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Esponjas Do Arquipelago De Fernando De Noronha, Brasil (Porifera, Demospongiae) PDF

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. ESPONJAS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, BRASIL (PORIFERA, DEMOSPONGIAE) Beatriz Mothes1 Maria Célia K. de A. Bastian2 ABSTRACT SPONGES FROM THE FERNANDO DE NORONHA ARCHIPELAGO, BRAZIL (PORIFERA, DEMOSPONGIAE).Thirteenspecieswereidentifiedoutofsixtytwospecimensofspongescollectedfrom FernandodeNoronhaArchipelago. PlakortissimplexSchulze, 1880,Erylusformosus Sollas, 1886, Cliona carteri(Ridley,1881),ChondrosiacollectrixSchmidt,1870,Ptilocaulisbistyla(Hechtel,1983),Lissodendoryx isodictyalis(Carter,1822),Irciniafelix(Duchassaing&Michelotti,1864)andAplysinafulva(Palias,1776)are recordedforthefirsttimefromFernandodeNoronha.Spirastrellacoccinea(Duchassaing&Michelotti,1864), Tethyaaurantium(Palias, 1776),ChondrillanuculaSchmidt, 1862and Xestospongiagrayi(Hechtel, 1983) areconfirmedforthisárea.PlakinastrellaonkodesUliczka, 1929isrecordedforthefirsttimefrombrazilian waters. KEYWORDS.Demospongiae,Brazil,oceanicisland,distribution. INTRODUÇÃO Os primeiros registros de Demospongiae para o Arquipélago de Fernando de NoronhaforamosdeHYATT(1877) descrevendoSpongeliacana(=Dysidea cana),S. dubia (=D. dubia), Hippospongia equina, também citando Spongia vermiculata Duchassaing & Michelotti, 1864 (=S. barbara Duchassaing & Michelotti, 1864), e S. officinalis Linnaeus, 1758 (=S. obliqua Duchassaing & Michelotti, 1864). RIDLEY & DENDY (1887) citam a ocorrência de Suberites carnosus Johnston, 1842. CARTER (1890)registraChondrillaphyllodesSchmidt, 1870{-Spirastrellacoccinea(Duchassaing & Michelotti, 1864); Donatia lyncurium (Linnaeus, 1767) (=Tethya aurantium (Palias, 1776); Chondrilla nucula Schmidt, 1862; Hymeniacidon sanguínea (Grant, 1826) 1 MuseudeCiênciasNaturais,FundaçãoZoobotânicadoRioGrandedoSul,CaixaPostal1188,CEP90.001-970,PortoAlegre,RS,Brasil.(Bolsista doCNPq). 2.CursodePós-GraduaçãoemBiociências,áreadeZoologia,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul,CaixaPostal 1429,CEP 90.619-900,PortoAlegre,RS,BRASIL. IHERLNGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30set. 1993 MOTHES&BASTIAN 16 (=H.perlevis Montagu, 1818); Chondropsis arenifera Carter, 1886; Craniella cranium (Müller, 1776) e também Suberites massa Nardo, 1847 (=S. camosus). BOURY- ESNAULT(1973)descreveuHoloxeaviolácea,RaphidophlusbasiarenaceaeAplysina & janusi,citandoaindaAgelasdísparDuchassaing Michelotti, 1864;Spongiavirgultosa (Schmidt, 1868) {=Hyattella cavernosa (Pallas, 1766) e Dysideafragilis (Montagu, 1818).HECHTEL(1983)descreveuPrianusgrayi(=Xestospongiagrayi).ESTONetal. & (1986) registraram os géneros Callyspongia Duchassaing Michelotti, 1864; Chelonaplysilla Laubenfels, 1948; Igernella Topsent, 1905; Plakortis Schulze, 1880; IrciniaNardo, 1833 eSpongiaLinnaeus, 1751. Em 1978, 1985 e 1986 foram realizadas várias coletas no Arquipélago por pesquisadores daPontifíciaUniversidade Católicado Rio Grande do Sul (PUCRS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Biologia Marinha da UniversidadedeSãoPaulo (CEBIMAR-USP) comobjetivodeestudaras