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O Livro dos Pais I PDF

224 Pages·1981·8.365 MB·Portuguese
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0 LIVRO DOS PAIS Col~o HORIZONTE PEDAGOOICO 1-POEMA PEDAG6GICO-Vol. I Anton Makarenko 2-POEMA PEDAGOGICO -Vol. II Anton Makarenko 3-POEMA PEDAG6GICO-Vol. III Anton Makarenko 4-As BANDEIRAS NAS TORRES-Vol. I Anton Makarenko 5-As BANDEIRAS NAS TORRES---,-Vol. II Anton Makarenko 6-0 LIVRO DOS PAIS-Vol. I Anton Makarenko 7-0 LIVRO DOS PAIS-Vol. II Anton Makarenko 8-EDUCA~AO CONSTRUTIVA PARA CRIAN~AS-Vol. l W. D. Wall 9-EDUCA~AO CONSTRUTIVA PARA CRIAN~AS-Vol. II W. D. Wall Anton Makarenko 0 LIVRO DOS PAIS (PRIMEIRO VOLUME) LIVROS HORIZONTE Titulo da versiio francesa: Le Livre des Parents 1.• Edic;:ao-1976 2.• Edic;:iio - 1981 Cppyright by: Editions du Progres-Moscou Livros Horizon.te Traduriio de: M. Rodrigues Martins Capa de: Soares Rocha Reservados os direitos de publicac;:iio total ou parcial para a lingua portuguesa por LIVROS HORIZONTE, LDA. R. das Chagas, 17, t.•-Dto.- 1200 LISBOA que reserva a propriedade sobre esta traduc;:ao '• Bscrevi 0 Livro dos Pais em cola­ bor~ao cqm a minha mulher, Galina Stakhievna Makarenko. A. MAKARENK l Avelino da Rosa Olivei;.~ Neiva Afonso Oliuei:Ja Bl BL IOTECA '------ A.velino da Rosct Oliveira Neiva Afonso Oliveira BIBLIOTECA CAPITULO 1 . Talvez este livro seja uma impertinencia. Ao educa.rem os filhos, as pais de boje estao a educa.r aque:les que farao a bist6ria do nosso pals e, por conseqm!ncia, a hist6ria do mundo. Terei eu ombros suficienvemenve fortes para assumir o enorme peso de um assunto riio vasto? Terei eu o direito e serei suficientemente audaz para resolver 01.1, pelo menos, destrin9Jlr os seus pnincipa.is pro­ blemas? Por felicidade, nao se i:ne exige esta impercinencia. A nossa revo­ lu\;ao tern os seus grandes Livros, mas, mais ainda, tlem as suas gran­ des obra.s. Nos livros e nas obras da. revolu\;ao reside ja a pedagogia do bomem novo. Em cada pensammto, cada movimento, cada sopro da nossa vida ressoa a gl6ria do novo c~dad.ao do mundo. Sera poosfvel nao sera a ouvir, possivel nao saber como devemos educa.r OS nOSISOS filbos? Mas a nossa vida tem os seus dias de prosa, e nesta prosa formam­ -se complicados novelos de pequenos pormenores. 0 bomem. perde-se as V!ezes nas coisas pequenas da vida. Acontece por V'ezes aos pans amao procurarem no meio dalas a verdade, esquecendo-se de que rem a grande filosofia da 1'evol~. a Ajuda.r os pans a ol.lmrem sua voka, a reflecrirem, a abrirem os e olbos, tal 0 modesto objectivo desoo livro. e A nossa juventnlde um fen6meno mundial incompacivcl com quaJquer outro, cuja grandeza e cujo significado talvez sejamos inca- pazes de apreender. Quem a engendrou, a instruiu, a educou, a colo­ cou ao servi\;0 da revolli\;ao? Donde surgiram todos esses milb6es de ba.beis opecirios, de engenheiros, de pilotos, de meclnicos agrfcolas, de capitaes, de sabios? Teremos sido, na verdade, n6s, os velbos, que e, Cl'irunos e'Sita juventud·e? Mas se assim ·em qoo altura foi? Porque e que nao demos por isoo? Nao dnbamos n6s adquinido o hibito de 10 Anton Makarenko vituperar, a prop6sito de tudo e de nada., as nossas escola:s e o nosso Nao ensino superior? achivamos n6s os nossos Comissariados da Ins­ trut;io Publica unicamente dignos de ret11imina~6es? A familia parecia estalar por todas as costuras, e entre nos 0 amor nao parecia exalar 0 hilito do zefiro, mas ins,inuar-se como uma COI1rente de ar. Eviden­ temente, faltava tempo: construia-se, lutava-se, voltav a-se a construir, e ainda agora conninuamos a construir sem descer dos andwimes. Mas repare-se : nos fabulosos espa~os das oficina:s de Kramatorsk, nos pavilh6es infindaveis da Hbrica de tJracrores die Esvalinegrado, nas mina:s de Estalino, de Makeevka., de Gorlovka, e isw desde o primeiro, o