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Livro de Magia PDF

96 Pages·2017·5.98 MB·Portuguese
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1 Créditos Autores Por parte do Tagmar 1: Marcelo Rodrigues, Ygor Moraes Esteves da Silva, Julio Augusto Cezar Junior, Leonardo Nahoum Pache de Faria Dos novos textos do Livro de Introdução à Ambientação (base deste livro): Nelson Rodrigues, Luigi de Menezes Piccolo Dos novos textos e revisão: Alan Emmanuel Oliveira dos Santos, Alesso Sartorelli, Caio Mizerkowski, João Paulo M. de Castro C, Jose Rotondaro e Samuel Oliveira de Azevedo Capa Licínio Souza Ilustrações Internas Eliane Bettocchi Godinho, Ygor Moraes Esteves da Silva, Thais Quintela de Linhares, Domênico Niemeyer Gay, Alan Emmanuel Oliveira dos Santos Revisão Alisson Diorgenes Vasconcelos Coordenação Alan Emmanuel Oliveira dos Santos e Marcelo Rodrigues Publicação Publicado pelo Projeto Tagmar em 20/1/2016 e disponível para download gratuito em www.Tagmar.com.br Este livro foi adaptado do livro “Tagmar – RPG de Aventura Medieval” © 1991 de autoria de Marcelo Rodrigues, Ygor Moraes Esteves da Silva, Julio Augusto Cezar Junior e Leonardo Nahoum Pache de Faria; e está licenciada de acordo as seguintes condições: Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil. 1 Licenciamento Este livro foi adaptado do livro “Tagmar – RPG de Aventura Medieval” © 1991 de autoria de Marcelo Rodrigues, Ygor Moraes Esteves da Silva, Julio Augusto Cezar Junior e Leonardo Nahoum Pache de Faria; e está licenciada de acordo as seguintes condições: Atribuição-Uso Não-Comercial- Compatilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil Você pode:  Imprimir, Copiar inteiramente este livro (incluído fotocópias), distribuir, exibir;  Criar obras derivadas. Sob as seguintes condições:  Atribuição: Você deve dar crédito aos autores originais.  Uso Não-Comercial: Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais.  Compartilhamento pela mesma Licença: Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta. Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra.  Impressão sobdemanda: esta permissão autoriza que pessoas físicas ou jurídicas a cobrar pelo serviço de impressão sobdemanda dos livros do Tagmar disponibilizados no site www.tagmar.com.br nas seguintes condições: 1. Fica autorizada a cobrança do serviço de impressão, encadernamento e de envio, desde que os preços sejam compatíveis com os preços normais de mercado de impressão, encadernamento e envio; 2. Só será permitida a cobrança do serviço de impressão, encadernamento e de envio se o solicitante do serviço for uma pessoa física; 3. O serviço prestado poderá ser em lojas físicas ou online; 4. Continua vetada a impressão para revenda em lojas físicas ou online. Quem imprime deverá prestar o serviço direto a quem irá utilizar os livros. Quem adquire os livros não poderá revendê-los; 5. Continua vetada a cobrança oriunda de qualquer natureza para as versões digitais; 6. Todos os demais termos da licença creative commons “Atribuição-NãoComercial- CompartilhaIgual 3.0 Brasil” deverão ser cumpridos. Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que Você obtenha permissão do autor. Este licenciamento segue um padrão obra aberta e está registrado pela seguinte licença da Creative Commons: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/ com validade legal no Brasil e por muitos outros países. 2 Sumário 1 Introdução ............................................................................................................................... 5 1.1 Prólogo: Extratos do "Livro de Maudi" .......................................................................................... 6 2 A História de Tagmar ........................................................................................................... 12 3 Os Deuses de Tagmar .......................................................................................................... 24 3.1 Blator ............................................................................................................................................ 24 3.2 Cambu .......................................................................................................................................... 24 3.3 Crezir ............................................................................................................................................ 24 3.4 Crisagom ....................................................................................................................................... 25 3.5 Cruine ........................................................................................................................................... 25 3.6 Ganis ............................................................................................................................................. 