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Espécies "exóticas" na arborização de Porto Alegre – RS e a concepção de floresta urbana PDF

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V. S. Torres Espécies “exóticas” na arborização de Porto Alegre – RS e a concepção de floresta urbana Vladimir Stolzenberg Torres Resumo A vegetação urbana se constitui em espécies consideradas nativas e exóticas, em aspecto lato sensu, porém, havendo necessidade de definição conceitual em contexto de um ecossistema artificial, neste caso, o urbano. O estudo inventariou as espécies ocorrentes em quatro grandes praças de Porto Alegre, identificando espécies arbóreas aí presentes suas interrelações. Foram identificadas 72 espécies, das quais, 35 consideradas, tradicionalmente, como nativas do Rio Grande do Sul e, consequentemente, 37 consideradas como exóticas a este Estado, representando, respectivamente, 708, 343 e 365 indivíduos. Os índices aplicados, corroboram as expectativas a respeito da constituição heterogênea da floresta urbana de Porto Alegre. Palavras-chave: Espécies exóticas; Ecologia urbana; Floresta urbana; Silvicultura urbana. Exotic species in the Porto Alegre city – RS and the conception of urban forests Abstract Urban vegetation is constituted by species considered native and exotic, in a broad sense, but there is a need for conceptual definition in the context of an artificial ecosystem, in this case, the urban one. The study inventoried the species occurring in four large squares of Porto Alegre, identifying tree species present in their interrelations. Seventy-two species were identified, 35 of which were traditionally considered native to Rio Grande do Sul and, consequently, 37 considered exotic to this State, representing 708, 343 and 365 individuals, respectively. The applied indexes corroborate the expectations regarding the heterogeneous constitution of the urban forest of Porto Alegre. Keywords: Exotic species; Urban ecology; Urban forest; Urban forestry. Introdução à sobrevivência de populações humanas. A vegetação é um dos Então, o que acontece quando se introduz componentes mais importantes da biota, na uma espécie em um ecossistema onde não medida em que seu estado de conservação se encontrava de forma natural? São os e de continuidade definem a existência ou ecossistemas flexíveis e capazes de não de hábitats para as espécies, a suportar a troca, ou uma nova chegada manutenção de serviços ambientais ou gerará repercussões de grande impacto que mesmo o fornecimento de bens essenciais ocasionarão um dano permanente? Se UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 39 V. S. Torres perderá algo especial para sempre? Que interações entre os organismos e o importância possui? ambiente físico produzam fluxos de Mas, quando é que uma espécie é energia capazes de atuar na formação de considerada exótica? Moro et al. (2012) estruturas vivas bem definidas (os próprios definem espécie exótica como àquela que organismos) e uma ciclagem de materiais não ocorreria naturalmente em uma dada entre as partes bióticas e abióticas do região geográfica sem o transporte humano sistema (Angeoletto, 2008). (intencional ou acidentalmente) para a Direcionando para o Netto e Silva nova região. Boa parte das espécies (2011), tem-se que as cidades, ou os exóticas que são introduzidas em uma nova ambientes urbanos, são fortemente região não se reproduzem e não têm marcadas por processos de transformação qualquer impacto ecológico (Richardson et vinculados, sobretudo, às características al. 2000), mas algumas se reproduzem e culturais humanas. A estrutura urbana, atingem diferentes graus de naturalização, com todos os elementos que garantem a desde plantas que se