Fitossociologia docomponente arbustivo-arbóreo deflorestas SEMIDECÍDUASCOSTEIRAS DA REGIÃODE EmERENÇAS,ArEADE PROTEÇÃO Ambientaldo PauBrasil,AriviaçãodosBúzios,RiodeJaneiro,Brasil Bruno Coutinho Kurtz' 2 Cyl Famey Catarino de Sá1 & Daniele Oliveira da Silva1 , Resumo (Fitossociologiadocomponentearbustivo-arbóreodeflorestassemidecíduascosteirasdaregiãodeEmerenças, Área de Proteção Ambiental do Pau Brasil, Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Brasil) O município de Armaçãodos Búzios. RJ. faz parte da região de Cabo Frio,consideradaum dos 14Centrosde Diversidade Vegetal do Brasil. Para a caracterização da composição flonstica e estrutura do componente arbustivo- arbóreo(DAP>5cm)deflorestassobremaciçoslitorâneosdestemunicípio,foramimplantadoscincoblocos decincoparcelasde 10x 20m,distribuídosemdiferentesencostas(totalde0,5ha).Foramamostrados 1 193 indivíduos. 98espéciese 36 famílias. Myrtaceaee Fabaceae (20e 11 espécies)destacaram-seem riquezae Euphorbiaceae.em númerodeindivíduos(39% dototal). Asespéciesmaisimportantesforam Pachystroma longifoliiim (VI = 31.9), Sebastiania nervosa (30,6), Chrysophyllutn lucentifolium (11,3), Machaerium pedicellatum(10.5),Guapiraopposita(9.9),Philyrabrasiliensis(9,9),Capparisflexuosa(9,1),Lonchocarpus virgilioides(8,2), SyagntsromanzoffianaÇl,6)eAcosmiumlentiscifoUum(7.5).OíndicedeShannon(H )foi de3,60nat.ind. 1eaequabilidade(J’)foide0,79.Adistribuiçãoespacialdasespéciespareceestarcondicionada às características ecológicas de cada encosta, como resultado de sua orientação. As florestas estudadas apresentaram,emgeral,similaridade(Jaccard)muitobaixacomoutrasflorestasfluminenses. Palavras-chave:fitossociologia;similaridadedeJaccard;FlorestaAtlântica;regiãodeCaboFrio;RiodeJaneiro. Abstract (Phytosociologyoftheshrub-treelayerofsemideciduousCoastal forestsintheEmerençasregion.PauBrasil EnvironmentalProtectionArea,ArmaçãodosBúzios.RiodeJaneiro,Brazil) ThemunicipalityofArmaçãodos Búzios,RiodeJaneiroState,isincludedintheCaboFrioregion.oneofthe 14CentresofPlantDiversityinBrazil. Aimingtocharacterizefloristicsandstructureoftheshrub-treelayer(DBH>5cm)offorestsonCoastalhillsin thismunicipality,fivesetsoffive 10x20mplotswereestablishedonditferentslopes(totalof0.5ha).Thesurvey included 1 193individuais,98speciesand36families.MyrtaceaeandFabaceae(20and 11 species)werethe richest families. and Euphorbiaceae was the most abundant. comprising 39% ofthe individuais. The most important species were Pachystroma longifolium (IV - 31.9),Sebastianianervosa (30.6), Chrysophylhim lucentifolium (1 1.3). Machaeriumpedicellatum(10.5), Guapira opposita (9.9), Philyra brasiliensis (9.9), Capparisflexuosa (9.1), Lonchocarpus virgilioides (8.2), Syagrus romanzojfiana (7.6) and Acosmium lentiscifoUum(7.5).TheShannonindex(II )was3.60nat.ind. 1andtheevennessindex(J’)was0.79.Species distributionseemstobeinfluencedbytheecologicalcharacteristicsofeachslope.asaresultofitsorientation. Theforestsstudiedshowed, ingeneral,very lowJaccard'ssimilaritywithotherforestsfromRiodeJaneiro. Keywords:phytosociology;Jaccard'ssimilarity;Atlanticforestcomplex;CaboFrioregion;RiodeJaneiroState. Introdução SituadanodomíniodaFlorestaAtlântica, O municípiodeArmaçãodos Búzios faz a região de Cabo Frio cobre uma área com parte do Centro de