Um dos mais destacados filósofos liberais, o pensador inglês Hebert Spencer (1820-1903) apresenta, em O Indivíduo contra o Estado, os fundamentos de seu pensamento de forma direta e clara. Neste livro, Spencer sustenta como o liberalismo é justificável não apenas filosoficamente mas, também, cientificamente. Aliando evolucionismo social à filosofia, Spencer procura deixar claro como a intervenção do Estado na economia não é apenas prejudicial à sociedade, mas como compromete o próprio futuro das sociedades. Afinal, assim como ocorreria na natureza – utilizando-se em vários momentos da ideia de sobrevivência do mais apto, inspirada em Charles Darwin – também os indivíduos em sociedade teriam condições de legar, ao futuro, os melhores cidadãos e a melhor estrutura social. Desde que os governos, e suas leis, não impedissem esse desenvolvimento. Por essa razão Spencer critica ações como a filantropia, a ajuda às populações pobres, à criação de museus e de educação universal, porque seriam ações sociais que agiriam contra os próprios princípios das leis sociais e, por fim, contra o próprio progresso. O Indivíduo contra o Estado é uma das obras que deixam mais explícitos os objetivos e os fundamentos do pensamento econômico liberal – e, portanto, uma obra essencial em nossa época, em que a influência do liberalismo é continuamente discutida tanto na economia quanto na política.