Título original: The Little Book of Common Sense Investing Copyright © 2017 por John C. Bogle Copyright da tradução © 2020 por GMT Editores Ltda. Publicado mediante acordo com John Wiley & Sons, Inc. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores. tradução: Ivo Korytowski preparação de texto: Cláudia Mello Belhassof revisão: Ana Grillo e Luis Américo Costa projeto gráfico e diagramação: Julio Moreira | Equatorium Design capa: DuatDesign e-book: Marcelo Morais CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B664i Bogle, John C. O investidor de bom senso [recurso eletrônico] / John C. Bogle; tradução de Ivo Korytowski. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Sextante, 2020. recurso digital Tradução de: The little book of common sense investing Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-431-1012-7 (recurso eletrônico) 1. Investimentos. 2. Ações (Finanças). 3. Carteiras (Finanças) - Administração. 4. Fundo mútuo de renda fixa. 5. Livros eletrônicos. I. Korytowski, Ivo. II. Título. 20-64641 CDD: 332.6327 CDU: 336.76 Todos os direitos reservados, no Brasil, por GMT Editores Ltda. Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo 22270-000 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244 E-mail: [email protected] www.sextante.com.br Em memória de Paul A. Samuelson, professor de Economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ganhador do Prêmio Nobel e sábio dos investimentos. Em 1948, quando eu era estudante na Universidade de Princeton, o clássico livro de Samuelson me apresentou à Economia. Em 1974, seus escritos reacenderam meu interesse pela indexação do mercado como estratégia de investimento. Em 1976, em sua coluna na Newsweek, ele me elogiou por criar o primeiro fundo mútuo de índice do mundo. Em 1993, escreveu o prefácio do meu primeiro livro e, em 1999, deu seu aval poderoso ao meu segundo. Embora tenha partido em 2009, permanece sendo meu mentor, minha inspiração, minha luz. SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 Uma parábola CAPÍTULO 2 Exuberância racional CAPÍTULO 3 Faça sua aposta nos negócios CAPÍTULO 4 Como a maioria dos investidores transforma um jogo de vencedor em um jogo de perdedor CAPÍTULO 5 Concentre-se nos fundos de custo menor CAPÍTULO 6 Dividendos são os (melhores?) amigos dos investidores CAPÍTULO 7 A grande ilusão CAPÍTULO 8 Impostos também são custos CAPÍTULO 9 Quando os bons tempos terminam CAPÍTULO 10 Como selecionar vencedores de longo prazo CAPÍTULO 11 “Regressão à média” CAPÍTULO 12 Em busca de conselhos para escolher fundos? CAPÍTULO 13 Lucre com a majestade da simplicidade e da parcimônia CAPÍTULO 14 Fundos de títulos de dívida CAPÍTULO 15 O fundo negociado em bolsa (ETF) CAPÍTULO 16 Fundos de índice que prometem superar o mercado CAPÍTULO 17 O que Benjamin Graham teria achado da indexação? CAPÍTULO 18 Alocação de recursos I: Ações e títulos de dívida CAPÍTULO 19 Alocação de recursos II CAPÍTULO 20 Conselhos de investimentos que resistem ao teste do tempo AGRADECIMENTOS SOBRE O AUTOR INFORMAÇÕES SOBRE A SEXTANTE INTRODUÇÃO Não permita que um jogo vitorioso se torne um jogo fracassado UM INVESTIMENTO DE SUCESSO depende inteiramente de bom senso. Como disse Warren Buffett, o Oráculo de Omaha: é simples, mas não é fácil. A matemática simples sugere, e a história confirma, que a estratégia vitoriosa para investir em ações consiste em possuir todas as empresas de capital aberto da nação a um custo bem baixo. Com isso você garante quase todo o retorno gerado por essas empresas em forma de dividendos e expansão dos lucros. O melhor meio de implementar essa estratégia é de fato bem simples: compre um fundo que detenha essa carteira de todo o mercado e o mantenha para sempre. Esse é o chamado fundo de índice. Ele consiste simplesmente numa cesta (carteira) que contém muitos, muitos ovos (ações) visando imitar o desempenho geral do mercado de ações americano (ou de qualquer mercado financeiro ou setor do mercado).