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O Conhecimento da Literatura: Introdução aos Estudos Literários PDF

225 Pages·2013·131.54 MB·Portuguese
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-- - -- - - --- - -- -~---- - - --- -- - " - - e 11 I 1, 1 i l Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Chanceler Dom Dadeus Grings Reitor Joaquim Clotet Vice-Reitor Evilázio Teixeira Conselho Editorial Agemir Bavaresco Ana Maria Mello Armando Luiz Bortolini Augusto Buchweitz Beatriz Regina Dorfman Bettina Steren dos Santos Carlos Gerbase 2º Edição no Brasil Carlos GraeffTeixeira Clarice Beatriz da Costa Sohngen Cláudio Luís C. Frankenberg Elaine Turk Faria Erico Joao Hammes Gilberto Keller de Andrade Jane Rita Caetano da Silveira Jorge Luls Nicolas Audy - Presidente Lauro Kopp r Filho Lu lan KI kner EDIPUCRS ~ Jt•r 1111110 .irl Santos Braga - Diretor Jrniw e 111t1po d Costa - Editor-Chefe ediPUCRS Porto Alegre, 2013 1 ;oo 1, 11 > 111u n J• Pdl~ () ll 13r,l li: 201 •W" TITULO ORIGIN AL O Conhecimento da Literatura: 11111 odw,, o 1u,t 11dm lll r rio . l lvrt1rlt1 /\lm dln . Coimbra, 2001. 2ª edição. ISBN e I) '10 0H)'1 x CAPA E DIAGRAMAÇÃO Graziella Benetti Morrudo R VISÃO DE TEXTO Caren Capaverde IMPRESSÃO E ACABAMENTO E[~s~ 1 cllç o r visada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ediPUCRS OUTROS TRABALHOS DO AUTOR .DIPUCRS - Editora Universitária da PUCRS Av. lplranga, 6681 - Prédio 33 ( 11lx Po tal 1429 - CEP 90619-900 Pnr I 0 AI gre - RS - Brasil 1011 •/f,1x: (51) 3320 3711 . 1 111nll: [email protected] -www.pucrs.br/ed1pucrs / 1 11111111 1• p1-rspectivas do narrador na ficção de Eça de Queirós. Coimbra: Livraria 11111 d 11.J, 1975. dos Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 111/' R Is, Carlos - t d 1 h l11ri10 ri l1•it1tra dDs Maias. Coimbra: Livraria Almedina, 1978. O conhecimento da literatura : introduçao aos es u os literários/ Carlos Reis. - 2. ed.-Porto Alegre : li1111 111111 y técnicas dei análisis literario. Madrid: Ed. Gredos, 1981. DIPUCRS, 2013. 447 p. f/f/1, 111/11 ltit11rr1. Ensaios de metodologia e crítica literária. Coimbra: I.N.I.C., 1982. ISBN 978-85-397-0308-1 1111 lrlr'r1/1~~ito do Neorrealismo português. Coimbra, Livraria Almedina, 1983. 1. Literatura - História e Crítica. 2. Teo~ia Lit:rária. 3. Textos Literários - Crítica e lnterpretaçao. l.T1tulo. 1/0 ,;,. Nt1r1ntologia. (Em colaboração com Ana Cristina M. Lopes.) l 1 1 lv1.11 l:1 Almedina, 1987. (Versão brasileira: Dicionário de teoria da CDD801 1 111 l,11do: Ática, 1988; versão espanhola: Diccionario de Narratología. 1 d 1 1011 ·s olegio de Espafia, 1996.) Ficho Cotalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC·PUCRS. 1 rlff1•11 rlt• la ideología. Madrid: Taurus, 1987 . llH10'o O'o llllll llm Ili" HVAl100.. P1olhl<l11" '"1"/"I"\ ~fl~o~:lv~~.~~~~.,; ~1o ~.o Vre ~uaadlaq ua emr emmeoiori zoauç ãpor oec/eosus oa, reescpule'c.eiaralmçãe~n tteo tpa~o ºr ~si:s~te~~~a~s ~'' ""Il i1'1"11 11l0lll o11 11011ll l111lrn•1, lolo[J1~lli '"l·'" 1'1t1p 11"1"11'11M'\l;1;" 11"1: ,·o~o::o Tqo' :11~~iilo\'rÔ sOi stema de processamento pduen ~dvaedl os. Essacsr p;rmo~1 b1(~ç~o\e s~ ~a~p ;tc :a.m·~ :s?e rafos do ~, 11t11mtiva queirosiana. O espólio de Eça de Queirós. (Em colaboração 1"l "!rJn ,lll l"Ju "uI" U 'P1U1"l11l,11 1l'l1l l11i)l~l,l '1in ln1o1 1i t•1uin 1r1 opMt 1 l11"l1'l11 "11i 1111q• d u"d 1111Anpl1q 11ooth1l1111lh1r11n11 hnr,1) 1111ttt1ln11 ,"j1~ 111 11'1°1 11'i 1111l'l11l11 i om bu<dtcoas ed airperietoens saãuot oe rianids eén izaçoes drinvmersoa s ar s. 9_61 Ó, de 1 1 1 11• ,11 lo Milheiro.) Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1989. 1 fo111111·rl1li11'1//lll//1·.11{ltlrol11gy. li ·tll11/N •w Vciil : 1\1111111111111 1 o111 •11•1, l 1) ).\. / lht1lr/,1 trltil'll dr1 litemt11ra portug11esr1. () 1<1111111111/111111, (1•111 111l.1IH1r:1Ç1Cl ·0111 M:1ria da NaLivi<lade Pires.) Lisboa: Verbo, 199.~. Diálogos com José Saramago. Lisboa: Caminho, 1998. O Crime do Padre Amaro; edição crítica da segunda e da terceira versão. (Em colaboração com Maria do Rosário Cunha.) Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2000. História Crítica da Literatura Portuguesa. Do Neorrealismo ao Post-Modernismo. Lisboa: Verbo, 2005. Figuras da Ficção (Coord.). Coimbra: Centro de Literatura Portuguesa, 2006. A arte é tudo - tudo o resto é nada. Só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo. Eça de Queirós 1 q111 1 h.1mamos "literaturà' não tem outra essência nem outra finalidade pi 111t ·p r entre nós e o chamado real, obstáculo ou ameaça, a teia sem começo , o único estratagema positivo que concebemos, que somos, para escapar ao que tocado ou visto nos destruiria. Eduardo Lourenço \onho de todo o escritor - se o tiver - será o de nunca encontrar o leitor "ideal". Porque se o encontrasse, a sua obra morreria aí. Vergílio Ferreira SUMÁRIO 11 NOTA PRÉVIA 13 PREFÁCIO 19 CAPÍTULO 1- A LITERATURA COMO INSTITUIÇÃO 77 CAPÍTULO li -A LINGUAGEM LITERÁRIA 123 CAPÍTULO Ili - TEXTO LITERÁRIO E OBRA LITERÁRIA 167 CAPÍTULO IV - TEXTO LITERÁRIO E ARQUITEXTUALIDADE 219 CAPÍTULO V -A POESIA LÍRICA 245 CAPÍTULO VI -A NARRATIVA LITERÁRIA 269 CAPÍTULO VII -A EVOLUÇÃO LITERÁRIA 289 CAPÍTULO VIII - OS PERÍODOS LITERÁRIOS 343 AP Nl)I 1 11 ll '1 \11 llll 11lÁI105 385 l~ll~l IOCRAFIA 421 ÍNDICE DE AUTORES NOTA PRÉVIA O livro que agora se publica viu a luz do dia pela primeira vez em 1995, f 111 su essivamente reeditado em Portugal ao longo dos anos e mais tarde editado 111 l.1 Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Há mui- 111 '.sgotado, O Conhecimento da Literatura surge agora em reedição brasileira, de 1111vo om a chancela editorial da EDIPUCRS. Se bem que concebido e escrito há já alguns anos, O Conhecimento da l /lrl'fltura constitui ainda, em meu entender, um instrumento de trabalho útil, I'·" ·' o público a que se destina: estudantes universitários que pretendam iniciar- 1 110 estudo dos textos literários, da sua inserção e variação histórica e das sin- 111 l.1 ridades formais que essa variação vai ditando. Não se trata, evidentemente, ili l'ornecer uma mágica chave de decifração dos textos; o que aqui se busca, em 1 / lisso, é distinguir aquilo que na literatura podemos conhecer, com precisão e 111111 alguma racionalidade, daquilo que nela se resolve apenas na esfera da fruição 111 \~oal, íntima e intransmissível do leitor, mesmo quando a sua leitura tem pro- 1111 lto pedagógico ou de laboriosa pesquisa académica. Entendo, contudo, que, mesmo sem pôr em causa o fascínio que em nós 1l1 ·s •ncadeado pela presença real (para usar uma expressão famosa) dos fenóme- 1111 ,1rtísticos, a leitura dos textos literários, em âmbito universitário, deve ser 1q 1nnada por noções e por conceitos que permitam dar consistência ao ensino l lit -ratura. E assim, ao lermos a sedutora interpelação que nos é feita por um 1 11 1 M 1 1 1 "" 11111 11111 po •111,1 dr ~lllll'lll d1• ( '.,111101',\, j!OI 11111 IOlll.1111.l' 1 l' ,11 111 li 1 ll • 1 . ( :.11111~ 1) ru1111111111d d. /\mlratk, pod ·mm 1011 111d11 111 1111'111 l.1 .111. 