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Microfungos em fitotelmata de bromélias de um fragmento de Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia PDF

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H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Microfungos em fitotelmata de bromélias de um fragmento de Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia Hermanna Vanesca Viana de Oliveira1, Jorge Luiz Fortuna2 1 Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia (UNE), Campus X, Teixeira de Freitas-BA. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia e Biotecnologia de Microrganismos (PPGBBM) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus-BA. 2 Professor Adjunto da área de Microbiologia do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado da Bahia (UNE), Campus X, Teixeira de Freitas-BA. E-mail: [email protected] Resumo Bromélias apresentam alto potencial ecológico, sobretudo pela capacidade no acúmulo de água e matéria orgânica no centro de bainhas foliares alargadas e sobrepostas em forma de espiral, na qual possibilitam formarem habitat para uma riqueza de espécies, incluindo os microrganismos. Este trabalho objetivou quantificar e identificar microfungos, bem como analisar os principais índices ecológicos (constância; riqueza de espécies; índice de similaridade; índice de variabilidade) em fitotelmata das bromélias Vriesea procera e Aechmea alba, localizadas em fragmento de Mata Atlântica do Extremo Sul, Teixeira de Freitas-BA. As coletas foram realizadas entre janeiro a outubro de 2019 em fragmento florestal remanescente particular (Fazenda Sayonara). O processamento, análises e identificação das amostras foram realizados no Laboratório de Biologia dos Fungos da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus X. As colônias de microfungos foram quantificados e identificados a partir da água acumulada no fitotelmo das duas espécies de bromélias. Foram identificados 29 espécimes de fungos filamentosos, distribuídos em oito gêneros: Penicillium, Aspergillus, Fusarium, Talaromyces, Exophiala, Mucor, Cladosporium e Aphanocladium. As análises ecológicas permitiram observar a presença de 55,17% de microfungos nas bromélias V. procera estudadas e 65,52% de microfungos nas bromélias A. alba. A riqueza de espécies teve pouca diferença entre as duas espécies de bromélias. O índice de diversidade de espécies de microfungos foi semelhante entre as duas plantas. O coeficiente de similaridade de espécies de microfungos entre as duas bromélias foi relativamente baixo. Palavras-chave: Microfungos; Bromeliaceae; Fitotelmo. Microfungi in bromeliad phytotelmata from a fragment of Atlantic Forest of the Extreme South of Bahia Abstract Bromeliads have high ecological potential, mainly due to the capacity to accumulate water and organic matter in the center of the enlarged and spiral-shaped leaf sheaths, in which it is possible to create a perfect habitat for a wealth of species, including microorganisms. This study aimed to quantify and identify microfungi, as well as to analyze the main ecological indices (constancy; species richness; similarity index; variability index) in phytotelmata of the bromeliads Vriesea procera and Aechmea alba, located in a fragment of Atlantic Forest of the Extreme South, Teixeira de Freitas-BA. The collections were carried out between January and October 2019 in a private remaining forest fragment (Sayonara Farm). The processing, analysis and identification of the samples were carried out in the Fungal Biology Laboratory of the State University of Bahia (UNEB), Campus X. Microfungal colonies were quantified and identified from the water accumulated in the phytotelma of the two bromeliad species. Twenty-nine specimens of filamentous fungi were identified, distributed in eight genera: Penicillium, Aspergillus, Fusarium, Talaromyces, Exophiala, Mucor, Cladosporium, and Aphanocladium. The ecological analyses allowed to observe the presence of 55.17 % of microfungi in the bromeliads V. procera and 65.52 % of microfungi in bromeliads A. alba. Species richness showed little difference between the two bromeliad species. The diversity index of microfungal species was similar between the two plants. The