1 Flora da ReservaDucke,Amazonas, Brasil: Cyclanthaceae1 Fabiana Pinto Gomes & Renato de Mello-Silva2 CyclanthaceaePoit.exA. Rieh.In: BorydeSaint-Vincent,Dict.class.hist.nat.5: 222. 1824. Beck,H.T. 2004.Cyclanthaceae.In:N.Smith,S.A.Mori,A.Hcnderson,D.W.Stevenson,&S.V.Heald(eds). Floweringplantsoftheneotropics. Princeton Univcrsity Press. Princeton. Pp.431-432. Crcmers,G.&Hoff,M. 1994.InventairetaxonomiquedesplantesdelaGuyaneFrançaise.Lesmonocotyledones (Orchidacees,CyperaceesetPoaceesexclues).MuséumNationald'HistoircNaturelle. Paris. v.4. Croat,T. B. 1978. Cyclanthaceae. In:T. B. Croat(ed.). FloraofBarroColorado Island. Slanford Univcrsity Press.Stanford.Pp. 178-184. Drude,0.1881.Cyclanthaceae.In:C.F.P.Martius&A.W.Eichler(eds.).Fl.bras.Frid.Flcischer.Lipzig.3(2): 226-250. Harling,GW. 1958.MonographoftheCyclanthaceae.ActaHortiBergiani 18(1): 1-428. Harling,G.W.,Wilder,GJ. &Eriksson,R. 1998.Cyclanthaceae.In: K. Kubitzki,Thefamiliesandgeneraof vascularplants.Springer-Verlag.Berlin.v.3.Pp.202-215. G Kunth,C.S. 1841. Enumeradoplantarum.J. Collac.Stuttgart.v.3. Lindman,C.A. M. 1900. EinigeneuebrasilianisheCyclanthacccn. BihangtilKongligaSvenskaVetenskaps- AkademiensHandlingar26(3,8):9. Neumann, J. H. F. 1847. Note surquelquesplantes nouvellesou peuconnes,actucllcmenten fleursdans les servesdumuséum.Revuchorticolc3(1): 86. Poiteau, M. A. 1822. Établissement d'une nouvellc famillc de plantes sous le nom de Cyclantheae, les Cyclanthées.MémoiresduMuséumd’HistoircNaturelle9:34-36. Sprengel,K.P.J. 1826.Systemavegetabilium.LibrariaeDicterichianac.Goltingen.v.3. Tubcrquia.D. 1994.CuatroespeciesnuevasdeCyclanthaceaedeColombia.Caldasia 19(1-2):179-189. Ervas rizomatosas, hemiepífitas Evodianthusfunifer) séries, reduzidas, raro secundáriascomraízesaéreasegrampiformes ausentes;estames 10—50(—150), filetesdebase abundantes, ou terrestres, raro epífitas bulbiforme, concrescidos cm anel estaminal (Ludovia). Folhas espiraladas ou dísticas, (Cyclanthus bipartitus); anteras basifixas, pecioladas, bainha conspícua, limbo plicado, bitecas, tetrasporangiadas, deiscência bífido, raro palmado (Carludovica), longitudinal;pólenmonossulcadoouanaporado. segmentos glabros, lanceolados, raro linear- Florespistiladastricíclicas,tetrâmeras,tépalas lanceolados ou ovado-lanceolados, podendo distintas, raro reduzidas (Ludovia), livres ou dividir-se no ápice; venação paralela. concrescidas nabase;estaminódiosfiliformes Inflorescênciasaxilaresouterminais,cspádices muito longos, epitépalos; ovário infero, raro cilíndricos, raro esféricos, envoltos por 2-1 supero (Sphaeradenia e Strelestylis) ou flores espatas lanceoladas a cimbiformes, pistiladas unidas formando anéis ligados a esverdeadas, esbranquiçadas, alaranjadas ou cavidades ovarianas únicas (Cyclanthus vermelhas. Flores muito reduzidas, diclinas, bipartitus); placentação parietal ou apical, cada flor pistilada envolvida por quatro estilete curto ou estigmas sésseis; óvulos estaminadasou floresestaminadasepistiladas numerosos, anátropos, endosperma helobial. coalescentes, dispostas em anéis alternados Infrutescência verde-escura, amarelada ou (Cyclanthus bipartitus). Flores estaminadas alaranjada, bagas livres ou fundidas ao com numerosas tépalas esbranquiçadas a espádice, raro coalescentes. Sementes hialinas, concrescidas ou não, dispostas de pequenas, numerosas, complanadas ou modo simétrico ou assimétrico em l(-2 em cilíndricas,elípticas, ovaladasou falciformcs; 'Dissertaçãodemestradode F. P. Gomes, UniversidadedeSão Paulo. BolsaFAPESP. 