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O Barroco PDF

181 Pages·1966·103.35 MB·Portuguese
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E het Ê | E T a Da A A é , PE pão ad T i e ag ol s e ep ' , E= d E- r iE d j E a tia e E E e A O = dl a e = d F = m as Ei e r e E a es mo E Okd O O dao a? mm E i O o = a o — O = Pla ae k 4 | à E à PP 4 h La 5 ” n ] ) mi r s e Ra F | y dl DÊ p g P ! R a E [| D F E RE P ki E , E” E Y a? ú É : ) “ ] ] o à j O MUNDO DA ARTE BARROCO MICHAEL KITSON Catedrático de Hist ó* ria de Arte, Instituto Courtauld de Arte, Londres. PRESSÃO.E CULTURA 1 ti O a m a«fb <oá Ed O Mundo da Arte PLANO GERAL DA OBRA A ARTE PRÉ-HISTÓRICA E PRIMITIVA Dr. Andreas Lommel, Diretor do Museu de Etnologia de Munique a MUNDO ANTIGO Professor Giovanni Garbini, do Instituto de Estudos do Oriente Próximo, Universidade de Roma ANTIGUIDADE CLÁSSICA Dr. Donald Strong, Diretor-Assistente do Departamento de Antiguidades Grega e Romana do Museu Britânico, Londres CRISTANDADE CLÁSSICA E BIZANTINA Professor Jean Lassus, do Instituto de Arte e Arqueologia, Sorbonne, Paris MUNDO ISLÂMICO Dr. Ernst J. Grube, Diretor do Departamento Islâmico, Museu Metropolitano de Arte, Nova York MUNDO ORIENTAL Jeannine Auboyer, Diretora do Museu Guimet, Paris ; Dr. Roger Goepper, Diretor do Museu de Antigiiidades do Extremo Oriente, Colônia MUNDO MEDIEVAL | Peter Kidson, do Instituto Courtauld de Arte, Londres O RENASCIMENTO Andrew Martindale, Catedrático da Escola de Belas Artes, Universidade de East Anglia | O BARROCO - Michael Kitson, Catedrático de História da Arte, do Instituto Courtauld de Arte, Londres ARTE MODERNA Norbert Lyton, Diretor do Departamento de Arte Histórica e Estudos Gerais, da Escola Chelsea de Arte, Londres COPYRIGHT, 1966, THE HAMLYN PUBLISHING GROUP LIMITED PLANEJAMENTO GERAL DA OBRA: TREWIN COPPLESTONE E BERNARD S. MYERS REVISÃO ORTOGRÁFICA: 1978 Ediçao em língua portuguesa x — Supervisão Técnica: Aracy Abreu do Amaral e José Roberto Teixeira Leite E Revisão do Texto: Milton Pinto, Roberto Mello, Vanede Nobre e Joaquim Gonçálvez Pereira M Tradutores: Alvaro Cabral, Áurea Weissenberg, Donaldson * Garschagen, Henrique Benevides, Lélia Contijo Soares, Sílvia Jambeiro e Vera N. Pedroso H Produção Editorial: EXPED — Expansão Editorial E Com- posição, Impressão e Acabamento: AGGS — Indústrias Gráficas S.A. Página anterior: Escultura de anjo em madeira dourada (Austria). ; Victoria and Albert Museum, Lon rês, Índice 8 Introdução Renascença e Barroco O Significado de Termos Estilísticos e o Tema deste Livro A Origem de “Barroco” e “Rococó” A Influência de Idéias Religiosas e Filosóficas Doutrinas Estéticas do Período 15 (O Barroco O Apelo às Emoções Ilusionismo A Fusão das Artes O Esplendor da Arte Barroca Dramatismo Barroco e o Uso de Luz e Sombras Movimento Barroco Espaço Barroco Conclusão O Contraste entre Classicismo e Barroco do 71 Classicismo Classicismo na Pintura Século XVII Pintura da Paisagem Ideal Classicismo na Escultura Classicismo na Arquitetura As Relações entre Realismo e Imitação : A Escultura Policrômica Espanhola 99 Realismo Caravaggismo Pintura Holandesa Realismo na Pintura do Século XVII 2 Introdução 123 O Rococó A Decoração Rococó Francesa Pintura Rococó Francesa O Rococó na Alemanha Porcelana O Rococó na Itália rodução Bi nal eps Reflorescimentos Clássicos no Século XVII: 154 Neoclassicismo 1 O Palladianismo Inglês Primeiros