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O Desaparecimento da Infância PDF

98 Pages·2002·23.6 MB·Portuguese
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M d | =» h | | 'o Desaparecimento d er cio) Neil Postman a É possível imaginar o invadem o dia-a-dia,dentro e fora CoutoRESaoe:AR)To [RCRPA RS (ueUEA reconhecemos ainda hoje? PALCO LOTATRMate e) Um dos mais brilhantes SAR eioeatE) críticos sociais da atualidade, Neil [RueRCETeairEM Te TT Postmanmostra,nestelivro,quenão EENCROATAER só é possível imaginar: aconteceu ENT LSLRNTereteraRE antes eestáacontecendo de novo. URARTRVI A concepção atual de SEA [éeRiERRitaTe Não há soluções fáceis e Média. Surge na Renascença, após ORRT RTAR ETES a revolução promovida pela pala- ER vraimpressa,que socializa a neces- [ooALOE SANSAERE sera sidade de alfabetização, multiplica ERE RR e torna rotineiras as escolas, hie- [o RI[EOMMRE) per- rarquiza o conhecimento porfaixa RT etária,dissemina noções de pudor, Professor titular do De- estabelecendo, por tudo isso e partamento de Comunicação da pela dificuldade de acesso aos se- Universidade de Nova York, Neil gredos culturais que armazena, UR Re mi limites bem demarcados entre dos, Boa parte deles trata das | crianças e adultos. EA RSLRN ToMsteto O Agora, com informação ITARO eletrônica - sobretudo aTV,que só Death, Conscientious Objections,| requer aptidões naturais e o EO RRTS Palio entendimento da fala, adquirido a UCAseID partir do primeiro ano de vida - as Teaching as a Conserving Activity, fronteiras começam a desmoronar. ARAR RIR A erotização precocee a [aaA crescente participação infanto- História e profecia, O juvenil nosíndices de criminalidade poUU) da Infância chega são apenas os aspectos mais alar- PR RRLe mantes de um conjunto de sinais CRAeeRRee de que a infância - e em especial a do fatal para qualquer prognóstico [uulclaa[etc ii RTec Lo DR UTRe puberdade - está em extinção. CONANORSantotoRerTS- Para Postman,já habita- separam a mais recente edição mos um tempo decriançasadultas americana da primeira, Mas é FER ER TeMioToaeeLaTeENS] EECOCR limiardeoutro em queaidadedas EAO ALEST= eetet=t] pessoas só estabelecerá diferenças ERORMeRES marcantes em dois extremos - a ETA RETT [luisaWine RE RETereTeSR EAR Te Os prenúncios dessa CURIA LuisReRee NEIL POSTMAN O Desaparecimento da Infância Tradução: SuzAaNA MENESCAL DEÀ. CARVALHOE JoskLaurento DEMELO Primeira reimpressão GRAPHIAEDITORIAL Ruada Glória,366—grupo1001 —Glória RiodeJaneiro—20241-180— Brasil Tel: (21) 2224-4554 www.graphiaeditorial.com.br 2002 Edição Sumário Graruia ProsgTOSDECOMUNICAÇÃOLrpA, Capa CLÁUDIA ZaRvOS WILLIANE SAINT GERMAIN Editoraçãoeletrônica MÁRCIAREGINADEJesusCAMPOS JostAcácioptCampos Títulooriginal TheDisappearanceof Childhood Prefácioa esta edição CopyrightO 1982, 1994,Neil Postman Introdução Todososdireitosparaalínguaportugues a reservados comexclusividade, noBrasil,aestaeditora PRIMEIRA PARTE A InvençãodaInfância Nacapa, Tainah, aosseteanos. (Foto: ClaudiaZarvos, 1999) Capítulo 1 — Quandonãohaviaci s 17 Capítulo 2 — A prensa tipográ a e o novo adulto Capítulo 3 — Os incunábulosda infância 51 Capítulo 4 — Ajorn ada da infância 66 SINDICCAITP-OBNRAASCIIL,ONCAALTADLOOSGEADÇIÃTOO-RNEAS-DFEONLITVEROS,RJ SEGUNDAPARTE Postman, Neil ODesaparecimentoda Infância P89d O desaparecimentodair Suzana Men ncia / Neil Postman; tradução de Capítulo 5 — Oprincípiodo fim 81 RiodeJaneir :caGlradpehiAal,en1c9a9r9Carvalho eJosé Laurenio de Melo. — Capítulo6— O meioque escancaratudo 95 Traduçãode:Thedisappearanceofchildhood Capítulo 7 — O adulto-criança 112 Inclui bibliografia Capítulo 8 — A criança emextinção 134 ISNB 85-85277-30-0 Capítulo 9 — Seis questões 157 Crian1.