A CIÊNCIA SECRETA Henri Durville A busca do passado desconhecido e misterioso tem sido sempre uma constante na vida do pesquisador ávido de conhecimentos, nos campos da arqueologia, da astronomia, da astrologia, da alquimia, da piramidologia, da maçonaria, da magia e do ocultismo em geral. Muito já tem sido descoberto e descrito e muito mais ainda resta por descobrir e apresentar nos séculos futuros. Essa obra empolgante e gigantesca não consiste, porém, apenas em pesquisar, esquadrinhar e revelar, mas sobretudo em interpretar, e bem, as descobertas feitas e expostas à inteligência dos estudiosos. É mais fácil descobrir os fatos do que interpretá-los corretamente à luz da ciência e da razão para, se possível, aplicá-los adequadamente ou pô-los a serviço da cultura. Este tratado elementar da Ciência Secreta preenche satisfatoriamente essa dupla finalidade. Em suas pesquisas, o autor conduz o leitor à China de Fo-Hi, de Lao- Tseu e de Confúcio; à índia dos Vedas, dos Brâmanes, das Leis de Manu, de Shri Krishna e de Buda; ao Egito de Hermes Trismegisto, de Ísis e de Hórus, das Pirâmides e do milenar Livro dos Mortos; à Grécia de Orfeu, de Homero, de Pitágoras e dos Mistérios de Elêusis. Depois, coloca-os diante de Moisés, de Jesus, dos Gnósticos e da Franco-maçonaria e, finalmente, o introduz na difícil mas gloriosa Senda da Iniciação que o levará por último aos verdadeiros Mistérios: Tudo isso está aqui descrito em linguagem corrente e de fácil compreensão. * * * Esta edição revista de A Ciência Secreta consta de quatro volumes autônomos, que podem ser adquiridos separadamente: Volume I A Ciência Secreta na China, na Índia e no Egito. Volume II A Ciência Secreta na Grécia. — Os ensinamentos de Moisés, de Jesus, dos Gnósticos e de Hermes Trismegisto. Volume III A Senda do Iniciado. — A Fé. — Os Ciclos da Natureza. - O Amor. - A Força Vital. Volume IV O Pensamento. — O Sentimento. - A Intuição. — A Evolução. -Deus. — Conclusão. EDITORA PENSAMENTO 1 HENRI DURVILLE A CIÊNCIA SECRETA Tradução E.P. VOLUME II EDITORA PENSAMENTO São Paulo 2 Plano desta Edição Esta edição revista de A Ciência Secreta consta de quatro volumes autônomos, que podem ser adquiridos separadamente: Volume I A Ciência Secreta na China, na Índia e no Egito. Volume II A Ciência Secreta na Grécia. — Os ensinamentos de Moisés, de Jesus, dos Gnósticos e de Hermes Trismegisto. Volume III A Senda do Iniciado. - A Fé. - Os Ciclos da Natureza. - O Amor. — A Força Vital. Volume IV O Pensamento. - O Sentimento. - A Intuição. - A Evolução. -Deus. — Conclusão. Ano ________________ 91-92-93-94-95 Direitos reservados EDITORA PENSAMENTO LTDA. Rua Dr. Mário Vicente, 374 – 04270 – São Paulo, SP – Fone: 227-1399 Impresso em nossas oficinas gráficas 3 Índice A GRÉCIA...................................................................................................................6 Ensinamentos Exotéricos..........................................................................................11 Ensinamentos Esotéricos..........................................................................................29 Homero .....................................................................................................................37 Os Mistérios de Ísis...................................................................................................48 ORFEU......................................................................................................................60 Pitágoras...................................................................................................................70 Os Versos áureos de Pitágoras.............................................................................82 PREPARAÇÃO..................................................................................................82 PURIFICAÇÃO...................................................................................................82 A CULTURA PESSOAL.....................................................................................83 PERFEIÇÃO......................................................................................................84 Os Mistérios de Elêusis...........................................................................................112 MOISÉS..................................................................................................................147 Ensinamentos Exotéricos........................................................................................151 Ensinamentos Esotéricos........................................................................................163 JESUS.....................................................................................................................169 Ensinamentos Exotéricos........................................................................................174 Ensinamentos