Reflorescimentos Clássicos no Século XVIII: II. França e Itália O Momento Culminante da Década de 1750 O Reflorescimento Clássico de Roma A Paixão pela Grécia Antiga A Criação da Arquitetura “Expressiva” Índice das Ilustrações a Cores m Gianlorenzo Bernini O Êxtase de Santa Teresa 17 57 Claude Lorrain Paisagem com Pastor 105 m N Narciso Tomé O Transparente 18 58 Annibale Carracci 4 Fuga para o Egito 106 I U Peter Paul Rubens 4 Adoração dos Reis Magos 19 9 Adam Elsheimer 4 Fuga para o Egito 106 L São Pedro, Roma 20 60 Peter Paul Rubens O Torneio 107 L U Jakob Prandtauer Mosteiro de Melk 21 61 Claude Lorrain Paisagem com a Ninfa Egéria 108: A Diego Velasquez Filipe IV de Espanha 22 62 Nicolas Poussin O Sepultamento de Fócion 109 R I Rembrandt van Rijn 4 Ronda da Noite 23 63 Julius Porcellis Marinha 110 o Giambattista Tiepolo Apolo Conduzindo Beatriz de Bor- 64 Jan van Goyen Vista de Emmerich 110 gonha até Frederico Barbarroxa 24-25 65 Philips Koninch Vista na Holanda 111 Gianlorenzo Bernini O Anjo com a Inscrição 26 66 Jacob Ruisdael Paisagem com Bosque 111 Nicolas Poussin 4. Confirmação 27 67 Jean-Honoré Fragonard O Jogo da Cabra-Cega 112 li Mesa em Talha Dourada, Hotel Lauzun, Paris 21 68 Thomas Gainsberough 4 Caminho do Mercado 113 12 “Salão de Vênus, Versalhes 28 69 Sebastiano e Marco Ricci Monumento ao Duque de 13 François Cuvillés Galeria dos Espelhos, Amalienburg 29 Devonshire 114 14 Franz Anton Bustelli Colombina 29 70 Francesco Guardi Vista de Veneza, com a Igreja della 15 Lukas von HildebrandtO Belvedere Superior, Viena 30 Salute e a Alfândega 115 16 Lord Burlington Chiswick House, Londres 30 71 Antonio Canale (Canaletto) Veneza O “Bucintoro” 17 Ignaz Giinther Virgem da Anunciação 31 regressando ao Cais 115 18 Christian Jorhan, o Velho São Nicolau 31 72 Richard Wilson Snowdon visto de Llyn Nantll 116 19 - Antoine Watteau Os Prazeres da Dança 32 73 George Stubbs Cavalos numa Paisagem 117 20 René Dubois 4 Mesa de Tilsit 32 74 Albrecht Cuyp Gado e Figuras 117 21 Peter Paul Rubens Auto-Retrato com Isabella Brant 49 15 Sanchez Cotán Marmelo, Couve, Melão e Pepino 118 22 Gianlorenzo Bernini Busto-Retrato de Luís XIV 49 16 Floris van Dyck Natureza Morta 119 23 Anthony van Dyck A Marquesa Balbi 50 77 Willem Claesz Heda Natureza Morta com Copo e Peixe 119 24 Diego Velasquez 4 Infanta Margarita em Azul 51 78 Willem Kalf Natureza Morta com Jarro e Fruta 129 25 Frans Hals Retrato de um Homem 52 79 Carlo Maderna Sta. Susana, Roma 137 26 Rembrandt van Rijn Dama com um Leque 53 80 Francesco Borromini S. Carlo alle Quattro Fontane, 2 Rembrandt van Rijn Velho Sentado 54 Roma 138 28 Philippe de Champaigne Omer Talon 55 81 Johann Michael Feichtmayr Putto 138 29 Peter Lely Duas Damas da Família Lake 56 82 Simpert Krâmer, Johann Michael Fischer e outros 30 Nicolas le Largillêre Luís XIV e seus Herdeiros 56 Igreja do Abadia de Ottobeuren, Baviera 139 31 Francesco Solimena Auto-Retrato 57 83 François Mansart (concluída por Jacques Lemercier) 32 Godfrey Kneller Matthew Prior 58 Igreja de Val-de-Gráce, Paris 140 33 Maurice Quentin de la Tour Auto-Retrato 59 84 Francesco Borromini (modificada por Carlo Rainaldi e 34 Jean-Marc Nattier Rainha Marie Leczinska 60 outros) Igreja de Santa Agnese, Piazza Navona, Roma 140 35 Allan Ramsay Mary Atkins (Sra. Martin) 61 85 Gianlorenzo Bernini Túmulo do Papa Alexandre VII 141 36 Pompeo Batoni John, Marquês de Monthermer 62 86 Sir Christopher Wren Igreja de St. Stephen, Walbrook, 37 Joshua Reynolds Coronel John Hayes St. Leger 63 Londres 142 38 Thomas Gainsborough Sra: R. B. Sheridan 64 87 James Gibs Igreja de St.