tornam apenas fixação da espécie humana, interage exóticas casuais até invasoras agressivas. fortemente com os diversos ambientes em Fica, pois, implícito que para uma espécie seu entorno modificando dinâmicas ser considerada exótica, ela deva estar naturais pré-existentes. Essas interações, sendo instalada em um ecossistema pré- no entanto, ainda não são profundamente existente, no qual exista uma biota já compreendidas, principalmente por aqueles estabelecida sucessionalmente e passível responsáveis em planejar o ambiente de interferência negativa pela nova urbano. inclusão. Neste sentido, a Convenção sobre Aceita-se, então, o conceito Diversidade Biológica (CDB) (Decreto trazido por Netto e Silva (2011) para o Legislativo N° 2, de 3 de fevereiro de ambiente urbano, que se constitui em um 1994) define ecossistema como um ecossistema, no qual o processo de complexo dinâmico de comunidades amadurecimento é sujeito as ações vegetais, animais e de microorganismos e antrópicas e tem o potencial de trazer o seu meio inorgânico que interagem como benefícios tanto para o equilíbrio dos uma unidade funcional. demais ecossistemas quanto para a Em uma visão mais ampla, mas, qualidade de vida da espécie humana, ao mesmo tempo mais detalhada, Odum podendo fornecer a base para reflexões (1988), estabelece que os ecossistemas são acerca do próprio processo de unidades de área em que as diversas planejamento ambiental, e priorizando UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 40 V. S. Torres aspectos capazes de orientar o Pedro Luft, Joaquim Leite, Darci desenvolvimento de cidades sustentáveis. Azambuja e Leda Schneider, sendo que as Assim, o presente estudo, objetivou duas primeiras localizadas no bairro realizar uma análise do grau de Chácaras das Pedras e as duas últimas no interferência (participação) existente das bairro Partenon. espécies arbóreas, consideradas Os índices ecológicos foram tradicionalmente como exóticas, no determinados através do Software PaSt contexto da floresta urbana de Porto (Palaeontological Statistics) v.3.0. Alegre, RS. Resultados e discussão Material e métodos O diagnóstico de espécies e sua Como forma de modelagem do participação na floresta urbana de Porto estudo, foram inventariadas as espécies Alegre, encontra-se exposto nas tabelas 1 a vegetais das seguintes praças: Dr. Celso 6 e no quadro 1. Tabela 1. Totalização (densidade absoluta) dos espécimes encontrados nas praças avaliadas. Pça Exótica (E) Pça Darcy Pça Celso Pça Leda Espécie Joaquim Nativa (N)* Azambuja Pedro Luft Schnneider Leite Allophylus edulis (A. St.- Hill. Cambess. & A. Juss.) N 1 0 0 1 Radlk Araucaria sp E 1 0 0 0 Araucaria angustifolia N 0 1 0 0 (Bertol.) Kuntze Bambusa gracilis Hort. ex N 0 0 1 0 Rivière & C. Rivière Bauhinia forficata Link. E 2 1 0 0 Brachychiton populneus E 6 0 0 0 (Schott & Endl.) R. Br. Butia aff. eriospatha N 0 0 1 0 (Mart. ex Drude) Becc. Buxus sempervirens L. E 1 0 0 0 Caesalpinia ferrea Mart. N 4 1 0 0 Caesalpinia pluviosa DC. N 4 1 0 2 Ceiba speciosa (A. St.- N 4 1 3 0 Hil.) Ravenna Celtis canescens Kunth N 5 0 0 0 Cinnamomum zeylanicum E 2 0 2 0 Blume Citrus sp E 0 0 0 1 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 41 V. S. Torres Cordia americana (l.) N 0 0 0 10 Gottsb & J.S. Mill. Cordia oncocalyx N 0 1 0 0 Allemão Cupressus sp E 1 0 0 0 Delonix regia (Bojer ex E 1 2 0 1 Hook.) Raf. Duranta repens L. E 0 0 1 0 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) N 1 0 0 0 Morong Eriobotrya japonica E 0 0 3 0 (Thunb.) Lindl. Erythrina crista-galli L. N 24 0 0 3 Erythroxylum argentinum N 1 0 0 0 O.E. Schulz Eucalyptus aff. saligna E 3 0 0 4 Sm. Eugenia involucrata DC. N 4 0 0 0 Eugenia uniflora L. N 5 1 1 0 Ficus benjamina L. E 0 1 0 