2Institutode Biociéncias, UniversidadedeSãoPaulo. Cx. Postal 11461.05422-970,SãoPaulo,SP. BolsistadoCNPq. SciELO/JBRJ cm 2 13 14 15 16 17 . 160 Gomes, F P. & Mello-Silva,R. embriãopequenoamédio,cilíndrico,linear,raro Cyclanthus bipartitus. A subfamília recurvado. Carludovicoideae inclui todas as espécies e Cyclanthaceae tem 12 gêneros e de 180 gêneros restantes. Asplundia, o maior, (Beck 2004) a 230 (Harling et al. 1998) engloba ca. 85 espécies; Carludovica, três espécies. Esta variação reflete as incertezas espécies; Chorigyne, oito; Dianthoveus, na delimitação de muitas delas. Ocorrem no uma (Dianthoveus cremnophilus Hammel & sul do México, América Central, Antilhas, Wilder); Dicranopygium, 45; Evodiantluts, regiãoAmazônicae,disjuntamente,noCeará, uma (Evodianthus funifer); Ludovia, três; Bahia e do Rio de Janeiro a Santa Catarina Schultesiophytum, uma Schultesiophytum ( (1H.arlingetal. 1998). Ocentrodediversidade chorianthum Harling); Sphaeradenia, 38; é a Amazônia colombiana. Compõe-se de Stelestylis, quatro; e Thoracocarpus, uma duas2. subfamílias. A subfamília espécie (Thoracocarpus bissectus). Na Cyclanthoideae é monotípica e abriga a Reserva Ducke a família conta com cinco prim2e.ira espécie descrita da família. gêneros e sete espécies. 3. Chave para gêneros de Cyclanthaceae na Reserva Ducke Terres3t.res, limbo foliar plano; nervuras principais 1—2 por segmento, muito conspícuas; flores coalesce4n.tes,distribuídasem verticilosestaminados e pistilados alternos 2. Cyclanthus 1 Hemiepífitas, epífitasou terrestres e,então, folhas flabeliformes; limbo foliarplicado; nervuras principai4s. 1—3,inconspícuas;floreslivres,cadaflorpistiladacircundadaporquatroestaminadas. Epífitas, folhas inteiras; nervuraprincipal 1, muitoconspícua; sementes globosas, castanhas 4. Ludovia Hemiepífitas; tolhas bífidas; nervuras 1—3, visíveis apenas na base; sementes elípticas, alaranjadas a castanhas. Caule 10—30mcompr.,densamenteanelado;espatas8,detamanhocrescentedaproximal externa para a distai interna; sementes com testa levemente reticulada, vemicosa .... 5. Thoracocarpus m Caule 1-2 compr.,liso;espatas2-5,domesmotamanho,sementescomtestareticulada, não verrucosa. Espatas 4, congestas no ápice do pedúnculo; receptáculo das flores estaminadas afundado;florespistiladaslivres;sementescomtestaimpresso-reticulada,foveolada * 3. Evodianthus Espatas 3-5, dispostas ao longo da metade distai do pedúnculo; receptáculo das floresestaminadasaplanado;florespistiladasconatas;sementescomtestareticulada Asplundia 1. 1. Asplundia proximal e levemente elíptica na parte distai; Asplundia Harling, Acta Horti Berg. 17(3): espatas 3—5, lanceoladas a ovadas, raro 41. 1954. cimbiformes, nunca congestas, dispostas ao Hemiepífitassecundárias,raroterrestres; longodametadedistaidopedúnculo;espádice caulesbemdesenvolvidosoumuitocurtosnas elíptico,raroesférico.Floresestaminadascom espéciesterrestres.Folhasespiraladas;pecíolo perianto simétrico ou assimétrico; lobos canaliculadoouaplanado;limbosemprebífido, esbranquiçados, translúcidos, oblongos a plicado, nervuras 1-3, conspícuas na base da obovados, obtusos a truncados, portando folha;segmentosfoliareslanceoladosaovados, glândulas; receptáculo aplanado, pedicelo agudos, raro acuminados. Inflorescência excêntrico nas flores de perianto assimétrico; axilar; pedúnculo ca. 1/3 do comprimento do estames poucos a numerosos, adnatos nabase pecíolo, secção transversal circular na parte do bulbo basal; anteras iguais entre si, sem