comunidades bentônicas.Nessaocasião,foramrecolhidas62amostrasdeporíferosqueorasãotratadas, visando ampliaro conhecimento das Demospongiaedo local. MATERIALEMÉTODOS OsespécimesexaminadosforamcoletadosemvárioslocaisdoArquipélagodeFernandodeNoronha, Pernambuco,Brasil(03°50'S-32°25'W)desdea zonademarésaté30metrosdeprofundidade(fig. 1). Asamostrasestudadasencontram-senacoleçãodePoriferadoMuseudeCiênciasNaturais,Fundação ZoobotânicadoRioGrandedoSul. Examinou-sematerialdepositadono"Muséumd'HistoireNaturelle,Genebra(MHNG),daColeçãode O. Schmidtprovenientede"Landes-MuseumJoanneum",Graz(LMJG);"ZoologischMuseum,Universiteit vanAmsterdam,InstituutvoorTaxonomischeZoologie",Amsterdam(ZMA);"TheNaturalHistoryMuseum", Londres(BMNH);"InstitutodeInvestigacionesMarinasdePuntadeBetin",SantaMarta,Colômbia(INVEMAR) eMuseudeCiênciasNaturais,FundaçãoZoobotânicadoRioGrandedoSul(MCN). OmétodousadonaspreparaçõesespicularesestádeacordocomMOTHES-DE-MORAES(1978). RESULTADOS Reunindo-seas13espéciesidentificadascomascitadasnaliteratura,sãoregistradas, até o presente, 28 espécies de Demospongiae para o Arquipélago de Fernando de Noronha.Todas,comexceçãodeX.grayieC.carteri,apresentamampladistribuiçãona regiãonortedaProvínciaCaribeana(Golfo doMéxico eMardo Caribe). AsespéciesP.simplex,E.formosus,C. carteri,P. bistyla,L. isodictyalis,I.felixe A.fulvasãoregistradaspelaprimeiravezparaoArquipélago. C. collectrixeP. onkodes são citadaspelaprimeiravezparao Brasil. P. grayi é até omomento, endémicaparao Arquipélago. T. aurantium, C. nucula e S. coccinea têmregistro confirmado paraesta área. HOMOSCLEROPHORIDA, PLAKINIDAE PlakortissimplexSchulze, 1880 (Figs.2,3,36) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30 set. 1993 7 EsponjasdoarquipélagodeFernandodeNoronha... 1 deNoronha,BaíadosGolfinhos,28.X. 1985,A.E.Migottocol.,(MCN1216);CanaldaIlhaCabeluda,01.IX. 1985,A.E.Migottocol.,(MCN 1281);PontadaSapata,29.X. 1985,A.E.Migottocol.,(MCN 1218). Descrição. Esponjas maciças. Dimensões: maiorexemplar, comprimento 5,3cm; largura3,8cmealtura2,5cm.Superfícieirregular,apresentandopequenoslobos.Ósculos não numerosos, circulares a elípticos, alguns situados em pequenas elevações; maior ósculo,diâmetro0,5cm.Ostiosdistribuídosirregularmenteportodaasuperfície.Material fixadodeconsistênciaduraoufirme,compressível; castanho-avermelhadoexternamen- te, bege internamente. O ectossoma diferencia-se do coanossoma pela presença de esclerasqueformampequenosfeixes.Coanossomacomesclerasdispostasirregularmen- te, próximo à superfície observa-se umcerto alinhamento. Escleras:micróxeasdecontornosirregulares;ligeiramentecurvas;frequentemente infladas naregiãomediana; extremidades afiladas ou compequenaconstrição; compri- mento 111-222 um; largura 2,2-9,8 um. Microtríodos raros; eixos com extremidades afiladasouarredondadas,algumasvezescomconstrição;eixomaior:comprimento 46,5- 71,7 um largura 2,4-6,3 um. Comentários. A identificação foi realizada por comparação (lâmina BMNH 1948:8:6:54a) procedente das Bermudas. As amostras referidas por LAUBENFELS (1950)apresentamformaincrustante,diferindodosespécimesestudados. Asdimensões do conjunto espicular examinado são maiores do