Nathan Zuckerman – protagonista de diversos romances de Philip Roth – está de volta, possivelmente pela última vez. Velho, há anos vivendo no interior da Nova Inglaterra, Zuckerman vai a Nova York para uma consulta médica, decidido a tentar uma intervenção cirúrgica que poderá resolver tanto sua incontinência urinária como sua impotência. Em Manhattan, o escritor reencontra Amy Bellette, mulher que o atraíra quase cinqüenta anos antes, agora idosa e doente; trava contato com Billy e Jamie, jovem casal interessado em trocar de residência com ele por um ano; e conhece um investigador literário que pretende escrever a biografia de E. I. Lonoff, contista que Zuckerman idolatrava quando jovem e que, em seus últimos anos, viveu com Amy Bellette. Determinado a impedir que o biógrafo de Lonoff leve a cabo seu projeto, o qual implicará a divulgação de um segredo mantido oculto por Lonoff e Amy por todos esses anos, Zuckerman decide permanecer em Nova York; ao mesmo tempo, porém, constata que, por absurdo que pareça, está completamente apaixonado por Jamie, quarenta anos mais moça do que ele, e que precisa desfazer o plano de troca de casas para que ela permaneça na cidade. Dividido entre suas maiores paixões, as mulheres e a literatura, em poucos dias Zuckerman dá por si imerso num mundo de desejos e intrigas que imaginava ter abandonado para sempre.
Em Fantasma sai de cena, Roth volta aos temas da velhice e da proximidade da morte, tratados em O animal agonizante e Homem comum. Aqui, a ênfase recai no conflito entre a decadência física e mental causada pela idade e a intensidade do desejo, cuja força avassaladora e irracional permanece intacta; tal como – reforçando o paralelo entre criador e criatura – o vigor narrativo e a inteligência analítica de Roth, que continuam mais afiados do que nunca.