Diversidade Vegetal da cerca de 1.500 km2 onde se destacam três , Região de Cabo Frio (Araújo 1997), uma das unidades fisiográficas: planícies arenosas 14regiõesbrasileirasassimconsideradaspelo costeiras e terras baixas; colinas baixas das WWF e 1UCN (Davis et al. 1997), que, num penínsulasdeCaboFrio-Armaçãodos Búzios com esforço mundial, estabeleceram Centros de e ilhas costeiras; e colinas interioranas, Diversidade Vegetal em todos os continentes. até cerca de 500 m de altitude. A região está Artigorecebidoem05/2(X)8.Aceitoparapublicaçãoem02/2009. 'Institutode PesquisasJardim BotânicodoRiodcJaneiro. R. PachecoLeão915.22460-030.RiodeJaneiro.RJ. Brasil :Autorparacorrespondência:e-mail:[email protected] SciELO/JBRJ cm 13 14 .. 130 Kunz. B. C„Sá. C. F. C. &Silva. D. O. submetidaaumclimasuigenerisparaolitoral da área estão disponíveis em Araújo et al. sudeste brasileirom,monde a pluviosidade média (1998). Farág (1999), Sá (2006) e Dantas et anual atinge800 próximoàcidadedeCabo al. (2009). Frio(Araújo 1997, 2000). De acordo com Scarano (2002), no A cobertura vegetal variade acordocom complexodaFlorestaAtlânticafluminense,as a situação fisiográfica e distância do mar, florestas secas costeiras da região de Cabo prevalecendo formações de restinga, de Fiio são denominadas 'habitats marginais’, Floresta Atlântica e de um tipo arbustivo- assimcomooscamposdealtitude,as florestas arbóreo que recobre os maciços litorâneos inundadas e as restingas, em função das entreArraial do Cabo e Armação dos Búzios, condições ambientais estressantes para as além de manguezais e brejos (Araújo et al. plantas. 1998). A vegetação arbustivo-arbórea que Atualmente, a área localizada entre a recobre estes maciços está aparentemente praia de Tucuns e a ponta esquerda da praia condicionada à história paleo-evolutiva e ao doPeró,aquidenominadaregiãodeEmerenças, clima atual. Segundo Ab'Saber (1974), trata- apresentaos maioresremanescentesflorestais sede um remanescentedevegetaçãoexistente domunicípiodeArmaçãodosBúzios,situados durante os períodos glaciais do pleistoceno, sobre os maciços litorâneos e sobre a planície mais secos e frios, já tendo sido classificada colúvio-aluvial. Esta região está incluída na comoumadisjunçãofisionómico-ecológicada AreadeProteçãoAmbientaldoPauBrasil(APA estepe nordestina (Ururahy et al. 1987). do Pau Brasil), em sua Zona de Preservação As áreas de vegetação mapeadas e da Vida Silvestre (ZPVS), o que não garante, interpretadas por Ururahy etal. (1983) como entretanto, a sua proteção efetiva, em função ‘Região da Estepe’, nas folhas SF.23/24 Rio da fragilidade deste tipo de unidade de deJaneiro/VitóriadoProjetoRADAMBRASIL, conservação e da exacerbada cobiça por com base nos relatos de Ule (1901 (1967)), quaisquer terras nesta área de elevada nas postulações de Ab’Saber (1977) e em diversidadeflorística. análises radargramétricas, foram estudadas Os objetivos deste estudo foram: 1) porSá(2006)quantoàestruturae florística. A caracterizar a composição florística e a partirdacomparaçãodaslistasdeangiospermas estrutura fitossociológica do componente do Centro de Diversidade de Cabo Frio e das arbustivo-arbóreo de formações florestais caatingas,esteúltimoautorconcluiu nãohaver sobre maciços litorâneos da região de similaridade