* O fundo de índice tradicional (conhecido nos Estados Unidos por traditional index fund, ou TIF), por definição, basicamente representa toda a cesta do mercado de ações, não apenas alguns ovos. Ele elimina o risco de escolher ações individuais, o risco de enfatizar certos setores do mercado e o risco da seleção do administrador. Permanece apenas o risco do mercado de ações (que já é bem grande, sim, senhor!). Os fundos de índice compensam a falta de empolgação no curto prazo com sua lucratividade realmente empolgante no longo prazo. O TIF foi concebido para ser mantido a vida toda.1 * Tenha em mente que um índice também pode ser construído em torno do mercado de títulos, ou mesmo de classes de ativos menos exploradas, como commodities ou imóveis. Atualmente, caso deseje, você pode manter toda a sua riqueza em uma carteira diversificada de fundos indexados tradicionais de baixo custo representando cada classe de ativo e cada setor do mercado nos Estados Unidos ou no mundo todo. (N. do A.) 1 A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) classifica os fundos de ações em quatro categorias: fundos indexados (que visam replicar o desempenho de um índice), fundos ativos (cujo objetivo é ter um desempenho superior ao de um índice), fundos específicos e fundos de investimento no exterior (nos quais mais de 40% do patrimônio estão investidos em ativos financeiros fora do país). (N. do E.) O fundo de índice elimina os riscos de ações individuais, setores do mercado e seleção do administrador. Permanece apenas o risco do mercado de ações. Este livro trata de muito mais do que fundos de índice. Ele vai simplesmente mudar a sua maneira de pensar sobre investimentos. É um livro sobre por que investir a longo prazo é bem melhor para você do que a especulação de curto prazo; sobre o valor da diversificação; sobre o papel poderoso dos custos dos investimentos; sobre os perigos de depender do desempenho passado de um fundo e ignorar o princípio da regressão à média (reversion to the mean, ou RTM, em inglês) nos investimentos; e sobre o funcionamento dos mercados financeiros. O fundo de índice tradicional (TIF) Estou falando aqui do fundo de índice tradicional. O TIF é amplamente diversificado, contendo todo (ou quase todo) o seu quinhão dos 26 trilhões de dólares em capitalização do mercado de ações americano como um todo no início de 2017. Ele opera com despesas menores comparadas a outros fundos e com o mínimo de rotatividade da carteira. Esse fundo de índice tradicional – o primeiro replicava os retornos do índice Standard & Poor’s 500 (S&P 500) – simplesmente possui ações das empresas dominantes dos Estados Unidos, adquirindo uma participação em cada ação do mercado em proporção à sua capitalização de mercado e mantendo-a para sempre. A magia dos retornos do investimento capitalizado; a tirania dos custos do investimento capitalizado Não subestime o poder da capitalização dos retornos generosos obtidos pelas empresas americanas. Suponhamos que as ações das empresas obtenham um retorno de 7% ao ano. Capitalizado a essa taxa por uma década, cada 1 dólar inicialmente investido aumenta para 2 dólares; em duas décadas, para 4; em três décadas, para 7,50; em quatro décadas, para 15; e, em cinco décadas, para 30 dólares.2 2 O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentou um retorno anual médio de 10% nas duas décadas que vão de 1999 a 2019. Esse número salta para 74,8% se estendermos a análise para três décadas, de 1989 a 2019. Os valores não descontam a inflação nos períodos. (N. do E.) A magia da capitalização é quase um milagre. Em termos simples, graças ao crescimento, à produtividade, à engenhosidade e à inovação das empresas, o capitalismo cria riqueza, um jogo de soma positiva para seus proprietários. Investir em ações no longo prazo tem sido um jogo de vencedor. Os retornos obtidos pelas empresas acabam se traduzindo nos retornos obtidos pelo mercado de ações. Não tenho como saber qual parcela desses retornos do mercado os investidores americanos ganharam individualmente, mas estudos acadêmicos indicam que um típico investidor em ações individuais provavelmente teve retornos de cerca de dois pontos percentuais