Rodriguésia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ 2 13 14 15 16 17 18 FloradaResenaDucke: Cyclanthaceae 161 glândulas; tecas hemielípticas; conectivo tricostadas, raramente unicostadas, flores filiforme, inconspícuo; pólen monossulcado. masculinas com receptáculo aplanado, Flores pistiladas conatas; tépalas bem pediceloexcêntrico,periantounilateralepólen desenvolvidas adnatas na base; estiletes 4, monossulcado. O subgênero Choanopsis muito curtos, livres; estigmas com formas apresentafolhasexclusivamenteunicostadas, variáveis. Sementes aplanadas, ovadas a floresmasculinascom receptáculolevemente elípticas, pequenas, castanhas a alaranjadas. afunilado, pedicelo central, perianto Asplundia é o maior gênero da família, simetricamente disposto e pólen com ca. 85 espécies, de ampla distribuição monossulcoidado ou ulcerado. Das três no neotrópico. No gênero há dois tipos de espécies de Asplundia encontradas na flores masculinas e, baseado nisto, Harling Reserva, duas pertencem ao subgênero (1958) distribui as espécies em dois Asplundia. A terceira, ainda indeterminada, subgêneros. O subgênero Asplundia nãopôdeserclassificadaemnenhumdosdois apresenta folhas sub ou distintamente subgêneros por falta de flores masculinas. Chave para as espécies de Asplundia 1. Folhas 130-160 cm compr.; segmentos foliares 10-20 cm larg.; nervuras secundárias ca. 20; bainha alaranjada com epiderme soltando-se por fricção 1.3. Asplundia sp. Folhas 30-110cm compr.; segmentos foliares com até 10cm larg.; nervuras secundárias 4-8; 1. bainha amarelada com epiderme fixa. 2. Folhas30-50cmcompr.;segmentosfoliaresoblanceolados,5-10cmlarg.;bainhaamarelada de coloração uniforme; estigmas ovado-triangulares 1.1. A. vaupesiana 2. Folhas 70-1 10cm compr.; segmentos foliares linear-lanceolados, ca. 3-4cm larg.; bainha amarelada, variegada com pontos marrons, estigmas lanceolados 1.2. A. xiphophylla 1.1 Asplundia vaupesiana Harling, Acta elipsóide, 2,5-3 cm compr., ca. 1 cm diâm. mm Horti Berg. 18(1): 202. 1958. Fig. 1 f-j Flores estaminadas, ca. 1,5 compr., Herbácea, hemiepífita secundária; 50- receptáculo achatado, perianto assimétrico; 150cm compr.; raízes aéreas avermelhadas; lobos 15-20,ovado-obtusos,esbranquiçados; raízes grampiformes castanhas; caule ca. 1 estames 25-40, adnatos pela base do bulbo; m compr., 0,5-1 cm diâm. Folhas 5-10, bulbobasal inconspícuo; anteras iguaisentre verde-claras, pendentes; bainha amarelada si, basifixas, tecas hemielípticas, conectivo 0,5-1 cm larg., margemdesintegrando-scem filiforme, inconspícuo. Flores pistiladas 2-3 fibras; pecíolo 10-20(-26) cm compr., mm diâm., tépalas inteiras, conatas na base, mm mm aplanadoacanaliculado; lâmina20-30(-35) ca. 1 compr., ca. 2 larg., truncadas; cm compr., bífidas até 2/3 do compr., estaminódios esbranquiçados, ca. 4 cm unicostadas, segmentos 4,5-7(-9) cm larg., compr.; estigmas castanhos, sésseis, ovado- mm obovados, ápice acuminado, base atenuada, elípticos, aplanados, ca. compr. 1 nervuras secundárias 4-6 por segmento, Infrutescência verde-escuro passando a proeminentes na face adaxial, as marginais verde maisclaroquando madura; pedúnculo, proeminentes na face abaxial; profilos 1-4, 4-8 cm compr.;espádice 3-4cmcompr., ca. membranáceos, palhete, in sicco brilhantes. 1,5(—2) cm diâm. Sementes castanho- Inflorescênciaaxilar, 1 porfolha; pedúnculo alaranjadas, ovadas, ca. 1 mm compr.; testa 3-5 cm compr.; espatas, 3-5 cm compr., ca. reticulada. 