Na obra, Maria Adelaide retoma a personagem Luísa (da peça De braços abertos, encenada em 1984) para construir uma "quase" história de amor contada a partir do ponto de vista de cinco outros personagens. A trama propõe uma espécie de quebra-cabeça no qual o perfil de Luísa vai se construindo (e desconstruindo) aos poucos à medida que se desenvolvem os relatos das interações da personagem-título com cada narrador do romance: o melhor amigo, a melhor amiga, o apaixonado platônico, o marido, o amante. A essas visões parciais, ora complementares, ora divergentes, são acrescidos fragmentos de informação, como bilhetes pessoais e anotações dispersas na agenda da própria Luísa. Nada, porém, dá conta de revelar por completo esse "personagem ausente". Como frisou Caio Fernando Abreu no texto de apresentação do livro, Luísa (quase uma história de amor) é "mais literário ainda pelo que deixa em suspenso: buracos, ausências, incompletudes que só o leitor poderia completar".