1-l. . ~<.l~ prnn·dillll'lllOS l'Sll'llllll':lnLCS Cl l narraU.V <l, l 1( I~ 1l ·111' 1' ,. d'' ' 1111111.1' 1.111.w o .1 as . . 1· , .. ' .· sou das determina~·o ·s cont ·x1t1,ds qu1.· nos ªJudam a iwlos 1110v1111 ·ntos 1tc1<1110. , , 1 . l'1.1'logo d-1 literatura com a História, com a sociedack e com as angus- 1·1111.·111. ., o(. < • 1i -ts dos homens. d ' EDIPUCRS por ter de novo acolhido esta obra no seu progra- • • /A\ g1• a eço a , p · f · m:i cdiLOrial, assim reforçando os elos de afeto que há muito me ligam a ontl ic1a Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Coimbra, 12 de fevereiro de 2013 PREFÁCIO Carlos Reis Em 1976, publiquei um livro que intitulei 'Renicas de análise textual - in /lr1rl11ção à leitura crítica do texto literário. Os tempos iam, então, acolhedores para 111prcsas como essa que, não sem alguma ousadia, se propunha descrever, com 11 111 ''lOdo e com a disciplina que também me atraíam, técnicas de análise. Disso llll'\1110 se tratava então: de ensinar um "modo de fazer" que parecia capaz de, pelas 11111des de procedimentos algo normativos (virtudes de que eu não duvidava), 11111 l.1r o estudante nos meandros de uma leitura crítica que se queria ao mesmo 11111po rigorosa e fixada no texto. A análise devia ser mesmo textual. Quem hoje estigmatiza os excessos disso que obviamente não era um pro- j1 111 .~6 meu - e também eu agora reconheço o que nele havia de demasiado pro l 1111ado - esqueceu já (ou não conheceu) o que foi o ensino da literatura antes 111 .1nos 1960. E como um excesso não raro arrasta outro excesso, a solução da 111.lll.~ • textual pura e dura procurava compensar décadas de anedotário literário, 111 que um certo biografismo primário se conjugava com um "comentário de t 11s" meio impressionista, meio escolar; sublinho esse outro excesso, para que 1 11•1d1a em conta que nada do que aqui evoco aconteceu por acaso - e nem se- 111111 o orria de modo inovador. De facto, o que então se tentava afirmar vinha, 111111·1u do, da França e com atraso, como tantas vezes aconteceu entre nós e Eça I• t 11 ·irós, há mais de cem anos, bem o caricaturou. 13 q11v 11.10 ll'•j ·•1 10, porqtw 11 v1 11 11 1 1• 11 \111 11 li li11,1 ,,1t ', ()Ili qI1"1 11 d1p•1t111 ll11·V \l'tt,.1i p1o111"q1111.lu' lo,1~. ('l:l1>ll1Hll.Il. l'riilo1 .. 111 ·111ddo :· .,11 1ai111tu•l1:,l1l1' 1:111. s1 uqa mp·r ·psc1mn1ç1:i1 l:u11m110i.n~ o·s1a1s. i11ar d ' i'oi n..:l'.diLado l'lll 11J/H, l 0111 1111 11111 1 OI ll'~ ) ·s <.: l'h"I, :1 Ml:I t ,l'/,:IO SCI' l~llll'lld.11110 nos: ·hamo l ·v "1,a a uma qualidade que ltalo Calvino, nas .trt\·sr ·ntos, d ·pois r ·ioca<lo cm \ 981 e, a panir daí, Mil ·~~lv.111H'tll 1l'i~11prcss~, 11,1 t'\t l m 11 la n t ·s St'is propostas para o próximo milénio, projeta para esse futuro, s ·tn rn:iis alt ·raçõcs. Por razões que talvez fosse possível cxpli ·ar (mas nao aqut), 11 lto tk u111:1 vo ·ação que "tem a tendência para fazer da linguagem um