1 cm larg., cimbiformes, distribuídas em IgarapéBarroBranco,26.IV.1994(fi)Hopkins,M.J. intervalos regulares na porção distai do Getai I410(INPA);id.,15.1.1998(fr)Gomes. F.P. pedúnculo, decíduas, margem convoluta, etal.4(INPA);entradadoIgarapédoTinga,4.1.1998 ápice acuminado; espádice cilíndrico a (fr)Martins, L H. P etai 81 (INPA). RodrÍKUÁsia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ, 13 14 15 162 Comes, F. P. & Mello-Silva,R. Materialcomplementar:AMAZONAS:SãoGabriel cilíndrico, 1-2,5 cm compr., 0,5-1 cm diâm. daCachoeira,aldeiadosíndiosCana, 15.X.1987(fl) Flores estaminadas ca. 2 mm compr.; Maas, P J. M. etal. 6761 (INPA). receptáculo achatado; perianto assimétrico, Asplundia vaupesiana é a única lobos lineares, esbranquiçados, ápice agudo; Cyclanthaceae de pequeno porte na Reserva. estames 20-35. Flores pistiladas ca. 5 mm Além disso, as folhas verde-claras, de diâm., tépalas inteiras, conatas na base, ca. 5 segmentos obovados com ápice lanceolado, a mm compr., ca. 3 mm larg., truncadas; tornam inconfundível, mesmo estéril. São estaminódios não vistos; estigmas castanhos, característicos também os estigmas largos e sésseis, ca. 2 mm compr., aplanados, achatados, e a infrutescência congesta, ultrapassandoastépalas.Infrutescênciaverde- cmilíndrico-ovada. Ocorre sempre a cerca de 6 escura, pedúnculo, 5-15 cm compr.; espádice de altura. Harling (1958) afirma que A. 3-5 cm compr., 0,7-2 cm diâm. Sementes vaupesiana seria comum nas matas de baixio alaranjadas, estreito-elípticas, ca. 1-2 mm da Amazônia ocidental. Isto pôde ser compr., testa reticulada. parcialmente confirmado, já que a espécie Baixio, 14.11.1995(fr)Sothers, C.A. &Pereira, E. ocorre na Amazônia Central e na região de C. 331 (INPA);IgarapéÁguaBranca, 14.IX.1995 São Gabriel da Cachoeira, apesar de repre- (fr) Costa, M. A. S. & Assunção, P A. C. L 358 sentada por poucas coletas. Embora pareça (INPA);IgarapéBarroBranco, 15.1.1998(fr)Gomes, ser rara, é bem distribuída na Amazônia F P etal. 1 (INPASPF);id.,próximoaoburitizal, ocidental. 5.IV.1998 (fr) Gomes, F. P 32 (INPA); id., id., 5.IV.1998(st)Gomes, E P 33(INPA);Igarapédo 1.2AsplundiaxiphophyllaHarling,ActaHorti Tinga,5.II.1998(fr)Gomes, F.P.&Silva, C. F26 Berg. 18(1): 199. 1958. Fig. 1 a-d (INPAL);IgarapédaBolívia,6.VII.1993(fr)Ribeiro, J. E. S. etal. 902(INPASPF). cmcoHmeprrb.á;ceraaí,zheesmaiéerpeíafsitaavseercmuenldháardiaa,s,70r-aí1z5e0s A “folhaemformadeespada”,comodiz o epíteto, é o caráter mais marcante de A. grampiformesmuitodelgadas,castanhas;caule ca. 1 mcompr., ca. 1,5 cm diâm. Folhas 5-10 xiphophylla. Além dos segmentos foliares longoseafilados, abase dopecíolo variegada pcomr rlaarmgo.,, vveerrddee--easmcaurreasl,adear,etavsa;rbiaeignahdaacca.om2 e os estigmas estreitos e aplanados, pouco maiores que os carpelos, facilitam sua pontosmarrons,insiccoocre,lustrosa;pecíolo 2pa3s-s3a0n(d-o5a0)côcncmavcoomepmr.d,irseuçãlocaàdboasneo; láâpmiicnea, (idDernutdiefi)caHçaãrol.inÉgpproórxiamparedseenAt.arleomngifcorluhraas 49-56(-85)cmcompr.,sub-tricostada,bífidas saepmeenlahsaontmeaste(rHiaarl-ltiinpgo1d9o58A)l.toDeXsitnaguúltSipmraucheá quase até a base; segmentos 3,5-5cm larg., s.n.) e há dúvida de que sejam es(pécies lineares, ápice acuminado, base atenuada; distintas. Asplundia xiphophylla apresenta- nervuras secundárias (4—)5—8 por segmento, se bem distribuída nas regiões Central e proeminentes na face adaxial, as marginais OcidentaldaAmazôniabrasileira.Ocorreentre pouco conspícuas; profilo 1, membranáceo, 2 a7 m do solo. ocre, desintegrando-se em fibras, às vezes formando