0 FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENFERMAGEM ALEXANDRA ANDRADE SAMPAIO CÂNCER CERVICAL UTERINO: SABERES E PRÁTICAS PREVENTIVAS NA TERCEIRA IDADE GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016 1 ALEXANDRA ANDRADE SAMPAIO CÂNCER CERVICAL UTERINO: SABERES E PRÁTICAS PREVENTIVAS NA TERCEIRA IDADE Monografia apresentada na Faculdade Maria Milza no Curso de Bacharelado em Enfermagem na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pela Prof.ª. Andréa Jaqueira como requisito para obtenção de nota do semestre 2016.2 Prof. Moisés Teixeira Torres Orientador GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016 2 Dados Internacionais de Catalogação Sampaio, Alexandra Andrade S192c Câncer cervical uterino: sabere s e práticas preventivas na terceira idade / Alexandra Andrade Sampaio. – Governador Mangabeira – Ba, 2016. 50 f. Orientador: Prof. Moisés Teixeira Torres Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Faculdade Maria Milza, 2016. 1. Câncer do Colo do Útero. 2. Preventivo Ginecológico. 3. Câncer – Mulheres Idosas. I. Torres, Moisé s Teixeira. II. Título. CDD 616.99 3 ALEXANDRA ANDRADE SAMPAIO CÂNCER CERVICAL UTERINO: SABERES E PRÁTICAS PREVENTIVAS NA TERCEIRA IDADE BANCA DE APRESENTAÇÃO Aprovada em: _____/_____/_____ ______________________________________ Prof. Moisés Teixeira Torres Orientador ______________________________________ Acilene Novaes Sampaio ______________________________________ Silvia Karla Almeida ______________________________________ Dra. Andréa Jaqueira da Silva Borges Professora de TCC GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016 4 Dedico este trabalho a minha inesquecível avó Maria Emília, “in memoriam”, e ao meu filho Leonardo Will, pelo amor incondicional em todos os momentos de minha longa trajetória. 5 AGRADECIMENTOS Ao meu querido Deus, por ter me consentido a chance de realizar este sonho, pois só ELE sabe as dificuldades que me foram impostas e os momentos que pensei em desistir. Ao meu amado filho Leonardo Will, pelo carinho que sempre me depositou, pelo apoio nos dias em que cursava a noite, e devido à distância, tinha que leva-lo para dormir na casa de tia Célia. Pelos momentos de angústia, quando achava que nunca iria conseguir, e ele me consolava afirmando que conseguiria. Ao meu esposo Juvenal, pelo apoio e por ter custeado todas as despesas, tornando possível a concretização deste sonho. A minha mãe por ter me incentivado a iniciar o curso e finalizar. A todos os meus familiares que estiveram ao meu lado durante esse período, me suprindo de energia e determinação. Em especial a minha querida amiga Célia Barreto, por ter recebido Leozinho em sua residência durante as noites em que eu cursava, tratando-o com carinho, e sempre dizendo, “amiga, fique tranquila, ele ficará bem”. A minha amiga Cordélia, pelas conversas, e principalmente pelas palavras de encorajamento. A professora e sempre amiga, Luciana Lago, serei eternamente grata por ter me socorrido nos últimos momentos da entrega desta pesquisa, prestando esclarecimentos que foram cruciais para a finalização deste trabalho. À professora, Andréa Jaqueira, jamais esquecerei o dia em que me ligou pedindo para não desistir do curso, dizendo que acreditava em meu potencial e se dispondo, “com a sua competência”, a ajudar no que fosse preciso. Obrigada por não ter deixado que um momento sombrio fosse capaz de apagar as luzes que hoje brilham diante do meu sucesso. A todos os colegas da graduação que direta e indiretamente me apoiaram nos momentos de dificuldade, “MUITO OBRIGADA”. 6 Escolhi estar presente na dor porque já estive muito perto do sofrimento. Escolhi servir ao próximo porque sei que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar métodos de trabalho porque os livros são fonte saber. Escolhi ser Enfermeira porque amo e respeito a vida. Florence Nightingale 7 RESUMO A expectativa de vida das mulheres tem aumentado, no entanto essa longevidade faz com que algumas mulheres da terceira idade vivenciem diminuição na capacidade funcional do organismo, presença de comorbidades e o surgimento de neoplasias, dentre elas o câncer cervical uterino. Nessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo geral conhecer os saberes e práticas preventivas de mulheres da terceira idade sobre o câncer cervical uterino. Pesquisa de natureza descritiva com abordagem qualitativa. A obtenção dos dados deu-se através de entrevista semiestruturada e gravador. Participaram do estudo 22 idosas no período de setembro e outubro de 2016. Para análise dos dados foi utilizado à análise de conteúdo de Minayo, constituindo-se três categorias: caracterização das participantes do estudo; conhecimento sobre o câncer cervical uterino; e, medidas preventivas adotadas para prevenção da doença. Sendo assim, os resultados evidenciaram que a maioria das mulheres associa a doença à genética, ao ato sexual, falta de higiene íntima, multiplicidade de parceiros, bem como a não realização periódica do exame preventivo. Em relação às práticas preventivas adotadas, foi revelado que algumas participantes da pesquisa realizam o preventivo ginecológico anualmente e fazem a higiene após as relações sexuais, além de adotarem saberes empíricos, como o uso de plantas medicinais. Diante disso, espera-se que este trabalho possa contribuir para gerar informações necessárias às idosas acerca da prevenção do câncer do colo uterino, alcançando-as nas interfaces de cada realidade, adequando as informações e orientações às rotinas e vivências dessas mulheres. Palavras-chave: Câncer do colo uterino. Preventivo ginecológico. Idosa. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 12 2.1 O CÂNCER NA SOCIEDADE MODERNA ..................................................... 12 2.2 O CÂNCER CERVICAL UTERINO ................................................................ 13 2.3 CÂNCER CERVICAL EM MULHERES DA TERCEIRA IDADE ..................... 15 2.4 CÂNCER CERVICAL E PRÁTICAS PREVENTIVAS .................................... 16 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .............................................................. 19 3.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 19 3.2 LOCAL DO ESTUDO ..................................................................................... 19 3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ..................................................................... 20 3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA ................................. 20 3.5 ASPECTOS ÉTICOS...................................................................................... 21 3.6 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 23 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................... 23 4.2 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER CERVICAL UTERINO ..................... 26 4.3 MEDIDAS PREVENTIVAS ADOTADAS PARA PREVENÇÃO DA DOENÇA 31 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 36 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 37 APÊNDICES ........................................................................................................ 42 APÊNDICE A: ROTEIRO DA ENTREVISTA ....................................................... 42 APÊNDICE B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 43 ANEXOS .............................................................................................................. 46 ANEXO A: DECLARAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE ..................... 46 ANEXO B: PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA .......................... 47 9 1 INTRODUÇÃO A Terceira Idade é uma categoria social que vem mundialmente se expandido nas últimas décadas. Em grande parte dos países, inicia-se o pagamento da aposentadoria aos 60 anos para o sexo feminino a os 65 para o sexo masculino. Desta forma, sob o patamar econômico, a velhice, também denominada Terceira Idade, começa aos 60 anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde – ONU, a Terceira Idade começa aos 60 anos nos países subdesenvolvidos e aos 65 anos nos países desenvolvidos (PONTAROLO; OLIVEIRA, 2008). Segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil é detentor da quinta maior população de idosos do mundo, contendo aproximadamente 28 milhões de indivíduos contendo idade igual ou superior a 60 anos, apresentando atualmente uma taxa proporcional de 13, 7% da população geral. Nesse montante, o grupo que vem crescendo expressivamente são os idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais (BRASIL, 2016). Nesse contexto, Santos et al. (2011) trazem que o elevado aumento da expectativa de vida das mulheres faz com que grande percentual de mulheres da terceira idade, presencie gradativas alterações fisiológicas, presença de comorbidades e o surgimento de doenças crônico-degenerativas, dentre as quais, destaca-se o câncer cervical uterino. De acordo com Duavy et al. (2007), essa neoplasia por sua vez causa um alto grau de letalidade e morbidade, porém quando o diagnóstico é precoce, há uma grande probabilidade de ocorrer à cura. Nos países em desenvolvimento, essa doença ainda é considerada um problema de saúde pública, pois atinge elevados índices de prevalência e mortalidade em mulheres de estratos sociais e econômicos menos favorecidos. Brasil (2013a) defende que o principal fator atenuante do câncer do colo do útero é a infecção persistente de alguns tipos oncogênicos do Papiloma vírus Humano (HPV). Tal infecção é preocupante, visto que a mesma ao invés de causar a doença, pode promover o desenvolvimento de lesões precursoras, que quando não identificadas e tratadas, podem evoluir gerando o câncer. Por esse motivo, é imprescindível realizar o exame preventivo denominado Papanicolau, pois o mesmo detecta essas lesões o que na maioria dos casos favorece o tratamento.