florística entre estas áreas. Emerenças,APA do Pau Brasil, município de Constatou também a baixa similaridade com ArmaçãodosBúzios;e2)compará-lasaoutras outras florestas fluminenses. florestasfluminenses. Entretanto, suasimilaridade fisionômica com ascaatingas foi frequentemente utilizada Materiale Métodos para descaracterizar estas formações como Área de estudo pertencentes ao bioma Mata Atlântica, A Área de Proteção Ambiental do Pau justificandosuasupressãopara aimplantação Brasil (APA do Pau Brasil), criada pelo de empreendimentos imobiliários (Sá 2006). Decreto Estadual nQ 31.346. de 6 de junho Istofoi,narealidade, umgrandeerroque levou de2002,estásituadanosmunicípiosdeCabo à destruição de trechos significativos de FrioeArmaçãodosBúzios. Sobadministração formações vegetais ainda pouco estudadas e da Instituto Estadual do Ambiente - INEA, de grande valor para a conservação, embora esta unidade tem entre seus objetivos a conservação destes ambientes já fosse ‘preservar espécies raras, endêmicas e proposta por Ururahy et al. (1983). ameaçadas de extinção ou insuficientemente Informações sobre as formações florestais conhecidas da fauna e da flora nativas’. Na Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 -SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. FilossociologiadeflorestasemEmerenças,APAdoPauBrasil, RJ 131 porção norte da APA, localiza-se a serra das De acordo com Farág (1999) e Sá (2006), a Emerençasque,emboradebaixaaltitude(180 formação florestal corresponde à floresta msm), destaca-se na paisagem regional. estacionai semidecídua. A cobertura vegetal apresenta, de um modogeral,portebaixoeaspectoxeromórfico, Amostragem e análise dos dados com a ocorrência de Pilosocereus ulei (K. Aamostragemfoi realizadaentreapraia Schum.) Byles & G.D. Rowley, que imprime deTucunseapontaesquerdadapraiadoPeró, aspectomarcanteàregião, sobretudonasáreas naregiãodeEmerenças.Foiutilizadoométodo costeiras. Nos maciços litorâneos, apenas em de parcelas (Mueller-Dombois & Ellenberg locais mais abrigados e úmidos, objeto do 1974; Martins 1993), tendo sido implantados presente estudo, a vegetação torna-se mais cinco blocos de cinco parcelas contíguas de robusta,com fisionomiatipicamenteflorestal, 10 x 20 m, entre 10-160 m de altitude, embora de porte ainda reduzido. Já nas distribuídosemdiferentesencostas:trêsblocos planícies colúvio-aluviais, a fisionomia é (A-C) na serra das Emerenças e dois (D-E) florestal, com predominância de espécies em pequeno maciço perto da praia de caducifólias,imprimindoaparênciaacinzentada Caravelas (Fig. 1). Os blocos A e D foram à vegetação (Araújo etal. 1998: Farág 1999). implantados em encostas voltadas para o Figura 1 -Fotografiaaérea mostrando a localizaçãodos cinco blocos de parcelas (A-E) implantadosem florestasda regiãodeEmerenças,ÁreadeProteçãoAmbientaldoPauBrasil,ArmaçãodosBúzios,RJ. Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. ) 132 Kurtz, B. C, Sá. C. F. C. &Silva. D. O. quadrante Noroeste; os blocos B e E, em outras florestas fluminenses, foi utilizado o encostas voltadas para o quadrante Sul; e o coeficientedesimilaridadedeJaccard(Valentin bloco C, em encosta voltada paraoquadrante 2000),excluindo-sedaanáliseasespéciesnão Leste. A amostragem totalizou 0.5 ha. As identificadas a este nível e espécies exóticas. parcelas foram alocadas próximoàsgrotasou Para tal, foram incluídos apenas trabalhos em locaisabrigados, ondeavegetaçãoadquire desenvolvidos em florestas ombrófilas e fisionomiaarbóreabaixa,emáreasaparentemente estacionais situadas em altitudes inferiores a em bom estado de conservação. Foram 400 m. De acordo com Mueller-Dombois & incluídostodososindivíduosarbustivo-arbóreos Ellenberg (1974), valores de Jaccard > 0,25 vivoscomdiâmetroàalturadopeitomaiorou (25%) indicam similaridade florísticaentreas igual a 5 cm (DAP > 5 cm). Os trabalhos de unidades comparadas. campo foram realizados em períodos alternados, entre junho de 1998 e dezembro Resultados e Discussão de 2000, totalizando maisde40dias. Foram amostrados 1193 indivíduos, O material botânico foi identificado por pertencentes a 98 espéciese 36 famílias (Tab. comparação com a coleção do herbário do 1). Oitenta e um táxons foram identificados Institutode PesquisasJardimBotânicodoRio ao nível de espécie; 12 ao nível de gênero; e de Janeiro (RB), com o auxílio da literatura cinco ao nível de família. O número disponível e, sempre que possível, por relativamentealto deespécies nãototalmente especialistas. Os nomes das espécies foram identificadas se deu em função do grande baseados nas seguintes bases de dados: volume de material estéril e, principalmente, Tropicos e The International Plant Names do ainda escasso conhecimento florístico das Index.A classificaçãodasplantasseguiuAPG florestas estacionais da região. II (2003), sendo que a inclusão dos gêneros As famílias mais ricas foram Myrtaceae nas famílias baseou-se em Souza & Lorenzi (20 espécies) e Fabaceae (11), seguidas de (2005). Os nomes populares para algumas Euphorbiaceae(6), Rubiaceae(5)eSapotaceae espécies das áreas A-C foram obtidos de um (5).Estascincofamíliassomaramquasemetade informante local que auxiliou os trabalhos de (48%) das espécies amostradas (Fig. 2). O campo. O material testemunho encontra-se gêneroEugeniaL.destacou-secom 17espécies. depositado no herbário RB. Dezessete famílias apresentaram apenas Os parâmetros fitossociológicos uma espécie. As famílias acima citadas estão considerados foram: densidade relativa(DR), entre as mais ricas em espécies arbóreas de frequência relativa (FR), dominância relativa florestas atlânticas semidecíduas de baixa (DoR) e valor de importância (VI) (Martins altitude (< 700 m) do sudeste brasileiro 1993).OíndicedediversidadedeShannon(H* (Oliveira-Filho & Fontes 2000); as quatro eaequabilidade(J’),paraosquaisfoi utilizado primeirastambémsedestacaramnasflorestas logaritmo natural, seguiram Zar (1996). Para estacionais da região de Cabo Frio estudadas a avaliação da similaridade florística entre as por Sá (2006; DAP > 2.5 cm), sendo que encostas estudadas, utilizou-se a distância de Myrtaceae apresentou maiorriquezanasáreas Bray-Curtis. O método de agrupamento mais elevadas. adotado na construção do dendrograma foi o Por outro lado, Lauraceae e da variância mínima (ou método de Ward; Melastomataceae, com elevada riqueza nas Valentin 2000). Os cálculos foram realizados formações florestais atlânticas, não foram pelo conjunto de programas FITOPAC 1.6 .amostradas no presente estudo, fato já (Shepherd 2006). observadonalistagem preliminardasespécies Para a comparação da composição do Centro de Diversidade de Cabo Frio florística das florestas de Emerenças com (Araújoetal. 