-Martin's-in-the-Fields, Londres 143 39 Bartolomé Murillo 4 Imaculada Conceição 81 88 Louis Le Vau Château de Versalhes: Antepátio, a Cour 40 Michelangelo da Caravaggio David com a Cabeça de Royal e a Cour de Marbre 144 89 Antoine Coysevox Fama 144 Golias 82 41 Guido Reni São João Batista 83 90 Luigi Vanvitelll 4 Grande Cascata, Caserta, perto de 145 42 Pietro da Cortona O Rapto das Sabinas 84 Nápoles 91 Louis Le Vau, Claude Perrault e Charles Lebrun 43 Nicolas Poussin Diana e Endimião 85 146 Mattia Preti Modelo para o Afjresco da Peste 86 A Fachada Leste do Louvre, Paris 45 Giambattista Tiepolo 4 Trindade Aparecendo a S. Cle- 92 Angre-Jacques Gabriel Ministério da Marinha 146 93 Lukas von Hildebrandt e Johann Dientzenhofer A Es- mente(?) 87 - 46 cadaria do Palácio de Pommersfelden, Baviera 147 Guercino Aurora 88, 89 94 Balthasar Neumann Vierzehneiligen; Baviera Seten- 417 Peter Paul Rubens O Jardim do Amor 90 trional 148 48 Rembrandt van Rijn Betsabá 91 95 José Pefia e Fernando de Casas Frente Oeste da Ca- 49 Jan Steen O Mundo às Avessas 92 tedral de Santiago de Compostela, Galiza, Espanha 149 50 Louis Le Nain 4 Carroça da Grança 92 96 Cabinet de la Pendule, Versalhes 150 51 Jan Vermeer Uma Dama e um Cavalheiro no Virginal 93 150 97 Joseph Willems (?) Uma Pastora François Boucher Cupido Cativo 4 52 150 98 Joseph Willems (?) Um Ator em Traje Turco 53 Jean-Baptiste Chardin 4 Toilette Matinal 95 151 99 Robert Adam 4 Sala Etrusca, Osterley Park, Middlesex J. C. Duplessis Tinteiro 95 54 55 William Hogarth O Quarto de Vestir da Condessa 96 100 Richard Mique O Templo do Amor, nos Jardins do 152 Benjamin West 4 Morte de Wolfe 96 Petit Trianon, Versalhes 56 E ” E ac ar t “go eA ap o s E paa ir E T a R A a ii1 al| á Hr,ri o e Eh a | 7 3 - ] Ej e AA orEa o EA Rembrandt van Rijn: Moça Adormecida, c. 1655-S56. Aguada em tinta marrom. 24,5 x 20,3 cm. British Museum, Londres. Introdução Os números nas margens referem-se às ilustrações: em negrito para as lâminas coloridas; em grifo para as ilustrações em preto e branco. RENASCENÇA E BARROCO elas contribuíram muito mais para o Barroco do que para a Renascença, que fora dominada pela arte italiana, em- O período conhecido como Barroco, que abrange, em bora o Barroco também tivesse origens italianas. Esse linhas gerais, os sécs. XVII e XVIII da arte européia, surto de criatividade ao norte dos Alpes refletiu o desen- pode ser encarado como um “meio-termo” entre a Re- volvimento dos Estados nacionais e uma mudança no nascença e a era moderna. Num certo sentido, foi a re- poder econômico, que se mantiveram durante todo o tomada da Renascença. Vista de um ponto extratemporal, período, desde as terras mediterrâneas aos países da orla parece ser uma nova fase do que já ocorrera antes, uma atlântica, especialmente a Inglaterra e a França. Além renovação da atividade criadora, segundo as diretrizes disso, o Barroco foi levado para o ultramar por missio- que a precederam, uma segunda revolução da roda. nários católicos em atividade na América Latina e no Como todas as fases da arte, o Barroco passou pela co- Extremo Oriente; a colonização também levou os estilos nhecida segiiência de ascensão, apogeu e declínio. Mas a arquitetônicos ingleses