0 Ficus cestrifolia Schott ex E 3 3 0 0 Spreng. Grevillea umbratica A. E 0 0 2 13 Cunn. ex Meisn Handroanthus avellanedae (Lorentz ex E 49 5 4 11 Griseb.) Mattos Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. N 3 0 2 1 DC.) Mattos Handroanthus roseo-albus E 1 0 0 0 (Ridl.) Mattos Hibiscus rosa-sinensis L. E 1 0 0 0 Hovenia dulcis Thunb. E 4 0 1 4 Inga marginata Willd. N 7 0 3 3 Jacaranda mimosifolia D. E 15 0 26 1 Don Jacaranda puberula N 2 0 0 3 Cham. Lagerstroemia indica L. E 6 5 0 1 Ligustrum lucidum W.T. E 4 1 3 0 Aiton Luehea divaricata Mart. N 23 0 0 3 Mangifera indica L. E 2 0 1 0 Melia azedarach L. E 13 0 0 0 Mimosa bimucronata N 1 0 0 0 (DC.) Kuntze Morus nigra L. E 3 1 2 2 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 42 V. S. Torres Parapiptadenia rigida N 0 0 1 0 (Benth.) Brenan Peltophorum dubium N 45 19 7 35 (Spreng.) Taub. Persea americana Mill. E 0 0 3 0 Phoenix aff. roebelenii E 1 0 0 0 O'Brien Phytolacca dioica L. N 0 0 1 0 Pinus aff. elliotti Engul. E 0 0 30 0 Populus nigra L. E 7 0 0 0 Psidium cattleyanum E 2 0 1 0 Sabine Psidium guajava L. N 3 1 0 2 Pterocarya sp E 4 0 8 0 Rapanea sp N 1 0 0 0 Rapanea umbellata N 0 0 1 0 (Mart.) Mez Salix aff. babylonica L. E 2 0 0 1 Sapium glandulatum N 1 1 0 0 (Vell.) Pax Schefflera arboricola E 2 0 0 2 (Hayata) Merr. Schinus molle L. N 1 0 0 0 Schinus terebinthifolia N 2 0 0 0 Raddi Schizolobium parahyba N 0 0 3 1 (Vell.) S.F. Blake Senna aff. macranthera (DC. ex Collad.) H.S. E 2 0 0 0 Irwin & Barneby Syagrus romanzoffiana N 76 0 2 0 (Cham.) Glassman Syzygium cumini (L.) E 0 2 1 0 Skeels Tipuana tipu (Benth.) E 26 8 10 23 Kuntze Washingtonia robusta H. E 9 0 0 0 Wendl. Yucca filamentosa L. E 1 0 0 0 Morfoespécie não N 1 0 0 0 identificada - A Morfoespécie não N 1 0 0 0 identificada - B Morfoespécie não N 0 5 0 0 identificada - C Morfoespécie não N 0 0 0 1 identificada - D Somatório 394 61 124 129 * Exóticas e nativas em relação ao território do Rio Grande do Sul. UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 43 V. S. Torres Tabela 2. Avaliação da Praça Darcy Azambuja. Espécies Espécies Total de Índice avaliado Nativas Exóticas Espécies Total de espécies 24 29 53 Total de espécimes 220 174 394 Dominância D 0,1881 0,1250 0,08302 Simpson 1-D 0,8119 0,8750 0,9170 Shannon H 2,166 2,627 3,056 Riqueza e^H/S 0,3635 0,4772 0,4008 Brillouin 2,012 2,395 2,859 Menhinick 1,618 2,198 2,670 Margalef 4,264 5,427 8,701 Equitabilidade J 0,6815 0,7803 0,7697 Fisher alpha 6,860 9,937 16,490 Berger-Parker 0,3455 0,2816 0,1929 Chao-1 36,00 32,50 66,60 Tabela 3. Avaliação da Praça Joaquim Leite. Espécies Espécies Total de Índice avaliado Nativas Exóticas Espécies Total de espécies 10 10 20 Total de espécimes 32 29 61 Dominância D 0,3848 0,1605 0,1422 Simpson 1-D 0,6152 0,8395 0,8578 Shannon H 1,466 2,029 2,426 Riqueza e^H/S 0,4332 0,7610 0,5656 Brillouin 1,170 1,652 2,053 Menhinick 1,768 1,857 2,561 Margalef 2,597 2,673 4,622 Equitabilidade J 0,6367 0,8814 0,8097 Fisher alpha 4,993 5,401 10,370 Berger-Parker 0,5938 0,2759 0,3115 Chao-1 38,00 12,00 42,00 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 44 V. S. Torres Tabela 4. Avaliação da Praça Celso Pedro Luft. Espécies Espécies Total de Índice avaliado Nativas Exóticas Espécies Total de espécies 12 16 28 Total de espécimes 26 98 124 Dominância D 0,1331 0,1874 0,1229 Simpson 1-D 0,8669 0,8126 0,8771 Shannon H 2,247 2,075 2,624 Riqueza e^H/S 0,7885 0,4977 0,4928 Brillouin 1,768 1,860 2,335 Menhinick 2,353 1,616 2,514 Margalef 3,376 3,272 5,601 Equitabilidade J 0,9044 0,7483 0,7876 Fisher alpha 8,644 5,429 11,270 Berger-Parker 0,2692 0,3061 0,2419 Chao-1 17,00 18,50 37,17 Tabela 5. Avaliação da Praça Leda Schnneider. Espécies Espécies Total de Índice avaliado