1998). Estesdadostambémestão Rotlriguésia 60 (I): 129-146. 2009 ISciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. FitossociologiadefloresteisemEmerenças,APAdoPauBrasil, RJ 133 Tabela 1 - Espécies arbustivo-arbóreas amostradas em florestas da região de Emerenças, Área de Proteção Ambiental do Pau Brasil,Armação dos Búzios, RJ, com seus nomes populares locais e indicação de material testemunho no RB. As siglas a seguirreferem-se aos coletores: CF= Cyl Farney C. de Sá; DO = Daniele Oliveira da Silva; BK = Bruno Coutinho Kurtz; AL=Adriana Q. Lobão; e S/R = sem representação. Família/Espécie Nomepopular Materialtestemunho ACHATOCARPACEAE AchatocarpuspraecoxGriseb. CF5263,5264,5265 ANACARDIACEAE Astroniumgraveolens Jacq. CF5268 Spondiascf.venulosa(Engl.) Engl. CF5266,5267 ANNONACEAE Oxandranitida R.E. Fr. imbiú CF5269 Porceliamacrocarpa (Warm.)R.E. Fr. CF5270 APOCYNACEAE AspidospermagomezianumA. DC. DO54 AspidospermaramiflorumMidi. Aig. pequeiá, pequiá CF5271,5272,5273 ARALIACEAE Araliaceaeindet. bolera CF5276 ARECACEAE Syagrusromanzojftana(Cham.)Glassman coqueiro CF5274 ASTERACEAE Gochnatia polymorpha (Less.)Cabrera aroeira do sertão CF5275 BIGNONIACEAE DO Tabebuiaroseoalba (Ridl.) Sandwith 58 BRASSICACEAE Capparis brasiliana DC. CF5276 Capparisflexuosa(L.)L. timbó DO85 CACTACEAE Brasilopuntiabrasiliensis(Willd.)A. Berger jurubeba S/R CANNABACEAE Ceitiscliicliape (Wedd.) Miq. limoeiro CF5354 Ceitis iguanaea(Jacq.) Sarg. CF5355 CLUSIACEAE ClusiafluminensisPlanch. &Triana CF5277 Garcinia brasiliensis Mart. CF5278 ERYTHROXYLACEAE ErythroxylumpulchrwnA.St.-Hil. CF5281 Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. 134 Kurtz. R. C„ Sá, C. F. C. &Silva, D. O. Família/Espécie Nomepopular Materialtestemunho EUPHORBIACEAE Actinostemonklotzschii(Didr.)Pax estralador CF5285,5286 Pachystroma longifolium (Nees) I.M. Johnst. santaluzia CF5283 Philyra brasiliensis Klotzsch espinho agulha CF5284 Sebastiania brasiliensis Spreng. BKs/n° Sebastianianenosa (Miill.Aig.) Miill. Aig. canela de veado DOs/n° Euphorbiaceaeindet. CF5287 FABACEAE Acosmium lentiscifoliuin Schott seruera, saruera CF5298 Caesalpiniapluviosa DC. CF5297 Chamaecristaensiformis(Vell.)H.S. Irwin&Barneby jacarandáformiga CF5296 Dalbergiafrutescens(Vell.)Britton CF5295 Lonchocarpus virgilioidesBenth. pau cachorro CF5294 MachaeriumleucopterumVogei jacarandá rosa CF5293 Machaeriumpedicellatum Vogei jacarandá rosa CF5292 Parapiptadeniapterospenna (Benth.) Brenan cabiú pitanga CF5291 PeltogynediscolorVogei CF5290 Platymisciumfloribimdum Vogei caixad’água CF5289 Zollerniaglabra (Spreng.)Yakovlev jacarandáformiga CF5288 MALPIGHIACEAE Heleropterysschenckiana Nied. CF5299,DO55 MALVACEAE Ceibaerianthos(Cav.) K. Schum. BKs/n° Guazianacriílita Mart. vassoura CF5351 Pseudobomba.xgrandiflomm (Cav.)A. Robyns paina CF5280 Quararibeaturbinata(Sw.) Poir. CF5279 MELIACEAE Tricbiliapseudostipularis (A. Juss.) C. DC. CF5300.5301 Trichilia sp. limoeiro CF5302 MORACEAE Picas hirsuta Schott CF5303 MYRTACEAE Eugenia brasiliensisLam. CF5312 Eugenia copacabanensis Kiaersk. goiabeiravermelha CF5311 EugeniaexcelsaO. Berg goiabeiravermelha CF5310 Eugeniamicrocarpa 0. Berg goiabeirabranca CF5314 Eugenia neosilvestris Sobral CF5313 Eugenia olivaceaO. Berg CF5315 Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. goiabeiravermelha CF5316,DO87 Eugeniapunicifolia(Kunth) DC. goiabeira CF5308 Eugenia repanda O. Berg goiabeira CF5309 Eugeniacf. rostrata O. Berg goiabeira CF5317 Eugenia rotundifolia Casar. goiabeirapreta CF5304 EugeniaschottianaO. Berg goiabeira CF5305 Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. 