uma massa de fragmentos e fibras 1.3 Asplundia sp. Fig. 1 e na bainha das folhas. Inflorescência axilar, 1 Herbácea, hemiepífitasecundária, 2-3 m por folha; pedúnculo 5-8 cm compr.; espatas compr.; raízes aéreas castanho-avermelhadas; ác3pi-im4cb,eif(ao3cr—um)me5is—n,a1b0diocc,amraenicnaofdmeaprsir,o.rm,saciratg.uae1dm,a5cnocanmvmoelltauartgda.e,, rcclaoaímrzpaerss.,,gp3re,na5dm—epn5itcfeomsr;dmbieaâsimn.chaFasotclaohnnahvsaocsla;u.tca1a,0u—alle1a5r,caavn.ejra1ddeam-; do pedúnculo e as superiores congestas no epiderme castanho-esverdeada, descamando ápice, ou todas concentradas na metade do por frição, ca. 5 cm larg.; pecíolo ca. 55 cm pedúnculo, decíduas; espádice largamente compr., canaliculado na base das folhas a Koctrinue.ua 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/ JBRJ cm 12 13 14 15 16 17 .. FloradaResenaDucke: Cydanthaceae 163 Figura I - a-d. Asplundia xiphophylla - a. hábito; b. flor estaininada, vista lateral; c. tlor pistilada, vista frontal; d. infrutcscência;e.Asplundiasp.-e.hábito;f-j.Asplundiavaupesiana-f.hábito;g.inflorcsccncia;h.Ilorestaininada,vista lateral; i. florpistilada, vistafrontal;j. infrutescência.(a-d. GomesJ2;c. Gomes25; f-j.Maus6761). Rodrinuésia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ 12 13 14 15 16 17 Gomes. F. P. & Mello-Silva,R. fortementecôncavopróximoàbainha; lâmina 2 Cyclanthus . 75-105 cm compr., bífidas até 3/4 do compr. Cyclanthus Poit. ex A. Rich., in Bory, Dict. ou quaseaté a base, distintamente tricostadas; class. hist. nat. 5: 221. 1824. segmentos 10-20cmlarg., lanceolados, ápice acuminado, base atenuada, nervuras 2.1 Cyclanthus bipartitus Poit. ex A. Rich., secundáriasca.20porsegmento,proeminentes in Bory, Dict. class. hist. nat. 5: 222. 1824. na face adaxial e abaxial alternadamente, as Fig. 2 e-g submarginais proeminentes na face abaxial; Terrestre, cespitosa, rizoma não visto; profilos3-5,coriáceos,palhetes.Inflorescência folhas 4-8, verde-claras, brilhantes na face axilar, 1 porfolha,pedúnculoca. 10cmcompr.; adaxial, verde-pálidas a glaucas na face espatas 4, marrons, 5-8 cm compr., ca. 2 cm abaxial,eretas,dísticas;bainha 1—3cmcompr., ilagruga.i,scniombtiefroçromdeiss,tadiidstoripbeudíúdnacsuelom,idnetceírdvuaalso,s 3-5cmlarg.;pecíolo80-1lOcmcompr.,cilíndrico, cmialríngderimcoincvao.lu5tac,mápciocmepra.c,umcia.na1d,o5;cemspdáidâimc.e cipnartinenaiclriiapcauloluamduobi;ítfloiâdcamoinansappía6rc0tu—iar1,2db0aífcibdmaaseca,ompnaprertr.i,vruodruaa Flores não vistas. base, cada segmentoprosseguindoaté o ápice SICi.glavFra.a,p2éC5.d(oFITN2iPn8Ag)(a;,IN5iP.d1.A1,)..51.9I9I8.1(9st9)8G(ofml)esG,omFe.sP..&FSiPl.va&, ddaalnâemrivnuar.aNapsofdoelmhasuniintre-isreasnoosdáopiisces.egLmâemnitnoas Asplundiasp. diferedasoutrasdaReserva das folhas inteiras, 10—20 cm larg., elíptica a pelograndeporteefolhasmuitolargaselongas, estreito-ovada,ápiceacuminadoaagudo,base além do pecíolocom periderme em formação atenuada; segmentos das lâminas bífidas 10- e consequente descamação da epiderme. Pela 15 cm larg., estreito-ovados a levemente forma e dimensões das folhas e pela presença falcados, ápice acuminado a agudo, base dequatroespatas,aproxima-sedeA. nonoensis atenuada, nervuras secundárias inconspícuas. Harling ou de A. gigantea Tuberq. Asplundia Inflorescênciaterminal, 1 porramo,pedúnculo nonoensis é de apenas uma localidade do 60-70cmcompr.;espatas4f—5),5-15cmcompr., 2-5 cm Equador. Apresenta folhas grandes, porém larg., verde-claras a amarelo-forte ou bicostadas(Harling 1958),enquantoAsplundia