similarity coefficient of microfungal species between the two bromeliads was relatively low. UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 338 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Keywords: Microfungi; Bromeliaceae; Phytotelma. Introdução Segundo Deacon (2006), estimava-se O Brasil possui uma grande diversidade 1,5 milhões de espécies de fungos, mas de espécies de bromélias, principalmente no estudos de revisão bibliográfica por domínio Atlântico. Essas plantas pertencentes Hawksworth e Lücking (2017) afirmaram que à família Bromeliaceae e apresentam um alto depois das técnicas moleculares, o número potencial ecológico, principalmente por sua atualmente está estimado entre 2,2 a 3,8 interação com a fauna (DIAS et al., 2014). milhões de espécies fúngicas, em A capacidade das bromélias no acúmulo contrapartida, há apenas 120 mil espécies de água e matéria orgânica no centro de descritas. Isso sugere que há uma imensa bainhas foliares alargadas e sobrepostas em diversidade de espécies de fungos para ser forma de espiral (DIAS et al., 2014), desvendados em todos os tipos de possibilita formarem habitat para uma riqueza ecossistemas, bem como interações de espécies. Este ecossistema singular recebe ecológicas ainda desconhecidas. Pensando o nome de fitotelmo (plural: fitotelmata) e nessa perspectiva, torna-se relevante que as apresenta características próprias que podem investigações da diversidade da micobiota em influenciar de forma importante na ecologia e fitotelmata de bromélias sejam realizadas, a fisiologia da própria planta hospedeira visto que há uma porcentagem reduzida (GUERIM et al., 2010). desses microrganismos na literatura em Há relevantes estudos sobre fitotelmata comparação ao número de espécies estimadas, de Bromeliaceae e a dinâmica com diversos especificamente no Extremo Sul da Bahia. tipos de organismos. Estes incluem Diante do exposto, este trabalho teve microrganismos procarióticos e eucarióticos, como objetivo quantificar e identificar bem como diferentes grupos de invertebrados gêneros e espécies de microfungos em e vertebrados (MONTERO et al., 2010; fitotelmata de bromélias em um fragmento de CARRIS, 2012; DIAS et al., 2014; PAULA Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia, JÚNIOR et al., 2017; LADINO et al., 2019). além de analisar os principais índices A presença de microrganismos em ecológicos (análise de constância; riqueza de fitotelmata, tais como bactérias espécies; índice de similaridade; e índice de metanotróficas e arqueias metanogênicas variabilidade) em relação aos microfungos importantes na oxidação do metano identificados a partir das espécies de (BORGES et al., 2017; BRANDT et al., bromélias Vriesea procera e Achmea alba. 2017), bem como espécies de protistas flagelados heterotróficos que demonstram Material e Métodos papéis relevantes no equilíbrio da cadeia O presente trabalho foi realizado em um alimentar no microambiente (SIMÃO et al., fragmento florestal remanescente que 2017; MENDES et al., 2019), possibilitaram pertence ao domínio ecológico da Mata concluir estabilidade do ambiente natural do Atlântica, com Floresta Ombrófila Densa, em fitotelmo e consequentemente para o meio o uma fazenda particular (Fazenda Sayonara), qual mesmo está inserido. Contudo, ainda há no município de Teixeira de Freitas-BA limitada investigação relacionada aos fungos (latitude 17º34’ Sul e longitude 39º43’ Oeste), em fitotelmata de espécies de Bromeliaceae, região do Extremo Sul da Bahia. A região do desconhecendo a sua diversidade, bem como Extremo Sul da Bahia apresenta clima quente suas interações no ambiente. e úmido, com temperatura média anual de Os fungos possuem importância 24,5°C, pluviosidade anual média de 800 a fundamental na natureza, desempenhando 1.200 mm com clima regional sazonal de funções na decomposição da matéria período chuvoso de outubro a maio. orgânica, controle biológico, relações Foram realizadas cinco coletas no ecológicas, alimentação humana, importância fragmento florestal do Extremo Sul, no médica e farmacológica (TORTORA et al., período de janeiro a outubro de 2019. Em 2016). campo, as bromélias contendo o fitotelmo, UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 339 