão – a quem sou particularmente grato pela atenção concedida ao projeto desde o primeiro momento –, optei por dividir o livro em seis seções fundamentais, de acordo com os debates travados pelos autores: “I Fim da Teoria”; “II Estado da teoria”; “III Lugares da teoria”; “IV Literatura pós-Teoria”; “V Poesia, corpo, psicanálise”; e “VI Literatura e ensino”. Ao estabelecer como ponto de partida um balanço do suposto “fim da Teoria”, o volume busca tanto assinalar a permanência do discurso teórico depois do chamado “império da Teoria” quanto sinalizar a possibilidade de travessia da “Teoria” para a “teoria”, conforme indicam os títulos das demais seções. Seja como for, independentemente do agrupamento aqui proposto, vale a pena ressaltar uma vez mais que cada capítulo constitui uma tentativa de resposta aos problemas lançados pela ementa, o que permite ao leitor reconfigurar os vínculos entre os vários autores e textos. Por fim, é evidente que o lugar da teoria literária é sempre um lugar plural. Preservei o título do livro no singular, no entanto, apenas para acentuar que a pluralidade da disciplina não pode apagar a singularidade de seus objetos. “Ser singular plural”, eis uma das tarefas que ora ainda nos cabe. André Cechinel Organizador Referências A RI Á ER ANTELO, Raúl. A pesquisa como desejo de vazio. In: SCRAmIm, Susana (Org.). T LI O contemporâneo na crítica literária. São Paulo: Iluminuras, 2012. p. 15-33. A ORI BARRY, Peter. Beginning Theory. 3. ed. machester: manchester University Press, E T 2009. A D R LImA, Luiz Costa. Frestas: a teorização em um país periférico. Rio de Janeiro: A UG Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2013. L O PATAI, Daphne; CORRAL, Will H. (Ed.). Theory’s empire: an anthology of dissent. New York: Columbia University Press, 2005. 10 o-lugar-da-teoria-literaria.indd 10 21/03/16 14:11

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.