2 FitossociologiadeflorestasemEmerenças,APAdoPauBrasil, RJ 135 Família/Espécie Nomepopular Materialtestemunho Eugenia stictosepala Kiaersk. CF5306,DO94 Eugenia aff.xanthoxyloides Cambess. gabiroba CF5307 Eugenia sp.1 CF5321,5322 Eugenia sp.2 goiabeiravermelha CF5323 Eugenia sp.3 goiabeira CF5324.DO89 Myrciariaef.floribunda(H. WestexWilld.)0. Berg CF5318 Myrtaceae indet.1 goiabeira CF5319 Myrtaceae indet. goiabeirapreta CF5320 NYCTAGINACEAE AndradeafloribundaAllemão CF5325 Guapiraaff.areolata(Heimerl)Lundell mariamole CF5326 Guapiraopposita(Vell.)Reitz mariamole CF5327,5328 OLACACEAE SclioepfiabrasiliensisA. DC. CF5329 OPILIACEAE Agonandra excelsa Griseb. CF5330 PHYLLANTHACEAE Discocarpusaff.pedicellatusFiaschi & Cordeiro macanaíbapreta CF5282,AL308 DO Phyllanthits sp.1 macanaíbabranca 108 DO BK Phyllantbus sp.2 105, s/n° PHYTOLACCACEAE Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms CF5334 POLYGONACEAE Coccolobaconfusa R.A. Howard CF5331 Ruprecluia lundiiMeisn. caixad’água CF5332 RHAMNACEAE ZiziphusglazioviiWarm. CF5333.DO 15 RUBIACEAE Alseisinvoluta K. Schum. CF5335 Coussareacapitata(Benth.) Benth. & Hook. f. CF5336 Randiaarmata(Sw.)DC. limão CF5337 Rudgeaovalis Midi. Aig. CF5338,DO 12 Sitnirasampaioana(Standl.)Steyerm. goiabeirabranca CF5339 RUTACEAE Almeidea rubraA. St.-Hil. estralador preto CF5340 DO PilocarpusspicatusA.St.-Hil. 53 ZanthoxylumtingoassuibaA. St.-Hil. tinguá suiba CF5341,DO 100, 112 Rutaceae indet. CF5342 SAP1NDACEAE DO Allophylttspuberulus Radlk. 91 Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/ JBRJ cm 13 14 .. 136 Kurtz, B. C, 'ii. C. F. C. &Silva. D. O. Família/Espécie Nomepopular Materialtestemunho Talisiaoliviformis(Kunth) Radlk. CF5343 SAPOTACEAE Chrysophyllumgonocarpum(Mart. & Eichlere.vMiq.)Engl. pequeia CF5344 ChrysophyllumjanuarienseEichler massaranduba CF5346 Chrysophyllum lucentifoliumCronquist jacuã.jacuá.jaquara CF5345 Pouteriapsammophila(Mart.) Radlk. CF5347 Pouteriareticulata(Engl.)Eyma CF5348 SIMAROUBACEAE SimabaJloribtmdaA.St.-Hil. CF5349 SOLANACEAE Dyssochromaviridiflora Miers CF5350 ULMACEAE AmpeloceraglabraKuhlm. café CF5351 Phyllostylonbrasiliense Capan.ex Benth. & Hook. f. CF5352 URTICACEAE Crerabaccifera(L.)Gaudich.exWedd. urtiga CF5353 VIOLACEAE DO Rinorealaevigata(Sol.<?.vGing.)Hekking 29 de acordo com Gentry (1995), que menciona estas duas famílias como escassamente 37 representadasemáreassecasdosneotrópicos, e com o estudo de Sá (2006), que, em quatro áreasde florestaestacionai noreferidoCentro de Diversidade, só encontrou espécies destas famílias em duas: florestas no interior da penínsulade Armaçãodos Búzios(Lauraceae: 2spp.)enailhadeCaboFrio,ondeascondições ambientais são mais mésicas que nas demais r- áreas (Lauraceae: 10 spp.; Melastomataceae: CM Famílias 2 spp.). Em relação