Este é um livro militante que retrata as experiências políticas e
pedagógicas de seus organizadores e autores em escolas públicas situadas
no maciço do Morro da Cruz, uma montanha que abriga várias comunidades
empobrecidas no centro da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis.
Escolas que atendem crianças e jovens defrontadas com a violência, o
tráfico de drogas e as penosas condições de vida e de trabalho. Seus
professores sofrem com a rotatividade, a insegurança, a elevada carga de
trabalho, os contratos temporários e, em consequência, muitos têm a
saúde abalada. Dessa situação crítica surgiram e ainda despontam as
experiências coletivas superadoras, as novas possibilidades e as
alternativas.
A formação, inicial ou continuada, dos estudantes de licenciatura ou dos
professores das escolas de educação básica – e as dificuldades nesse
processo -, é o tema central desta publicação. Não apenas tratando das
demandas intraescolares, mas também do que acontece no entorno da
escola, como as históricas lutas dos professores.
Convém ressaltar que esta publicação é fruto de um grande esforço
coletivo e de muitos anos de experiências e debates sobre a efetiva
democratização da escola , numa parceria entre a Comissão de Educação do
Fórum do Maciço do Morro da Cruz e o Centro de Ciências da Educação da
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, pactuada no compromisso
com a escola pública e com a formação de professores com base em um
projeto de futuro.
A formação continuada de professores e a politização docente são as questões vivenciadas e apresentadas pelos autores deste livro. Registros, análises e reflexões críticas sobre as experiências políticas e pedagógicas das escolas associadas à Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis. São problemas, possibilidades e desafios na luta em defesa das escolas públicas gratuitas e da qualidade da educação para as crianças e jovens empobrecidas que nelas estudam. Ações e alternativas pedagógicas – protagonizadas pelos professores que atuam nos morros da capital catarinense em péssimas condições de trabalho – compartilhadas entre universidade, movimentos sociais, poderes públicos e as próprias escolas, pela manutenção, recriação e qualificação da educação pública brasileira, agora oferecidas à leitura.