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etnografia das artes marciais e da defesa pessoal no treinamento policial militar PDF

133 Pages·2017·1.56 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL LUCAS ALEXANDRE PIRES COM AS PRÓPRIAS MÃOS: ETNOGRAFIA DAS ARTES MARCIAIS E DA DEFESA PESSOAL NO TREINAMENTO POLICIAL MILITAR SÃO CARLOS 2018 LUCAS ALEXANDRE PIRES COM AS PRÓPRIAS MÃOS: ETNOGRAFIA DAS ARTES MARCIAIS E DA DEFESA PESSOAL NO TREINAMENTO POLICIAL MILITAR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos como requisito para a obtenção do título de Mestre. Orientador: Piero de Camargo Leirner SÃO CARLOS 2018 Dedico esta dissertação aos meus pais, Roseli e Robson, por sua fé. AGRADECIMENTOS Assim nos ensinara Marcel Mauss em seu Ensaio Sobre a Dádiva, sobre a troca: “Trata- se, no fundo, de misturas. Misturam-se as almas nas coisas, misturam-se as coisas nas almas. Misturam-se vidas, e assim as pessoas e as coisas misturadas saem cada qual de sua esfera e se misturam [...]”. Esta dissertação é fruto de tantas trocas e misturas que seria impossível mensurar ou nominar todas as pessoas a quem sou grato e que estiveram ao meu lado durante o seu processo de elaboração. Agradeço em primeiro lugar ao meu orientador Piero, que desde o começo acreditou no projeto, mesmo diante dos momentos em que duvidei ser possível prosseguir. Agradeço a paciência e o exemplo como professor, que desde a graduação me inspirou a seguir com boa fé na antropologia. Agradeço a todos os professores e os funcionários do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFSCar, em especial ao Prof. Luís Henrique de Toledo, a leitura do texto de qualificação e suas valiosas contribuições; ao Fabio Urban, todo o auxílio e disposição em ajudar e à Dona Nanci, seu trabalho, carinho e dedicação. Agradeço a todos os integrantes da R@U – Revista de Antropologia da UFSCar, cujo trabalho tem gerado bons frutos na divulgação de pesquisas antropológicas e incentivado novas contribuições. Agradeço a todos os coordenadores, professores, monitores e alunos do Cursinho Pré- vestibular da UFSCar, o esforço e o compromisso com a Educação e que por muito tempo me foram companheiros durante a elaboração do projeto desta pesquisa. Agradeço aos meus avós, exemplos de carinho e humildade, e demais familiares, o incentivo e o apoio, ainda que durante os momentos de reclusão. Vocês são parte de mim, a parte que me move e me mantem firme, minhas raízes. Agradeço imensamente aos meus amigos de turma, em especial a Amanda, Ana Elisa, Maurílio, Paula, Ruan e Túlio, o companheirismo. Obrigado por dividirem sorrisos e lágrimas, dores e felicidades regadas com um bom vinho. Agradeço aos meus amigos Gil e Newton, que além de partilharem comigo seus caminhos no treino marcial, me foram grandes companheiros desde o projeto até sua conclusão. Agradeço também à Associação São Carlos de Kendo – ASCK, por serem minha segunda família durante execução desta pesquisa. Agradeço à Fabiana e a sua família, todo o carinho, o cuidado e o apoio. Agradeço à Alessandra, à Fernanda, à Grabriela, ao Paulo e à Talita, o tempo em que dividimos o mesmo teto e que por vezes foram minha família durante o decorrer do mestrado. Agradeço aos meus amigos Lucas, Érico, Helder, Jacqueline e Tauany, o companheirismo e a paciência durante meu retorno forçado à Ribeirão, cada um a seu modo não permitiu que me sentisse sozinho quando todo o resto parecia desmoronar. Agradeço aos meus interlocutores policiais militares, o esforço e as contribuições para o desenvolvimento da pesquisa nos quartéis. Agradeço a todas as crianças, famílias e voluntários do Grupo de Apoio às Crianças com Câncer (GACC), que muitas vezes me ajudaram a superar desafios em vida muito mais do que eu pude ajudá-los. Agradeço a Juliana, suas leituras e contribuições. Agradeço, por fim, à FAPESP (processo 2014/21003-0), a concessão da bolsa durante o mestrado e todo o apoio institucional para a realização deste trabalho. RESUMO Esta dissertação se baseia em um estudo etnográfico sobre a conversão das artes marciais em técnicas de combate corpo a corpo e de defesa pessoal, aplicadas ao treinamento físico militar e policial. As artes marciais aparecem no campo junto aos sujeitos policiais militares como tecnologias e artefatos da guerra, cuja imersão em suas práticas forjam corpos e transformam pessoas por meio de processos que incidem diretamente em como eles entendem e experimentam a violência e o uso da força. Dessa forma, relato algumas experiências em treinos marciais, traçando um panorama geral sobre seu impacto nas vidas de seus praticantes, utilizando de meu corpo como ferramenta etnográfica. Posteriormente, discuto a tensa relação entre antropólogo – que busca revelar relações insuspeitas entre seus sujeitos – e as instituições militares – que camuflam informações, dificultam o acesso à realidade da caserna e tentam enquadrar pesquisador e pesquisa nos seus próprios interesses. Realizo, ainda, um exercício etno-histórico sobre a relação entre as artes marciais e o treinamento militar de diferentes exércitos pelo mundo, evidenciando tanto o processo de esportificação