que as referidas por LAUBENFELS (1950),BOURY-ESNAULT(1973)ePULITZER-FINALI(1986).Aocorrênciararados microtríodostambémfoireferidaporPULITZER-FINALI(1986)nasamostrasdePorto Rico. NoArquipélago, os exemplares foram coletados nazonade marés. Distribuiçãogeográfica.Bermudas(LAUBENFELS,1950);RepúblicaDominicana, Jamaica e Porto Rico (PULITZER-FINALI, 1986); Brasil: Pernambuco, Fernando de Noronha, primeiroregistro; Alagoas (BOURY-ESNAULT,1973). Plakinastrella onkodesUliczka, 1929 (Figs.4-6,37) Materialexaminado:BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,BaíadosGolfinhos,28.X. 1985,A.E.Migottocol.,(MCN 1209). Descrição: Esponja incrustante. Dimensão: altura l,0cm. Superfície irregular. Óculoselípticosaovais,circundadospordiscretocolarsemi-transparente;maiorósculo, diâmetro0,2cm. Ostiosdistribuídosregularmenteportodaasuperfície. Material fixado deconsistênciabastantefirme;cinza-claroaescuronasuperfícieenabase,acinzentado. Esqueleto denso, irregular, em algumas regiões há tendência a formar uma reticulação subisodictial. Escleras:diactinasdiscretaapronunciadamentecurvas;contornosbastanteirregu- lares; frequentemente infladas naregião mediana; extremidades afiladas; comprimento 33, 3-140,6um; largura0,5-3,3 um. Triactinas com eixos afilados; alguns com discreta curvatura; eixo maior: comprimento 20,0-70,6 um, largura 3, 0-6, 4 um. Caltrops com quatro eixos retos afilados; alguns podem apresentar discreta curvatura; eixo maior: IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30set. 1993 MOTHES&BASTIAN 18 comprimento 19,6-58,4 um, largura 1, 5-6,0um. Comentários.Atravésdoestudocomparativocommaterial(fragmentoINVEMAR 0382)doCaribecolombiano,foiconfirmadaaidentificação.Noarquipélago,oespécime foi coletado nazonademarés. Distribuiçãogeográfica.IlhasVirgens(ULICZKA, 1929);Colômbia(ZEA, 1987); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando deNoronha, primeiroregistro. ASTROPHORIDA, GEODIIDAE Erylusformosus Sollas, 1886 (Figs.7-12,38) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,BaíadoSueste,26.XII. 1978,A.A.LisecoL,(MCN2439). Descrição. Esponja maciça. Dimensões: comprimento 9,0cm, largura 6,5cm e altura 4,5cm. Superfície irregular com discretos processos mamiliformes. Ósculos numerosos, elípticos ou esféricos, encimados em processos digitiformes atrofiados; maior ósculo, diâmetro 0,3cm. Material fixado de consistência endurecida na zona do córtexelevementemacianocoanossoma;externamenterosadocompigmentaçõesbege, internamente, acinzentado. Córtex formado por camadas compactas de aspidásteres, dispostostangencialmenteàsuperfície;camadamaisexternacommicróxeas.Coanossoma compoucasortotrienas,dispostasradialmentecomseuscladomastangenciandoocórtex. Nestaregião, também se observagrandenúmero de óxeas agrupadas emfeixesradiais, aspidásteres, quiásteres e oxiásteres dispostos irregularmente. Escleras: óxeas leve a pronunciadamente curvas; extremidades gradualmente aguçadas ou com pequena constrição; comprimento 368,0-828,0 um; largura 4,4-18,5 um. Aspidásteres alongados, superfície microespinhada; comprimeno 128,2-195,0um; largura40,0-61,0um.Ortotrienascomrabdomascurtosalongos;extremidadeslevemen- tearredondadasa