Contra Capa O conhecimento histórico é perspectivista, pois ele também é histórico e o lugar ocupado pelo historiador também se altera ao longo do tempo. Nem sempre se fez a História do mesmo jeito, e ela serviu a diferentes funções no decorrer do tempo. O historiador não pode escamotear o lugar histórico e social de onde fala, e o lugar institucional onde o saber histórico se produz. Por isso, a História, como metanarrativa está em crise. A metanarrativa se faz a partir de um sujeito de discurso que, a pretexto de falar do lugar da ciência, sobrevoaria a História e poderia falar de fora dela, ter uma visão global, de conjunto e não comprometida com os embates do momento. Ilusões que Bouvard e Pécuchet podiam ainda ter no século passado, mas os historiadores hoje já admitem que o se alojar no passado não é nenhuma garantia de imparcialidade, simplesmente porque ela é impossível. A escrita da História, a relação entre História e Literatura e a análise de um pensamento importante à Historiografia contemporânea como o de Michel Foucault, são os mais relevantes temas desenvolvidos nos capítulos que compõem este livro, fruto da refle- xão e do magistério no campo da Teoria da História. A obra está dividida em três partes: na primeira, o autor discute a relação entre História e Literatura; na segunda, dedica-se à reflexão sobre as contribuições do pensamento de Foucault para a escritura da História e ao saber histórico; a terceira parte é dedicada a um conjunto de textos cuja unidade comum compreende: a prática historiográfica e seus desafios, e as questões e os autores destacados no debate da Historiografia contemporânea. DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR É doutor em História Social pela Universidade Estadual de Campinas, professor Titular do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e membro do corpo docente dos Programas de Pós-Graduação em História das Universidades Federais do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. Escreveu os livros: A Invenção do Nordeste e outras artes (Cortez/Massangana, 1999, 2001, 2006); Nordestino: uma invenção do "falo" — uma história do gênero masculino (Catavento, 2003) e Preconceito contra a ori- gem geográfica e de lugar - as fronteiras da discórdia (Cortez, 2007), além de artigos em periódicos nacionais e internacionais sobre Teoria da História, História das identidades espaciais, História de gênero e História da cultura. História A arte de inventar o passado História A arte de inventar o passado Ensaios de teoria da História Durval Muniz de Albuquerque Júnior EDUSC EDUSC Rua Irmã Arminda, 10-50 CEP 17011-160-Bauru-SP Fone: (14) 2107-7111 - Fax (14) 2107-7219 www.edusc.com.br A345h Albuquerque Júnior, Durval Muniz de. Historia: a arte de inventar o passado. Ensaios de teoria da história Durval Muniz de Albuquerque Júnior — Bauru, SP: Edusc, 2007, 256 p.; 21 cm — (Coleção História) ISBN 978-85-7460-334-6 1. História 2 História t e literatura Teoria da história . 3- II. Série CDD900 Copyright © EDUSC, 2007 e-mail do autor: [email protected] A GRADECIMENTO A todos os meus alunos, orientandos e amigos que há muito me cobravam este livro. S UMÁRIO 11 APRESENTAÇÃO 15 PREFÁCIO 19 INTRODUÇÃO PARTE 1 História e Literatura CAPÍTULO 1 43 A hora da estrela: História e Literatura, uma questão de gênero? CAPÍTULO 2 53 História: a arte de inventar o passado CAPÍTULO 3 67 No castelo da História só há processos e metamorfoses, sem veredicto final CAPÍTULO 4 85 História: redemoinhos que atravessam os monturos da memória