alaranjadas na face abaxial, amarelo-pálido, sp. apresentafolhasdistintamentetricostadas. esbranquiçado ou rosado na face adaxial, Asplundia sp. parece ser mais próxima de A. cimbiformes a lanceoladas, distribuídas em gigantea, de Cabo Corrientes, litoral da intervalosregulares abaixodoespádice,ápice Colômbia. A. gigantea tem folhas de grande acuminado,podendoportarumafolhareduzida apobratxei,alt,riacobsatasdeaséeatpeunlvueardualeentdaescunrarefnatcee cnamecsopmaptra.,ecxat.er2n—a3;cemspdáidâimc.e,c8i—lí1n0d(r—ic1o5,)a5n—é1i0s (Tuberquia 1994).Emcontrapartida,Asplundia estaminados e pistilados dispostos alternada- sEpm.baoprreasetnetnahapefcoílohlaosdimsutiitntooseifmoillhaarsesglàasbrdaass. cmaedntaea.neFll;oreesstaemsetsamuisnuaadlamsenctoealdeisscpeonstteoss eemm dpuôadseessepréciinecslusíudparaecimtandaesn,hAusmpaludnedliaassppo.insãoo qeumatrcoavdeartivcielrotsi,cicloon;atoasntpeerlaasbacseomdotfeilceatse espádice foi encontrado em avançado estado alongadas,conectivofiliforme.Florespistiladas coalescentes; cada anel apresentando uma doecodercroemmposeimçãoá.rAelasémmdiusisto,oaqduiesltaasnetsepsécideas cavidade ovariana comum; sépalas muito qAumeazoôcnoirareCsesnetrealm. Náreenashuimntmeartmeerdiiaálrisaismilfaoir frrueenddduuizzdiiaddsaossà,salfadomueralmsaasnledasmoteamldiaunsaosdpiaaerisastl;reielaassstappmaiorndaóledenildoaoss encontrado nas coleções. Análise da portar anteras estéreis; lamelas estaminodiais inflorescência completa é necessária para o involutasnafaseestaminadaerevolutasnafase estabelecimento da identidade deste material. pistilada. Anelestigmáticodelimitadoporduas RoJriftuSsia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ cm _2 13 14 15 16 17 .. FloradaReservaDucke: Cyclantliaceae Figura2-u-d.Ludovialancifolia-a.hábito;b.florestaminada,vistalateral;c.florpistilada,vistafrontal;d.infrutcscôncia. e-g. Cyclanthusbiparlitus-c.hábito;f.inflorescência;g.infrutescência.(a-d.Plowman 12140.c-g.Plowman 12217). Rodriguésia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ cm L2 13 14 15 16 17 Gomes. F P. & MeUo-Silva, R. lamelasparalelas,rudimentares. Infrutescência 3. Evodianthus verde-claropassandoaamarelo-pálidoquando Evodianthus Oerst., Vidensk. Meddel. Dansk madura, pedúnculoca. 60cmcompr.,espádice Naturhist. Foren. Kjobenhavn: 194. 1857. 5-10 cm compr., 2-4 cm diâm. Após a Evodianthus tem apenas uma espécie. maturação, os anéis pistilados soltam-se por desintegração do eixo do espádice, abrem-se 3.1 Evodianthusfunifer (Poit.) Lindm., Bih. emduasvalvaseliberamassementes.Sementes Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 26(3/ castanhas, esféricas, ca. 2-4 mm compr., ala 8): 8. 1900. Fig. 3 a-d coriácea,ovado-lanceoladaatriangular,palhete, Herbácea, hemiepífita secundária, raro m testalongitudinalmenteestriada. terrestre, até 2 compr., raízes aéreas BarroBranco,6.X.1995(fr)Ribeiro.J. E.LS.etai avermelhadas;raízesgrampiformescastanhas; 1720 (INPA); Estrada do Acará, 10.V.1988 (fr) cauleca. 1 mcompr., 1-4cmdiâm. Folhas5— Coelho,D. &Lima,R. P. D27(1NPASPF);Igarapé 7, verde-escuras, brilhantes na face adaxial, BarroBranco, 1.XI.1994(fr)Ribeiro,J.E.LS.etai verde-claras a levemente cinéreas na face &14N6a7s(cIiNmPenAtSoP,F)J.;Ri.d„9717(.I1N.P1A9)95.