para o litoral leste da América do semelhança com a Renascença vai ainda mais longe. Os Norte, no séc. XVIII. artistas do Barroco e da Renascença defrontavam-se, es- Quanto ao mecenato, as classes médias começaram a sencialmente, com os mesmos gêneros de tarefas e tra- desempenhar um papel ativo, embora ainda não decisivo, balhavam, predominantemente, para os mesmos clientes: a exceto na Holanda Protestante, onde não havia corte corte, a aristocracia e a Igreja. Neste livro, encontraremos oficial ou aristocracia, nem encomendas de quadros pela principalmente os mesmos tipos de obras de arte: na Igreja. Mas o modo mais nítido de expansão da arte foi arquitetura, igrejas e palácios; na escultura, estátuas de o crescimento das chamadas “categorias menores”. Isto mármore em tamanho natural para altares, túmulos e é especialmente visível na pintura. As categorias menores praças ou jardins públicos; na pintura, composições de incluíam o retrato, a paisagística, a pintura de gênero (a figuras idealizadas, representando temas extraídos da Bí- representação de assuntosd.a vida cotidiana) e a natureza blia, da História Antiga e da Mitologia. morta. Pela primeira vez, à parte o retrato, essas categorias Tal como a Renascença, o Barroco foi dominado pelas assumiam agora um lugar significativo a par das espécies carreiras de grandes artistas. Os equivalentes de Leonardo tradicionalmente superiores da pintura, cujos temas eram da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Ticiano e Diirer são de extraídos da Bíblia, da História Clássica e da Mitologia. um período; do outro, Bernini, Poussin, Rubens, Rem- Na arquitetura, o planejamento e a construção urbanos brandt, Velasquez e Tiepolo. Mais do que isso: ambos os assumiram o mesmo papel; na escultura, essa missão era grupos de artistas compartilharam das mesmas atitudes assumida pelos bustos-retratos. No séc. XVIII, a decoração estéticas básicas e puseram os olhos — o segundo, em de interiores e o mobiliário ingressaram, pela primeira parte, através da visão do primeiro grupo — na mesma vez, na corrente principal dos desenvolvimentos estilísticos fonte de inspiração: a Antiguidade. A arte clássica, que e uma arte inteiramente nova foi criada durante êsse pe- significa, principalmente, a arquitetura e escultura da ríodo: a porcelana. A terceira mudança básica provocada pelo Barroco Roma Antiga (não da Grécia), é um fator quase cons- tante no substrato das obras de arte que serão examinadas residiu na crescente complexidade das tendências estilísti- É verdade que a Renascença não constituiu, em neste livro. As suas relações com o Barroco estão sim- bolizadas na gravura de Piranesi reproduzida como Fi- absoluto, um movimento singular e unificado. Atingiu o auge em diferentes lugares e diferentes épocas e a gura 1. Contudo, quando observamos a roda girando e a se- sua longa e extremamente variada fase final — o Ma- qiência de estilos dar uma volta completa, notamos, como neirismo — assinalou, de algum modo, uma reação contra seria de esperar, tantas diferenças importantes, quanto se- o período de suas realizações mais altas e mais típicas. melhanças. Em primeiro lugar, quase tudo é exposto num Mas a Renascença foi, entretanto, muito mais homogênea tom mais alto, mais florido e colorido; as texturas são do que o Barroco. De fato, a palavra “Barroco” não é mais opulentas, há mais decoração, mais luz e sombra, apropriada