Esotéricos........................................................................................202 OS GNOSTICOS.....................................................................................................220 Neognósticos...........................................................................................................234 OS FRANCO-MAÇONS..........................................................................................241 O Grau de Aprendiz ................................................................................................262 O Grau de Companheiro.........................................................................................283 O Grau de Mestre....................................................................................................301 OS HERMETISTAS.................................................................................................318 1.° — Os Rosa†Cruzes.........................................................................................320 2.° — Os Filósofos Desconhecidos.........................................................................344 3.° — Os Martinistas...............................................................................................346 4.° — Os Alquimistas..............................................................................................349 Índice de figuras Figura 1: Uma cena de adivinhação na Antigüidade, segundo um vaso pintado......18 Figura 2: A Pífia dando os seus oráculos, segundo uma gravura antiga. ................21 Figura 3: Outra imagem da Pítia de Delfos, segundo um vaso pintado. Assentada sobre uma tripeça, a Pítia, Inspirada por Apolo, predizia o futuro.............................24 Figura 4: Édipo vencedor da Esfinge, segundo Court de Gébelin.............................33 Figura 5: Moisés impondo as mãos. "Enquanto Moisés tinha as mãos elevadas para o céu, Israel vencia" — (Êxodo)...........................................................................157 Figura 6: Jesus pondo as mãos sobre ura doente. (Segundo um quadro de Jacquet de P. Defrance, Museu de Luxemburgo)..........................................200 Figura 7: Os emblemas funerários da câmara de reflexão......................................265 Figura 8: Depois de ter leito o seu "testamento", o candidato ao grau de aprendiz é despojado de uma parte de suas vestimentas....................................................267 4 Figura 9: Recepção do grau de aprendiz na Loja da Franco-maçonaria Escocesa.................................................................................................................275 Figura 10: Símbolos do grau de aprendiz. ..............................................................280 Figura 11: Símbolos do grau de companheiro.........................................................284 Figura 12: A estrela de cinco pontas, símbolo do ser humano................................296 Figura 13: A estrela flamejante..............................................................................298 Figura 14:Imagem do papel social que deve desempenhar o franco-maçom que alcança o grau de mestre........................................................................................302 Figura 15: Recepção do Grau de Mestre na Loja da Franco-Maçonaria Escocesa.309 Figura 16: Arcano XXII do Taro Alquimista.............................................................353 Figura 17: Um laboratório alquimista, segundo Khunrath. ......................................356 Índice de Tabelas Tabela 1: INICIAÇÃO NEOGNÓSTICA...................................................................237 http://groups.google.com/group/digitalsource 5 A GRÉCIA Os ensinamentos helênicos são enfeitados de uma mitologia deliciosa. — O sentido oculto das alegorias. — Diferenças essenciais entre a iniciação egípcia e a iniciação grega. — Aí duas faces — exotéricas esotérica — da iniciação grega. Na Grécia, como na China e nas Índias, assim como no Egito, encontramos uma iniciação que estabeleceu, à margem da religião oficial, um ensinamento esotérico, reservado a uma elite e que não era concedido ao adepto senão depois de certas experiências que asseguravam a sua constância e a idéia que se podia fazer sobre a sua boa fé e o seu caráter. O que dá a tudo o que vem da Grécia um caráter particular é a graça e a beleza encantadoras que emanam destas ilhas radiosas onde o mar canta os louvores da beleza. Os ensinamentos helênicos são enfeitados de uma mitologia deliciosa que parece afastar as idéias sérias, o que pode ter de lento em um ensinamento recusado aos profanos. Como nas Índias e no Egito o número de deuses e de semi-deuses é quase infinito, porém nunca os deuses tiveram a forma e o pensamento mais humano, nunca foram misturados à vida do homem com uma tão doce e tão fraternal familiaridade. Nas grandes epopéias, os