ao número de indivíduos, Figura 2-Númerode espéciesarbustivo-arbóreaspor Euphorbiaceae apresentou grande destaque, família de florestas da região de Emerenças, Área de ProteçãoAmbientaldoPauBrasil.ArmaçãodosBúzios, com 39% do total amostrado (Fig. 3). De RJ. Myrt.: Myrtaceae; Fab.: Fabaceae; Euph.: acordocom Richards(1981),adominânciapor Euphorbiaceae; Rub.: Rubiaceae; Sapot.: Sapotaceae; família, que consiste na preponderância Malv.:Malvaceae;Rut.:Rutaceae;Nyct.:Nyctaginaceae; numérica de espécies de uma mesma família, ePhyl.: Phyllanthaceae. parece ser uma característica comum de Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 .. FitossociologiadeflorestasemEmerenças,APAdoPauBrasil, RJ 137 florestas tropicais. Embora não se possa falar 39.0 numanítidadominânciadeEuphorbiaceaenas florestas estudadas, esta família se destacou mesmo em relação à Fabaceae e Myrtaceae, quesomaram, respectivamente, 13,2 e 10,2% dos indivíduos amostrados. Euphorbiaceae também apresentou elevada percentagem de indivíduos (DAP > 2,5 cm) em outras áreas de floresta estacionai da região de Cabo Frio, variando de 12,6 a 23% e sendo a CM Famílias família mais ou uma das mais abundantes (Sá 2006). Figura3-Percentualdeindivíduosarbustivo-arbóreos A Tabela 2 lista as espécies e seus porfamíliadeflorestasdaregiãodeEmerenças,Áreade ProteçãoAmbientaldoPauBrasil,ArmaçãodosBúzios. parâmetros fitossociológicos. Destacaram-se RJ. Euph.: Euphorbiaceae; Fab.: Fabaceae; Myrt.: em importância PachystromalongifoliumÇVI Myrtaceae; Rut.: Rutaceae; Sapot.: Sapotaceae; Phyl.: = 31,9) e Sebasliania nervosa (30,6), a Phyllanthaceae; Nyct.: Nyctaginaceae; Bras.: primeira principalmente pela dominância e a Brassicaceae:eRub.:Rubiaceae. segunda pela densidade. Seguem-se Chrysophyllum lucentifolium (11,3), Macliaeriiiin pedicellatum (10.5), Guapira Cabo Frio. G. opposita também se destacou opposita (9,9), Philyra brasiliensis (9,9), na estrutura de florestas de restinga da região & Capparis flexuosa (9,1), Lonclwcarpus (Fernandes2005;Sá Araújo2009),indicando virgilioides (8,2), Syagrus romanzoffiana sua importância e relativa constância na (7,6) e Acosmium lentiscifoliiim (7.5). que, estrutura das florestas do Centro de comasprimeiras,somaram45,5%doVI.Vinte Diversidade de Cabo Frio. De acordo com & e quatro espécies (24,5% do total) foram Oliveira-Filho Fontes(2000), G. oppositaé amostradascomapenasumindivíduo. espécie generalista (‘supertramp species’) na É interessante observar que, das 10 FlorestaAtlântica. espécies de maior importância no presente Por outro lado, não foi observado no estudo, apenas S. nervosa e L. virgilioides presente estudo nenhum indivíduo de apresentaramdestaque naestruturadefloresta CaesalpiniaechinataLam. (pau-brasil),cujas sobre baixada, situada a menos de 3 km, na populações estiveram bem representadas na própria APA do Pau Brasil (Farág 1999); as floresta de baixada de Emerenças (Farág demais apresentaram pequena importância 1999) e escassamente na serra de Sapiatiba e ou mesmo não foram amostradas (C. emCaboFrio(Sá2006); muitoemboranestas lucentifolium, M. pedicellatum G opposita duas últimas áreas existam sítios com . e S. romanzoffiana). Comparando estas concentração de indivíduos de pau-brasil. De espéciescomas 10maisimportantesnasáreas