do militarismo, quanto de conversão do desporto em tática militar. Por fim, analiso algumas experiências vividas junto aos policiais militares durante as instruções da disciplina de Defesa Pessoal e em um campeonato desportivo interno à corporação, a fim de elucidar a forma como meus interlocutores pensam e utilizam das técnicas marciais e de seu corpo em seu ofício. Como conclusão, entendo as artes marciais e o treinamento militar como reflexos da forma como nossa sociedade experimenta e vive a violência, gestada em sua afluência por meio da ação estatal. Palavras-chave: artes marciais, treinamento militar, polícia, corpo, violência. ABSTRACT This dissertation is based on an ethnographic study on the conversion of martial arts into techniques of hand-to-hand combat and self-defense, applied to military and police training. Martial arts appear in the field with military police subjects such as technologies and war artifacts whose immersion in their practices forge bodies and transform people through processes that directly affect how they understand and experience violence and the use of force. Thus, I report some experiences in martial training, outlining a general picture of its impact on the lives of its practitioners, using my body as an ethnographic tool. Later, I discuss the tense relationship between an anthropologist, who seeks to reveal unsuspected relationships between his subjects and military institutions, which camouflage information, hamper access to the barracks reality, and attempt to frame researcher and research in their own interests. I also perform an ethnohistorical exercise on the relationship between martial arts and military training of different armies around the world, highlighting both the sportification process of militarism and the conversion of sport into military tactics. Finally, I analyze some experiences with military police during instructions of the Personal Defense discipline and in a sporting championship internal to the corporation in order to elucidate the way my interlocutors think and use of martial techniques and their body in their craft. As a conclusion, I understand the martial arts and military training as reflections of the way our society experiences and lives violence, born of its affluence through state action. Keywords: martial arts, military training, police, body, violence. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Ação policial em manifestação ocorrida em 2014 contra a Copa do Mundo ... 16 Figura 2 - O soji ....................................................................................................................... 31 Figura 3 - O rei ......................................................................................................................... 31 Figura 4 - Hierarquia marcial pela perspectiva temporal ................................................... 33 Figura 5 - Rolamentos ............................................................................................................. 36 Figura 6 - Iaido ........................................................................................................................ 38 Figura 7 - Técnica avançada: sufocamento ........................................................................... 38 Figura 8 - Demonstração de resistência à dor ....................................................................... 41 Figura 9 - Escola de Educação Física da PMSP, ao lado do “Panelão” ............................. 59 Figura 10 - Exemplos de áreas de contato para a aplicação de golpes ............................. 100 Figura 11 - Modelo FLECT de Uso Progressivo da Força............................................... 1011 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMAN Academia Militar das Agulhas Negras APMBB Academia de Policia Militar do Barro Branco ASCK Associação São Carlos de Kendo C 20 50 Manual de Combate Corpo a Corpo do Exército CBJJ Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu CIA Central Intelligence Agency CIGS Centro de Instrução de Guerra na Selva CFAP Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Praças COPOM Centro de Operações Policiais Militares CPI Comando de Policiamento do Interior DECEx Departamento de Educação e Cultura do Exército EEF Escola de Educação Física EsEFEx Escola de Educação Física do Exército ESS Escola Superior de Soldados FBI Federal Bureau of Investigation FIT Fibra, Iniciativa e Tenacidade FLEC Federal Law Enforcement Training Center FSAKM Federação Sul Americana de Krav Magá GT Grupo de trabalho IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada M-03-PM Manual de Defesa Pessoal da Polícia Militar de São Paulo MCRP 3-02B Manual do Marine Corps Martial Arts Program MMA Mixed Martial Arts ONU Organização das Nações Unidas PM Polícia Militar PMERJ Polícia Militar do Estado de São Paulo PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo POP Procedimento Operacional Padrão ROCAM Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas ROTA Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar TAF Teste de Aptidão Física

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