25 3.7 Lena .............................................................................................................................................. 25 3.8 Liris ............................................................................................................................................... 26 3.9 Maira ............................................................................................................................................. 26 3.10 Palier ............................................................................................................................................. 26 3.11 Parom ........................................................................................................................................... 26 3.12 Plandis .......................................................................................................................................... 27 3.13 Quiris ............................................................................................................................................ 27 3.14 Selimom ........................................................................................................................................ 27 3.15 Sevides .......................................................................................................................................... 27 3.16 Tanis ............................................................................................................................................. 28 4 Cosmologia ........................................................................................................................... 30 4.1 Relatório ao Grande conselho da Levânia sobre os fragmentos de textos encontrados no Deserto de Blirga .................................................................................................................................. 30 4.2 Sobre os céus e a terra ................................................................................................................. 33 5 As Regiões de Tagmar .......................................................................................................... 36 5.1 Geografia ...................................................................................................................................... 37 5.2 Clima ............................................................................................................................................. 37 5.3 Região dos Reinos ........................................................................................................................ 38 5.4 Região das Terras selvagens ......................................................................................................... 55 5.5 Região do Império ....................................................................................................................... 60 6 Os Aventureiros .................................................................................................................... 64 6.1 Raças para Role-play .................................................................................................................... 64 6.2 As Profissões para Role-play ........................................................................................................ 68 7 Calendário de Tagmar .......................................................................................................... 74 7.1 Introdução .................................................................................................................................... 74 7.2 Calendário .................................................................................................................................... 74 7.3 As luas de Tagmar ........................................................................................................................ 76 7.4 Dias comemorativos ..................................................................................................................... 77 8 As Línguas de Tagmar .......................................................................................................... 80 8.1 Região dos Reinos ........................................................................................................................ 80 8.2 Região das Terras Selvagens ........................................................................................................ 82 8.3 Região do Império ....................................................................................................................... 83 8.4 As línguas, idiomas e suas variações raciais ................................................................................. 