para descrever a arte dos sécs. XVII e XVIII, aparentemente menos controle. O refinamento lírico que exceto numa acepção muito genérica. Embora fosse o foi característico da Renascença não se encontra agora estilo dominante, que coloriu todos os outros em graus com freqgiiência; onde há comedimento, é passível de pa- variados, num sentido estrito foi apenas um estilo entre recer severidade. Também se nota, algumas vezes, uma muitos outros que se desenvolveram simultâneamente, busca deliberada de efeitos. como vai ser explicado. Em segundo lugar, o período barroco foi acompanhado O SIGNIFICADO DOS TERMOS ESTILÍSTICOS por uma expansão da arte em todas as frentes — em seus E OQ TEMA DESTE LIVRO limites geográficos, em seus clientes e em suas categorias. Não foi tanto uma questão de ter mudado o centro de Hoje em dia, “Barroco” é usado como um termo es- qualquer desses pontos de vista (embora Paris substituísse tilístico (distinto de um rótulo de período, como no título Roma como a capital artística da Europa, quase a meio deste livro), para descrever a arte que surgiu primeiro do período) mas, sobretudo, que as margens tornaram-se na Itália, pouco antes de 1600, aí floresceu até meados do mais importantes. A expansão da arte pode ser vista na séc. XVIII e espalhou-se, particularmente, pela Flandres, ascensão ou renascimento de escolas nacionais na França, França, Alemanha, Europa Central (isto é, Austria, Boêmia Espanha, Holanda, Inglaterra e Europa Central, Todas - é Polônia), Espanha e colônias espanholas de além-mar, 0 E r 1 7] E p ) É EH 7 E a x R ii É, so p 7) F E r ER | o) , a A =. a A A! E a pH r[E Poa i : DD A RE a E Pr as EH pá . e F a x an E E ay E pi a a e A! 4 La É a | z E a 7 e E E - : T É q Ê E E O | o Rm T E E ko a = a RR | [O] | = - |] - =) F) . , 7 ER RIA | eh =| fa)m | . |! = = s E E Ls pe de ' - z a a ; Ea = . p pe 1 | ] AR) cms | [3 - e - | a de À Es PA ' E ES J cm E w] na ED. o E h' A = ] o À ss | o—q & Ea [| CR E] qm No ms — -. z a is = LO ! mania, TC a a E a NE” tie Ro À . a E 7, ”- - p qRR ci a) Reea sL|ER] e| O e r k g Ls = L1]R | a tao R[ 4 E É PeHH=e = e ' drS N Rj RS o| a o - a = as a E LE] 1. Giovanni Battista Piranesi, O Arco de Sétimo Severo com — SS. Luca e Martina, de Pietro de Cortona, construída a Igreja de SS. Luca e Martina. 1759? Água-forte. entre 1635 e 1650 — defronta-se com as ruínas clássicas 35,5 x 57,5 cm. Esta gravura, da série Le Vedute di Roma, no antigo Forum romano. Roma era a capital artística da é aqui reproduzida para sublinhar a importância de Roma. Europa, nos primeiros três quartéis do séc. XVII e assumiu Neste período, e para simbolizar o relacionamento entre de nôvo um papel fundamental no tempo do Neoclassicismo. a arte barroca e a Antiguidade. Uma igreja seiscentista embora tivesse produzido reflexos de intensidade variável Neoclassicismo não foi apenas um movimento retrospec- na arte de todos os outros países europeus. Paralelamente tivo, mas lançou também os alicerces de atitudes moder- ao Barroco um movimento clássico cresceu, em oposição nas em relação à arte. parcial àquele, e encontrou abrigo sobretudo: na França. A descrição desses movimentos- estilísticos, somada à Houve também um terceiro estilo, o Realismo, associado discussão de suas respectivas características, forma o tema a artistas tais como Caravaggio e muitos pintores ho- deste livro. Na História Geral, o período corresponde