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna foram escolhidas de forma aleatória, em As placas foram incubadas, em posição diferentes pontos dos fragmentos e marcadas normal em temperatura ambiente durante 3-7 suas localizações por meio de GPS. dias. Após esse período de incubação as UFC As bromélias da espécie Aechmea alba foram enumeradas, gerando resultados da se localizavam nas seguintes coordenadas: quantificação a partir de UFC/mL. S17°36.144’ O39°40.818’ e S17°36.160 Posteriormente, caracterizaram-se O39°40.836; e as bromélias da espécie macroscopicamente as distintas colônias de Vriesea procera se localizavam na fungos de cada placa, considerando o formato, coordenada S17°36.169’ O39°40.833. As cor, textura e topografia da colônia. amostras de bromélias foram identificadas Ainda com as UFC desenvolvidas em pela pesquisadora Rafaela Campostrini cada placa, realizaram-se os processos de Forzza, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. isolados de culturas por plaqueamento, Toda a água acumulada no fitotelmo foi através de repicagem. Foram retirados retirada com o auxílio de pipeta esterilizada fragmentos, com auxílio de uma agulha (COELHO et al.; 2005; SOPHIA, 1999). A apropriada, esterilizada nas chamas do bico de utilização de uma pipeta para a coleta da água Bunsen, e depois transferidos fazendo riscos do fitotelmo possibilita a realização da duplos e paralelos sobre o meio de cultivo pesquisa com mínimo impacto sobre os contendo ABD. As placas com as repicagens espécimes de bromélias, além de garantir também foram incubadas em temperatura amostras do microbioma exclusivo do ambiente durante 3-7 dias. fitotelmo. Sendo assim, toda a água foi Para o processo de identificação foram acondicionada em frascos de vidros preparadas lâminas a partir da técnica de previamente esterilizados, devidamente microcultivo para visualização por identificados e armazenados em caixas microscopia óptica. Por microscopia isotérmicas com gelo e em seguida observaram-se a micromorfologia, elaboração transportadas para o Laboratório de Biologia dos desenhos e medições (espessura e dos Fungos do Campus X da Universidade do comprimento) dos espécimes Estado da Bahia (UNEB). individualmente, e posteriormente consulta da Na chegada ao Laboratório de Biologia literatura especializada, comparando todas as dos Fungos, após a coleta, foram feitas a características microscópicas e macroscópicas homogeneização das amostras de água, nos (UFC) para identificação dos espécimes. Para próprios frascos/tubos do material coletado e obtenção de imagens das UFC e das estruturas em seguida transferidas com o auxílio de microscópicas dos microfungos, utilizou-se micropipeta 1,0 mL da amostra para tubo de uma câmera de aparelho celular de alta ensaio contendo 9,0 mL de Solução Salina resolução (que fora aproximada da ocular (SS) de modo a obter uma diluição de 10-1. contendo escala micrométrica do microscópio Em seguida, foram retirados 1,0 mL desta óptico). As fotos foram montadas e diluição 10-1 transferindo-a para um tubo de trabalhadas utilizando o Office Powerpoint®. ensaio contendo 9,0 mL de SS, obtendo assim Foram realizadas as seguintes análises a diluição de 10-2, repetindo-se o mesmo ecológicas: Constância (C%); Riqueza de método até a diluição 10-5 (SILVA et al., Espécies (R); Índice de Similaridade (IS); 2017). Índice de Diversidade (ID). Os microfungos A partir das diluições (10-1 a 10-5) de identificados foram agrupados em categorias SS, foram transferidas as alíquotas de 0,1 mL de constância empregando-se o índice de C = para respectivas placas de Petri contendo P/N x 100, onde P = número de coletas, Ágar Batata Dextrose (ABD), preparadas com contendo a espécie e N = número total de adição de 0,5% do antibiótico Cloranfenicol coletas, sendo considerado como táxon (LACAZ et al., 1991), para que não houvesse constante aquele cuja presença foi ≥ 50% nas crescimento bacteriano. A semeadura foi feita amostras; como acessória entre ≥ 25% e < por espalhamento (spread plate) utilizando-se 50%; e acidental quando < 25% (DAJOZ, alças de Drigaslky. 