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Filosofia Mínima: Ler, escrever, ensinar, aprender PDF

312 Pages·2011·1.33 MB·Portuguese
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Luís Augusto Fischer Filosofia mínima Ler, escrever, ensinar, aprender PORTO ALEGRE – 2011 © Luís Augusto Fischer, 2011. Capa Camila Kieling / Editoras Associadas Revisão Rodrigo Breunig Tito Montenegro Todos os direitos desta edição reservados a ARQUIPÉLAGO EDITORIAL LTDA. Avenida Getúlio Vargas, 901/1604 CEP 90150-003 Porto Alegre — RS Telefone 51 3012-6975 www.arquipelagoeditorial.com.br Table of Contents Nota do Autor Apresentação I. LER O que acontece na hora da leitura A arte de esquentar a arte Palavra humana Número apagado Aprender a ler literatura O filtro da leitura Ler, fazer sentido Por onde começar a ler Para criar leitores O inalienável direito de cair fora Tomar providências Verdades gerais sobre ler Teses sobre crítica e jornalismo cultural A arte contra a vida ou As intenções do autor A leitora ideal II. ESCREVER Nicanor e o corte epistemológico A pequena história humana Escrever sobre a cidade Escrever para quê? Esquecer para poder lembrar O telegrafista A sabedoria caipira e o melhor texto Tradução, fotografia e Kafka A mesma água, mas só um nada O revisor do Hamlet A morte do curdo Proporções, distinções A verdade inútil Verdades gerais sobre escrever Voluntária suspensão da descrença Escrever e ser lido Distanciamento, desalienação Escrever e fazer sucesso A travessia do deserto III. ENSINAR O destino de Teoremo Onde é que tá escrito isso? Ensinar com o corpo e com a alma Assobiar a tese O texano sem paciência Crianças gritam A alma lenta do índio Repetir a informação Pergunta, mas não agora Hamlet e Hitler Vanguarda, autoritarismo, humor Não confunda análise com interpretação O leitor comum Ensinar a imaginar Em sala de aula O que é dar aula de literatura? A mais profunda filosofia do ensino de literatura IV. APRENDER O fiscal do labirinto Copos quebram Sabedoria no cemitério Égua de pechar trem Proprietário de um cérebro Manuel, Niterói e o provincianismo Atento e forte Fatos sobrálicos A terra e o infinito A conquista da erudição Ser professor — Nove teses Sobre oficinas literárias Meu aprendizado me vendo A escola, lugar para reinvenção Ciúme do professor Os vivos estão vivos V. O AUTOR SE APRESENTA (Uma seção de heteroajuda) “E no entanto, meus caros colegas, a nossa principal missão é viver a aventura do pensamento junto com os alunos; procurar enriquecer de tal maneira a nossa sensibilidade e a nossa visão das coisas, que nos seja possível transmitir, ao lado e acima da noção e da ideia, o sentimento imponderável de calor e de harmonia que permite estender com maturidade os olhos sobre o mundo e o semelhante.” Antonio Candido, em discurso como paraninfo para bacharéis e licenciados na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, 1947. Nota do Autor Relatar episódios e comentar situações que me servem como orientação na vida, como uma súmula da minha filosofia prática, eis o que se reúne nessa coleção de pequenas histórias comentadas. Interessará ao leitor? Talvez sim; espero que sim. A ideia é ir contando e analisando esses pequenos grãos de inteligência e sabedoria que me caíram por assim dizer no colo e que me ajudam a entender o mundo, e o meu lugar nele. Tenho convicção íntima de que ser professor, de qualquer matéria mas especialmente de literatura, equivale a tornar-se professor: o magistério é e sempre será uma profissão do tempo do artesanato, em que cada indivíduo, como se fosse um item produzido pelo artesão, torna-se o que se torna singularmente, individualmente, irreproduzivelmente, levando em conta suas leituras e sua história pessoal, suas preferências e sua capacidade de armazenar e organizar dados, seu prazer e sua intimidade com o mundo real e o dos livros, que também é real; sua vontade de entender o próximo e o presente, assim como o passado e