ao landeses. apogeu do ancien régime, à luta pelo poder entre os Es- Todos os três estilos prosseguiram, com modificações, tados europeus e correntes intelectuais, como as últimas no séc. XVIII. Mas o séc. XVIII também viu a criação fases da Contra-Reforma, o Iluminismo e os primórdios de um nôvo estilo, o Rococó, cujas relações com o Bar- da ciência moderna. Pouco depois do início do período, roco mantêm semelhanças com as que existiam entre o começou a Guerra dos Trinta Anos (1618-48); o seu Maneirismo e a Renascença; quer dizer, era em parte fim seria assinalado pela eclosão da Revolução Fran- uma adaptação do estilo anterior e, também em parte, uma cesa (1789). reação contra ele. Na década de 1760, o classicismo emer- Talvez convenha explicar por que motivo os estilos, em gira como Neoclassicismo e passara a ser o estilo carac- vez de escolas nacionais, foram escolhidos como unidades terístico do tempo. Isso quebrou a hegemonia do Barroco para a divisão deste livro. Poder-se-ia argumentar que e criou um vínculo com o período moderno. um tal critério faz com que os artistas pareçam amoldar- Também quebrou o ciclo que se iniciara pouco antes se a tendências que só foram definidas em retrospecto; de 1600, impedindo assim que a roda completasse a sua além disso, a tentação é dotar essas tendências de uma revolução; quer dizer, embora os estilos barroco e rococó vontade própria (fazendo com que o Barroco criasse isto, declinassem, o período terminou numa nota crescente, não e o Rococó, aquilo) quando, de fato, não têm existência decrescente. Num certo sentido, isto foi também verdadei- independente das obras de arte que descrevem, Mas os ro no tocante ao Maneirismo, embora a ruptura entre estilos definidos pelos modernos historiadores de arte estão êste e o Barroco fosse mais acentuada, porquanto muitos relacionados com questões que eram realmente sentidas dos desenvolvimentos que floresceram no séc. XVII foram por, pelo menos, alguns artistas da época. Contra um concebidos na segunda metade do séc. XVI, tal como o fundo renascentista, assim como de Antigiiidade Clássica, 10 esses artistas situaram-se entre os primeiros na História, capazes de exercer uma opção estilística consciente. O próprio número de escolas e obras-primas criadas pelo Barroco milita contra uma abordagem demasiado factual, num livro tão breve quanto este. Além disso, as caracte- rísticas que atravessam as fronteiras nacionais e os limites entre as artes são de excepcional interesse neste período, tornando possível uma compreensão mais profunda de suas realizações artísticas, como seria o caso de um levanta- mento estritamente cronológico e geográfico. | A ORIGEM DO “BARROCO” E DO “ROCOCÓ” Tal como a maior parte dos termos da História da Arte, antes do final do séc. XIX, “Barroco” e “Rococó” foram introduzidos retrospectivamente e empregados, pela pri- meira vez, num espírito depreciativo. “Barroco” era, ori- ginalmente, uma palavra portuguesa que significava uma pérola de formato irregular ou, como alguns historiadores asseveram, deriva do italiano baroco, um obstáculo na lógica escolástica medieval. Num ou noutro caso, a palavra circulou num sentido metafórico, no italiano e francês no séc. XVI, quando significava qualquer idéia enrolada “ou um processo tortuoso e intricado de pensamento. A sua aplicação à arte só começou na segunda metade do séc. XVIII, durante a ascensão do Neoclassicismo. Era então e, até certo ponto, é ainda definida em térmos de oposição aos valores clássicos. Em 1771, o Dictionnaire de Travaux deu um significado de Barroco (o outro re- feria-se ao seu uso como sinônimo de excêntrico ou bi- zarro) como sendo, “na pintura, um quadro ou figura... a E Sigo fg á bip ne IES ET ade Ee AG 7 17 po em que as regras de proporção não são observadas, e tudo é representado de acordo com o capricho do artista”. 