1978; ODUM, 1988; 2001; PINTO- COELHO, 2000). Definiu-se a riqueza de UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 340 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna espécimes através do número total de espécies CMA inclinado e após esporulação, foram amostradas em cada bromélia (BEGON et al., adicionado 4,0 mL de óleo mineral 2007; BROWER et al., 1998; RICKLEFS, esterilizado e frio, para dentro dos tubos de 2003). ensaio, no qual foram preenchidos até cobrir a Para calcular o Índice de Similaridade cepa fúngica. O método de conservação em entre as bromélias utilizou-se o Coeficiente de óleo mineral permite manter a hidratação e Sorensen (CS = 2c/A+B x 100), onde A e B diminuição da atividade metabólica do fungo, representam o número de espécies de bem como um ambiente anóxico, na qual microfungos encontrados nas bromélias reduz o tempo de crescimento do Vrisea procera e Aechmea alba microrganismo (SOUZA, 2018). Todos os respectivamente; c = o número de espécies procedimentos foram realizados na capela de comuns entre as duas bromélias (DAJOZ, exaustão e próxima às chamas do bico de 1978; ODUM, 1988; 2001; MULLER- Bunsen. As triplicatas das cepas fúngicas DOMBOIS, 1981). Para calcular o Índice de também foram utilizadas para a preservação Diversidade (ID) utilizou-se o Índice de pelo método de Castellani (1939), na qual Diversidade de Shannon-Wiener (H’): H’ = -Ʃ foram processadas na cabine de exaustão e pi x ln (pi), que é o somatório de abundância próximas as chamas bico de Bunsen. (densidade) relativa ou proporção (pi) vezes o logaritmo neperiano de pi de cada espécie de Resultados e discussão microfungo encontrada (ODUM, 2001). As coletas realizadas entre janeiro a Nesse estudo, a preservação dos outubro de 2019 analisaram os microfungos microfungos foi feita através das triplicatas das amostras de água dos fitotelmata de em placas de Petri comportando CMA com Vriesea procera e Achmea alba, na qual alíquotas de cada espécime identificado e apresentaram média de quantificação de 4,6 x incubado em estufa por 25 ºC durante cinco a 105 UFC/mL (5,6628 log) e 4,2 x 103 sete dias. Após esse período, os fungos foram UFC/mL (3,6232 log), respectivamente transferidos para tubos de ensaio contendo (Tabela 1; Figura 1). Tabela 1. Enumeração de microfungos nas amostras de água do fitotelma das bromélias em Unidade Formadora de Colônias por mililitro (UFC/mL) e logaritmo (entre parênteses). COLETA COLETA COLETA COLETA COLETA ESPÉCIE BROMÉLIA MÉDIA 1 2 3 4 5 1,9 x 104 2,6 x 103 4,0 x 104 2,1 x 104 VP1 ----------* ---------- (4,2788) (3,4150) (4,6021) (4,3222) Vriesea 1,6 x 103 3,6 x106 1,3 x 103 1,0 x 101 9,0 x 105 procera VP2 ---------- (3,2041) (6,5563) (3,1139) (1,0000) (5,9542) (VP) 1,0 x 104 1,8 x 106 1,3 x 103 2,0 x 104 4,6 x 105 MÉDIA ---------- (4,0000) (6,2553) (3,1139) (4,3010) (5,6628) 1,6 x 103 2,5 x 103 3,0 x 103 3,0 x 103 2,5 x 103 AA1 ---------- (3,2041) (3,3979) (3,4771) (3,4771) (3,3979) 1,7 x 103 1,7 x 103 1,0 x 102 2,0 x 104 5,9 x 103 Aechmea AA2 ---------- (3,2304) (3,2304) (2,0000) (4,3010) (3,7709) alba 7,0 x 102 1,8 x 103 1,7 x 103 1,3 x 104 4,3 x 103 (AA) AA3 ---------- (2,8451) (3,2553) (3,2304) (4,1139) (3,6335) 7,0 x 102 1,7 x 103 2,0 x 103 1,6 x 103 1,2 x 104 4,2 x 103 MÉDIA (2,8451) (3,2304) (3,3010) (3,2041) (4,0792) (3,6232) * Não havia a presença de água. UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 341 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Figura 1. Médias da enumeração de microfungos nas amostras de água do fitotelma das bromélias em Unidade Formadora de Colônias por mililitro (UFC/mL) em logaritmo. VP (Vriesea procera); AA (Aechmea alba). Nota-se que V. procera obteve um Diante disso, esses fatores ambientais número mais expressivo de UFC/mL em mencionados, possivelmente podem ter comparação a A. alba. Em contrapartida, o influenciado no maior e menor número de tamanho morfológico de V. procera microfungos por UFC/mL em, V. procera e A. apresentava-se mais reduzido em comparação alba respectivamente. No entanto, a riqueza com A. alba, claramente comportando mais de espécies micológicas foi encontrada em água naquele de- tamanho maior. Mas a maior número nos fitotelamata de A. alba. pequena quantidade de água dos fitotelmata Todos os microfungos filamentosos de V. procera geralmente apresentava maior identificados foram oriundos das amostras de concentração