83 8.5 Outras línguas ............................................................................................................................... 85 9 Cronologia de Tagmar .......................................................................................................... 86 10 Considerações Finais ............................................................................................................ 95 10.1 Como você pode Ajudar no Projeto Tagmar ............................................................................. 95 3 Introdução 4 1 Introdução Saudações, jovem aventureiro! As páginas a seguir têm o objetivo de servirem como a "primeira porta". Este livro será como um arauto que guiará você, leitor, numa viagem panorâmica através de um universo novo e mágico. Aqui, encontramos um mundo maravilhoso repleto de aventuras e perigos. Este mundo chama-se Tagmar (pronuncia-se Tág-mar). Ele foi criado a partir do caos e pelo poder dos grandes deuses. Neste lugar, o ar, a vida animal e vegetal, o sol e as luas, os mares e oceanos e muitas outras coisas são semelhantes às da Terra em que vivemos. Mas aqui nós dividimos o espaço com elfos, anões e pequeninos; além de inúmeras raças e criaturas mágicas e selvagens como: dragões, demônios, orcos, gigantes e outras feras. Mas não estamos totalmente indefesos, existem guerreiros em belas armaduras, rastreadores sorrateiros e discretos, ladinos sagazes e magos incríveis. Há bardos astutos e bem informados, além de sacerdotes fiéis e poderosos. Todos eles tornam-se grandes aventureiros na luta contra as forças da destruição e do caos. E você pode ser um deles! Tagmar possui vários continentes, ilhas e miríades de locais incríveis e mágicos. Porém, neste livro, consta uma breve descrição do continente batizado por seus habitantes como Mundo Conhecido, mas que também podemos chamar de Região dos Reinos, ou, simplesmente, "Os Reinos". Além de conter também uma síntese das regiões próximas, chamadas de Terras Selvagens e o Império. Neste livro, há também um resumo sobre os grandes deuses que forjaram Tagmar somado a um relato sobre a história do mundo e sua criação. Esta é uma terra onde a magia e os milagres são a realidade nua e crua. Estes podem manifestar-se como uma ameaça nos dedos flamejantes de um viajante desconhecido, bem como nas entranhas de monstros estranhos e ferozes, ou como uma luz curativa, ou ainda, uma força construtora e aliada nos percalços que surgirão através da jornada. Leia este livro com atenção e saiba que aqui é apenas o começo. Tagmar não pode ser descrito em poucas páginas e talvez milhares ainda não bastem. Isso porque esse mundo é feito de imaginação e força de vontade, nem mais, nem menos real do que qualquer coisa que você conheça ou sonhe. Mas ele é mais poderoso e eterno... como são os mitos da mente. Tagmar é assim: a magia existe, os deuses também. Aqui vive o maravilhoso e também o terrível.Portanto, seja cauteloso! Este é um mundo de aventuras, riquezas e glória; mas também de mortes, maldições e criaturas horríveis. Viva entre o sonho e o pesadelo, entre a esperança e o desespero. Viva, leitor, em Tagmar. 5 1.1 Prólogo: Extratos do "Livro de Maudi" "No princípio, na primeira pérola do cordão da existência, havia apenas as cores do caos. Seguindo a infinitude do para sempre, que era aquela primeira esfera, onde as luas contavam-se como todas e como nenhuma”. Ouvíamos aquelas palavras pela terceira vez, desde a fuga do acampamento bankdi. Os mesmos versos imutáveis, iguais tons de voz e ênfase, que reforçavam todo aquele inferno que estávamos vivendo... Parecia uma ironia poética do destino, ouvir sobre o caos primordial em meio a labaredas e mais labaredas bankdis. A voz do velho tremeu mais um pouco e parou finalmente. Então o corpo ferido e trespassado por flechas negras caiu sobre meus braços doloridos. Arrastei-o para longe das janelas, onde ele dizia poder ver as multidões de seus fiéis. Pobre e senil criatura! As setas negras zuniam sem complacência. Varavam as janelas e aterrissavam aos nossos pés. Aldrabar havia percorrido o chão cheio de escombros da torre em busca de projéteis utilizáveis. — Temo que nossas aljavas não bastem para toda a fuga… — Ele disse. — Uma massa está vindo do sul! — O grito veio dos andares superiores. O mago Petas, dependurado da janela mais alta, nos alertava. — Os Bankdis convocaram suas legiões de demônios! — Ele saltou com uma respiração curta para aterrissar entre as vagas de escombros e flechas partidas, e continuou: — A frente está a quinhentos metros, mas os batedores já se encontram bem próximos. — Ergueu o corpo magro e com ele a voz: — Escondei-vos! Um encanto é necessário! Aldrabar se espremeu ao chão. O rosto fino absorvia a poeira secular. Continuou a afastar o lixo e o entulho. Com isso, encontrava mais flechas e revelava estranhos desenhos no chão. Mais uma