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O fetiche fala PDF

10 Pages·1.774 MB·Portuguese
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a ! l H E fa o FETTICI CHE fala ! o F E Este é um Este é um p ed re mundo encantado vs mundo encantado em r ti io dl oa d o Virado às avessas Virado às Em que o avessas Senhor Em que o Capital e a Senhora Senhor terra Capital e a Senhora Terra fazem seu passeio fantástico como personagens sociais e, ao mesmo tempo, como meras coisas. fazem seu passeio fantástico como personagens sociais e, ao mesmo tempo, como meras coisas. Neste mundo, uma mercadoria é Como valor de uso, uma coisa muito estranha, cheia nada há de misterioso de sutilezas metafísicas e nela, se a considerarmos argúcias teológicas. do ponto de vista de suas propriedades, ou seja, como capaz de satisfazer necessidades humanas. Ou do ponto de vista de que estas propriedades são produtos do trabalho humano. É claro como um dia límpido que o homem, por sua engenhosidade, muda as formas dos materiais fornecidos pela natureza de tal forma que as torne úteis para ele. Portanto, a mesa continua A forma sendo essa da madeira, por coisa exemplo, é alterada ao comum fazer dela uma mesa. do dia a dia, madeira. Mas tão logo ela apareça como mercadoria, ela se transforma em algo transcedente. mas, em relação a todas as outras mercadorias, ela se ergue pelos seus cabelos e, com seu cérebro de madeira, Ela não mais se apoia confabula ideias grotescas. apenas com seus pés no chão, A partir do momento em que os homens de algum modo trabalham uns para os outros, seu trabalho assume uma forma social. Mas as relações mútuas dos produtores assume a forma de uma relação social entre seus produtos. Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada nos produtos de seu trabalho. Porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho. É uma relação social definida entre os homens que assume, a seus olhos, a forma Nesse mundo, as produções fantasma- do cérebro humano górica de A fim de encontrar uma aparecem como seres uma analogia, devemos recorrer independentes dotados de relação às regiões nebulosas do vida, e entrando em relações entre mundo religioso. tanto entre si quanto com a coisas. espécie humana. Esse fetichismo tem sua origem A isto dou o no caráter social O mesmo nome de fetichismo peculiar do acontece no mundo que adere aos produtos do trabalho que as das mercadorias trabalho tão logo eles são produz. com os produtos produzidos como mercadorias, das mãos dos e que é, portanto, inseparável homens. da produção de mercadorias. AUTOR O trabalho do indivíduo se afirma como uma parte do trabalho da sociedade apenas por meio das relações que o ato de troca estabelece diretamente entre os produtos, e indiretamente, através destes, entre os produtores. A forma dinheiro do mundo das Quando eu afirmo que mercadorias realmente oculta, no lugar botas e casacos mantém de revelar, o caráter social do trabalho uma relação com o linho, privado e das relações sociais entre porque são encarnações produtores individuais. universais do trabalho humano abstrato, o absurdo desta afirmação é evidente por si mesmo. Mesmo assim, quando os produtores ou, o que é a mesma coisa, de casaco e botas comparam seus com ouro ou prata como artigos com o linho equivalente universal, eles exprimem a relação entre seu próprio trabalho privado e o trabalho coletivo da mesma forma absurda. As categorias da Elas são formas de pensamento que economia burguesa expressam com validade social as condições consistem em formas e relações de um modo de produção assim. específico e determinado historicamente . Ou seja, a produção de mercadorias. Todo mistério das mercadorias, toda a mágica e necromancia que cerca os produtos do trabalho quando eles tomam a forma de mercadorias, desaparece tão logo olhemos para outras formas de produção. Para uma sociedade baseada na produção de mercadorias, na qual os produtores em geral entram e pela qual eles reduzem seu trabalho em relações sociais uns com os particular individual à abstração do outros tratando seus produtos trabalho humano homogêneo -- como mercadorias e valores, -- para uma tal sociedade, o cristianismo, com seu culto do especialmente em seu desenvolvimento homem abstrato, burguês, o protestantismo, deísmo, etc, é a forma mais adequada de religião. A fómula que aparece estampada nelas diz com letras inconfundí- veis que elas pertencem a um estado de sociedade no qual o processo de produção tem domínio sobre o homem, no lugar de ser controlado por ele -- – tal fórmula aparece ao intelecto burguês como uma necessidade auto-evidente imposta pela natureza como trabalho produtivo em si. Consequentemente, as formas de Essa personificação produção social que precederam a de coisas, essa forma burguesa são tratadas pela conversão das burguesia do mesmo modo como os relações de Padres da Igreja tratavam as produção em religiões pré-cristãs. entidades, é uma religião da vida cotidiana. Os agentes de produção sentem-se perfeitamente em casa em formas estranhadas e irracionais. capital-juros terra-renda trabalho-salários A economia nada mais é do que uma tradução didática, mais ou menos dogmática, das concepções do cotidiano dos agentes de produção arranja- das numa certa ordem racional. Eles vêem nessa TRINDADE, que é desprovida de qualquer conexão interna, a base soberana, natural e indubitável de sua pomposidade superficial. Essa fórmula simulta- neamente corresponde aos interesses das classes dominantes ao proclamar a necessidade física e eterna justi- ficação de suas fontes de renda, elevando-as a dogma. Quadrinho elaborado por Fredy Perlman a partir de trechos de O Capital, de Karl Marx. Tradução ao português: Flautista de Hamelin http://manifestoaeconomiadovicio.blogspot.com.br Revisão e edição: Humanaesfera O original em inglês pode ser encontrado em http://humanaesfera.blogspot.com.br https://libcom.org/library/fetish-speaks-marxperlman (Outubro de 2015)

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