gradualmenteafiladas,comprimento148,0-444,0um;largura6,4-12,2 um; cladomas com extremidades gradualmente afiladas a levemente arredondadas, algumas são bifurcadas; largura 122,1-352,6 um. Micróxeas raras, levemente curvas, discretamente centrotilotes; comprimento 39,2-78 um; largura 1,0-3,4 um. Quiásteres com 10a 14raioscurtos,retos,cónicosmicroespinhadoscomextremidadeslanceoladas, diâmetro12,2-23,5um.Oxiásterescom5a8raiosretos,longos,cónicosmicroespinhados comextremidades lanceoladas; diâmetro 28,4-42,0um. Comentários. O conjunto espicular e a disposição do esqueleto coincidem com material (fragmentodeesponjaZMA4587) deCuraçao, Caribeecommaterial(lâmina MCN 193) do Rio Grande do Sul, Brasil. Constatou-se que a espécie apresenta uma variação morfológica de incrustante (ALCOLADO, 1985) a maciça (SOLLAS, 1888; BOURY-ESNAULT, 1973;VOLKMER-RIBEIRO&MOTHES-DE-MORAES, 1975; WIEDENMEYER, 1977 e SOLÉ-CAVAetai., 1981). Osoxiásteresapresentamextre- midades lanceoladas diferindodos descritospor(VOLKMER-RIBEIRO &MOTHES- DE-MORAES, 1975)comextremidadesaguçadas; osquiásteresapresentamextremida- IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30 set. 1993 EsponjasdoarquipélagodeFernandodeNoronha... 19 deslanceoladasdiferindodetruncadas(SOLLAS, 1888),infladas(BOURY-ESNAULT, 1973) e pontiagudas (VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975). A espécietemumadistribuiçãobatimétricaamplanacostabrasileira; de 1-2mnoArquipé- lago de Fernando de Noronha até 165m na costa do Rio Grande do Sul, Brasil (VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975). Distribuiçãogeográfica.Bahamas(WIEDENMAYER,1977);Cuba(ALCOLADO, 1985); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Paraíba (BOURY-ESNAULT, 1973); Bahia (SOLLAS, 1888); Espírito Santo (SOLÉ- CAVA et ai., 1981); Rio Grande do Sul (VOLKMER-RIBEIRO e MOTHES-DE- MORAES, 1975) HADROMERIDA, TETHYIDAE Tethyaauratium (Palias, 1776) (Figs. 13-16,39) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,PraiadoBoldró,08.VI. 1986,D.O.PireseC.B.Castrocol.,(MCN1734);BaíadoSueste, 11.VI. 1986,D.O.PireseC.B.Castrocol.,(MCN1353),26.XII.1978,A.A.Lisecol.,(MCN750,1404,1413,1419). Descrição.Esponjas esféricasahemisféricas. Dimensão,maiorexemplar: diâme- tro 2,5cm. Superfície inteiramente cobertade brotos pendunculados. Ósculos elípticos; maiorósculo, diâmetro 0,2cm, situado naporção lateral daesponja. Material fixado de consistêncialevementerígidanocórtexemacianocoanossoma;externamenteacinzentado e inteiramentebege, "in situ" alaranjado. Porção superior do córtex com tilásteres e na zona inferior com esferásteres. Coanossoma com estrongilóxeas dispostas radialmente emfeixes,juntamente commicrásteres e esferásteres irregularmente distribuídos. Escleras: estrongilóxeas robustas, retas com aextremidade distai levemente arre- dondadas,comprimento368,0-1500,0um; largura4,07-29,9um.Esferásterescomraios cónicos, alguns dicotônicos oubifurcados; extremidades gradualmente aguçadas, algu- mascomconstrição;diâmetro33,0-69,0um.Micrásterescomcentropequenoouausente, com 6 a 12 raios cónicos com extremidades lanceoladas ou estrongiliformes, microespinhadura ao longo dos raios ou somente nas extremidades; diâmetro 5,7-15,3 um. Comentários. Os caracteres das esponjas conferem com a descrição de SOLLAS (1888) e PULITZER-FINALI (1986). Está espécie apresenta uma grande distribuição batimétrica,de l-805m(SARA, 1987).NoArquipélago,asamostrasforamcoletadasna zonade marés. Distribuição geográfica. Cuba (ALCOLADO, 1985); República Dominicana e PortoRico(PULITZER-FINALI. 