vez, puxei o velho pela manga suja e nos posicionei em proteção. Quando Petas iniciou o encanto, fluidos místicos percorreram o salão, um prenúncio da força que viria. Naquele momento a voz imutável despertou novamente. “Mas houve o fim da primeira pérola, e com ela, a separação do caos. Formaram-se os reinos superiores e os inferiores e em pouco tempo a sapiência manifestou-se em ambos”. “As emanações do caos indômito e destruidor, deram origem aos primeiros seres infernais: os príncipes demônios. E oriundos da consciência e emanações das forças da criação nasceram os titãs. Os seres titânicos eram treze, e chamaram a si mesmos de Treva, Luz, Água, Terra, Fogo, Ar, Crônus, Crio, Ânimus, Étere, Maná, Entropia e Gênese”. O ancião calou-se de repente, no momento em que as forças do encanto de Petas atingiram seu nível máximo. O vento rodopiou pela Torre e lançou poeira sobre nossos olhos sofridos. Urrou profanações e lamentos. Sentimos um frio brusco, quando o encanto partiu em direção aos inimigos. Luzes pálidas cavalgando ossos e fogos-fátuos. Um frio mortal e negro. 6 Provocado pela conjuração da magia… — …Negra! — Meus olhos atônitos não acreditavam no que eu via. Corri para Petas desesperado. Tentei fazer com que ele desfizesse o encanto profano. — Você usou magia negra! Estamos em uma missão sagrada! Você não tinha o direito! — Bravejei. Mas, minhas pernas enrijeceram e minha corrida parou. Malditos fazedores de milagres… Petas transformou-me numa “meia estátua”. Eu mal podia respirar. Lá fora o céu escurecera e o ar assobiava palavras malditas. Mais flechas entraram pela janela, cravavam-se nas paredes e exalavam cheiros podres. Veneno bankdi. — O que está… maldição Petas! A torre está tremendo! — Aldrabar gritou como se tivesse três pulmões. Petas teve que abandonar a posição conjuratória e libertou-me da paralisia. — Está feito! — Sua voz nunca esteve tão consumida. — Metade dos demônios e hordas foram banidas. Mandei-os para os níveis mais inferiores do Caos Infernal. — Idiota… — Tentei sem sucesso controlar a raiva ardente. — Sabe que estamos escoltando um homem santo. Quer trazer a ira de seu deus sobre as nossas cabeças? É isso que quer!? Você e essa magia podre? — Você sabe que não temos escolha! — Sua voz, a face, os pulmões, tudo nele parecia enfraquecido. Um fio de sangue escorreu dos ouvidos do mago. — A Seita Bankdi é muito mais do que pensamos ao aceitar o trabalho. Há! — Ele esfregou as mãos nas têmporas e nas orelhas e ficou um pouco a rir para os dedos vermelhos — Nos disseram: “um pequeno grupo de fanáticos que quer erradicar todas as religiões mais antigas”; “uma meia-dúzia de ignorantes”; “poder nenhum...” — cuspiu para o lado. O sangramento aumentava. — Eu li a mente de um deles quando estava lá no alto, na janela. A Moldânia Superior já não conhece os antigos ritos. Todos os cultos derivados da história antiga foram esquecidos. Malim — apontou para o velho — é um homem santo? Sim; é verdade. O último que ainda vive. O último representante da adoração ancestral. E nós estamos carregando-o por planícies de demônios e venenos. Dominadas por forças incompreensíveis que podem nos esmagar como insetos! Calou-se nesse ponto e eu também não disse nada. Petas tinha toda a razão. Carregávamos a história do mundo conosco. Um mundo que queria esquecer essa história. “Depois de pérolas e mais pérolas de infinito horizonte, as mudanças vieram. A descendência dos titãs trouxe os deuses à existência. Estes filhos desejaram unir-se às criaturas dos reinos inferiores. De sua união surgiram os titãs-segundos. Naquela época deu-se a primeira discórdia. Quando deuses e titãs- segundos uniram forças contra os criadores e trouxeram ordem ao universo. Foi o início da Lei”. O velho Malim falou essas palavras e caiu para o lado, como que adormecido. O ar ficara pesado com suas declarações. Entristecido, pensei em quanta coisa se perderia com a morte daquele homem. Aldrabar interrompeu minha divagação com gritos alarmados: — Na janela! Bankdis na janela! Eles se multiplicaram em instantes. Eram muitos. Surgiam de todos os cantos. As hordas escalavam os muros altos da torre e se arremessavam da janela sobre nós. Minha espada refletiu minha ira e corpos bankdi começaram a ganhar o chão. — Petas! A janela! Você tem que fechar a janela! — Eu alternava entre inspirações e golpes decepadores. Belador, minha espada, cintilava azul pungente. Excitada enquanto cortava a carne inimiga como se não precisasse de meu braço. Aldrabar refugiou-se com o velho atrás de uma pilastra caída. Retornou todas as setas recolhidas aos seus antigos donos. Seus disparos mortais cortavam o ar sempre encontrando seu alvo. — Cuidado! — Mas o aviso de Petas chegou tarde demais. Meu corpo foi arrastado pelos ventos destruidores que se formaram. Escombros foram erguidos do chão e iam se chocar contra as janelas. Aldrabar foi quem me segurou. Se não fosse sua mão amiga meu corpo teria se juntado às dezenas que foram arremessados junto com o monturo. Uma barreira formou-se. Vermelha com o sangue, vísceras e membros partidos e sepultados ali para sempre. 