acordocomCapossoli&Pereira(comunicação estudadas por Sá (2006),A. lentiscifolium, L. pessoal), estes indivíduos mostraram padrão virgilioides, G. opposita e P. longifolium de distribuiçãoespacial agregado, o que pode destacaram-se no interior da península de justificar a raridade, ou mesmo ausência, da Armação dos Búzios; G opposita,S. nervosa espécie nas áreas estudadas. Todos estes e A. lentiscifolium, em Cabo Frio; e apenas resultados ilustram como florestas muito G. opposita, na serra de Sapiatiba. Não próximasesubmetidasaummesmoclimageral houve espécies em comum entre as 10 mais podem apresentar composições e estruturas importantes do presente estudo e da ilha de diversas. Rodriguésia 60 (I): 129-146. 2009 SciELO/ JBRJ 13 14 138 Ktiriz. B. C, Sá. C. F. C. &Silva. D. O. Tabela 2 - Espécies arbustivo-arbóreas amostradas em florestas da região de Emerenças, Área de ProteçãoAmbiental do Pau Brasil, Armaçãodos Búzios, RJ. em ordem decrescente de valorde importância,eseusrespectivosparâmetrosfitossociológicos.N: númerodeindivíduos;DR;densidade relativa(%); DoR: dominânciarelativa(%); FR: freqüênciarelativa(%);eVI: valorde importância. Espécie N DR DoR FR VI Pachystroma longifolium 139 11,65 17.16 3.08 31,89 Sebastiania nervosa 231 19.36 7.97 3.30 30.64 Chrysophxllum lueentifolium -40 3.35 4,19 3.74 1128 Machaerium pedicellatum 39 327 330 3.74 1051 Giiapira opposita 31 2,60 4,42 2.86 9.88 Philxra brasiliensis 50 4.19 1.91 3,74 9.85 Capparisflexuosa 30 2.51 2.63 3.% 9,11 Lonchocarpus virgilioides 24 2.01 3.07 3.08 8,17 Sxagrits romanzoffiana 26 2.18 325 220 7.63 Acosinium lentiscifolium 30 2,51 2,77 2.20 7.49 Oxandra nitida 14 1.17 3.24 1.98 6.40 Machaerium leucopterum 16 1.34 2.25 1.98 558 Alseis involuta 13 1,09 2,07 220 5.37 Almeidea rubra 29 2,43 1,13 1.76 5,32 Eugenia sp.3 17 1,42 1.17 2.64 5.24 Caesalpinia pluviosa 7 0,59 3.17 1.10 4.85 Phxllantluis sp.1 21 1,76 036 2,42 4,74 Actinostemon klotzschii 21 1,76 0.43 2,42 4.62 Discocarpus aff. pedicellalus 16 1,34 1.93 0.88 4.15 Pseudobombax grandiflorum 15 1,26 0.77 1,98 4,01 Eugenia sp.2 21 1.76 1,50 0.66 3.92 Eugenia rotundifolia 19 1,59 0.49 1,76 3.84 Brasilopuntia brasiliensis 11 0,92 0.84 1.98 3,75 Ampelocera glabra 8 0.67 1.72 1,32 3.71 Astronium graveolens 16 1.34 0.77 134 3.65 Ruprechtia lundii 12 1,01 0.50 1.98 3.49 Pilocarpus spicatus 19 139 0,41 1.32 332 Tabebuia mseoalba 8 0,67 1,54 1.10 3,31 Sebastiania brasiliensis 15 1.26 0.47 1,54 327 Eugenia excelsa 12 1,01 033 1.54 3,08 Peltogxne discolor 14 1,17 1.02 0.88 3.08 Rinorea laevigata 17 1.42 0,48 1,10 3.01 Simira sampaioana 6 0.50 1.30 0.88 2.68 Euphorbiaceaeindet. 9 0,75 1,06 0.66 2.47 Eugenia cf. rostrata 13 1,09 0,44 0.88 2,41 Araliaceaeindet. 3 0,25 1,50 0.66 2.41 AspidospennaramiJJorutn 11 0.92 0,30 1.10 232 Parapiptadenia pterosperma 6 030 0,70 1,10 2.30 Gochnatia polymorpha 4 0.34 1.30 0,66 229 Eugenia sp.1 6 030 036 1.10 2.17 Chamaecristaensifonnis 9 0.75 0,92 0.44 2,11 Platymisciumfloribundum 6 030 0.32 1.10 1.92 Pliyllantlius sp.2 7 0.59 0,45 0.88 1.92 Porcelia macrocarpa 6 0,50 0,42 0.88 1.81 Guazuma crinita 4 0.34 0,47 0,88 1.69 Zollernia glabra 5 0.42 0.29 0,88 159 Eugenia repanda 5 0.42 025 0.88 155 Rodriguésia 60 (1): 129-146. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 ..