1986); Curaçao(SOEST, 1981); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha (CARTER, 1890). IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30set. 1993 20 MOTHES&BASTIAN SPIRASTRELLIDAE & Spirastrella coccinea (Duchassaing Michelotti, 1864) (Figs. 17,18,40) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,PraiadaAtalaia, 26.XII.1987,A.A.Lisecol.,(MCN741,746,753);CanaldaIlhaCabeluda,01.XII. 1985,A.E.Migottocol., (MCN 1432). Descrição. Esponjasincrustantes. Maiorexemplar: altura0,5cm. Superfícieleve- mente ondulada. Ósculos não observados. Material fixado de consistência coriácea, levemente compressível, bege-claro a rosado. Córtex com espirásteres compactadas, medindo460,0umdeespessura.Coanossomacomtilóstilosdispostosdeformairregular formando, algumas vezes, feixes ascendentes eespirásteres dispostos irregularmente. Escleras: tilóstilos retos, com extremidade distai gradualmente afilada; cabeça distinta, esférica ou ovalada, às vezes bilobada; dimensões: comprimento 368,0-687,2 um;largura3,0-9,8um;diâmetrodascabeças5,9-16,7um.Espirásterescontorcidos,com raioscónicos,retosoulevementecurvos,abruptamentepontiagudos;dimensões:diâme- tro 6,9-51,7 um. Comentários. As amostras foram identificadas conforme DUCHASSAING & MICHELOTTI (1864). Observou-se que as dimensões das escleras examinadas são maioresdoqueasjácitadasparaestaespécie.Ocorreemáguasrasas,oqueconfirmamos. NoArquipélago, foicoletadaentre l-2mdeprofundidade. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Bahamas (WIEDENMAYER, 1977;PULITZER-FINALI, 1986);DryTortugas(LAUBENFELS, 1936);Cuba(ALCOLADO,1985);RepúblicaDominicana(PULITZER-FINALI,1986); Jamaica(HECHTEL, 1965);Brasil:Pernambuco,ArquipélagodeFernandodeNoronha (CARTER, 1890). CLIONIDAE Clionacarteri(Ridley, 1881) (Figs. 19-24,41) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,BaíadoSueste,26.XII. 1978,A.A.Lisecol.,(MCN 1408). Descrição.Esponjaincrustante,perfuranteemmaterialcalcário.Dimensão: altura 0,5cm. Superfíciecomdiscretasprojeçõesmamiliformes.Ósculosespalhadosirregular- mentepelasuperfície. Materialfixadodeconsistênciacompressível;begecompigmen- taçãoamareladaCoanossomacomtilóstilosdiscretamenteordenadosemfeixes,osquais se abremno ectossoma,próximo à superfície. Escleras: tilóstilos leve apronunciadamente curvos, alguns sinuosos, rarosretos; extremidadesdistaisgradualmenteaguçadas, algumasarredondadas,outrascomcabeça distinta, ovalada, bi- ou trilobada; comprimento 230,0-484,0 um; largura 1,4-9 um; IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30 set. 1993 EsponjasdoarquipélagodeFernandodeNoronha... 