7 O tornado cessou. Ainda foram necessários cinco golpes e duas flechas para que o salão ficasse livre de vida inimiga. Petas cambaleou por entre os corpos até finalmente cair de joelhos. Exausto e pálido. — A barreira não vai… aguentar muito tempo! — Havia sido muito esforço. Mais sangue jorrou. Seus ouvidos e olhos vertiam o precioso líquido da vida. — Pelos deuses! Precisamos… dar um jeito de sair! Não podemos perecer neste lugar de trevas! — Segurei-o pelo ombro. — Sente-se. Descanse um pouco enquanto averíguo Aldrabar e o velho. A torre tremeu novamente. Seus fundamentos ameaçavam ruir e nos tragar. Cascalhos caíram do teto e as rochas que bloqueavam a janela desprendiam-se e rolavam pelo piso. Percebi, naquele momento que Petas chorava. Tudo pareceu mais negro e sem esperança. Aldrabar gritou: — Um alçapão! — Vi-o revirar os destroços e afastar uma rocha — Maudi! Venha, cá! Tem um alçapão aqui, rapaz! Atravessei o salão esforçando-me para esquecer o chão trêmulo, o medo incipiente e os cadáveres que pareciam chamar reforços e clamar por vingança. Juntos afastamos pesos, vigas de madeira e outros destroços. A esperança reacendeu nos olhos quando vislumbramos a porta no chão. Petas se aproximou quase a se arrastar. — Será mesmo… uma saída? — Não sabemos ainda. — Forcei o grande puxador de metal para cima. — Aldrabar, ajude-me aqui. Puxamos com todas as forças até quase o corpo estalar. O ferro gemeu e resistiu mais que nossos músculos. Finalmente a vontade e o desespero foram mais fortes e o portal cedeu. Caiu de lado para revelar as entranhas da terra. A partir de poucos degraus que serviam de entrada um túnel rochoso se estendia indefinidamente. Senti a alma congelar no meu corpo. O ar que bafejava o rosto era antigo, milenar, talvez nunca respirado. Arrepios percorreram minha espinha ao pensar em maldições e lugares que não se deve nunca, jamais, profanar. Recuei. — Não podemos ter medo, Maudi. Não podemos. — Petas passou por mim cambaleante. Venceu os primeiros degraus em direção ao inferno escuro e desconhecido. Aldrabar carregou Malim e repetiu os mesmos passos de coragem. E eu? Por todos os deuses! Fiz o que tinha que fazer: segui-os. 8 — Vocês… abaixem as cabeças. — Ouvi quando Petas falou a Aldrabar e Malim. Alcancei o puxador do alçapão com as mãos e o fechei. A única luz que possuíamos se extinguiu. — Você também, Maudi. Tenha cuidado. — Ele disse. — Vou selar o alçapão com magia e disfarçá-lo o melhor possível. Mas teremos de nos mover depressa. Com esse encanto feito, o das janelas será automaticamente cancelado. É a ordem das malditas coisas. Encolhi-me junto à parede úmida e repleta de musgo. Refreei vômitos. Petas sussurrou: — Agora. — O alçapão pareceu se amassar sobre nós. — Eles terão que cavar ao redor para nos pegar. Vamos, rápido! A magia sobre o entulho se desfez. O som das pedras desmoronando chegou até nós. Como um ribombar das piores tempestades. Os gritos animalescos dos demônios encheram o ar e congelaram nossas almas. Éramos puro medo. Avançamos através das trevas durante mais tempo do que posso lembrar. Malim estava ausente e silencioso. Quando recomeçou a falar o tom foi como se estivesse numa grande praça tranquila. “Cinco Titãs fugiram para além da Lei e do Caos. Quatro deles deram forma aos reinos elementais de Aqua, Terra, Fogo e Ar. E o quinto, Étere, ocupou o vazio entre eles. “Outros, em sua tentativa de fuga, uniram-se ao universo material criado pelos deuses. Este foi o destino de Ânimus, Maná, Entropia, Crio e Crônus. Outros dois foram capturados e subjugados: Treva e Luz. “De Gênese, nada se sabe. Nem verdades, nem lendas. “Com o fim da guerra, os deuses criaram os reinos materiais. Estabeleceram a lei e a ordem em meio ao caos. Quanto aos titãs-segundos, sabe-se apenas que vagam através das dimensões. Percorrem todas as pérolas dos mundos sem motivo que nos seja permitido saber”. A terra principiou a cair sobre nós. Como uma chuva barrenta. Bocados caíam aos montes. As criaturas enfiavam suas garras através da terra, na tentativa de nos tirar a vida. Petas parou, fazendo com que ficássemos todos juntos. Uma massa medrosa. Esperançosa de uma morte rápida. — Meus amigos… a morte se aproxima. — Petas não falava baixo, nem com cuidado. Já não havia necessidade de fugas ou esconderijo. — Não espero que acreditem no que vou dizer, nem que atendam 9

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Fica autorizada a cobrança do serviço de impressão, encadernamento e de envio, negócio e acabar envolvendo-se com magia arcana.
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