Nativas Exóticas Espécies Total de espécies 13 12 24 Total de espécimes 69 64 129 Dominância D 0,2917 0,2109 0,1344 Simpson 1-D 0,7083 0,7891 0,8656 Shannon H 1,785 1,882 2,464 Riqueza e^H/S 0,4586 0,5474 0,4894 Brillouin 1,554 1,653 2,218 Menhinick 1,565 1,500 2,113 Margalef 2,834 2,645 4,733 Equitabilidade J 0,6961 0,7575 0,7752 Fisher alpha 4,735 4,360 8,685 Berger-Parker 0,5072 0,3594 0,2713 Chao-1 15,00 15,33 31,20 Tabela 6. Avaliação da totalização das quatro praças. Espécies Espécies Total de Índice avaliado Nativas Exóticas Espécies Total de espécies 35 37 72 Total de espécimes 343 365 708 Dominância D 0,16480 0,09894 0,06497 Simpson 1-D 0,8352 0,9011 0,9350 Shannon H 2,406 2,806 3,305 Riqueza e^H/S 0,3169 0,4473 0,3785 Brillouin 2,259 2,646 3,146 Menhinick 1,890 1,937 2,706 Margalef 5,824 6,102 10,820 Equitabilidade J 0,6768 0,7772 0,7728 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 45 V. S. Torres Fisher alpha 9,755 10,290 20,040 Berger-Parker 0,3090 0,1890 0,1497 Chao-1 61,25 59,50 132,00 Quadro 1. Índice de homogenização de Jaccard aplicado entre as praças. Darcy Joaquim Celso Leda Natureza Praças Azambuja Leite Pedro Luft Schnneider Darcy - - - - Azambuja Joaquim Leite 0,17073171 - - - - Nativas Celso Pedro 0,14285714 0,12000000 - - - - Luft Leda 0,20000000 0,12000000 0,14285714 - - - - Schnneider Darcy - - - - Azambuja Joaquim Leite 0,17021277 - - - - Exóticas Celso Pedro 0,18181818 0,16129032 - - - - Luft Leda 0,19607843 0,18518519 0,17647059 - - - - Schnneider Darcy - - - - Azambuja Joaquim Leite 0,17045455 - - - - Total Celso Pedro espécies 0,16494845 0,14285714 - - - - Luft Leda 0,19791667 0,15384615 0,16129032 - - - - Schnneider Tabela 7. Quociente de mistura de Jentsch (QM). Natureza Praças QM Nativas Darcy Azambuja 0,10910 Joaquim Leite 0,31250 Celso Pedro Luft 0,46154 Leda Schnneider 0,18841 Totalização simples 0,10204 Exóticas Darcy Azambuja 0,16667 Joaquim Leite 0,34483 Celso Pedro Luft 0,46154 Leda Schnneider 0,18750 Totalização simples 0,10137 Total espécies Darcy Azambuja 0,13452 Joaquim Leite 0,32787 Celso Pedro Luft 0,00372 Leda Schnneider 0,18605 Totalização simples 0,10169 UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 46 V. S. Torres Como se observa a partir das tabelas território estadual. Não é possível adotar 1 e 6, foram identificadas 72 espécies, das uma dimensão de espécies nativas mais quais, 35 consideradas, tradicionalmente, restrita (exclusiva do território municipal), como nativas do Rio Grande do Sul e, visto que Porto Alegre se constitui em um consequentemente, 37 consideradas como bioma de transição (tensão ecológica) entre exóticas a este Estado, representando, biomas de Savana (Campos), Floresta respectivamente, 708, 343 e 365 Estacional (Decidual e Semidecidual) e indivíduos. A espécie que contribuiu com Áreas de Formação Pioneira de Influência o maior número de indivíduos foi Marinha (Planície Litorânea) conforme Peltophorum dubium (Spreng.) Taub., com dados do IBGE (1986), portanto não ocorrência natural apenas na floresta do havendo que se falar em Mata Atlântica Alto Uruguai, conforme Sobral et al. (Floresta Ombrófila Densa), que (2006), seguida de Syagrus romanzoffiana insignificativamente contribui com alguns (Cham.) Glassman, sendo a mesma uma representantes ocorrentes em áreas naturais nativa de ampla ocorrência regional, e, mais preservadas. ainda na sequência, a Tipuana tipu Saber a diversidade de espécies (Benth.) Kuntze, uma exótica originária do numa área é fundamental para a Chaco Argentino, mas, largamente compreensão da natureza e, por extensão, utilizada em projetos de arborização na para otimizar o gerenciamento da área em cidade de Porto Alegre. Esta última é relação a atividades de