de substratos orgânicos e água de fitotelmata das espécies de bromélias inorgânicos por pouco volume d’água quando Vriesea procera e Achmea alba (Tabela 2), comparado aos substratos mais diluídos que localizadas no fragmento de Mata Atlântica continham no fitotelmata A. alba. no Extremo Sul da Bahia. Outro fato, é que a V. procera Foram identificados vinte e nove (29) localizava-se sob arbustos e o baixo nível de espécimes de fungos filamentosos, água que obviamente, se concentrava na distribuídos em oito (8) gêneros, incluindo cavidade interna do fitotelmo permitindo representantes dos gêneros Penicillium (5 menos exposição à luz e consequentemente a espécimes), Aspergillus (3), Fusarium (4), uma lenta evaporação da água, Talaromyces (3), Exophiala (3), Mucor (1), proporcionando manter o microambiente por Cladosporium (9) e Aphanocladium (1), tendo mais tempo, mas concomitantemente portanto, maior número de espécimes de suscetível à rápida escassez de água, como foi Penicillium e Cladosporium, respectivamente. deparado na terceira e quinta coleta em um Em nível de espécie foram identificados dez dos espécimes de V. procera (Tabela 1). Em (10) microfungos, sendo eles Penicillium relação a A. alba, a maioria localizava-se no citrinum; P. chrysogenum; P. interior da mata e apenas uma pequena parte simplicissimum; Aspergillus calidoustus; A. da mesma espécie localizavam-se flavus; A. japonicus; Exophiala salmonis; E. externamente. Os espécimes também se jeanselmei; Fusarium redolens e F. encontravam menos expostas à luz solar, graminearum). A literatura especializada para porém com mais água no fitotelmo e identificação foi baseada principalmente nos ocasionalmente ausente como visto na estudos feitos pelos autores Domsch et al. primeira e quarta coleta (Tabela 1). A água do (1980); Schubert et al. (2007); Houbraken et fitotelamata de A. alba geralmente aparentava al. (2010; 2011; 2014); Bensch et al. (2010; mais límpida, com menos substratos por 2012; 2015); Ylmaz et al. (2014); Samson et volume d’água. al. (2014); Visagie et al. (2014); Chen et al. (2017); Tsang et al. (2018). UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 342 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Tabela 2. Lista das espécies de microfungos encontradas nas respectivas bromélias (Vriesea procera e Aechmea alba), número total de espécimes e riqueza de espécies. Vriesea Aechmea ESPÉCIES DE MICROFUNGOS procera alba Aphanocladium sp. --- 1 Aspergillus calidoustus 1 --- Aspergillus flavus --- 1 Aspergillus japonicus 1 --- Cladosporium sp. 1 1 1 Cladosporium sp. 2 --- 1 Cladosporium sp. 3 1 1 Cladosporium sp. 4 1 --- Cladosporium sp. 5 1 1 Cladosporium sp. 6 2 1 Cladosporium sp. 7 --- 1 Cladosporium sp. 8 --- 1 Cladosporium sp. 9 --- 1 Exophiala sp. 1 --- Exophiala jeanselmei 1 --- Exophiala salmonis 1 --- Fusarium graminearum --- 1 Fusarium redolens --- 1 Fusarium sp. 1 --- 1 Fusarium sp. 2 --- 1 Mucor sp. 1 --- Penicillium chrysogenum --- 1 Penicillium citrinum 1 --- Penicillium simplicissimum 4 7 Penicillium sp. 1 --- 1 Penicillium sp. 2 2 1 Talaromyces sp. 1 1 --- Talaromyces sp. 2 --- 1 Talaromyces sp. 3 1 --- Total de Espécimes 21 25 Total de Espécies (Riqueza) 16 19 Foram encontrados 21 espécimes O índice de diversidade de espécies de (55,17%) de microfungos nas bromélias de V. microfungos (2,65 e 2,67) foi semelhante procera analisadas e 25 (65,52%) nas entre as espécies de bromélias, mas com bromélias A. alba. Foram quatro e sete muitas espécies exclusivas em cada planta. O espécies de P. simplicissimum nas duas coeficiente de similaridade de espécies de bromélias, respectivamente, e duas espécies microfungos foi de 34,29% entre as duas de Cladosporium sp. 6 e duas de Penicillium bromélias (Tabela 3). A heterogeneidade de sp. 2 apenas na bromélia V. procera, enquanto espécies de fungos conidiais em áreas de que os outros espécimes de microfungos Mata Atlântica tem se mostrado muito encontravam-se distribuídos unicamente entre recorrente, como mostrado nos estudos feitos os fitotelmata das duas espécies bromélias por Marques et al. (2008), na qual (Tabela 2). identificaram 106 táxons, distribuídos em 71 A análise de riqueza totalizou 16 gêneros de microfungos associados a espécies de