No pensamento atual, ter preconceitos (aceitar ideias como verdadeiras, sem questioná-las) significa ser racista, bitolado e retrógrado (dentre outros adjetivos), quando o ideal seria todos serem livres-pensadores e questionarem tudo que lhes ensinam. Nesse livro, porém, Dalrymple aponta que a verdadeira razão para o surgimento desse ideal de liberdade de pensamento é que não queremos ter nossas ações restritas; desejamos poder fazer o que bem entendemos, quando bem entendemos. Influenciados pelo racionalismo de Descartes e Mill, rejeitamos qualquer autoridade sobre nosso comportamento moral, seja essa autoridade a religião, a história ou as convenções sociais, e isso faz com que percamos importantes reguladores de comportamentos antissociais. Se não nos autopoliciarmos, a lei é a única força que pode conter nossos comportamentos antissociais e os conflitos resultantes - o que muitas vezes faz com que governos se tornem autoritários.