UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGÜÍSTICA GRACE CRUZ STOLZE FRANCO ADAPTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS D’A MEGERA DOMADA DE WILLIAM SHAKESPEARE SALVADOR 2010 GRACE CRUZ STOLZE FRANCO ADAPTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS D‘A MEGERA DOMADA DE WILLIAM SHAKESPEARE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, como requisito pacial para obtenção do grau de Mestre em Letras e Lingüística. Orientador: Profa. Dra. Elizabeth Ramos SALVADOR 2010 Sistema de Bibliotecas - UFBA Franco, Grace Cruz Stolze. Adaptações cinematográficas d’ A megera dom ada de William Shakespeare / Grace Cruz Stolze Franco. - 2010. 116 f. : il. Inclui anexos e apêndices. Orientadora: Profª Drª Elizabeth Ramos. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Letras, Salvador, 2009. 1. Shakespeare, William, 1564-1616. A megera domada. 2. Adaptações para o cinema. 3. Tradução e interpretação. 4. Semiótica. 5. Linguagem cinematográfica. I. Ramos, Elizabeth. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Letras. III. Título. CDD - 418.02 CDU - 81’25 À minha mãe, aos meus filhos e ao meu esposo por terem sempre me incentivado a percorrer este caminho e por es- tarem ao meu lado em todos os momentos difíceis, com palavras de conforto e força. AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Profa. Dra. Elizabeth Ramos, por todas as contribuições e pelo estímulo na construção deste trabalho. Ao meu marido, Marcos Antonio Stolze Franco, pela compreensão, companheirismo, carinho e apoio incondicional em todos os momentos da minha vida. Aos meus filhos, Marcos Luis Cruz Stolze Franco e Anna Beatriz Cruz Stolze Franco, pelo estímulo, amor, confiança e por fazerem parte da minha vida. No passado, assim como no presente, aqueles que produziam rees- crituras criaram imagens de um escritor, de uma obra, de um perío- do, de um gênero, e, algumas vezes, de toda uma literatura. Tais i- magens existiam ao lado das realidades com as quais competiam; entretanto, as imagens sempre tenderam a atingir mais pessoas do que as realidades correspondentes e, seguramente, continuam a fa- zê-lo. 2 André Lefevere 2 Tradução nossa para: ―In the past, as in the present, rewriters created images of a writer, a work, a period, a genre, sometimes even a whole literature. These images existed side by side with the realities they competed with, but the images always tended to reach more people than the corresponding realities did, and they most certainly do so now‖. Cf. André LEFEVERE, 1992, p.5. FRANCO, Grace Cruz Stolze. Adaptações cinematográficas d’A Megera Domada de Wil- liam Shakespeare. 114 f. il. 2009. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Letras e Lingüística, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010. RESUMO Estudo sobre quatro traduções da peça A megera domada, de William Shakespeare, para o cinema – A megera domada (Franco Zeffirrelli, 1967), 10 coisas que odeio em você (Gil Jun- ger, 1999), Kiss me Kate (George Sidney, 1953) e The taming of the shrew (David Richards, 2005). O trabalho procura analisar as relações dialógicas e intertextuais entre o texto-fonte e as re-leituras, considerando as diferentes épocas em que a peça foi adaptada e a incorporação de elementos socioculturais na construção da linguagem cinematográfica, tais como os deslo- camentos de tempo, espaço, linguagem, figurino, arquitetura, contexto histórico, valores cul- turais, dentre outros, utilizados no processo intersemiótico de atualização. A análise se con- centra na figura da ―megera‖, no seu universo espaço-temporal, no seu papel social e na sua relação com a anterioridade, isto é, com o universo shakespeareano. Palavras-chave: Tradução Intersemiótica. Teatro. Cinema. Teoria dos Estudos da Tradução. FRANCO, Grace Cruz Stolze. The film adaptations of A Megera Domada by William Shakespeare. 114f. ill. 2009. Master Dissertation – Instituto de Letras e Lingüística, Univer- sidade Federal da Bahia, Salvador, 2010. ABSTRACT This study aims at an analysis of the dialogical and intertextual relationship between The Taming of the Shrew by Shakespeare, and the versions taken to the screen by several directors such as The Taming of the Shrew (Franco Zeffirrelli, 1967), 10 Things I hate about you (Gil Junger, 1999), Kiss me Kate (George Sidney, 1953) and The Taming of the Shrew (David Ri- chards, 2005). Taking into consideration the distinct periods, besides being adapted, the play had the social cultural elements included into the movie language; time changes, space, lan- guage, wardrobe, architecture, historic context, cultural values, to name a few, had their arc- haic view updated. Due to the huge number of elements, our analysis focuses on the Shrew‗s character; not only her spatial universe but also her social role regarding the past; i.e. Shakes- pearean universe, whose link will always be present regardless how modern a text might have become. Keywords: Intersemiotic Translation; Theater; Movies; Translation Studies. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Provável ―local de nascimento‖ de William Shakespeare. .... 17 Figura 2: Shakespeare‘s Globe ............................................................. 21 Figura 3: O Globe Theatre depois da reforma de 1996 ........................ 21 Figura 4: Encenação no Globe ............................................................. 21 Figura 5: Personagens da peça TheTaming of the Shrew ....................... 25 Figura 6: Capa do DVD Kiss Me Kate ................................................. 38 Figura 7: Lois canta canção de Cole Porter ............................................ 42 Figura 8: Cena do musical Kiss me Kate ................................................. 43 Figura 9: As cores vibrantes do figurino de Kiss me Kate ..................... 46 Figura 10: Os atores do musical na esteira rolante .................................. 47 Figura 11: Capa do DVD The Taming of the shrew (1967) ……............. 49 Figura 12: Capa da versão brasileira do DVD A megera Domada ........ 56 Figura 13: Capa do DVD 10 Things I Hate About You (1999) ................. 65 Figura 14: Kat vê o Cartaz do Baile de Pádua ........................................... 66 Figura 15: Cena do Baile I .......................................................................... 66 Figura 16: Cena do Baile II .......................................................................... 66 Figura 17: Cena em que Patrick canta para Kat ............................................ 73 Figura 18: Conversa entre Patrick e Kat ....................................................... 75 Figura 19: Cartaz de The Taming of the Shrew, de David Richards 78 Figura 20: Cena do encontro entre Kate e Petruchio no parque ................ 83 Figura 21: Petruchio usando peças do vestuário feminino, como meia- calça, minissaia e botas de salto alto ........................................ 84 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................... 9 1 O TEATRO RENASCENTISTA INGLÊS ........................ 14 1.1 ESTRUTURA DO TEATRO SHAKESPEREANO ........... 19 1.2 A COMÉDIA SHAKESPEAREANA .............................. 23 1.3 A MEGERA DOMADA .................................................... 25 1.4 A MULHER NA PEÇA SHAKESPEARE ...................... 31 2 O CINEMA E A (RE)SIGNIFICAÇÃO DO TEATRO SHAKESPEAREANO ............................................................ 33 2.1 AS RELEITURAS NO CINEMA E NA TV ................... 37 2.1.1 Kiss me Kate, de George Sidney ..................................... 37 2.1.2 A Megera Domada, de Franco Zeffirelli ....................... 49 2.1.3 10 coisas que odeio em você, de Gil Junger .................. 64 2.1.4 The taming of the shrew, de David Richards ................ 77 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................. 88 REFERÊNCIAS ...................................................................... 100 APÊNDICES E ANEXOS ...................................................... 103
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