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Ensino As Cidades e os Rios: O Caso Latino-Americano da Hidrovia Paraguai-Paraná-Prata tfg PDF

116 Pages·2009·64.61 MB·Portuguese
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Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Aluno: Gabriel Manzi [no USP 4912787] Orientador: Prof. Dr. Alexandre Delijaicov AS CIDADES E OS RIOS: O CASO LATINO-AMERICANO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ-PRATA São Paulo, 19 de junho de 2009 A água doce sempre há de ser, na imaginação dos homens, uma água privilegiada. Gaston Bachelar Agradeço à aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho: Anna Turra Carolina Gimenes Denise Manzi Frayze Pereira Fábio Gionco João Frayze Pereira João Sodré José Paulo Júlia Valiengo Luis Pompeo Luiz Florence Moreno Zaidan Rodrigo Resck Santiago D’Ávila Tiago Okley Agradeço também aos professores que aceitaram participar da banca examina- dora para dicutir comigo o trabalho: Angelo Bucci Solano Benitez Em particular, agradeço ao meu orientador Alexandre Delijaicov SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 3.7. Concepción 57 3.8. Villa Hayes 59 1. APROXIMAÇÃO: CONTEXTO E PESQUISA 5 3.9. Asunción 61 1.1. Potencial hidroviário da América do Sul 5 3.10. Villeta 65 1.2. Pesquisa de campo 9 3.11. Alberdi / Formosa 67 1.3. Base Cartográfica 12 3.12. Corrientes / Resistencia 69 3.13. La Paz 71 2. OS RIOS 19 3.14. Rosario 73 2.1. Bacia do Prata 20 3.15. San Nicolás 75 2.2. Rio da Prata 25 3.16. Zarate 77 2.3. Rio Paraguai 27 3.17. Buenos Aires 79 2.4. Rio Paraná 31 3.18. Montevideo 81 2.5. Rios ao longo da hidrovia 34 3.19. Foto-aéreas na mesma escala 84 2.6. Navegação ao longo da hidrovia 36 4. PROPOSTAS DA PESQUISA 87 3. AS CIDADES 39 4.1. Vídeo – Corte Longitudinal 88 3.1. Cidades visitadas ao longo da hidrovia 40 4.2. Corrientes-Resistencia 89 3.2. Transposições da hidrovia 42 4.3. San Nicolás 97 3.3. Vallemi 49 4.4. Puerto Fonciere 105 3.4. Puerto La Victoria 51 3.5. Puerto Fonciere 53 5. BIBLIOGRAFIA 111 3.6. Puerto Calera Cué 55 1 >> Nicolás Garcia Uriburu, Latinoamé- rica unida por los Ríos. Paris, 1970- 1980. Óleo sobre tela, 145 x 115cm. 2 INTRODUÇÃO Este trabalho considera a relação da hidrovia Paraguai- Paraná-Prata com o espaço urbano latino-americano cir- cundante. Tal hidrovia estruturou a rede de cidades da região. E, no entanto, apesar de ter facultado a fundação e também o desenvolvimento dessas cidades e países aos quais pertence, ao longo do tempo, sobretudo na atuali- dade, a hidrovia foi perdendo a sua importância. Podem- se observar marcas visíveis desse processo nas próprias cidades, que pouco ou nenhum aproveitamento fazem dos recursos fluviais. Nessa medida, considerando essas marcas, seria possível propor um projeto de reaproveita- mento de tais recursos? A partir dessa indagação, o tra- balho visa: a) apresentar a região, considerando alguns aspectos his- tóricos, político-econômicos e urbanos, com o uso de re- cursos cartográficos; b) registrar, a partir de uma pesquisa de campo e com recursos audiovisuais, os sinais visíveis desse processo; c) analisar, com base na bibliografia, o que foi observado; 3 d) elaborar, a partir dessa análise, um projeto de reapro- rientes-Resistencia, San Nicolás e Puerto Fonciere. Além >> veitamento urbano dos recursos fluviais, considerando disso, a título de síntese visual, integra este capítulo um Nicolás Garcia Uriburu, Latinoamé- rica unida por los Ríos. Paris, 1970- três regiões específicas. vídeo de doze minutos que realizei para registrar a região 1980. Óleo sobre tela, 145 x 115cm. >> como num corte longitudinal. O desenvolvimento desse conjunto de propósitos realiza- se nos capítulos que compõem o trabalho, apresentados Cabe ainda neste momento introdutório, dizer uma pala- brevemente a seguir. vra acerca dos motivos do presente estudo. Para além do meu gosto pessoal pelas viagens que, acredito, são trans- No primeiro, é relatada a pesquisa de campo que reali- formadoras de todo viajante que se dispõe a fazer contato zei, considerando o potencial hidroviário da América do com o outro, também suponho ser fundamental para a Sul e algumas propostas para o seu aproveitamento. Ao ação do arquiteto uma tomada de consciência acerca do mesmo tempo, mostro o procedimento utilizado para a espaço em que habita e no qual trabalha. Como todo lu- confecção das bases cartográficas. gar, este pode ser percebido segundo muitas escalas, mais próximas e mais distantes. Nesse sentido, cabe lembrar a No segundo capítulo, há uma descrição do território, a perspectiva poética e sócio-política de Nicolas Uriburu, partir dos pontos de vista físico e histórico, organizada segundo a qual a América do Sul é unida pelos rios e de- com base na hidrografia. sunida pela política dos homens. Considerando que a re- gião pela qual me interessei é constituída por cinco países No terceiro, são apresentadas as dezesseis cidades adja- – Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai –, espero centes aos rios, visitadas durante a pesquisa de campo. que o meu trabalho possa contribuir para especificar