microfungos nas bromélias V. substratos vegetais em fragmentos florestais procera e 19 em A. Alba (Tabelas 2-3), da Serra da Jibóia e Morro da Pioneira, na revelando pouca diferença entre si. Estudos Bahia. Tais fatores foram observados por feitos por Palha et al (2018) também Marques et al. (2008), estudando paramentos mostraram semelhança no número de riqueza ecológicos em três diferentes áreas, na qual de espécies fúngicas associadas a bromélias, obtiveram índice de similaridade de espécies incluindo duas do mesmo gênero desse fúngicas em Vriesea bahiana, Aechmea sp. e estudo, tais como Vriesea bahiana, Aechmea Alcantarea nahoumii variando de 16,6% a sp. e Alcantarea nahoumii localizadas em 58,8%. áreas de Caatinga e Mata Atlântica. UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 343 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Tabela 3. Análises ecológicas a partir dos microfungos isolados e identificados das bromélias Vriesea procera e Aechmea alba. ANÁLISES ECOLÓGICAS Vriesea procera Aechmea alba Riqueza de Espécies 16/29 19/29 % de Espécies 55,17% 65,52% Índice de Diversidade de Sharon- 2,65 2,67 Wiener (H’) Índice de Similaridade 34,29% (Coeficiente de Sorensen) Em todas as coletas realizadas, o P. maiores em relação aos outros microfungos, simplicissimum foi o mais constante na qual apresentava crescimento (predominante) em relação a todos os outros relativamente rápido e abundante. E por fim, espécimes, na qual esteve presente em 80% os fungos leveduriformes estiveram presentes dos fitotelmata estudados; enquanto que os em 60% dos fitotelmata de Aechmea alba e outros espécimes fúngicos apresentaram-se apenas 20% em Vriesea procera, no entanto, como acidental (com 20%) nas duas plantas esse grupo de microfungos foi considerado (Tabela 4). Além disso, o número de apenas a relação de constância (C%) e espécimes de P. simplicissimum que se quantificação por UFC/mL. desenvolviam nos meios de culturas eram Tabela 4. Análise ecológica de constância (C%) dos microfungos coletados e identificados a partir das bromélias Vriesea procera e Aechmea alba, respectivamente. Vriesea procera Aechmea alba MICROFUNGOS COLETAS COLETAS C% C% 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Aphanocladium sp. -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- X 20% Aspergillus calidoustus -- X -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Aspergillus flavus -- -- -- -- -- -- -- X -- -- -- 20% Aspergillus japonicus X -- -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Cladosporium sp. 1 -- -- X -- -- 20% -- -- -- -- X 20% Cladosporium sp. 2 -- -- -- -- -- -- -- X -- -- -- 20% Cladosporium sp. 3 -- -- -- X -- 20% -- -- X -- -- 20% Cladosporium sp. 4 X -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Cladosporium sp. 5 -- -- -- X -- 20% X -- -- -- -- 20% Cladosporium sp. 6 X -- -- -- -- 20% X -- -- -- -- 20% Cladosporium sp. 7 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- X 20% Cladosporium sp. 8 -- -- -- -- -- -- -- -- -- X -- 20% Cladosporium sp. 9 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- X 20% Exophiala sp. -- -- -- X -- 20% -- -- -- -- -- -- Exophiala jeanselmei -- -- -- X -- 20% -- -- -- -- -- -- Exophiala salmonis X -- -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Fusarium graminearum -- -- -- -- -- -- X -- -- -- -- 20% Fusarium redolens -- -- -- -- -- -- -- X -- -- -- 20% Fusarium sp. 1 -- -- -- -- -- -- -- -- X -- -- 20% Fusarium sp. 2 -- -- -- -- -- -- -- -- -- X -- 20% Mucor sp. X -- -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Penicillium chrysogenum -- -- -- -- -- -- -- X -- -- -- 20% Penicillium citrinum -- X -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Penicillium simplicissimum X X X X -- 80% X X -- X X 80% Penicillium sp. 1 -- -- -- -- -- -- -- X -- -- -- 20% Penicillium sp. 2 X -- -- -- -- 20% -- -- X -- -- 20% Talaromyces sp. 1 -- X -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Talaromyces sp. 2 -- -- -- -- -- -- X -- -- -- -- 20% Talaromyces sp. 3 -- X -- -- -- 20% -- -- -- -- -- -- Leveduriformes -- -- X -- -- 20% -- -- X X X 60% UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 344 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Fungos Identificados irregulares de