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Se gostou do nosso trabalho e quer encontrar outros títulos visite nosso site: Le Livros http://LeLivros.com o efeito facebook Os bastidores da história da empresa que está conectando o mundo David Kirkpatrick Tradução de Maria Lúcia de Oliveira Copyright © 2010 David Kirkpatrick Título original The Facebook Effect: The Inside Story of the Company That Is Connecting the World Preparação Marina Vargas Luis Henrique Valdetaro Revisão técnica Fernando Ewerton Revisão Anna Távora Clarissa Peixoto Revisão de epub Ilcimar Soares dos Santos Geração de epub Geográfica E-isbn 978-85-8057-035-9 Edição digital: 2011 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Intrínseca Ltda. Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar 22451-041 — Gávea Rio de Janeiro — RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br » » » » » Para Elena e Clara Prólogo: O Efeito Facebook 1 O começo 2 Palo Alto 3 As redes sociais e a internet 4 Outono de 2004 5 Investidores 6 Tornando-se uma empresa 7 Outono de 2005 8 O CEO 9 2006 10 Privacidade 11 A plataforma 12 15 bilhões de dólares 13 Fazendo dinheiro 14 O Facebook e o mundo 15 Mudando nossas instituições 16 A evolução do Facebook 17 O futuro Pós-escrito Agradecimentos Uma nota sobre a apuração de informações para este livro Notas Leitura adicional Oscar Morales estava farto de tudo aquilo. Era feriado na Colômbia, logo depois das festas de fim de ano de 2007. O engenheiro civil de 32 anos, de temperamento cordial e com um pendor especial para computadores, passava alguns dias nas bucólicas praias vizinhas a Barranquilla, sua cidade natal, com toda a família. Mas, apesar das férias, seus pensamentos eram sombrios, assim como os da maior parte dos colombianos: todos estavam voltados para o sofrimento de um garotinho chamado Emmanuel. Emmanuel era o filho de 4 anos de Clara Rojas, que estava sendo mantida refém nas selvas da Colômbia havia seis anos. Seu filho nascera enquanto ela estava em poder dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecidas como FARC. As FARC mantinham um total de 700 reféns, incluindo a candidata à presidência Ingrid Betancourt, sequestrada com Clara Rojas durante a campanha de 2002. Solidariedade e tristeza diante da situação dos reféns das FARC eram sentimentos permanentes na Colômbia contemporânea, assim como o medo do que o poderoso e homicida exército revolucionário poderia fazer em seguida para tumultuar o país. Mas o caso de Emmanuel recentemente adquirira um destaque incomum na imprensa popular. Havia algum tempo, o presidente Hugo Chávez, da vizinha Venezuela, vinha tentando negociar com as FARC a libertação de Ingrid Betancourt e de outros reféns. Em seguida, no final de dezembro, os guerrilheiros abruptamente anunciaram que em breve entregariam Clara Rojas, seu filho Emmanuel e outro refém a Chávez.1 Em uma nação exaurida por décadas de batalha contra a violenta guerrilha, essa era uma rara boa notícia. “As pessoas ansiavam por um presente, por um milagre”, diz Morales. “E Emmanuel era um símbolo. O país inteiro estava vivendo a promessa: ‘Por favor, libertem Emmanuel. Queremos esse presente de Natal das FARC.’” Mas quando chegou o ano-novo, Emmanuel ainda não havia sido libertado. Então, nos primeiros dias de janeiro, o presidente colombiano Álvaro Uribe foi à televisão para dar a chocante notícia de que, aparentemente, Emmanuel não estava em poder das FARC! Ficou-se sabendo que o menino havia adoecido gravemente algum tempo antes, e as FARC o haviam separado de sua mãe e o entregado a uma família de camponeses. Agora, inesperadamente, ele estava nas mãos do governo. Ainda era feriado no país e havia tempo de sobra para assistir aos noticiários, todos sobre o desafortunado, doente e abandonado Emmanuel. A família Morales, politicamente engajada, passava os dias na praia debatendo sobre o que poderia acontecer a seguir. “As pessoas ficaram felizes porque o garoto estava em segurança, mas sentíamos uma puta raiva”, diz Morales. “Perdoe-me por usar essa palavra, mas nos sentíamos agredidos pelas FARC. Como eles ousavam negociar a vida de uma criança que nem sequer estava em seu poder? As pessoas achavam que isso já era demais. Durante quanto tempo mais as FARC iriam brincar conosco e mentir para nós?” Morales queria desesperadamente fazer algo. Então foi para o Facebook. Embora o serviço ainda nem estivesse traduzido para o espanhol, Morales falava inglês fluentemente, como muitos dos colombianos cultos, e fazia mais de um ano que mantinha um perfil no site, onde postava suas próprias informações em espanhol e mantinha contato com antigos colegas do colégio e da faculdade. Passar algum tempo no Facebook já era um ritual diário para ele. Na caixa de busca do Facebook, ele digitou as quatro letras “FARC” e teclou enter. Não foram encontrados resultados. Nenhum grupo. Nenhuma postagem. Nenhuma indignação. Grupos dedicados a quase todo tipo de assunto eram comuns no Facebook, mas quando se tratava das FARC, os