(fl)Costa,M.A.S. asbiacxcioalá,spierriadse;scbeantiensh,aeaspmiprlaelxaidcaas,ulpee,nd0e,n5t-e1s,cimn Materialcomplementar:AMAZONAS:Maraã,rio Japurá, 1°5l’S65°36’W,4.XII.1982(fl)Plowman,T larg., pecíolo (6—>9—35(—45) cm. compr., etai 12217(INPAMG). canaliculado; lâmina (15—)25—55(—70) cm Cyclanthus bipartitus é único na compr., bífidas até 3/4docompr. ou quase até subfamília Cyclanthoideae e foi a primeira a base, unicostadas, segmentos 2-7 cm larg., espéciedescritadafamília.Apresentaestruturas linearesaestreito-lanceolados,ápiceacuminado a agudo, base atenuada; nervuras secundárias vegetativasereprodutivasmuitodiferentesdas apresentadas pelas Carludovicoideae. 4—8(—10) porsegmento,proeminentesnaface Cyclanthus foi assim denominado pelas flores adaxial, impressas na abaxial; profilos 1-3, estaminadas e pistiladas dispostas em anéis. O presentesnosramosférteiseestéreis,palhetes, desintegrando-se em fibras. Inflorescência epítetorefere-seàsfolhasbífidascaracterísticas. Cyclanthus bipartitus apresenta folhas terminal, 1 porramo,pedúnculo3-8cmcompr.; bastante plásticas (Harling 1958). A idade da espatas 3, 4-6 cm compr., ca. 2 cm larg., congestas na base do espádice, Iargamente plantaedasfolhaséresponsávelpelasvariações observadas e, apenas em plantas adultas, as cimbiformes,ápiceacuminadoacurto-caudado; folhas adquirem sua conformação bífida com espádice cilíndrico, raro esférico, 1,5-3 cm lobosfalciformes(Harling 1958).Amaioriados ccao.mp4r.,mcma. c1o—m2pcr.m;dirâemc.epFtláocreusloesatfaumniinlaaddaso,; espécimes observados naReserva Ducke, bem como muitos exemplares de herbários, periantosimétrico,divididoemdoisverticilos, apresenta folhas adultas inteiras, com uma lobos 10—20, esbranquiçados, lineares, ápice arredondado, recurvados sobre os estames na nervura principal percorrendo cada metade do limbo,eumalinhafrágilentreestas,denunciando antese;lobosexternosdoperiantoprovidosde a presença dos dois lobos que podem ser glândulas; estames 10-30, livres; bulbo basal inconspícuo, anteras maiores nos estames do separadoscom facilidade. Oscaracteresflorais centrodoreceptáculo,diminuindoprogressiva- apresentaram-se constantes apesardavariação mente naqueles mais periféricos, basifixas; nasdimensões.Distribui-seportodaaAmazônia e América Central. É a única espécie terrestre tienccoanssphíecmuioe.líFlpotriecsasp;istciolnadeacstliivvroesf,iclai.f4ormmem, deCyclanthaceaedaReservaDucke,ondeestá diâm.;tépalasinteiras,livres,ca.5mmcompr., sempre às margens dos igarapés, em solo ca.3mmlarg.,largo-lanceoladasatriangulares, encharcado onde, por vezes, a base da planta recurvadas na antese; estaminódios palhetes permanecesubmersa.Podeocorrertambémem a alaranjados, raro avermelhados, ca. 10 cm bordas de mata e áreas alteradas. compr.;estigmascastanhosarosados, sésseis. Rotlrigufsia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ cm .. 12 13 14 15 16 17 lí FloradaReservaDucke: Cyclanthaceae 167 Figura3-a-d.Evodianthusfunifer-a. hábito;b. florcstaminada,cortecmvistalateral;c. Morpistilada,vistafrontal;d. infrutesccncia.e-h. Thoracocarpusbissectus-c. hábito;f. florcstaminada. vistalateral;g. florpistilada. vistafrontal;h. infrutcscência.(a-d.Ribeiro 1149.c-f.Silvas.n. (1AN31). g-h.Silva IJ99). Rodriguésia 57 (2): 159-170. 