É muito oportuna, no centenário do nascimento do escritor mineiro Cyro dos Anjos, essa reedição do romance O amanuense Belmiro, uma obra-prima de nossa literatura. Publicado em 1937, vem despertando enorme interesse da crítica e dos leitores, o que atestam suas inúmeras reedições e a extensa bibliografia a respeito do livro, produzida pelos principais críticos literários do Brasil desde sua publicação até hoje.
O narrador se propõe, no início, a contar as suas memórias, um livro sentimental, não um romance, mas lentamente o presente desliza para o primeiro plano e as memórias iniciais se transformam num “esboço de livro” para, então, ele se tornar um “diário”, que cobre pouco mais de um ano – 1935 – da vida de um amanuense, Belmiro. CRÍTICAS
“Se no ano passado foi o centenário de Cyro dos Anjos, falecido em 1994, nascido em 1906, este ano o livro que o imortalizou comemora 70 anos de sua publicação: 1937. Com O amanuense Belmiro, Cyro dos Anjos ingressa na galeria dos grandes escritores brasileiros.. Este é um livro sobre um melancólico funcionário público que resolve escrever não sabe bem se suas memórias ou um diário ou um romance.”
Ronaldo Costa Fernandes, Correio Braziliense, 24 fev. 2007, Caderno Pensar
“[Cyro dos Anjos], já em sua estréia, foi comparado a ninguém menos do que Machado de Assis. Sim, no longínquo ano de 1937 houve quem visse em O amanuense a consolidação da estirpe literária criada pelo autor de Dom Casmurro.”
Patrícia Cardoso, Gazeta do Povo, 19 nov. 2006, Caderno G
“Pois que se leia agora, e enfim, O amanuense Belmiro, romance publicado em 1937, que acaba de ganhar uma reedição honrosa da Globo (com posfácio de Alcir Pécora). Nele, Cyro dos Anjos parte de muito pouco: da vida insignificante do narrador, o escrevente Belmiro, que é vazia, dispersa e mesmo opressiva. E, deste quase nada, faz um grande romance.”
José Castello, O Estado de S. Paulo, 12 nov. 2006, Caderno Cultura
Na visão de [Wander Melo] Miranda, O amanuense Belmiro é um livro crucial na conexão entre literatura e extrato urbano. ‘É o livro de ficção mais importante já escrito sobre Belo Horizonte’, registra o professor, fazendo coro a nomes como o crítico literário Antonio Candido, que coloca este romance como um dos dez maiores escritos no Brasil em todos os tempos.” Alécio Cunha, Hoje em Dia, 26 set. 2006, Caderno Cultura
“Mineiro de Montes Claros, morto em 1994, o autor teve o centenário de seu nascimento comemorado no último ano (2006). A Editora Globo aproveitou a data para relançar a obra, que por justa razão é sucesso de crítica. Publicado em 1937, O amanuense Belmiro pertence ao período da historigrafia literária brasileira denominado Romance de 30, que alinha nomes como José Lins do Rego, Graciliano Ramos.”
Gismair Martins Teixeira — O Popular (Goiânia)
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