deuses não ficam sobre o seu Olimpo, mas lutam ao lado do seu herói favorito, e quando este está a ponto de cometer qualquer irreparável tolice, eles dão os seus conselhos, a ordem necessária para salvá-los e não raro se oferece o ensejo da leitura, nos contos dos monges sagrados, destas 6 palavras do hóspede, àquele que pede asilo: "Se tu não és um deus oculto sob a figura de um mortal..." Mas toda esta graça e esta poesia não ocultam senão um esoterismo poderoso, e achamos na Grécia três ciclos iniciáticos colocados sob o nome de três ilustres iniciados: os mistérios de Dionísios, que vêm da Trácia e que são atribuídos à Orfeu; a iniciação de Delfos, bem anterior a Pitágoras, porém cuja severa doutrina tenta fazer reviver a austeridade dória; os mistérios de Elêusis, de que Platão é a flor ofuscante, porém que nasceram muito antes dele, em honra à maternal Deméter. Certamente, a maioria destes mistérios era tirada de Ísis e de Osíris, que vimos no Egito, ainda que se encontre uma parte de gênio pessoal, vindo do sentimento da raça e das lembranças de uma antiga religião autóctone; mas, para quem sabe ler e ver através dos símbolos e das palavras floreadas e sonoras do poeta u'a mesma idéia, um mesmo pensamento iniciático levou o pensamento do mundo a todos os países, a todas as raças, a todos os tempos, com fracas modificações, que provêm dos costumes, certamente mais mutáveis do que as idéias primordiais da humanidade. * * * A grande censura que se fez à Grécia foi o sensualismo de sua religião, porque não se desejou ver o simbolismo que existe nesse sensualismo poético e nas ações dos deuses tão inocentes como as forças naturais, das quais eles são a imagem humanizada pelo povo mais artista. Porém, numerosos autores viram o sentido oculto destas alegorias e fizeram justiça em vez de censuras. 7 No volume do Mundo Primitivo, que consagra o Gênio alegórico dos antigos, Court de Gébelin cita estas palavras de Bacon: "A antigüidade primitiva, relativamente à sua maneira de ensinar, merece a nossa admiração, encerrando na alegoria, como em uma rica caixinha, tudo o que as ciências têm de mais precioso e adiantado, por esta filosofia, a glória do gênero humano”. "Posto que hoje nós a abandonássemos às crianças, encaro, entretanto, estas alegorias como o conhecimento mais excelente, conforme a religião e a fonte da política cuja extensão é tão vasta". É ver com justeza, porque a cultura grega dá, àquele que a pratica, uma forma de espírito que lhe serve para toda a vida, ensinando-lhe a ver em cada coisa a imagem de uma coisa oculta. É o que faz dizer ainda a Bacon: "Confesso, sem custo, estar persuadido que, desde a sua origem, as fábulas antigas foram alegóricas e encerraram lições importantes: seja que eu tenha concebido a mais alta idéia destes tempos primitivos, seja que eu perceba na maioria destas fábulas uma relação tão sensível com o objeto representado e, em o próprio tecido da fábula e no valor dos nomes que possuem os seus personagens, é impossível recusar-se a idéia que aqueles que inventaram tenham realmente estes objetos em vista... e se alguém se obstina, não obstante, em não querer perceber semelhança, não o atormentaremos para que pense como nós; lamentamos, porém, que tenha a vista tão perturbada e o entendimento tão pesado e obscuro". 8 * * * Os mistérios gregos decorrem dos mistérios egípcios, isso é inegável; porém, como as coisas são apresentadas diferentemente pelas duas raças tão dessemelhantes! No Egito, a iniciação toma um aspecto terrível que não é fácil de abordar e de que não teria logo tendência a se afastar, se o desejo da alta ciência não fosse daqueles que fazem bravura de todas as experiências. Estas experiências, nos santuários do Egito, tornavam o acesso à iniciação quase impossível. A ascese imposta era de uma severidade temível. Tudo era feito para inspirar o terror e afastar o noviço. Na Grécia, tudo era diferente. Certamente, não se tinha o acesso aos mistérios por uma simples pergunta, e precisava mostrar antes qualidades de força de alma e resistência física. Mas, uma vez obtido este resultado, o terror, que nunca tinha existido, desaparecia inteiramente. Todos os poetas gregos que foram iniciados — sobretudo nos mistérios de Elêusis — falam de sua iniciação e de suas festas secretas como da maior alegria da vida. Seu coro de Bem-aventurados nas Rãs de Aristófanes mostra o que era esta alegria. Nunca tanta poesia e tanta suavidade foram empregadas para cantar a mais mística felicidade. Nada revela, neste canto sublime, os ensinamentos que se devem calar, mas a expressão de uma tal alegria é bem feita para atrair adeptos entre um povo tão sensível à poesia e à beleza. E os próprios ensinamentos eram enfeitados de todas as graças de arte e entusiasmo. Tudo não era senão festas e jogos no país da beleza. Portanto, os 9
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