ele- · - d 'bl ico aparente- l'Ssas rcimpressões contaram com a regu l ar aceitaçao e um pu _ 11111110 st·m p ·w, que flutua por sobre as coisas como uma nuvem, ou melhor, espan~~l~ mente desprovido de outras e melhores opções: contando com a versao 111111n 111na llnfssima poeira, ou melhor ainda, como um campo de impulsos (publi ada pela Editorial Credos, com o título Fundame~to5_J técnicas,~el analms 111 'I\" ·ti ·os"; e falo aqui em secundário, no sentido de Steiner, para designar a . · ) · ··m·ram se mais de 30 mil exemplares de Tecnzcas de analise textual. /1/errtrto , 1mp11 1 - 111111 xI dade das reflexões críticas, metacríticas e epistemológicas, das propostas 111 11 ',1s · dos debates metateóricos, das exclusões e dos cruzamentos de para *** illp,111.1s. Tudo em detrimento do primário - que é a literatura - e em benefício .11 111n terciário (de que Steiner não fala) que não raro decorre do secundário: ''"º O livro que agora se publica não é um substituto dessoutro que considero 111 na discussão dos paradigmas e das metalinguagens como exercício do l'll ·errado; e não pode sê-lo exatamente porque, como disse, ele teve o seu te~po 1111dt•r a ·adémico, fenómeno de resto confirmado já por esse nascente subgé- t' o seu lugar próprios, agora inevitavelmente irrepetíveis. Este é, desd~ o seu mulo 111111 11;1rrativo que é o romance académico. . . t)Lt'tulo um livro de introdução a um certo conhecimento: o da literatura, na (~ preciso, pois, reencontrar um equilíbrio aparentemente perdido: o equi d ·d l SUL ' ·d ida em que ela constitui um campo de formas e de representação e senti os ltl11 lt1 ·ntre o secundário - a reflexão ensaística, a indagação teórica, a questionação 111 qu ., até certo ponto, é possível conhecer, exatamente p.or~ue nele surpreende~os 1 11 1r 111ológica - e o primário, ou seja, a literatura, essa "teia sem começo nem fim" ·I ·mentas suscetíveis de descrição e de apreensão. Mais amda: antes da mamfe~­ .11 q11 • fala Eduardo Lourenço. Isso quer dizer que parece prudente relativizar o tação desses elementos, revelam-se-nos também circunstâncias e fat~res de condi l11llt1xo da teoria; não é possível nem intelectualmente honesto, contudo, ignorar cionamento que, à sua maneira e na proporção que lhes cabe, permitem entender 11 111111 ributos que dela colhemos, em diferentes épocas e sob diversos impulsos, a emergência e a institucionalização disso a que chamamos literatura. . 1 111 "" · ·ssivas teorias da literatura: a dos Formalistas Russos (e em especial a de Boris A vastíssima produção que, desde há cerca de meio século, nos tem sido l 11111,1 ·hevski), a de René Wellek e Austin Warren (que praticamente fundou uma facultada pela teoria da literatura é o suporte natural desse conhecim~nto; o seu 11111.1, nos modernos estudos literários, em âmbito universitário), a de Wolfgang limite é a fronteira - fronteira difusa ou, se se preferir, apenas suspeitada - em 1 1 · t•r (mesmo sem se apresentar expressamente como teoria), mais recentemente que começa a fruição estética. Eventualmente iluminada e aprofu~dada por um 1 .!1 lohn M. Ellis (que é também, à sua maneira, uma teoria da literatura) e, ain conhecimento que assim se reconhece preambular, a fruição estética_ve~ .