segundo, o terceiro dia da sua cri~iio, oos avi5es, nos tanques, nos submarinos, nos laborat6rios, agarrados ao m:icrosc6pio, por cima das solidoes do Arctico, em todos os quadrantes, na.s cabinas das gruas, nas entradas e nas saidas, por toda a parte ha milh5es e milh5es de homens jovens, inovadores e imensamente interessantes. as Sao modestos, V'ezes de linguagem pmico requintada e com fre­ e quencia de urn humor basrante me... verdade. Mas sao os mestres da vida; tranquilos e seguros, sem urn olhar para tnl.s, sem histeria e sem pose, sem palavreados e sem lamentac;5es, a cadencias perfeitamente imprevistas, realizam a nossa obra. E se lhes mostrarem algum daqueles £en6menos que n6s pr6prios com~amos a esquecer, como por exemplo esta inscric;ao: Oficinas de constrttfiio mecanica N. Pastukhov & C."-vereis entao que subtiJ ironia se lhes desprende dos gestos ! Sobre o pano de fundo de tal prodigio hist6rico, que esttranha absurchdade assurnem aos nossos olhos as «catastrofes» familiares, l1la5 qua.is fenecem OS sentimentOS paternos e a felicidade das maes, onde se afundam e se quebram os caracteres dos futuros cidadaos d.a U. R. S. S.! Nenhum naufragio de vida infantil, nenhum fracasso, !lJenp).JJ!la percentagem de refugo, mesmo expressa ern centeSiimos de unidade, deverao produzir-se entre nos ! Em certa:s famllias, todavia, as coisas as nao correm hem. Raramente acontece a catastrore, vezes e urn con­ fliro aberro, mais frequenuemente surdo : nao SO pais nao OU OS 0 veem, como nao diminguem qualquer dos sioois precursores. Recebi esta carta de uma mae: «Temos s6 urn fiilho, m'<llS mais valia que nao tivesse vindo ao mundo... E uma terriv el, uma indiziVIel infeLicidade que nos fez velhos 0 Livro dos Pais 11 e aoces de tempo. Nao s6 penoso como tambf:m horrfvel ver um rapaz cair cada vez trucis baixo, quando ipDderia ser dos melhores. Porque e a juventude agora a felicidade, a alegria! Va.i-nos matando todos os dias, com insistencia, com obstina~ao, atravf:s dJe todo 0 seu comportamento, COm GaJda um dos S1eUS actOS.ll 0 pai apresenta aspocto pol!CO atraente : rOStO lMgO, nao bar­ :;ill beado, uma cavidade no lugar de uma das faces. Este pai e desmaze­ lado: a manga esm coberta de penugem, decerto de frango, e uma daquelas penugeo:s adere-J.he ao ~edo que gesvicula por cima do meu tinteiro. - Eu sou um trabalhador... percebe, trabalho ... af es.d.... E ensi­ no-o a trabalhar ... Pergunte~lhe a ver o que ele diz ... Ora be:m, diz la: ensinei-te ou nao? a Numa cad·ei-ra encostada parede, um rapaz;inho de cerca de treze a:nos, de belas fei~oes, olhos negros, serios. Fixa o pai bern de frente. No rosto daquela crian~a nao 1eio qualquer. sentimento, nao consigo disti.nguir qualquer expressao a nao ser a de wna fria, tranquiJa e tenaz aten~ao. 0 pai ergue o punho e o sangue sobe-lhe ao rosto de tra~os con­ trafdos. - 0 meu filho unico, hem? Roubou-me tudo, sem me deixar nada... a nao ser o que trago em cima de mim! ... 0 punho ava.n~ou bruscamente na direc~ao da parede. A orian~ piscou os olhos e depoi.s voltoUJ a encarar o pai com o mesmo ar frio e serio. 0 pai deixou-se cair pesadamente numa cadeira, tamborila com os dedos, passeia o olhar asua volta, com sinais de complero desnottea­ mento. 0 mfuculo da bochecha agita-se em bruscos tremores na con­ cavidade da cicatriz antiga. Baixando a gra~de cabe~a, diz, abrindo os bracps : - Leve-o, nao impovta prura onde... Que quer... Nao consegui fazer nada... FiqUJe com ele ... Profere estas palavras com uma voz imploran::iva, abatida, mas, de repente, reromado pela excita~ao, ergue de novo o punho: - Como foi possfvel acontecer-me isto a mim, vamos, diga-me? A mim que sou um parridario! Ora, veja ... a minha cab~a... foi um golpe de sabre dos de Chkuro... que ma abriu asS!im! Por cles, por ti!

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