Empenhado em mil causas justas, Günter Grass escreve tudo o que pensa, como só ele pode. Este laureado autor alemão triunfou internacionalmente com “O Tambor”, impiedosa visão da Alemanha que desembocou no desastre do nazismo através da história de uma criança que se recusa a crescer. Depois vieram outros romances importantes, como este “O Gato e o Rato”, “Anos de Cão” (que, juntos, formam a trilogia Dantzig – cidade natal do autor, hoje Gdansk, na Polônia -, “Diário de um Caracol”, “O Linguado”, “A Ratazana” ou “O Meu Século”.
Neste curto romance situado em 1959, Pilenz fala do admirado e também desprezado colega de turma Mahlke, na Dantzig dos tempos de guerra. Seu pomo-de-adão maior do que o normal faz dele uma figura marginal, e contudo era invejado pelos colegas do liceu. Mahlke trava um combate desesperado pela integração, pela vedação da fenda existencial entre gato e rato. A partir do choque de um adolescente com o meio hostil, uma crítica à sociedade nacional-socialista.