ª ser, ,11 111,lis próximas de nós em diversos aspectos, a de Aguiar e Silva e a de Antonio contudo, uma atividade que, resolvendo-se na privacidade da receção md1v1dual, 1 • 111 .1 Berrio. Essas e também a que, apresentada por Kibédi Varga (Théorie de la //Ir dispensa a normatividade de precetivas de leitura impostas do exterior. , /)//11re. Paris: Picard, 1981), evidencia já uma diversificação de contributos que, Um dos problemas que ensino da literalltra presentemente enfren:a e 111 11•rmos distintos, é confirmada pelo recente e volumoso Guide to literary theory 0 do ascendente do secundário, para utilizar uma expressão de George Stemer 11-! 1 riticism (Baltimore/London: The Johns Hopkins Univ. Press, 1994), editado 0 Realpresences, expressão que reencontro num u.:xLo recente de Günter 1•111 Mi hael Groden e Martin Kreiswirth. na o b ra , . ,, A · Grass, cujo título dispensa comentários: "/\ ditadura do secundano . p~rnr Acontece que o peso institucional da teoria não é já o que era, e a diver daqui formulo uma espécie de posLubdo qu ·, <.:orno tal, se pretende -~sseruvo, l l 1. 1~.10 a que aludi indicia uma fragmentação do campo teórico que tem que mas niio cvid ·ntc, prin ípio de uma dcmo11s1r :1~.10 q11. l ·nho como viavel, mas 1 1.imbém com essa perda de peso institucional - quer dizer: sobretudo de peso O CONHECIMENTO DA LITERATURA 15 l 'Í l'IU· l·A< '.I() .11.11h'-11d10. () q11c p.11 ·n· M1g ·rir o pd11dplo di' 11111,11il 1,1 11 111 1111111 11111!>1'·111 o 1/111 d1 ll,lll,\lltlll11110,\ .l OllllOS I~ 1 IZO .' ( ' , 111ovi1m·1110 dt· "r ·sist 11 ·ia à L ·oria" de qu · f~dou P.1111d ·M.111,1 ti 1• q11 , 1111110 1al, '' 111, ili< 110)1· 1110 cesso 1 . . . . ·' ,1,, ·'t'lllr:tz.ot·s) d. tllll l:1sd11io q11 ·1>l i 1 nao é ainda o fim da teoria, mas talvez o seu recuo para aqu '·111 d:i po~l~.111 d· auto ' • • • 11 t · :1u111t'l1l:ir. · · linli.illio dt· i11id:i~·:io LJl . . .. · . ridade em que a encontrámos instalada, nos últimos trinta anos. ' .1ss11n ,. 'IL •raclamente '" 1 1111 li 111,1 l 11,,1.1111·;1r l :1m h "111 ·1 co . _. ~ . 1 se 'econ ie e, este 1i vro Assim, como não podia deixar de ser, este livro recolhe o contributo da , ns icnc1a e os seus limites e a d' 'd d 11 i 11111 p1ojt·10 qu . nfo des l'fi ign1 a e do srn pro produção teórica que mencionei, mas não quer nem deve ser um livro de teoria q ua 1 ICou autores prestigiado .. I' '' l 'M' vons:1gr:ira111 a traball d , d 1 s que, em difnt'lllt'.\ propriamente dito. Trabalho de introdução, ele tenta projetar o conhecimento < < 1os e U1 o e pro ed, . 11111 ~I , /\hr:inis, um Wolfl an K P eunca: um Erich Aucrh:1d1, da literatura que a teoria favorece para um nível e para um labor que o trans g g ayser, um Cesare Segre . 11111 1•111J1·10 qu . envolve . d'fi ld d , . etc., ao mesmo lt·inpo, as 1 icu a es propnas de um i . d . cende e que, noutra etapa, será o da leitura literária; a abundante exemplificação I"' 111 J.1 o l ·ntou sabe que n- , f' ·1 ntu1to e d1vulga~·:10 (e ao e ac1 contemplar esse re i ) . . que aqui se encontra - privilegiando deliberadamente a Literatura Portuguesa 111111 podt· .