cidadãos da Colômbia haviam se acostumado a sentir raiva e se acovardar. Na verdade, todo o país havia sido tomado como refém, e havia décadas que isso vinha acontecendo. Morales passou um dia inteiro se perguntando se estava disposto a se expor abertamente no Facebook. Então decidiu mergulhar fundo e no dia 4 de janeiro criou um grupo contra as FARC. “Foi como uma terapia”, diz. “Eu precisava expressar a minha raiva.” Ele escreveu uma breve descrição do propósito simples do grupo – lutar contra as FARC. “Viciado em computador” assumido, Morales tinha um ótimo domínio de ferramentas gráficas; assim, desenhou um logotipo com uma versão vertical da bandeira colombiana e cobriu-o com quatro apelos simples em maiúsculas, cada um em uma linha e com letras gradativamente maiores: chega de sequestros, chega de mentiras, chega de mortes, chega de farc. “Eu estava tentando gritar como se estivesse no meio de uma multidão”, explica ele. “Tinha chegado a hora de combater as FARC. O que tinha acontecido era intolerável.” Mas que nome daria ao grupo? No Facebook, costuma-se dar aos grupos nomes como “Aposto que consigo encontrar um milhão de pessoas que odeiam George Bush”, mas Morales não gostava desses títulos. Eram coisa de gente jovem. Aquilo não era uma competição. Era coisa séria. No entanto, gostou da ideia de um milhão. Existe uma canção brasileira cuja versão em espanhol ficou famosa como “Un millon de amigos”. Um milhão de pessoas contra as FARC? A palavra vozes soava mais literária. Um milhão de vozes contra as FARC – Un Millon de Voces Contra Las FARC. Era isso. Após a meia-noite do dia 4 de janeiro, Morales criou o grupo. Tornou-o público, de modo que qualquer membro do Facebook poderia aderir. A rede de contatos pessoais de Morales tinha cerca de cem amigos, e ele convidou todos. Estava cansado. Às três da madrugada, foi para a cama. Às nove da manhã do dia seguinte, checou o grupo. Mil e quinhentas pessoas já haviam aderido! “Uau!” Morales ficou maravilhado. Era uma resposta muito melhor do que ele havia esperado! Naquele dia, na praia, falou aos parentes sobre o grupo e pediu que convidassem seus próprios amigos no Facebook para participar. Quase todos eles também eram ávidos usuários do Facebook e também odiavam as FARC. Quando Morales voltou para casa no final da tarde, o grupo contava com 4 mil integrantes. “Foi então que eu disse a mim mesmo: ‘Ok, nada de praia, nada de programas.’” Ele estava pronto para começar a trabalhar a sério. “Eu pensei: ‘Meu Deus! É isso que eu quero! Uma comunidade comprometida em torno da mensagem.’” Cada grupo do Facebook tem um “mural” onde os membros podem escrever o que pensam, bem como fóruns de discussão que permitem conversas organizadas, de longa duração, entre muitos membros. Morales logo estabeleceu um vínculo com várias pessoas que estavam postando comentários especialmente enfáticos. Eles trocaram mensagens instantâneas, endereços de Skype e números de celulares para que pudessem continuar suas conversas off- line. À medida que mais e mais colombianos se juntavam ao grupo, os membros começaram a conversar não apenas sobre como estavam enfurecidos com as FARC, mas sobre o que deveriam fazer a respeito. Em 6 de janeiro, apenas 48 horas depois de criado, começou a surgir um consenso de que o grupo, que crescia rapidamente, deveria buscar visibilidade pública. Quando o número de membros chegou a 8 mil, as postagens no fórum de discussão insistiam, repetidamente: “Vamos FAZER alguma coisa!” No final da tarde do dia 6, os novos amigos que fizera no Facebook, especialmente dois com os quais vinha conversando por telefone, convenceram Morales de que ele deveria propor uma manifestação. Quando ele o fez, a ideia foi recebida com entusiasmo no mural e no fórum de discussão. No final do dia, o grupo, ainda operado somente por Morales em seu quarto, tinha decidido fazer uma passeata nacional contra as FARC. Seria no dia 4 de fevereiro, um mês após a criação do grupo. Morales, que estava acostumado a ser deixado de fora das coisas, pois vivia numa cidade do interior, insistiu que a passeata acontecesse não apenas em Bogotá, a capital, mas também em muitos outros lugares por todo o país – incluindo, é claro, sua cidade natal, Barranquilla. Assim, Morales criou um evento chamado Passeata Nacional Contra as FARC. Ele e os coorganizadores, muitos deles já inteiramente envolvidos no projeto, começaram a receber inesperados retornos de várias partes do mundo. Usuários de Miami, Buenos Aires, Madri, Los Angeles, Paris e outros lugares argumentavam que aquela deveria ser uma manifestação mundial, não apenas colombiana. Morales nem sequer havia se dado conta de que pessoas que viviam fora da Colômbia haviam aderido ao grupo. Esses emigrantes colombianos estavam no Facebook em parte para manter contato com o que acontecia em sua terra natal. E também queriam estar envolvidos no movimento. Assim, a manifestação tornou-se uma mobilização de âmbito mundial.
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