exploração de baixo enquadrada pela Portaria SEMA l N° 79, impacto, conservação de recursos naturais de 31 de outubro de 2013, como espécie ou recuperação de ecossistemas que pode ser utilizada em condições degradados. controladas, com restrições, sujeitas à Quando se observam os índices regulamentação específica. estatísticos, percebe-se que o valor de No contexto de um ecossistema Simpson encontra-se elevado, com 0,8352 artificial, antropicamente constituído, para nativas, 0,9011 para exóticas e 0,9350 retoma-se o questionamento introdutório: para a totalização de espécies, inferindo-se “quando é que uma espécie é considerada que no primeiro caso evidencia-se a exótica?”. É de se considerar, entretanto, o interferência numérica de Peltophorum papel apresentado no âmbito do dubium (Spreng.) Taub., e de Syagrus ecossistema urbano de Porto Alegre e não romanzoffiana (Cham.) Glassman, a relação fitogeográfica no contexto do enquanto que para exóticas, o valor UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 47 V. S. Torres encontra-se elevado por conta da elevada 0,212121. Evidencia-se, com isto, que a frequência de Tipuana tipu (Benth.) intervenção antrópica, com a introdução de Kuntze. Os índices de Shannon, espécies consideradas exóticas, ocasiona igualmente apurados, apresentam-se um maior nível de homogeneização. O elevados, demonstrando que o número de índice de Jaccard é qualitativo; não espécies consideráveis como raras não o considera as quantidades em que as afetou os resultados deste indicador. populações componentes estão presentes. Em todos os hábitats, as espécies A tabela 7 apresenta o Quociente de tendem a ser mais semelhantes em locais Mistura de Jentsch (QM), que representa o próximos do que em locais distantes. A número total de espécies em relação ao utilização do grau de homogeneização da número de indivíduos amostrados Jaccard entre as praças, revela que a encontradas no povoamento. Quanto maior intervenção antrópica, especialmente pela a mistura, ou seja, maior numerador, maior introdução de espécies consideradas será a diversidade; assim permitindo que se exóticas, afasta este pressuposto visto que realizassem comparações entre as praças Joaquim Leite e Celso Pedro comunidades, o que evidenciado na Praça Luft, e.g., são lindeiras entre si, assim Celso Pedro Luft; por outro lado, fica como a Darcy Azambuja e Leda evidente, pelos valores observados, a baixa Schnneider, que embora não sejam diversidade existente, quando considerado vizinhas como as anteriores, sejam a aferição por este quociente para a Praça bastante próximas com distância inferior a Darcy Azambuja. 300,00m entre ambas. Por outro lado, ao Os resultados obtidos para o considerar as Praças Darcy Azambuja e Quociente de Mistura de Jentsch e o grau Leda Schnneider com uma única unidade de homogeneização da Jaccard se ecológica e, proceder da mesma forma em respaldam mutuamente, evidenciando a relação as Praças Celso Pedro Luft e participação antrópica no processo de Joaquim Leite e, com isto, aplicar o índice mutabilidade das comunidades vegetais de Jaccard, obtém-se um valor de 0,209677 observadas. evidenciando que o conjunto das praças A manutenção da biodiversidade guarda maior nível de similaridade entre si faunística e florística se caracterizam como do que as unidades isoladas. Quando se uma característica que se torna um grande analisa apenas as essências nativas, este desafio em áreas urbanas. A biodiversidade mesmo índice decresce para 0,192982, é fundamental para a manutenção da vida enquanto para as exóticas estabelece-se em humana no planeta, sendo necessário que UNISANTA Bioscience Vol. 7 nº 1 (2018) p. 39-50 Página 48

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