~ T ·stranho . , . gsto, rntwto a que n·to . • um p10posito de reflexão. . - propõe-se, pois, ser algo mais do que a atenuação da aridez descritiva que facil mente ameaça um trabalho dessa natureza. Com efeito, os textos a que recorro convidam também o leitor a autonomizar a sua reflexão sobre a literatura, olhan *** do a literatura e convivendo com ela no quadro de um diálogo eventualmente enriquecido pelo conhecimento que aqui se introduz. E as referências bibliográ h t · livro foi · escrito, na sua maior parte d · · w· . , urante duas e t d' ficas que aduzo, por vezes prolificamente1 servem também para motivar essa ()1 VISltante, na Universidad d s a ias, como , . e e isconsrn-Mad· 1 autonomização do leitor, orientando-o para campos de reflexão que não cabem ' 11 ~,. os d -feitos que aq . ison, nos anos de 1992 e u1 se encontram são apenas , d nos limites deste livro. 1 ' 11 .i111or, o que nesta obr e so a responsabilidade a possa aparecer como , ·1 d . ' Complementarmente, recolho, em apêndice documental, um conjunto de i 1111dl~· >· s de trabalho d d ut1 eve muito as excelen- e que pu e desfrutar du . 111. i 11 ,111,1, d que conservo , . rante essa mrnha experiência textos doutrinários. Eles permitem a ilustração, pela palavra dos escritores e em grata memona; por isso (e , . ) função da sua experiência de criação, de temas e de problemas articulados com o 1k vo, por último agr d . ' so por isso a evoco aqui. , a ecimentos a Dra Vivi d C 1 que no corpo da obra se encontra; de modo que, sem serem puras intervenções " ipolo que me deu na prepar - fi 1 d . na e ampos Figueiredo, açao 111a o texto · teóricas, esses textos doutrinários trazem consigo, com as hesitações, mesmo com t "· 1 N1111 'S e à Dra M . L , F para a tipografia; à Dra. . ana lils onseca, pelo trab lh d . - j11 1•1111 nl Tam. a o e rev1sao de provas a as contradições que não raro os caracterizam, uma palavra de confrontação com o que aqui se explana. *** Coimbra, 15 de dezembro de 1994 Carlos Reis Para além do que fica dito, este livro traduz também, como não podia deixar de ser, o estado atual da relação de quem o escreveu com a literatura e com o seu ensino. Uma relação que, diga-se, não deixa de ser afetada por dúvidas, al gumas de ordem epistemológica, outras dizendo respeito à legitimidade do ensino da literatura e mesmo à sua possibilidade - que envolve a responsabilidade e o 1 Traduzirei as citações feitas a partir de textos originais, mas não as que são feitas a partir de traduções. 16 PREFÁCIO 17 CAPÍTULO 1 A LITERATURA COMO INSTITUIÇAO l OC AMPO LITERÁRIO EA S FRONTEIRAS DA LITERATURA 1 , 1 ualquer reflexão preambular sobre a literatura e a sua existência en d ·início, a questão de saber se é possível (ou até que ponto é possível) esta- 1 .1~ rronteiras que delimitam o fenómeno literário; ou, por outras palavras, l 11 11 o que cabe e o que não cabe dentro do campo literário. Note-se, entre- 111 1 dl·sde já, que quando falamos em fronteiras da literatura ou em campo 1 1 11, 111ilizamos expressões metafóricas certamente sugestivas, mas também 1 l111p1 ··isas; de certa forma, é isso mesmo que caracteriza, em qualquer lin- 111 1 lrntífica, o recurso a metáforas e também, naturalmente, na metalingua- 111 1·~1 udos literários. 1 Por outro lado, pela inclusão de certos textos dentro 1111po literário e pela exclusão de outros, não se anula a possibilidade de 1111111 'iluações híbridas; são essas situações híbridas que desvanecem a rigidez 1 1p11 t'V 'ntualmente poderia postular-se a existência de um campo literário 11111g 1 ns rigidamente determinadas. 19

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