çaCsrieanaçdaulsto—s.Hi|s.tóTríitau,lo.2 Comunicaçãodemassaecrianças. 3 Notas 169 Bibliografia 177 99-1087 CDD305.24 | Índice remissivo 181 CDU 316.346.32-053.2 Prefácio a esta edição Ao me prepararpara escrever um novo prefácio para esta reedição de umlivro publicado há doze anos, tentei me enfro- nharoutra vez nos mínimos detalhes das questões aqui aborda- das. Esta não foi uma tarefa desagradável, já que, de todos os livros que escrevi, este sempre foi o meu favorito. Masnãoesta- va inclinado a ser indulgente com ele. Procurava especialmente as previsões, implícitas ou explícitas, que não se confirmaram. Minha intençãoera dizer ao leitor que eu havia cometido esses erros e portanto usar esta edição como uma oportunidade para corrigi-los. Acreditem ou não, esperava encontrar alguns erros graves. Afinal de contas, o livro estuda um tema umtantotriste, tornado ainda mais intragável pelofato de não oferecer soluções vigorosas para o problema que suscita — na verdade, não oferece solução alguma. Se pelo menos algumas tendências para o desa- parecimento da infância tivessem sido contidas ou revertidas desde queo livro foi escrito, eu estaria muito contente. Nãotra- ria vergonha alguma para mim ou parao livro dizer que algo que pensei que iria acontecer não aconteceu; que algo que eu sabia que estava acontecendo nãoestá acontecendomais. Nestas circunstâncias devo deixarficar o livro como o escre- Para Shelley vi no final da década de 1970 e início da década de 1980. Naturalmente alguns dos exemplos que apresentei como prova da erosão dalinha divisória que separa a infância da idade adul- ta serão desconhecidosdosleitores jovens. Eles terãoque suprir preocupar seriamente comresponsabilidade. Ascrianças a: é seus próprios exemplos, dos quais há agora muitos mais à esco- que brincar mais” John escreveu: “Eu acho ue 18 anos é a lha. Cada vez mais. Os exemplos disponíveis hoje têm uma Idade certa para se tornar um adulto.” Patty: “Não acho que se espécie de arrogante pertinência que não seria de esperar há um garoto de dez anos assiste a um show para adultos nunca alguns anos. Para falar com fi anqueza, O livro pretendeu mos- mais possa ser criança novamente.” Andy: “A maioria da garo- trar de onde veio a idéia de infância, porque floresceu durante tada quevêfilmes na TV sabe que eles não sãoreais. . 350anos e porque está desaparecendorapidamente. Minha Há, é claro, muita coisa a aprender comesses comentários, releitura do livro, lamento dizer, não me leva à mudarnada de mas, para mim, sua lição principal é que as própr ça importante. O que acontecia en o, acontece agora. Só que pior. do uma força na preservaçãoda infância. Não umaforça políti- Mas nos últimos doze anos o que aprendi ca, certamente. Mas umaespécie de força moral. NESSAS ques- sunto me leva a acr scentar algo que nãoestá nolivro. Nãoteria acredita- t0es talvez possamos chamá-las de maioria moral. As er nças, do que pudesse estar no livro, Mas é com prazer que faço uma parece, não somente sabem que há valor em seremdiferentes correção aqui. dosadultos, mas querem que se faça uma distinção; sabem, tal- Durante os últimos doze anos muitos professores, do ensino vez melhor do que os adultos, que se perde algoterrivelmente fundamental até a universidade, analis ram comseus alunos os importante quandoseborraessadistinção. ; , à argumentos e indícios reunidos neste livro. E alguns estudantes Sustento otema dolivro: a cultura americanaé hostil à idéia me