2006 ISciELO/JBRJ cm 1 12 13 14 15 16 17 Gomes, F P. & Mello-Silva,R. lateralmentecomprimidos,uncinados,ca.2mm si na proporção entre a parte inteira e a parte compr. Infrutescência verde-clara passando a bífida da lâmina foliar e nas medidas dos amarelada, raro alaranjada quando madura; segmentos. As populações da Reserva Ducke pedúnculo,(6—)8—15(—20)cmcompr.;espádice abrangem toda a variação utilizada na 2,5-4,5(-5,5) cm compr., 1-2,5 cm diâm.; delimitaçãodas subespéciese,assim, elasnão tépalas conatas, rotundadas, ápice levemente foram aqui reconhecidas. Evodianthusfunifer recurvado. Sementes alaramnjmadas, estreito- ocorre na América Central, Amazônia e sul elípticas, translúcidas, ca. 1 compr.; testa da Bahia. impresso-reticulada e foveolada. Baixio,22.VIII.1994(11)Sothers, C.A. 123(INPA); 4 Ludovia B1a4rSr1o(BIrNaPnAc)o;,B2a.iXxIi.o,191984.X(Ufr.)1R9i9b7ei(rfor,)SJo.uEz.a,LMS..Ae.taDi. Lu.dovia Brongn., Ann. Sei. Nat., Bot., sér. 4, & Assunção, P.A.C.L 505 (INPA SPF); Igarapé 15:361. 1861. BarroBranco,5.1V.1998(st)Gomes,F.P.34(INPA); Epífitas ou lianas, raro terrestres; caule id„ Baixio, 15.1.1998 (st) Gomes, F. P 35 (INPA); longo nas lianas, ou muito curto nas epífitas. IgarapédoTinga, 14.VIII.1993(fl)Ribeiro,J.£LS. Folhasdísticas;pecíolomaiscurtoquealâmina, etal. 1149(INPA);trilhaparaárea3,saindodocampo alado, lâmina foliarinteira, plicada apenas na defutebol, 16.1.1998(fr)Gomes,F.P.etal.6(INPA); prefoliação, sub-coriácea, lanceolada, ápice s.l., 19.1.1996(fr)Costa,M.A.S.etal. 724(INPA). crenado; nervura principal única, muito Evodianthus funifer foi descrita por conspícua, atingindo o ápice. Inflorescência Poiteau (1822) em Ludovia. Logo após, foi axilar; pedúnculo muito curto; espatas 3, raro transferidaparaSalmia porSprengel (1826) e 4, lanceoladas a ovadas, dísticas, nunca para Carludovica por Kunth (1841). congestas, dispostas na metade distai do Posteriormente, Evodianthus foi criado para pedúnculo; espádice cilíndrico a fusiforme. abrigá-la (Lindman 1900). Evodianthus Flores estaminadas simétricas, curto- angustifolius Oerst., E. freyreisii Lindm., pediceladas a sésseis; receptáculo afunilado; Carludovica oerstedii Hemsley, C. chelidonura lobos do perianto 20-30, esbranquiçados, Drude, C. coronata Gleason, C. trailiana portandoglândulas;estamesmuitonumerosos; Drude e C. heterophylla Mart. ex Drude, de pólenmonossulcado.Florespistiladasconatas; várias localidades das Américas do Sul e tépalas reduzidas a quatro linhas delimitando Central,foramtodassinonimizadasemE.funifer cada flor; estigmas sésseis, uncinados; pPooirt.Hafroilicnogns(i1d9e58r)a.uJmá Lsuidnoôvniiamosudbuavciaduolsios plleavceemnetnatçeãoobsluobnagpaisc,alp.eqSueemneanst,ecsasetsafnéhraisc.as a (Harling 1958). Esta espécie, cujo tipo Ludoviatemduasespécies,reconhecíveis desapareceu, foi descrita como terrestre, de pelo hábito. Ludovia integrifolia (Woodson) caule muitocurtoecom flores similares às de Harling é liana de folhas curtas que ocorre no E.funifer. Dada a variabilidade de E.funifer, Panamá, Colômbia e Equador (Croat 1978) e épossívelqueasduassejammesmosinônimos. L. lancifolia, única epífita verdadeira da Evodianthus funifer pode ser reconhecida família,tem folhaslongasecaulemuitocurto. pelo perianto das flores masculinas simétrico eeredaciusfrpvooarsdmtoaoseseomdbridemoeoisnssevõseetrastmiecdisal.sosO,fopclohoratmse,doeasmplbloaobnrotasa 4B.o1t.L,usdero.v4i,a1l5a:nc3i6f3o.li1a86B1r.ongn.,Ann.FiSge.i.2Naat-.d, Herbácea, epífita, raro terrestre, até 150 característicos,sãobastantevariáveis. Harling cm compr.; raízes aéreas ausentes; raízes (1958) descreveu três subespécies, além da grampitormesmuitoabundantesformandoum típica, baseado nestes caracteres: E. funifer aglomerado na base da planta; caule ca. 40 ssp. fendleranus, E. funifer ssp. peruvianus cmcompr.,3-7cmdiâm. Folhas5-12,verde- e E. funifer ssp. trailianus. Difereriam entre escuras,brilhantes,eretas,bainhaconduplicada, Rodriguésia 57 (2): 159-170. 2006 SciELO/JBRJ cm L2 13 14 15 16 17 ..