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Enquanto houver champanhe, há esperança - Uma biografia de Zózimo Barroso do Amaral PDF

674 Pages·2016·9.62 MB·Portuguese
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[CPDoc JB] [Arquivo/Agência O Globo] Foto de Joëlle Rouchou. Copyright © 2016 by Joaquim Ferreira dos Santos Preparação Kathia Ferreira Revisão Eduardo Carneiro Tamara Sender Vania Santiago Pesquisa iconográfica Gabriel Bernardo Checagem Rosana Agrella da Silveira Capa e projeto gráfico Victor Burton Tratamento de imagens Anderson Junqueira Foto do autor Leo Aversa Revisão de EPUB Marina Góes Vanessa Goldmacher Geração de EPUB Intrínseca E-ISBN 978-85-510-0016-8 Edição digital: 2016 1ª edição Todos os direitos desta edição reservados à Editora Intrínseca Ltda. Rua Marquês de São Vicente, 99, 3o andar 22451-041 – Gávea Rio de Janeiro– RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br Para Eduardo e Vera 1 O chefe da cela, o estudante Valter Bezze, foi o primeiro a ver. Tratava-se de Zózimo Barrozo do Amaral, o elegante colunista social do Jornal do Brasil, o novo preso político enviado pelos militares para se juntar aos cinquenta que já estavam naquela cadeia. Era a noite de 2 de abril de 1969 no segundo andar do Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Chovia, um vazamento pingava num dos cantos, os trovões e relâmpagos pareciam sonoplastia de filme de terror. Só faltavam os lobos uivando. O espanto revelado por Bezze, um dos organizadores da célebre Passeata dos Cem Mil pela avenida Rio Branco, no Centro, em junho do ano anterior, vinha de um outro tipo de constatação. Não era filme de terror psicológico. Estreava o terror político. “Pessoal!”, gritou Bezze para dentro da cela. “Os homens enlouqueceram! Eles agora estão prendendo eles mesmos!” O AI-5 tinha sido baixado pelo general Arthur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968 e jogava nas prisões centenas de estudantes, políticos, intelectuais, guerrilheiros e todo tipo de opositor ao regime, gente de atividade bem diversificada, mas que os militares julgavam subversivamente nivelados pela ideia de querer derrubá-los do poder que haviam usurpado em 1964. Zózimo foi o único colunista social preso em vinte e um anos de ditadura — e, glória das glórias, por duas vezes. Seu crime: publicar notinhas no jornal. A nota-estopim da primeira prisão, quando foi recebido pelo espanto sarcástico de Bezze, saíra no canto à direita da coluna Zózimo, publicada no Jornal do Brasil em 1o de abril de 1969. Vinha no estilo que seu autor praticava como novidade no jornal, havia menos de dois meses, e avançava em tom editorial e opinativo, na linha de pioneiros nesse tipo de jornalismo na cena brasileira como Jacinto de Thormes, Ibrahim Sued e Álvaro Americano. Zózimo jogava com os mesmos trunfos desses colunistas e oferecia informação diversificada, e não só registro de batizados e casamentos, conforme se fazia no início do século XX. O

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