2. O Interior da Igreja de Jesus, Roma. Arquitetura de Os êscultores e arquitetos que transgrediam as normas Giacomo Vignola, iniciada em 1568. O uso barroco de clássicas eram ainda mais severamente atacados do que materiais ricos e decoração com ornatos como meio de os pintores. O crítico italiano Milizia, influenciado pelo glorificação de Deus e apelo às emoções do crente é grande teórico neoclássico Winckelmann, escreveu em patenteado aqui, na igreja-mater da Companhia de Jesus em Roma. No início, O interior era comparativamente despojado 1797: “O Barroco é a última palavra em bizarria; é o ri- e só recebeu a sua presente forma no final do séc. XVII. dículo levado a extremos. Borromini caiu no delírio, ao Os afrescos na ábside, pendentes, cúpula e nave (fig. 29) passo que, na sacristia de S. Pedro, Guarini, Pozzi e Mar- foram pintados de 1672 a 1683 por Gaulli. chione adotaram o Barroco.” —. No séc. XIX, a palavra continuou a ser usada, princi- palmente, para certos aspectos da arquitetura italiana seis- padrões estéticos abstratos; e, em parte, por causa da centista, embora a hostilidade para com o estilo a que - atração da inventiva, audácia e pura energia do Barroco se referia se propagasse às outras artes e também à arte para o gósto moderno. de outros países. Só depois da publicação de Renaissance A origem de “Rococó” é quase análoga. Em sua forma und Barock, de Heinrich Wolfflin, em 1888, foi que “Bar- mais pura, o Rococó foi um fantasioso sistema deco- roco” neutralizou-se para fins de história da arte, embora rativo inventado na França, por volta de 1700, para o tra- Wolfflin aplicasse o térmo a um período anterior — os tamento de interiores e objetos ornamentais em geral, cem anos decorrentes entre 1530 e 1630 —, ao que hoje como uma fuga ao estilo pomposo e monumental, cujo se costuma denominar assim. Mesmo no tempo de Wolf- arquétipo era a Versalhes de Luís XIV. Nesses campos flin, somente na Alemanha e entre os estudiosos é que a -— ornamentação e decoração — atingiu o apogeu em arte barróca era considerada respeitável; no resto da Eu- Paris, na década de 1730, propagou-se a outras artes € ropa, era ainda considerada uma continuação aviltada da outros países, particularmente à Alemanha, e foi mais arte da Renascença. Na Inglaterra e na América, o pre- tarde associado, retrospectivamente, à época de Luís XV. conceito popular contra o Barroco manteve-se até quase O estilo Luís XV, como passou a ser errôneamente conhe- cido, ou estilo Pompadour — ainda mais erroneamente a II Guerra Mundial. Desde então, granjeou aceitação geral, em parte, devido à disposição contemporânea em —, foi batizado de “Rococó” por um dos primeiros BI ná considerar qualquer estilo segundo os seus próprios méri- res românticos e discípulo de David, Maurice Quai, em tos, em vez de julgá-lo antecipadamente de acordo com 1796-97. Derivava provavelmente da palavra rocaille, UM

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