No momento em que Portugal abandonava as últimas ilusões épicas e o mundo nos descobria como paraíso turístico, Lídia Jorge, cronista minuciosa e irónica da metamorfose do nosso secular Cais das Merendas, em vitrina cosmopolita, inventou-nos uma singular epopéia. A epopéia virtual, cândida, perversa e cômica – com uma gota de sangue por cima – de quem daqui em diante, habitará a História dos Outros como se fosse nossa.