um Apoiado em registros visuais, procurei relacionar duas pouco mais a compreensão desse lugar cuja complexida- escalas – a resultante da observação à distância e a de de, do ponto de vista urbanístico, não parece ter sido sufi- quem faz o registro in loco. Cada cidade visitada, do meu cientemente apreendida pelos estudos existentes. ponto de vista, permitiria a proposição de um ou mais projetos. Finalmente, no quarto capítulo, são expostas as propostas que elaborei para três cidades, escolhidas por serem con- trastantes entre si – possuem escalas diferentes e mantêm relações singulares com os rios, apresentando também relevâncias diferentes do ponto de vista projetual – Cor- 4 1. APROXIMAÇÃO: CONTEXTO E A PESQUISA Considerando o potencial hidroviário da América do Sul e algumas propostas de intervenção já realizadas por Humbolt, Moraes e o engenheiro Paulo Mendes da Ro- cha, passamos a relatar a pesquisa de campo e, em segui- da, o procedimento utilizado para a confecção da base cartográfica. 1.1. Potencial hidroviário da América do Sul A integração da América do Sul é um projeto antigo. Segundo alguns autores, mais do que um sonho, é uma necessidade imperiosa no contexto da situação mundial contemporânea, tendo incitado a formulação de inúme- ros tratados regionais com vistas à cooperação continen- tal. Nesse sentido, seria prioritária a integração física do continente de modo a ampliar as vias de comunicação existentes, incluindo no circuito econômico áreas esque- cidas, desde o descobrimento. Tal objetivo seria alcançá- vel, segundo os autores, ao menos parcialmente, com a implementação da navegação fluvial que implicaria a in- tegração das três principais bacias hidrográficas do conti- nente: Orinoco, Amazonas e do Prata. 5 >> Nicolás Garcia Uriburu, Latinoamé- rica unida por los Ríos. Paris, 1970- 1980. Óleo sobre tela, 145 x 115cm. >> Paulo Mendes da Rocha, Antepro- jeto de Interligação das bacias do Prata e Amazonas, 1967. Carta do continente sul-americano. < Paulo Mendes da Rocha, Anteproje 6 Nessa medida, como escreveu o engenheiro Paulo Men- 1869). des da Rocha, no “Anteprojeto de Interligação das bacias Mais recentemente, os irmãos Constantino e Paul Geor- do Prata e Amazonas” (1967), o problema dessa interli- gescu-Pipera (1984), que percorreram essa rede fluvial, gação “como solução singular para a integração das áreas referem-se a outros projetos que foram elaborados por mediterrâneas do continente no comércio mundial, pos- diversos países, tendo em vista a preocupação com a inte- sibilitando, ao mesmo tempo, a ocupação efetiva da bacia gração. E concluem que a rede fluvial sul-americana conta amazônica e a sua vinculação econômica e política aos com mais de 50.000 Km de rios caudalosos, navegáveis na centros mais desenvolvidos do país, tem sido preocupa- maior parte do ano, que, se fossem utilizados, poderiam ção dominante dos governos, desde as épocas coloniais. contribuir sensivelmente para o desenvolvimento econô- Perplexos diante das inúmeras diretrizes que se afigura- mico e social dos diferentes países. E, além das vantagens vam possíveis no esgalhamento dentrítico dos afluentes econômicas relativas ao transporte fluvial sobre outros superiores de uma e outra das bacias (confundidos, mui- meios de transporte, pensam que o uso das vias fluvias da tas vezes, na vastidão monótona dos altiplanos centrais), América do Sul seria um elemento fundamental da polí- multiplicaram-se, através dos tempos, as explorações e tica de comunicações, não só por articular os espaços va- reconhecimentos que se foram fazendo a mandado dos zios do continente ao processo de desenvolvimento, mas governos ou por iniciativa particular”. por contribuir para a produção de energia, por facilitar o controle das inundações, o abastecimento de água aos Um dos primeiros a ter contato com esse potencial hídri- centros urbanos e aos complexos industriais, assim como co foi o naturalista alemão Alexander von Humbolt que propiciar o uso para a recreação. É o chamado uso múlti- esteve no continente entre os anos de 1799 – 1804. Ten- plo das águas, sendo a navegação um deles. do navegado pelo canal natural do Cassiquiare, que liga a bacia do Orinoco e a do Amazonas, foi o primeiro a car- tografá-lo. Algumas décadas depois, o engenheiro-militar Eduardo José de Moraes elaborou um plano de aprovei- tamento nacional da rede fluvial, incluindo a interligacão das bacias do Amazonas e do Prata, tendo em vista, prin- cipalmente, a defesa das fronteiras do Brasil. Assim, escre- veu “ A direcção desta linha fluvial, altamente estratégica, traçada pela mão previdente da natureza, só espera pela do homem para prestar-se em larga escala ás especulações do commercio e da industria, assim como á defesa possi- vel das extensas fronteiras deste vasto paiz, cuja superficie territorial é inferior sómente de 1/5 da Europa” (Moraes, 7

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AS CIDADES E OS RIOS: O CASO LATINO-AMERICANO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ-PRATA. Universidade de São Paulo. Faculdade de
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