cores verde acinzentado, amarelo alaranjado e amarelo acinzentado Aphanocladium sp. (Figura 2): respectivamente; pigmentos solúveis de cor colônias profundas, elevadas no centro, amarela alaranjada pálida (colore o meio); margens regulares; textura aveludada e ao reverso amarelo alaranjado vívido. Hifas longo do tempo pulverulentas; anverso na cor vegetativas com espessura de 1-2 µm (1,7); branca; reverso branco a creme. Hifas conidióforos septados, simétricos e vegetativas com espessura de 2-4 µm (2,3); monoverticilados, medindo mais que 100 µm conidióforos simples e eretos com 8-48 µm x e espessura de 1-2 µm (1,7); 5-8 fiálides 1-2 µm (28,5 x 1,4); fiálides ovóides afiladas ampuliformes com 7-10 µm x 1-3 µm (8,4 x solitárias e outras distribuídas ao longo dos 2,0) e uma cadeia longa de conídios conidióforos e nos terminais medindo 5-9 µm globulosos de 1-2 µm x 2-3 µm (2,4 x 1,8) x 1-2 µm (6,3 x 1,6), e conídios elipsoidais, cada. globulosos ou subglobulosos 1-5 µm x 1-3 µm (2,6 x 2,3). Penicllium sp. 1 (Figura 2): colônias profundas e verde escuro acinzentado, Penicllium simplicissimum (Figura 2): moderadamente elevado no centro; estreitas, colônias profundas na cor verde pálido inteiras; margem amarela alaranjada e verde acinzentado; elevadas no centro, com sulcos acinzentado pálido; estreitas, inteiras; radiais; aveludadas; margens regulares, ausência de exsudados; pigmentos solúveis baixas, finas e de cor branco acinzentado; amarelo nas bordas (colore o meio); reverso reverso amarelo pálido com sulcos radiais. alaranjado. Hifas vegetativas com espessura Hifas vegetativas com espessura de 2-3 µm de 1-3 µm (1,6); conidióforos septados, (2,4); conidióforos septados, assimétricos e simétricos, monoverticilados, com tamanho biverticilados, com tamanho maior que 100 maior que 100 µm e espessura de 1-2 µm (8,4 µm e com espessura de 1-2 µm (1,8); 2-3 x 1,5); 5-10 fiálides ampuliformes com 6-10 métulas medindo 8-18 µm x 2-2 µm (13,0 x µm x 1-2 µm (8,4 x 1,5) e conídios 2,0); cerca de 4-8 fiálides ampuliformes com globulosos e subglobulosos com 2,5-4 µm x 5-8 µm x 1-2 µm (6,5 x 2,0) e conídio com 2- 1-2 µm (3,1 x 1,5). 3 µm x 1-2 µm (2,0 x 1,9) tendo formatos globulosos e organizados em fileira de Penicillium sp. 2 (Figura 2): colônias tamanhos médios. profundas na cor verde acinzentado; planas, margens brancas; aveludada; reverso Penicillium citrinum (Figura 2): amarelo-esverdeado pálido. Hifas vegetativas colônias profundas na cor verde acinzentado; com espessura de 1-2 µm (1,3); conidióforos elevadas no centro; estreitas, inteiras; septados, simétricos e monoverticilados aveludadas; presença de sulcos radiais; medindo de 12-25 x 1-2 µm (20,5 x 1,2); 7-10 pequenas manchas amarelas no centro; fiálides ampuliformes com 5-7 µm x 1-2 µm presença de exsudados hialinos; margens (6,2 x 1,8); e conídios subglobulosos e brancas; reverso amarelo pálido. Hifa elipsoidais com 1-2 µm x 1-1,5 µm (1,8 x vegetativa com espessura de 1-3 µm (média 1,5), formando longas cadeias. 1,6 µm); conidióforos septados, assimétricos, biverticilados e divaricados com tamanho Talaromyces sp. 1 (Figura 2): colônias maior que 100 µm e espessura de 1-2 µm (8,4 moderadamente profunda e pouco elevada no x 1,5); 3-5 métulas; fiálides aciculadas de 6- centro, margens baixas e suavemente 10 µm x 1-2 µm (8,4 x 1,5) e 3-5 conídios irregulares; textura aveludada; superfície com subglobulosos e elipsoidais 2,5-4 µm x 1-2 pigmentação verde no centro e margem µm (3,1 x 1,5). branca; presença de pigmentos solúveis e exsudados vermelhos (o meio de cultura Penicillium chrysogenum (Figura 2): ficou totalmente pigmentado); reverso colônias cinza pálido a cinza amarela- vermelho, centro com pequenos pigmentos esverdeado; elevadas no centro; margens verde escuro e margens grossas na cor UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 345 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna branca. Hifas vegetativas com espessura de 1- espessura de 1-3 µm (2,0); métulas aciculadas 2 µm (1,8); conidióforos micronemáticos, medindo 10-12 µm x 1-2 µm (10,8 x 1,3), 4-6 septados, assimétricos, biverticilados e fiálides aciculadas 7-11 µm x 1-1,5 µm (9,0 x divaricados, maiores que 100µm e com 1,5); e grandes conídios elipsoidais