21 diâmetro das cabeças 3,9-10,8 um. Espirásteres delgados com eixos longos, alguns sinuosos, comespinhos aolongodos eixos, formandotufos nas extremidades; espinhos cónicos ou truncados; diâmetro 19,6-34,0 um. Espirásteres curtos com eixos grossos, geralmente comespinhos somente nas extremidades; diâmetro 10,8-42,1 um. Comentários.OespécimeésemelhanteaodescritoporRIDLEY(1881),diferindo apenasnaocorrênciadeduascategoriasdeespirásteresnomaterialestudado. Aamostra foicoletadanoArquipélagoentre 1-2mdeprofundidade,enquantoqueRIDLEY(1881) fazreferênciaa72m. Distribuiçãogeográfica.Brasil:Pernambuco,ArquipélagodeFernandodeNoronha, primeiroregistro; Espírito Santo (RIDLEY, 1881). Tambémregistradaparao Mediter- râneo (CRUZ & BACALLADO, 1983). CHONDROSIIDAE Chondrilla nucula Schmidt, 1862 (Figs.25,42) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,PraiadaCaieira, 19.VI. 1986,C.B.Castrocol.,(MCN, 1322);PraiadaAtalaia,26.XII. 1978,A. A.Lisecol.,(MCN 1414);BaíadoSueste,26.XII. 1978,A.A.Lisecol.,(MCN747, 1409, 1415). Descrição.Esponjasmaciçasaincrustantes.Dimensões: maiorexemplar,compri- mento 14,0cm,largura5,5cmealtura l,5cm.Superfície lobadaouarredondada.Ósculos pouconumerosos,0,2cmdediâmetro.Materialfixadodeconsistênciafirme,cartilaginosa, bege compigmentação marron-escura. Córtex e coanossomacom escleras distribuídas irregularmente. Escleras: esferásteres com raios cónicos abruptamente pontiagudos; alguns com microespinhaduranaextremidade distai; diâmetro 10,8-42,1 pm. Comentário.Aidentificaçãofoiconferidaporcomparação(fragmentoelâminade material tipo LMJG 15678) e (fragmento ZMA 9639). Na costa brasileira esta espécie apresenta uma variação batimétrica de l-2m no Arquipélago e de 32m conforme BOURY-ESNAULT (1973). Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Bahamas (WIEDENMAYER, 1977; PULITZER-FINALI, 1986); Jamaica (HECHTEL, 1965; PULITZER-FINALI,1986);PortoRico(PULITZER-FINALI, 1986);Brasil:Pernambuco, ArquipélagodeFernandodeNoronha(CARTER, 1890);Alagoas(BOURY-ESNAULT, 1973); Espírito Santo (SOLÉ-CAVA et ai., 1981); Rio de Janeiro (PIRES, 1980). É consideradacosmopolitaporBOURY-ESNAULT (1973) e WIEDENMAYER (1977). Chondrosia collectrixSchmidt, 1870 (Fig.43) Materialexaminado.BRASIL. Pernambuco: ArquipélagodeFernandodeNoronha, BaíadoSueste, 26.XII. 1978,A.A.Lisecol.,(MCN 1400, 1406). IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30set. 1993 22 MOTHES&BASTIAN Descrição. Esponjas maciças. Dimensões: comprimento 4,5cm, largura 2,0cm, altura l,0cm. Superfície lisa. Ósculos elípticos a circulares e encimados em projeções mamiliformes, situados na região superior da esponja, diâmetro 0,l-0,4cm. Material fixadodeconsistênciacartilaginosa,compressível;pretonaregiãosuperioreacinzentado naregião inferior. Ectossomameandriformeemuitofino. Coanossomacavernoso. Comentários. O exemplar identifica-se com a descrição de WIEDENMAYER (1977). A distribuição batimétricano Arquipélago é de l-2m. O material estudado por WIEDENMAYER(1977)foiencontradoa42meaamostradeALCOLADO(1985)em raizdemangue. Distribuiçãogeográfica.Bermudas(LAUBENFELS, 1950;PULITZER-FINALI, 1986); Cuba (ALCOLADO, 1985); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiroregistro. HALICHONDRIDA, DESMOXYIDAE Ptilocaulisbistyla (Hechtel, 1983) (Figs.26-28,44) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,PraiadaAtalaia,26.XII. 1978,A.A.Lisecol,(MCN743). Descrição.Esponjaarborescente.Dimensões:comprimento3,0cm,largural,5cm, altura2,5cm.Superfíciecomsulcosmeandriformes.