escreveram manifestando seus pontos de vista sobre o assunto. Fi quei particularmente interessado na opiniãodos alu- nos da quinta e sexta séries,já que estão numaidade em que as crianças não apenas sofremosefeitos de umavida adulta preco- Neil Postman ce e não desejada, mas são tambémcapazes de falar sobre estes Nova York, 1994 efeitos e mesmo refletir sobre eles. Esses alunos também ten- demaser diretos e econômicos emseu estilo, não tendo sido ainda estimuladosa usara linguagempara mascararseus pensa- mentos. Por exemplo, uma garota chamada Nar ielle concluiu sua breve carta dizendo que minhas idéias eram “esquisitas”. Umgaroto chamado Jack disse: “Acho que o seu ensaio nãoera muito bom.A infância não d parece assim, de estalo!” Joseph escreveu: “A infânci não desaparece porque a gente assiste à TV. Acho que i ia é desper içada quandovamosàescola a cincodias na semana. Na minhaopinião,isto é demais. A infân- cia é preciosa demais praseirà escola mais do que meia sema- na.” Tina escreveu: “Quando você é criança, não tem que se Introdução As crianças são as mensagens vivas que enviamos a um tempoque nãoveremos. Do ponto de vista biológico é inconce- bível que umacultura esqueça a sua necessidade de se reprodu- sir. Mas uma cultura pode existir sem umaidéia social de infân- cia, Passado o primeiro ano de vida, a infância é um artefato social, não uma categoria biológica. Nossos genes não contêm instruções claras sobre quemé e quem não é criança,e as leis de sobrevivência não exigem que se faça distinção entre o mundo do adultoe o da criança. Defato, se tomamosa palavra crianças parasignificar umaclasse especial de pessoas situadas entre sete e, digamos, dezessete anos, que requerem formas especiais de criação e proteção e que se acredita serem qualitativamente dife- rentes dos adultos, então há ampla evidência de que as crianças existem há menos de quatrocentos anos. Naverdade, se usamos a palavra crianças no sentido mais lato em que a entende o ame- ticano médio, a infância não tem mais do que centoe cinquenta anos. Vejamos um pequeno exemplo: o costume de comemoraro aniversário de uma criança não existiu nos Estados Unidos no decorrer de quase todo o século dezoito,! e, de fato, a indicação exata da idade de umacriançaé, afinal, um hábitocultural relati- vamente recente, com não mais de duzentos anos? Tomemos um exemplo mais importante: aínda em 1890 as escolas secundárias americanas acolhiam somente sete por 1E desaparecendo, trnas numa teoria a respeito do porquê de tal cento da população de jovens entre quatorze e dezessete anos. coisaestaracontecendo..O livro,portanto,estádivididoemduas Juntamente com muitas crianças mais novas, os outros noventa partes. APrimeiraPartepreocupa-se em mostrarde ondesurgiu e três por centoexecutavamtrabalho adulto, alguns do nascer ao a idéia de infância: especificamente quais eram, aprincípio, as pôrdo sol, emtodas as nossas grandescidades. condiçõ decomunicaçãoque tornaram a imfânciadesnecessá- ddiadoéiRMeaessantsasaosdcncoieã-anoinsça.adç.ãeAovTeaiedmlévodieasazdclaeiobnmiefanruifdnsâadndicheriu,amdanéedieturámeriilanaiíd.gciaiãoso,A,gofarataloinasnddfeoâssnodccaiiciania,viêesncncçcoiõomaemo,s rnmiionuafsneâdntdcoeeidpam,opeioessnGtquoumtraoenndnatreboaremrne-gosntsarpiuaentrueartvaeiOsntotádacveiemalSol.s,atmAeruamSNerelaggcluMgonoomdraiosnPesaRaursttptrRaeeEananntsoáAafvsogerilenmmset,adnloaaa estrutura social e como condição psicológica, surgiu por volta . do século dezesseis e chegourefinada e fortalecida «aos nossos verdHaádeu,mdaepseprrgopuonstiataddeo.grande ii mporttáância queeesste