de 1-4 µm espessura de 1-3 µm (2,0); 3-5 métulas x 1-2 µm (2,8 x 2,0). As métulas aciculadas com 8-20 µm x 1-2 µm (12,2 x apresentaram-se muito justapostas e não foi 1,4); 5-8 fiálides aciculadas 5-8 µm x 1-2 µm possível medi-las. (6,6 x 1,8) e conídios predominantemente elipsoidais 1-3 µm x 1,5-3 µm (1,6 x 2,6). Mucor sp. (Figura 2): colônia moderadamente elevada no centro, margens Talaromyces sp. 2 (Figura 2): colônias sutilmente regulares; textura aveludada; rasas, planas, margens baixas e regulares; anverso marrom pálido no centro e margens textura aveludada; superfície na cor verde grossas na cor marrom e uma mais fina cinza pálido no centro e margens rosa pálido; pálida, respectivamente. O reverso na cor presença de pigmentos solúveis vermelhos (o marrom pálido. Hifas vegetativas com meio cultivo ficou totalmente pigmentado) e espessura de 1-5 µm (2,75), esporângiosforos ausência de exsudados; reverso e margens na assimétricos, lisos e maiores que 100µm e cor vermelha. Hifas vegetativas com com espessura de 1-3 µm (2,0), esporângios espessura de 1-4 µm (1-4); conidióforos semi- globulosos 6-15 µm x 6-14 µm (9,8 x 9,2) e, macronemáticos, septados, assimétricos, numerosos esporângiosporos globulosos e robustos, biverticilados, maiores que 100 µm lisos medindo de 1-3 µm x 1-2 µm (2,0 x 1,4). e espessura de 2-3 µm (2,2); 5-7 métulas curtas e robustas 6-10 µm x 2-3 µm (8,6 x Aspergillus flavus (Figura 3): colônias 2,2); 4-6 fiálides aciculadas 5-7 µm x 1-1,5 profundas, moderadamente elevadas no µm (6,4 x 1,2); e pequenos conídios centro e margens irregulares; textura globulosos e subglobulosos 1-2 µm x 1,5-2 pulverulenta; pigmentação do anverso µm (1,9 x 1,8). amarelo esverdeado e amarelo pálido nas margens; ausência de pigmentos solúveis e Talaromyces sp. 3 (Figura 2): colônias exsudados; reverso amarelo com suaves rasas, planas, margens baixas e regulares; listras radiais. Hifas vegetativas com textura aveludado a pulverulento; superfície espessura de 5-7 µm (5,2); conidióforos verde acinzentado e margens rosa pálido; cenocíticos, lisos, monoverticilados e maiores presença de pigmentos solúveis vermelho que 100 µm e com espessura de 5-10 µm vívido (o meio cultivo ficou totalmente (6,0); numerosas fiálides pequenas e pigmentado) e ausência de exsudados; ampuliformes com 6-10 µm x 2,3 µm (7,5 x reverso e margens vermelho vívido e centro 2,4); vesículas grandes e subglobulosas 7-16 vermelho escuro. Hifas vegetativas com µm x 8-15 µm (11,0 x 10,8) e; cadeias de espessura de 1-2 µm (1,6); conidióforos semi- conídios, lisos e com 2-5 µm x 1,5-5 µm (3,2 macronemáticos, cenocíticos, assimétricos, x 2,9). biverticilados maiores que 100µm e com UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 346 H. V. V. de Oliveira, J. L. Fortuna Figura 2. (A) Crescimento das colônias em meio ABD. (B) Fundo da placa. (C) Micromorfologia do fungo em microscopia óptica (aumento 1.000X). Fungos: (1) Aphanocladium sp. Conídio (co). Fiálides dispostas ao longo do conidióforo (flc). Conidióforo (cf). Fiálide solitária (fls). Hifa vegetativa (hv). (2) Penicillium simplicissimum. Conídio (co). Fiálide (fl). Métula (mt). Conidióforo biverticilado (cfb). Hifa vegetativa (hv). (3) Penicillium citrinum. Conídio (co). Fiálide (fl). Métula (mt). Conidióforo biverticilado. (cfb). Conidióforo divaricado (cfd). Hifa vegetativa (hv). (4) Penicillium chrysogenum. Conídio (co). Fiálide (fl). Conidóforo monoverticilado (cfm). Hifa vegetativa (hv). (5) Penicillium sp. 1. Conídio (co). Fiálide (fl). Conidióforo monoverticilado (cfm). Hifas vegetativas (hv). (6) Penicillium sp. 2. Conídio (co). Fiálide (fl). Conidióforo monoverticilado (cfm). Hifas vegetativas (hv). (7) Talaromyces sp. 1. Conídio (co). Fiálide (fl). Métula (mt). Conidióforo (cf). Hifa vegetativa (hv). (8) Talaromyces sp. 2. Conídio (co). Fiálide (fl). Métula (mt). Conidióforo (cf). Hifa vegetativa (hv). (9) Talaromyces sp. 3. Conídio (co). Fiálide (fl). Métula (mt). Conidióforo (cf). Hifa vegetativa (hv). (10) Mucor sp. Esporangiósporos (epr). Esporângio (ep). Esporangióforo (epf). Hifa vegetativa (hv). UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 4 (2020) p. 338 – 355 Página 347

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