Ósculoscircularessituadossobreos sulcos:diâmetrode0,2-0,5cm.Materialfixadodeconsistênciacompressível,acinzentado. Esqueletocompostodefibrasprimáriasmultiespiculares,largura37,0-129,5um,forman- do colunas ascendentes interligadas porfibras secundárias uni a triespiculares, largura 11,0-28,9um. Escleras:estilosrobustos,discretamenteencurvados;algunscomconstriçãopróxi- maàregiãodistai;extremidadedistaigradualmenteafiladaearredondadaouabruptamen- te pontiaguda; comprimento 246,0-333,0 um, largura 9,8-16,0 um. Estilos delicados, longos e discretamente encurvados; extremidade distai gradualmente afilada; às vezes comconstrição; comprimento 658,7-841,8 um, largura3,9-6,3um. Comentários.AidentificaçãodaesponjafoicombasenadescriçãodeHECHTEL (1983) (=Stylaximella bistyla), diferindo apenasnamorfologiaexterna, que segundo o autor é microtuberculada com projeções digitiformes. A batimetria é de l-2m no Arquipélago,enquantoqueosespécimesdescritosporHECHTEL(1983)foramcoletados a 30m. Distribuiçãogeográfica.Brasil:Pernambuco,ArquipélagodeFernandodeNoronha, primeiroregistro, Recife (HECHTEL, 1983). IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31,30 set. 1993 EsponjasdoarquipélagodeFernandodeNoronha... 23 POECILOSCLERIDA, MYXILLIDAE Lissodendoryxisodictyalis (Carter, 1882) (Figs.29-34,45) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,PraiadaAtalaia,26.XII. 1978,A.A.Lisecol.,(MCN1391);BaíadoSueste,26.XII. 1978,A.A. Lisecol.,(MCN 1420). Descrição. Esponjas incrustantes. Dimensões: o maior exemplar, comprimento 8,0cmealtura2,5cm. Superfíciecomcircunvoluçõespronunciadas; discretaselevações, encimadas porum ósculo; diâmetro do maiorósculo 0,3cm. Nas paredes das elevações observam-se sulcos acentuados semelhantes à "astrorrizas" do esqueleto calcário de algunsmembrosdeesclerospongias.Materialfixadodeconsistênciamacia,compressível; bege-rosado a marrom-acinzentado. Ectossoma com tilotos dispostos paralelamente à superfície. Coanossoma constituído por uma rede esqueletal do tipo subisodictial de tilotos e estilos, com espaços subdermais. Nesta região ocorrem também isoquelas e sigmas distribuídas irregularmente. Escleras: tilotos retos, com cabeças ovaladas, comprimento 148,0-205,7 pm, largura1,5-4,8um;diâmetrodascabeças2,9-6,4pm.Estilosretosadiscretamentecurvos, extremidadedistaiabruptamentepontiagudaagradualmenteafilada;comprimento131,7- 173,9pm,largura2,3-4,7pm. Sigmasemformade"S"ou"C",comprimento 13,5-29,4 pm, espessura0,1-0,4 pm. Isoquelas arqueadas; comprimento 23,0-29,4 pm, espessura 0,8-1,5 pm. Comentários.Identificaçãoconfirmadapelacomparaçãocommaterialprocedente de"DryTortugas"(lâminaBMNH 1936.7.8.62).Observou-se,nomaterialestudado,um gradiente de tamanho de sigmas e isoquelas, diferindo de SOEST (1984) que faz referênciaaduascategoriasdestesdoistiposdeescleras.Aespéciepodeapresentaruma variaçãomorfológicademaciçaHECHTEL(1965),WIEDENMAYER(1977), SOEST (1984)eLAUBENFELS(1950)aincrustantecomonomaterialexaminado.Osespécimes foram coletados noArquipélagoentre l-2m. Distribuiçãogeográfica.Bermudas(VERRIL,1907);Bahamas(WIEDENMAYER, 