a si mesmo, sem falar no futuro, matéria de especulação infinita e sempre ativa. E eu sou professor mesmo. Não sei se bom, mas inevitável: sou daqueles que entendem as coisas ao explicá-las. Sabe como é? Eu sei. Este livro, contendo textos publicados entre 2006 e o início de 2011 em jornais e revistas (ABC Domingo, revista Estilo Zaffari e Zero Hora, além de um saído na Folha de S. Paulo e alguma outra publicação) e outros inéditos, é um depoimento sobre o meu processo de formação pessoal como professor, do começo até aqui, mais de 30 anos depois de ter dado as primeiras aulas (e ainda agora sentindo um frio na barriga sempre que entro em turma nova). O futuro é como diz aquela passagem do Castro Alves, que desde que li nunca mais me saiu da cabeça: “Das naus errantes / quem sabe o rumo, se é tão grande o espaço?”. Dos tantos que ajudaram este livro a existir, quero mencionar alguns: primeiro meu pai, Bruno, exemplo de professor e de pessoa; meu falecido irmão, Sérgio “Prego”, exemplo também nos dois quesitos, cuja ausência ainda dói muito; a Julia, minha parceira, mãe dos meus filhos, ilhas de amor, incansável, positiva, sempre a meu favor. Marco Aurélio da Rosa, com quem fiz psicanálise, teve papel decisivo no meu amadurecimento. Homero Araújo, colega e amigo, Marcelo Frizon, Guto Leite, Karina Lucena, Daniel Weller e Gabriela Luft, ex- alunos e agora professores, também amigos, representam aqui todos os demais. A todos eles dedico este livro. LAF Apresentação Luís Augusto Fischer pertence a uma geração intelectual ulterior à minha. Percorrendo as páginas de Filosofia mínima vejo que foram totalmente outras as veredas de sua formação, as amizades que cultivou, algumas causas ideológicas que porventura tenha abraçado de peito aberto, a inflexão quase coloquial do seu estilo, a própria visão do mundo. Em franco depoimento nas últimas páginas deste livro ele narra nosso primeiro “confronto”, cada qual ocupando as extremidades duma longa mesa retangular onde se davam os seminários de literatura num curso de pós-graduação. Creio que a marca registrada nesse encontro inicial permaneceu para sempre, diferenciando-nos um ao outro. Como a vida não se dá em linhas retas mas se decide no paradoxo, foi justamente isto que nos aproximou então e nos aproxima ainda hoje. Faço a citação literal de um dos seus ensaios, aludindo à literatura — “sempre há interpretação, nunca há leitura neutra”. Sim, esta é (felizmente) a lei inexorável do reino das ideias e não fosse assim nem precisaria existir a própria literatura. Os críticos e os professores, estes não teriam nenhuma (pre)ocupação. Celebrando a diferença, Fischer e eu terminamos por compartilhar alguns momentos fortes na academia e fora desta: Erico Verissimo, Machado de Assis, Jorge Luis Borges, Fernando Pessoa, Joseph Conrad. Creio que nas minhas aulas levei-o aos dois primeiros; ele, tempos depois, revelou-me os poetas parnasianos sob um novo ângulo e, principalmente, foi o responsável por minha reavaliação da grande obra de Nelson Rodrigues. Fernando Pessoa comparece logo ao início de Filosofia mínima numa aguda anotação que convoca a reler a “Autopsicografia”, poema quase banalizado na declamação escolar. Isto me lembrou ter selecionado justamente Pessoa como tema do meu trabalho de conclusão da disciplina Teoria da Literatura nos dias já longínquos em que fui aluno do Curso de Letras. O epicentro da minha análise residia numa das mais belas e enigmáticas imagens do Cancioneiro: “Nem há ramo agitado / que o céu não seja imenso”. Quando concluí a exposição, o

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Ler, escrever, ensinar e aprender são as quatro operações básicas da vida de professor. É a partir delas que Luís Augusto Fischer, com a experiência acumulada em mais de 30 anos de sala de aula, monta uma equação bastante particular. Neste livro, relatos de pequenas histórias exemplares se
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