livro não dgpniaeuadrsma.caeMnpvaãçesoãloocécodiiedmnaoedqveiuttoeáedvosasepiload,nsétaRoiresataae.ldfmeaPeatnroittsneef,sâdonecacisiatamiesi,enlsihstvauáraotdeanexrasiessafctapêeanunrcaeisdcaaeppnámrdgoioiln,nohanas-e cfcqoiourmmemeuunn:ltãmaooprmdtá di;eaÉsnathionosfadoâbbeenrce:ianalo?cívaqAiruogere5oapzdodãeãodeoseéadmléioeqznsuetfreoa.znaoOeããoasroelraosíaeuvttseriiràearooesrsspdpeeeesciirpcetosoopoosmrsdttroaaoe..vpdioesvfDseagiargtppoaaosirusÉea:t-dose sfrqemaóeuumlciebasitroemsoroeeaaunpbstasdetorteogaisdduvcaaeesosremniaafnmccsifoodeânvnnescevdiizeeasenc,tsqcoeunteetaeermnemtsadotqiaasmuporsaresoeia.soeersonpActuirarvoaroeinpvnddiotoesepssisroçqolbqãuveruoiaeeatsrnocortdqoeoesutmoseeossnmaãeapouolrdebopiotsrnteeeotdnrcraehveimsasaseaaçnnpãitãadode-oe.o vuccNiaaãmdkdoapsoamt.rceieiinsBdohmapamdtreaoiofimdidsaseosgeissiifoiinmnocoaaansaigadzsiioms€ndceaeruodreesmsvsooeolmlkilp,uvvorçaeodõcorseerseuasdnemnitrãaãetooaarovuggier,oarrouaa1aritdfedsaórsáaazgolvelédarpeiéte=ilrrmsroertvedbeieacilaoectmncimhoepeamocp.ReeaardcrvEOeeaerpescco!eqonaenqitsdusazetaaia-r.a qearimniudeêtaenirdcnaeenfipãâaoono.asciédiAaquarluettape,ãameoearecsicbstnoeetãdpmámoaçteãsaemnoetsedtetnenaeoetnpsomdaqs,uiguneadpehonoéroadqésao,ltuiépernerhmpaaorppedcesiriestdivdsaaiemremsnineeóattirniedritdseoaaesdeaplenépuetgalsbraoruaresea,sctdapedaernensiódtanpooetfr.neâincdnatceooiesamxv.pueeeOmm-a dcftseioêorsc,ntaaOpacnrdsrirepfaodeasibefrgcelslauoaeedrnalxmoaceãamceànonurt:ertoosia,ssponetestnrnrieaadaataçduee,draoneassqploudmmobaaeedrnsndeetttímceouor,odcOiosrav,centehdçsriamaizrdsseemdtreseape,.ssomeadMbueeiradsageosamrc-laaaeomdfadmepaouilnmolattioeeidsa.mudpéeTe,ednraiercapqourrm quaCsreetioodatesrparlogvuomcaasdarsesppoosrt:umasérieídveeiscopnajreatuersatsassopberregucnotamso, desastresocial, talvezpossamostambémserúteistentandocom- os meios de comunicação afetam o processode socialização; em preenderpor que isto está acontecendo. particular, como a prensa tipográfica criou a infância e como à mídiaeletrônica a faz “desaparecer”. Emoutras palavras, na medida em que me dou conta do que escrevi, a principal contri- buição deste livro não reside na afirmação de quea infânciaestá PRIMEIRA PARTE A Invenção da Infância Capítulo 1 Quandonãohaviacrianças No momento em queescrevo, garotas de doze e treze anos estãoentre modelos mais bempagas dos Estados Unidos. Nos anúncios de todos os meios de comunicação visual são apresentadas ao público comose fossem mulheres adultas espertas e sexualmenteatraentes, completamente à vontade num ambiente de erotismo. Após vermos tais exibições de pornogra- fia velada, nós, que ainda nãoestamosinteiramente condiciona- dos às novas atitudes americanas para comas crianças, temos saudade do charmee da sedutora inocênciade Lolita. Nascidades de todo o país diminui rapidamente a diferença entre crimes de adultos e crimes de crianças; e em muitos Estados as penas se tornam as mesmas. Entre 1950 e 1979, o índice de crimes graves cometidos pelos menores de 15 anos aumentou cento e dez vezes, ou onze mil por cento. Os mais velhos talvez se perguntem oque aconteceu com a “delingiên- cia juvenil” e sintam saudades de uma época em que umadoles- cente que matava aula para fumar um cigarro no banheiro da escola era considerado um “problema” Os mais velhos tambémse lembram do tempo emque havia umagrande diferença entre roupas de crianças e de adultos. Na última década a indústria de roupas infantis sofreu mudanças tão aceleradas que, para todos os fins práticos, as “roupas

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