1977); Jamaica (HECHTEL, 1965); Curaçao (SOEST, 1984); Colômbia (ZEA, 1987); Brasil: Pernambuco, Arquipélago de Fernando de Noronha, primeiro registro; Recife (LAUBENFELS, 1956). Éconsideradacosmopolita (HOSHINO, 1981). HAPLOSCLERIDA, PETROSIIDAE Xestospongiagrayi (Hechtel, 1983) (Figs. 35,46) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhadeFernando deNoronha,PontadaSapata, 11.VI. 1986,C.B.CastroeD.O.Pirescol.,(MCN 1327). Descrição.Esponjamaciça.Dimensões:comprimento5,0cm,largura4,5cm,altura l,0cm. Superfície irregular, com discretos processos mamiliformes. Ósculos pouco IHERINGIA,Sér.Zool.,PortoAlegre(75): 15-31.30set. 1993 24 MOTHES&BASTIAN numerosos,diâmetrodomaiorósculo0,3cm.Materialfixadodeconsistêncialevemente compressívelefriável; roxo-escuro. Esqueletoformadoporfeixesmultiespicularesque formam uma rede isodiamétrica; espongina escassa, concentrada principalmente nos pontos de união dos feixes. Escleras: estrôngilos leve a pronunciadamente curvos, raramente retos, compri- mento 175,4-460,0um, largura5,0-13,2 um. Comentários. O espécime apresenta as mesmas características descritas por HECHTEL (1983). A batimetria da amostra é de 25m. Este é o primeiro registro de profundidadeparaestaespécie. Distribuiçãogeográfica.Brasil:Pernambuco, ArquipélagodeFernandodeNoronha (HECHTEL, 1983). DICTYOCERATIDA, THORECTIDAE & Irciniafelix (Duchassaing Michelotti, 1864) (Fig.47) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhaRata, Buraco doinferno,30.X. 1985,A.E.MIgottocol.,(MCN1220). Descrição. Esponja maciça, globular. Dimensões: comprimento 5,0cm, largura 3,5cm, altura 3,5cm. Superfície conulosa; cônulos com l,5-2,0cm de altura. Ósculos situadosempequenaselevações;maiordiâmetro0,3cm.Materialfixadodeconsistência compressível,difícildeseccionar;marrom-claronasuperfície,rosadonaregiãobasal,e internamente, ao redor dos ósculos marrom-escuro. Ectossoma constituído por uma dermeorgânica.Coanossomacomfibrasprimáriasascendentes,dispostasemfascículos e fibras secundárias transversais. Nas fibras ocorrem grãos de areia e fragmentos de escleras. Coanossoma e ectossoma com grande quantidade de filamentos de colágeno; fibras primárias, diâmetro 74,0-128,0 um; fibras secundárias, diâmetro 5,6-16,7 um; filamentos de colágeno, diâmetro 2,0-4,7um; extremidade arredondada das fibras, diâmetro 9,8 um. Comentários.Oespécimefoicomparadocommaterialprocedentede"St.Thomas" (fragmentoelâminaZMA 1854) e apresentaas características citadasporZEA(1987). A amostrafoicoletadanoArquipélago entre l-2mdeprofundidade. Distribuição geográfica. Bermudas (LAUBENFELS, 1950); Estados Unidos: Florida(STORR, 1964); GolfodoMéxico(LITTLE, 1963);Bahamas(LAUBENFELS, 1949); Cuba (ALCOLADO, 1985); Jamaica (HECHTEL, 1965); Barbados, Curaçao e Venezuela(SOEST, 1984). Brasil: Pernambuco,ArquipélagodeFernandodeNoronha, primeiroregistro. VERONGIDA, APLYSINIDAE Aplysinafulva (Palias, 1776) (Fig.48) Materialexaminado.BRASIL.Pernambuco:ArquipélagodeFernandodeNoronha,IlhaRata,12.XII. 1986,C.B.CastroeD.O.PiresCol.,(MCN 1324). IHERINGIA,Sér.ZooL,PortoAlegre(75): 15-31,30 set. 1993

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